Outro Conto Da Cinderela Moderna escrita por LuhJackson


Capítulo 30
Quase passando dos limites


Notas iniciais do capítulo

Me desculpem mesmo pessoal! Eu só consegui terminar o capítulo ontem e só tive tempo de postar hoje! Por favor não me matem!
Mas muuuuuuuuuuuuuuuuuuuito obrigada mesmo pelos reviews! Vocês são uns amores! E obrigada por continuarem acompanhando a história, ok?
Qualquer coisa, quem quiser me perturbar, saber quando eu talvez vá postar ou receber spoilers, pode me seguir no Twitter: @LuhBramos
Boa leitura!



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– Tem certeza que vai fazer isso? - Derek me perguntou, parecendo estar realmente preocupado.

– O que mais eu podia fazer? - Me defendi.

– Ah, sei lá, talvez... Dizer não! - Ele respondeu como se fosse óbvio e eu rolei os olhos.

– Olha, você não estava lá pra ver o quanto ela ficou feliz e... - Suspirei. - Eu sei que é burrice. Pode falar "eu te disse" se algo der errado.

– Não. - Ele inclinou um pouco a cabeça de um jeito fofo, parecendo considerar alguma outra possibilidade. - Só falar "eu te disse" depois de te salvar se algo der errado é muito pouco. Que tal uma aposta?

– Aposta? - Levantei uma sobrancelha e cruzei os braços. - Que aposta?

– Se nada der errado, eu posso...

– Fazer meu dever de casa por um mês? - Sugeri. Ele estreitou os olhos e depois de pensar por alguns segundos, assentiu.

– Ok, faço seu dever por um mês. Mas se algo der errado, ou seja, eu vencer a aposta... - Ele sorriu malicioso e levantou as sobrancelhas. - "Sete minutos no paraíso"?

– O que? Não! - Respondi rapidamente, de olhos arregalados e me afastei. Ele começou a rir. Quando me toquei de que ele estava só brincando, ri também.

Já havia se passado uma semana desde que as gêmeas tinham entregado os convites, o queria dizer que só faltavam dois dias pra festa. Claro que eu só resolvi contar pro Derek que eu iria à festa com a Katie em cima da hora...

Nós dois estávamos estudando no quarto dele, sentados na cama, ele encostado na cabeceira e eu na parede. Ok, talvez "estudando" não seja muito adequado... Talvez "estudando nos 10 primeiros minutos e depois desistimos e começamos a nos agarrar". Mas uma hora tínhamos que respirar, não é? Então ficamos conversando.

Conversar com o Derek sempre me acalmava. Talvez fosse pelo seu jeito fofo e divertido... Não sei. Só sei que eu me sentia muito melhor.

Essa semana tinha sido perfeita! Ta, ok... Quase perfeita. Derek não tinha me pedido ainda em namoro (que garoto lerdo!), mesmo estando agindo como se fôssemos. Nos agarramos de vez em quando, mas nada mais... Avançado.

– Mas já sabe, não é? Se a coisa ficar feia...

– Já sei, mamãe. - Resmunguei e ri. - Eu te ligo, não se preocupe.

– Sempre é bom relembrar. - Ele deu de ombros. Então pareceu lembrar de alguma coisa e se aproximou. - Ah, eu queria falar...

– Derek! - Uma massa de cabelos cacheados castanhos entrou no quarto parecendo um furacão e quase fez Derek cair da cama. Segurei o riso. - A mamãe chamou voc... - O menino se interrompeu, notando minha presença, e abriu seu maior sorriso "galanteador". - Oi gatinha! A mamãe não tinha me falado que você estava aqui.

– Kevin! - Derek se ajeitou na cama. - Sai do meu quarto, agora!

– Não! - Kevin cruzou os braços e se virou para o irmão. - A mamãe mandou eu vir aqui te chamar e...

– Sai agora! - Derek gritou, o interrompendo.

– Não!

– Sai!

– Não!

– Meninos! - Gritei, tentando chamar a atenção deles.

– O que foi? - Eles perguntaram juntos e continuaram se encarando furiosos.

– Parem com isso, estão parecendo duas crianças... - Rolei os olhos.

– Mas ele é... - Derek murmurou e logo em seguida levou um tapa na nuca de seu irmão.

Kevin podia ser criança, mas não era idiota. Em uma fração de segundo ele piscou pra mim e saiu em disparada pelo quarto. A porta se fechou com um estrondo assim que ele saiu e eu finalmente comecei a rir.

Derek, que até agora encarava com muita raiva a porta do quarto (provavelmente imaginando se Kevin voltaria), se virou finalmente para mim.

– Por que está rindo?

"Por que você fica lindo confuso." pensei.

– Seu irmão é uma graça. - Respondi sorrindo.

– Você só acha ele uma graça porque aquela peste dá em cima de você. - Ele argumentou emburrado e se afastou, se apoiando novamente na cabeceira da cama.

Rolei os olhos e me aproximei dele, me sentando na sua frente.

– Acho ele uma gracinha porque parece com você.

– Eu sou uma gracinha? - Ele levantou uma sobrancelha e se inclinou para frente, deixando nossos rostos bem próximos.

Assenti e sorri. Ele me beijou.

Acho que era pra ser somente um selinho ou um beijo pequeno, mas acabou se aprofundando e, quando vi, suas mãos já me puxavam para cada vez mais perto dele. Cada célula do meu corpo pedia mais e mais dele, e eu pude notar que Derek também queria. Só então fui me tocar do que poderia acabar acontecendo a seguir... E me apavorei.

As lembranças da noite do baile vieram em minha cabeça.

Alison... John Collins... cheiro de alcóol... mãos bobas... encurralada.

Depois disso tudo fica meio distorcido. Só me lembro de gritos e alguém tirando ele de cima de mim. E tudo fica escuro.

Lembro de ter acordado no dia seguinte em um hospital, com o meu pai de um lado da cama e um médico do outro. Eles me explicaram tudo, que o John tentara realmente me estuprar, mas alguém chegara a tempo e tinha conseguido me tirar dali, com alguns arranhões e rasgos na roupa, mas inteira.

Nunca pensei que meu pai pudesse fazer isso, mas ele fez o que eu pedi e não contou nada do que aconteceu para minha mãe. Esse ficou sendo nosso segredo de pai e filha. Um segredo que me doía o coração só de lembrar, mas passei a confiar mais no meu pai a partir daí. Óbvio que esse era um dos motivos dele não gostar de eu ir para a casa do Derek e ficar sozinha com ele lá.

– Derek... - Me afastei um pouco dele e o encarei. - Acho que é melhor pararmos por aqui, certo?

– Ah, m-me desculpe! - Ele me soltou rapidamente e voltamos a nos sentar na cama, ofegantes. - Não queria passar dos limites, eu só...

– Eu sei. - O encarei. - Hormônios.

– Isso. Hormônios. - Ele concordou, um pouco envergonhado e gesticulou para a porta. - Acho melhor descermos, antes que minha mãe suba para nos chamar.

– Claro. - Assenti e me levantei da cama.

Descemos em completo silêncio, com uma distância considerável um do outro.

– Por que estão tão vermelhos? - A Sra. Thompson nos perguntou assim que descemos o último degrau e Derek e eu nos entreolhamos.

– Ahn... Nada mãe. - Ele respondeu, me puxando pela mão para a porta da frente, ou pelo menos tentando.

– Ah, esperem um pouco! Eu fiz brownies! - Ela nos barrou na porta, impedindo nossa saída.

Olhei com a cara mais fofa e tristinha que pude para Derek. Ele rolou os olhos e me puxou novamente para dentro de casa.

– Ok, ok... Só alguns brownies! - Ele resmungou e nos sentamos no sofá.

A Sra. Thompson era muito legal. Para uma mulher que tinha perdido o marido há alguns anos, ela era alegre e cheia de vida. Isso sem falar na comida dela. Simplesmente maravilhosa.

– Mas então... Pelo menos usaram camisinha?

Ok, acho que eu esqueci de comentar que ela também gostava de nos deixar bem envergonhados.

Eu estava bebendo o suco de laranja que ela havia trazido para acompanhar os brownies bem na hora em que ela disse aquilo e, bem... O Derek estava do meu lado, então acho que você já sabe quem teve sua blusa encharcada de suco de laranja, certo?

– Mãe! - Derek arregalou os olhos, mais preocupado com o que sua mãe tinha dito do que com a blusa cheia de suco de laranja.

– Vocês desceram tão vermelhos... - Ela começou a rir. - Me perdoe, não me contive.

– Deixa pra lá... - Ele rolou os olhos e finalmente prestou atenção na blusa. - Ai droga... Tenho que limpar isso.

– Nem olhe pra mim. - Sra. Thompson levantou as duas mãos e se levantou do sofá, subindo as escadas logo em seguida. - Qualquer coisa estarei no meu quarto vendo televisão.

– Uau, a preocupação dela comigo me comove. - Derek balançou a cabeça e eu ri.

– Eu te ajudo a limpar isso. - Ofereci.

– Bem... - Ele gesticulou para a camisa. - De qualquer modo, isso aqui é culpa sua.

– Ei! - Dei um tapa em seu braço. Ele somente deu de ombros e me levou de volta para o andar de cima, até o seu quarto.

Me sentei na cama e ele se dirigiu até sua cômoda, procurando alguma blusa limpa. Quando achou, tirou a que estava usando e jogou em algum lugar do quarto.

Devo ter ficando encarando seu corpo por muito tempo, porque ele olhou pra mim e sorriu malicioso.

– Sei que sou gostoso, mas não precisa babar.

– O-o que? - Pisquei os olhos, saindo do meu pequeno transe e ele começou a rir.

Desviei os olhos do tanquinho e comecei a encarar o chão, completamente envergonhada. "Mas... Qual é o problema?" pensei. "Nós já somos quase namorados!"

– Já terminei, Princesa. - Derek anunciou, rindo divertido. - Pode olhar.




– Estava na casa do seu Encantado?

Mesmo pelo telefone, pude saber que Katie estava com seu sorrisinho malicioso nos lábios, principalmente pelo tom de deboche na voz.

– Sim. - Admiti um pouco corada. Eu já tinha me acostumado com a Katie chamando o Derek de Encantado, mas ainda era estranho pensar que ele era o "meu" Encantado.

– "Estudaram" muito? - Ela parecia segurar o riso.

– Katie!

– O que? Só perguntei se vocês estudaram. - Ela se defendeu.

– Não foi com esse tom. - Estreitei os olhos. - Você perguntou como se quisesse dizer... Outra coisa.

– E o que eu queria dizer? - Ela desafiou.

– Você sabe muito bem. - Rolei os olhos.

– Refresque minha memória.

– Ah, esquece! - Bufei e ela caiu na risada. - Você é impossível...

– Sei que você me ama. - Ela falou convencida.

– Uma chata como você? Só em sonho! - Rebati rindo também. Então ouvi uma batida em minha porta. - Minha mãe tá me chamando, vou ter que desligar.

Terminei de acertar com a Katie sobre o trabalho em dupla do dia seguinte, me despedi dela e desci, encontrando uma mãe muito séria sentada no sofá.

– Precisamos conversar.

A primeira coisa que veio à minha cabeça foi "fiz besteira". Mas então me toquei de que a última coisa "ruim" que eu tinha feito tinha sido há pouco mais de uma semana, quando Derek e eu entramos escondidos na escola e, bem... Já sabe o que aconteceu. No entanto... Ninguém tinha descoberto, ou seja, não tinha chance de minha mãe ter ficado sabendo. E outra: se ela tivesse mesmo ficado sabendo, por que teria tocado no assunto logo agora?

Acho que o teatro tinha me ajudado mesmo, porque normalmente eu me desesperaria e acabaria me comprometendo. Ao invés disso, eu me sentei no sofá a sua frente e disse, com a cara mais inocente:

– Pode falar.

– É sobre... - Ela ainda parecia um pouco hesitante e eu notei que, com aquela hesitação, não poderia ser um assunto relacionado a mim. Ela parecia quase... Frágil. O que queria dizer que... - O cara com quem eu ando saindo.

Fiquei um pouco surpresa, mas ela já havia me falado dele antes, principalmente nessa última semana, então não tinha motivo para ela estar nervosa... Ou tinha?

– Quero que você o conheça.


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Notas finais do capítulo

E então?? O que acharam?? Reviews?
Acho que vocês vão se surpreender no próximo capítulo... que eu vou tentar postar logo! Provavelmente na semana que vem, quando eu já estiver de férias, uhuuuul!
Beijinhos e até o próximo capítulo! :D



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