Outro Conto Da Cinderela Moderna escrita por LuhJackson


Capítulo 21
Mentiras e mais mentiras...


Notas iniciais do capítulo

Me desculpem mesmo pela demora! Eu sei que fiquei mais de um mês sem postar, mas eu fiquei sem inspiração por um bom tempo e finalmente ela voltou!
Peço desculpas a Aline (cp2) que mesmo não estando cadastrada, quase todo dia vinha checar o site para ver se tinha algum capítulo novo! Sério, me desculpa mesmo!
Mas o que importa é que aqui estou eu e não se preocupem se eu ficar mais um mês sem postar (o que pode acontecer se eu ficar de recuperação...), porque eu não vou desistir da fic, ok?
E um obrigada muito especial às pessoas maravilhosas que me mandaram reviews: Uzumaki May, Lovely Ghost Writer, Luucy Peer, LucySky e ane!



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Sabe quando símos de um "flashback pessoal" e parece não ter se passado nem um minuto? Emtão... Foi exatamente isso o que aconteceu.

Num minuto, eu estava beijando o amor da vida da minha melhor amiga (confuso? Não esquenta, fica pior!) e, no outro, eu estava relembrando o meu passado (mais específicamente o meu primeiro beijo) em um "flashback". Mas não para por aí. Além de trair a Katie, beijando o garoto que ela ama, e relembrar uma das piores experiências da minha vida, eu ainda tinha que fechar a noite com chave de ouro! Como consegui essa grande proeza? Bem...




Quando voltei a mim, ainda estava beijando Peter. Não sei se foi puro reflexo ou se minha consciência resolveu voltar de seu pequeno passeio noturno, só sei que a primeira coisa que fiz foi, num impulso, jogar Peter dentro da piscina e sair correndo.

Sim, você leu direito. Eu o joguei na piscina e saí correndo. Covarde? Nãaaaao! Imagina!

Saí pela mesma porta que havia entrado na área da piscina, corri pelo enorme corredor e entrei na primeira porta que vi, a qual, por uma ironia do destino, era a porta da sala de jantar.

– Finalmente! Achei que você tivesse se perdido! - Katie brincou. - Vem, senta aqui. - Ela indicou um lugar ao seu lado.

Ainda em estado de choque, me dirigi para o lugar ao seu lado e me sentei. Só então percebi o quanto a sala de jantar era grande, assim como a mesa de 12 lugares a qual estávamos sentadas. Sem falar no lustre de cristal que balançava acima de nós. Acho que só ele já valia por todo o dinheiro que eu ganharia em minha vida toda!

– Cindy... Você está bem? - Katie perguntou devagar. - Você está meio... Pálida...

– Ah... Sim, claro! Estou ótima! Não poderia estar melhor! - Respondi forçando um sorriso nervoso.

Se a Katie, em menos de um dia, me conhecia tão bem quanto eu acho que conhecia... Ela sacou que eu estava mentindo. Como se fosse para comprovar minhas suspeitas, ela semi-cerrou os olhos e disse silênciosamente, somente movendo a boca: "Depois nós conversamos..."

"Ferrou!" Pensei desesperada. - "Calma... Poderia ser pior!" minha consciência voltou a dar sinal de vida. - "Aaaaah... Só agora que você aparece, né?" perguntei debochada. - "Isso não é verdade!" ela rebateu "Fui eu que te salvei de fazer algo pior na beira da piscina!" - "Como assim?" - "Você e o Peter poderiam ter feito coisas piores do que somente se beijar na beira daquela piscina!" - "Você quer dizer que... Ai meu Deus! Nós poderíamos... Nós... Ah! Não, não e não! Nós não teríamos feito... Você sabe..." - "Ah não, é? Tudo bem, tente mentir para alguém que está na sua cabeça, sabe tudo o que você pensa e... Ah, é verdade: É VOCÊ!"

Resolvi parar com aquela discussão inútil comigo mesma que não me levaria a nada e, quando dei por mim, o jantar já estava sendo servido.




– Me conta: o que houve? - Katie perguntou segurando o meu braço, antes que eu passasse pela porta do quarto de hóspedes.

Assim que acabou o jantar, eu me apressei para chegar até o quarto e não ter que conversar com a Katie... Mas ela foi mais rápida do que eu.

"Eu conto a verdade para minha melhor amiga e torço para que ela não pare de falar comigo..." pensei. "Ou... Minto."

Mas antes que pudesse abrir a boca, Peter surge no corredor, vindo em nossa direção. Ele parecia ter acabado de sair da piscina... Ops. Acho que isso é culpa minha. Enfim... Ele parecia um surfista, típico californiano, com a toalha sobre os ombros, a bermuda cargo e... AI MEU DEUS! Que abdômem era aquele?! "Foco, Cindy, foco!" pensei, mas não parecia adiantar muita coisa.

– Olá meninas. - Ele nos cumprimentou e lançou um olhar sugestivo para mim. Droga!

– Ah... Oi, Peter... - Katie resmungou, tentando parecer entediada, mas dava para ver que ela também não conseguia tirar os olhos daquele tanquinho!

– Oi. - Eu disse, com a voz tremendo, tentando de todo jeito não começar a gaguejar na frente da Katie, porque se ela percebesse qualquer coisa "anormal"...

– Resolveu dar um mergulho noturno? - Ela comentou, tentando fazer alguma piada talvez.

– É... - Peter riu, lançando um olhar travesso para mim. - Digamos que sim... Não é mesmo, Cindy?

Droga, droga, droga! Porque ele tinha que dizer isso?! Ele poderia dizer qualquer coisa! "Ah, eu tinha que ajudar uma sereia que foi parar na nossa piscina!" ou "Dizem que o mergulho noturno faz muito bem à saúde!"... Mas nãaaaaao! Ele tinha que dizer "Não é mesmo, Cindy?". Droga!

– Como assim? - Katie agora parecia confusa e seu sorriso havia desaparecido.

"Pensa, Cindy, pensa!"

– Ah... O Peter... - Eu estava quase gaguejando!

– Eu fui dar um mergulho na piscina e, sem querer, o meu calção saiu bem na hora em que eu mergulhei. - Peter me interrompeu e me lançou um olhar de "confirme tudo o que eu falar!". - E bem nessa hora a Cindy apareceu na área da piscina!

– Porque eu estava completamente perdida nessa mansão! - Completei e, mesmo estando muito vermelha, agradeci o Peter com o olhar.

Quando eu já estava quase suspirando aliviada...

– Então quer dizer que você viu...? - Katie me perguntou assustada.

Levei alguns segundos para finalmente me tocar da situação em que eu estava e... Tenho certeza que fiquei mais vermelha (não me pergunte como) do que antes!

– N-não! - Gaguejei e olhei para Peter, como se pedisse ajuda.

– Ela não viu nada, relaxa! - Peter disse para Katie, me interrompendo, com seu tom sempre despreocupado.

Como aquele garoto conseguia estar tão tranquilo numa situação tão crítica como aquela? "Ah, espera... Ele está fingindo. Ou melhor... Atuando." Pensei. "Ele pode até estar um pouco tenso por dentro, mas não está demonstrando, porque se não a Katie pode desconfiar de alguma coisa."

– Nada mesmo? - Katie perguntou desconfiada.

– Nada mesmo. - Confirmei.

– Então por que você estava tão pálida quando entrou na sala de jantar? - Ela perguntou levantando uma sobrancelha.

– Porque isso não deixa de ser estranho e... - Olhei para Peter, pedindo novamente sua ajuda.

– A Cindy quebrou um dos vasos da mansão! - Peter disse rápido e apontou pra mim. Eu fiz minha melhor cara de "WTF?", mas ele continuou. - Quando ela me viu... Bem... Você sabe... "Como vim ao mundo"... Ela se assustou e saiu correndo...

– Então eu acabei quebrando um vaso em um dos muitos corredores daqui! - Completei. - E acho que eu devo estar te devendo uns... 10 a 15 anos de mesada.

Katie continuava nos olhando desconfiada, alternando olhares entre Peter e eu. Eu estava ficando cada vez mais nervosa quando ela finalmente respondeu:

– Ok... Mas não precisa se preocupar com o dinheiro, porque, como você já percebeu, isso não é problema aqui... - Ela riu sem humor. - Vou pedir para alguém ir limpar os cacos...

– Não precisa, eu vou! - Peter a interrompeu.

Katie lançou um olhar desconfiado para ele, do tipo "O que você está aprontando?", mas acabou dando de ombros e acenando com a cabeça. Peter nós deu boa-noite e saiu em disparada pelo corredor.

Me despedi de Katie e entrei no quarto de hóspedes.

"Ufa! Essa foi por pouco!" pensei, enquanto desabava na cama.

Eu só precisava de algumas boas horas de sono para tentar esquecer do dia longo e cansativo de hoje. Isso sem contar que no dia seguinte eu teria que ir para a casa do Derek, para podermos fazer o trabalho...

É... Pelo visto esse ano seria bem longo!




– Até segunda! - Disse para Katie, enquanto saía do carro. Ela só sorriu, acenou e disse algo para o motorista, provavelmente "De volta para casa, Jasper".

Sim, é o que você está pensando. A Katie tinha um carro com motorista para levá-la a qualquer lugar que ela quisesse e ainda me trouxe em casa com ele! Ser rica com certeza é demais!

Entrei em casa assim que o carro de Katie virou a primeira esquina. Eu ainda estava na porta da frente quando comecei a ouvir os gritos...

– Como assim?! - A voz do meu pai gritava da sala.

– É isso mesmo que você ouviu! Eu me cansei! - Uma segunda voz, a da minha mãe, gritou em resposta.

"Eles estão discutindo... De novo." pensei.

Passei o mais silênciosamente que eu pude pela sala, mas acho que mesmo que um elefante tivesse passado eles não notariam. Subi para o meu quarto, joguei a mochila em algum canto e me atirei na cama.

Essa não era a primeira briga deles. Mas tinha tudo para ser a pior.

Acho que as brigas começaram por volta dos meus 8 anos, mas eu não entendia muito bem na época. Começou com pequenas coisinhas, como uma discussão para saber em qual casa passaríamos o Natal (sempre íamos para a casa da família da minha mãe ou da família do meu pai), mas foram só piorando. Num dia, estávamos todos felizes jogand algum jogo de tabuleiro na sala e, no outro, eu estava trancada dentro do meu quarto esperando a discussão deles parar para que eu pudesse descer e comer alguma coisa.

Eu já não sabia mais o que fazer, já não aguentava mais aquelas birgas... Até que, o que eu já esperava há muito tempo, finalmente chegou.

– Cindy, querida? - Minha mãe me chamou, do outro lado da porta e, pela voz, ela parecia estar a ponto de chorar.

Corri até a porta e quando a abri, vi que estava certa. Os olhos da minha mãe estavam começando a ficar vermelhos e isso era um dos sinais claros de que ela estava segurando o choro. Ela nunca chorava na minha frente, não sei se para não parecer fraca na frente da filha ou até mesmo para não me deixar triste também. Mas a única vez que a vi chorar foi no funeral de uma tia dela, que, no caso, era minha tia-avó. Eu nunca fui muito próxima da Tia Linda, mas ela foi uma das pessoas que criou a minha mãe, então acho que já dá para imaginar o quanto ela chorou, não é?

– Mãe, você está bem? - Perguntei a abraçando.

Ela só balançou a cabeça negativamente e disse:

– Mas tudo logo vai ficar bem, eu prometo.

Assenti e nós descemos as escadas. Meu pai estava sentado em uma poltrona, com a cabeça baixa e curvado para frente, com os cotovelos sobre os joelhos. Minha mãe pediu para que eu sentasse no sofá maior e ela sentou na poltrona do lado oposto ao do meu pai. Então estávam meu pai e minha mãe, sentados um cada ponta da sala, mas de frente um para o outro e comigo no meio, no grande sofá marrom da sala.

Ficamos em silêncio por o que pareceram horas, até que eu finalmente resolvi quebrar o silêncio:

– Então... Acho que não estamos aqui reunidos para jogar mais uma partida de Monopoly, não é? - Olhei esperançosa, como se meu pai pudesse responder "Claro! Escolha a sua peça! Menos o carrinho, ele é meu!".

Mas a resposta veio bem diferente do que eu esperava. Meu pai respirou fundo e disse:

– Filha... Sua mãe e eu vamos nos separar.



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Notas finais do capítulo

E então? O que acharam???
É sério pessoal, eu sei que fiquei muito tempo sem postar, mas eu mereço alguns reviews, não é?
Beijinhos e até o próximo capítulo!