Outro Conto Da Cinderela Moderna escrita por LuhJackson


Capítulo 2
Meu novo parceiro de laboratório


Notas iniciais do capítulo

Mais um novo capítulo pra vocês! Eu queria dedicar esse capítulo as minhas primeiras leitoras (que também foram as únicas a me mandar reviews): LuucyPeer e Olivia Benson
Muito obrigada por estarem lendo!
Agora, sem mais enrolação... Vamos à história!



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– O que foi? - Perguntei mal-humorada ao entrar.

– Como a Sra. Filler reagiu? Ela ficou muito triste? Ela cancelou o musical? Quem vai ficar no meu lugar? - Alison me metralhou com perguntas, mas respondi a todas com muita paciência.

O que eu posso dizer sobre a Alison? Ela é o tipo de garota totalmente diferente de mim: extrovertida, rica, atrai garotos... Como é mesmo o nome que damos a isso? Ah! Sim... Patricinha. Não me pergunte como conseguimos ser amigas, já que eu normalmente odeio as patricinhas, mas, por incrível que pareça, nós somos amigas desde pequenas.

– A Sra. Filler não reagiu tão mal... - Comecei.

– Que ótimo!

– ... Não, ela não ficou muito triste... - Continuei.

– Que alívio!

– ... Não, ela não vai cancelar o musical. - Terminei, temendo que ela fosse pedir a última pergunta: "Quem vai ficar no meu lugar?"

– Muito bom! Mas... - "Não pergunta, não pergunta, não pergunta..." pensei e então o telefone dela tocou

– Alô? Oi! Tudo bem? - Ela começou a conversar com alguém no telefone.

Ufa! Salva pelo gongo!

No dia seguinte, eu estava muito nervosa porque sabia que, mais cedo ou mais tarde, Alison perguntaria quem iria ficar no lugar dela. Minha sorte é que eu tive pelo menos uma noite para praticar...

– Oi! Tudo bem? - Cumprimentei Alison tocando seu ombro, que estava de costas. Quando ela se virou, notei que de algum modo ela já ficara sabendo sobre a peça...

– Sua traidora! Como você pode?! - Disse Alison indignada.

– Você já soube, né... - Respondi um pouco desanimada.

– Mas é claro! - Disse ela apontando para um cartaz próximo.

Era um cartaz em que se lia "Cinderela Moderna" e abaixo os nomes dos alunos que haviam passado no teste e seus respectivos personagens. Claro que, com a minha sorte, o meu nome era o primeiro da lista. Chocada, me aproximei do cartaz e o toquei com a ponta dos dedos, o que fez com que a ficha caísse. Eu estava em uma peça da escola. Eu! Uma das garotas mais tímidas da escola. Lembrando que Alison estava bem ao meu lado, procurei rápidamente algo que a acalmasse, mas não saiu como eu esperava...

– Olhe, Alison! Você também está na peça! - Falei tentando animá-la.

– Estou? - Perguntou ela em um misto de curiosidade e desconfiança.

– Está! - Respondi - Vem ver! Ela chegou mais perto do cartaz e procurou seu nome.

– Cinderela substituta?! - Gritou ela indignada.

– Pelo menos é um papel... - Tentei amenizar a situação.

– Isso não é um papel de verdade! Uma substituta só entra em cena quando a atriz principal não pode comparecer no dia da peça, ou então quando ela fica doente. E você é a principal! Você não fica doente "de verdade" - ela se referia às vezes que eu fingia estar doente - desde o jardim de infância! - Explodiu ela, como se o fato de eu ser saudável fosse a pior coisa do mundo.

– Mas pelo menos veja o lado bom... - Comecei.

– Que lado bom?! - Perguntou ela, ainda furiosa.

– De qualquer modo... Você está na peça... - Eu disse inocentemente. Como se, só pelo fato de eu ter falado novamente, aquilo se tornaria uma coisa maravilhosa. Mas acabei ficando surpresa com a resposta de Alison.

– Quer saber de uma coisa? - Perguntou ela com um olhar malicioso. - Você tem razão!

– Tenho? - Repeti disconfiada.

– Tem! - Confirmou ela. - Eu ainda estou na peça! - Ela disse sorrindo maliciosamente - Eu sou a substituta. O quer dizer que se acontecer alguma coisa com a atriz principal... Eu entro no lugar dela! E, como você sabe, Cindy, eu faria de tudo para entrar em uma peça.- Ela se virou, saiu andando pelos corredores e deixou a sentença pairando no ar.

Acho que eu sabia o que ela queria dizer. Ela quis dizer que faria de tudo para conseguir entrar na peça. E, se seu conheço a Alison (e eu conheço), ela não se contentaria com um simples papel menor, com uma fala ou duas. Não. Ela queria ser a Cinderela. Mas o que eu não imaginava é que ela passaria, sem dó nem piedade, por cima de uma amizade de 10 anos como a nossa. Se eu não imaginava que ela poderia fazer isso, então quer dizer que eu não conhecia a verdadeira Alison. Uma menina muito, muito má.

Devo ter ficado nesse estado de choque por pelo menos uns 10 minutos, por que, quando voltei a mim, o corredor estava quase vazio e os alunos que restavam apressavam o passo, o que só podia significar duas coisas: ou um super astro estava do lado de fora da escola dando autógrafos ou eu nem houvira o sinal tocar e estava atrasada para a aula. Saí correndo em direção a sala enquanto desejava "Por favor, Justin Bieber, me diz que você está dando autógrafos do outro lado da rua!"



Olhando pelo vidro da porta do laboratório de biologia (que era a minha primeira aula do dia) pude ver que a aula já havia começado. Bati na porta e entrei, pedindo licensa para o Sr. Galler, nosso professor de biologia desde a 6ª série. Sempre foi meu professor favorito, mas a única coisa que ele odiava mais do que um zero na prova dele era um atraso em sua aula. Sorte que eu também era sua aluna preferida!

– Srta. Parks... Chegou atrasada na minha primeira aula? Vou cobrar isso depois. Agora, sente-se com a Alison logo.

Acontece que desde que somos amigas, Alison e eu sempre fazemos par nas aulas de biologia. Teve um ano em que ficamos em turmas separadas, mas logo no ano seguinte, com uma pequena pressão do pai dela no diretor, voltamos a ficar na mesma turma. Mas depois do que aconteceu mais cedo... Só digo que agradeço por terem nos colocado em turmas separadas novamente!

– Ah... Sr. Galler... A Alison não está na minha turma esse ano. - Disse com um pouco de vergonha por ainda estar na porta da sala e ser motivo de vários cochichos.

– Ah! É mesmo, eu tinha me esquecido! Então sente com... Deixe me ver... - Disse ele passando os olhos pela sala, procurando uma pessoa sozinha para fazer par comigo. "Ótmo!" pensei "Vou ficar com a sobra!". - Ali! - Apontou ele para um garoto sentado no fundo da sala. Eu tinha uma vaga impressão de conhecê-lo... - Sente-se com o... Como é mesmo o seu nome, rapaz? - Perguntou ele ao garoto. Acho que eu já sabia qual seria sua resposta, tinha acabado de reconhecê-lo quando ele respondeu...

– Derek - O garoto da peça. Quem diria que ele seria meu parceiro de laboratório até o final do semestre?

– Isso. Srta. Parks, sente-se ao lado do... Derek. - Disse o Sr. Galler, ainda tentando memorizar o nome do meu novo parceiro. Acredite, o Sr. Galler não é muito bom com nomes, principalmente o de um aluno novo... Digamos que seria mais fácil para ele decorar a Tabela Periódica em menos de uma hora do que decorar em uma semana o nome do Derek, o qual eu já tinha gravado desde que ele se apresentou. Por que será?...

Me encaminhei em silêncio até o banquinho ao lado de Derek e parece que ele esperou até que todos já estivessem concentrados na aula para sussurrar em meu ouvido, o que causou um pouco de cócegas, mas eu nem ousei me mexer:

– Você não consegue ficar longe de mim, não é? - Perguntou ele sarcástico.

– Ah, claro! - Revidei irônicamente - Nunca conseguiria ficar longe do meu "príncipe encantado"!

Ele sorriu.

– Eu já desconfiava... Principalmente por causa da peça! - Disse ele.

– Como assim "por causa da peça"? - Perguntei um pouco confusa.

– Você ainda não soube? - Perguntou ele. - Eu vou fazer o par romântico da Cinderela, que, no caso, é você.

– Sério? - "Oh meu Deus!! Aaaaaah!!" Eu estava gritando de felicidade por dentro! - Bom... pelo menos assim eu sei que a Cinderela vai beijar um príncipe... - Eu ia falar lindo de morrer ou maravilhoso ou qualquer coisa do gênero, mas mudei de ideia na última hora. - legal como você.

– É... - Ele disse com um pinguinho de desanimação na voz, como se ele esperasse que eu falasse "lindo" ao invés de "legal". "Cindy, você é uma idiota!" pensei. - Ela tem sorte...

Não pude deixar de rir desse último comentário. Mas o meu riso saiu um pouco mais alto do que eu esperava e a turma toda se voltou na nossa direção, até mesmo o Sr. Galler nos olhou por cima de seus óculos. O que fizemos? Tentamos abafar o riso e abixamos as cabeças, fingindo que estávamos lendo o livro de biologia.


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Notas finais do capítulo

Bom... o que acharam??
Por favor, eu preciso saber!
Reviiiiiiiiiews??
Então... Até o próximo capítulo!
(é quase certo que eu poste na segunda-feira, porque no fim de semana eu vou estar na casa de uma amiga)
Bjs!