31/07- 15:04: Então né, sou tão desorganizada que não sei nem por onde começar, tanta coisa pra falar! É, acho que é uma boa começar pelo meu nome... Me chamo Nicole, mas só minha mãe me chama assim. Amigos mais íntimos chamam de Nick e o pessoal só “conhecido” me chama de Bertoni (meu sobrenome). Eu tenho 14 anos, acabei de fazer, agora em junho e depois eu falo sobre a festa, foi um dia MUITO importante (e o dia que eu ganhei esse diário)... Mas voltando a falar de mim, coisas que eu amo nesse mundo: violão, comedias, livros, CHOCOLATE, natureza, frio (nossa, é incrível deitar no sofá de tarde, com um cobertor quentinho, ouvindo os pingos de chuva na janela e pegando no sono lentamente. É a segunda melhor sensação, porque a primeira é abrir um presente e perceber que não tem meias nem coisas ridículas lá dentro, isso é demais) e também amo, principalmente, o menino mais gato e incrível que eu conheço: o Felipe Francescoli. Um dia eu irei me casar com ele, quando ele perceber que eu existo. Eu acabei de conhecê-lo, mas já sei exatamente o estilo dele. Imagina que bonito? Nicole Bertoni Francescoli. Com esse nome já dá pra ser advogada...

Agora, coisas que eu odeio: eu ODEIO melancia, andar de patins, pizza de shitake, Guaraná (o refrigerante), ouvir musica sem dançar que nem uma pessoa sem emoção, odeio pomba, tênis com cadarço, pôr meia com chinelo e PRINCIPALMENTE a Joyce, uma menina da minha sala, que é daqueles tipos populares que andam pra lá e pra cá se maquiando, indo em balada, e usando a porcaria do brinco de argola, que ninguém nunca pensou em comprar pra mim. Sem falar que ela é a rainha da escola (não que ela seja arrogante, por pior que seja, ela é super legal...) e ela anda com mais 3 meninas, o grupinho delas, que eu falo depois. E sempre, e quando eu digo sempre é porque é SEMPRE mesmo, ela fica paquerando o Felipe, que anda por ai com mais 2 meninos, que também vou falar sobre ele depois. Mas, eu agüento essa situação com as melhores pessoas do mundo, minhas MATs (melhores amigas da Terra), as únicas que me entendem, que me querem e que me ajudam, principalmente: a) quando eu pago um mico; b) quando estou indo mal numa matéria; c) quando algum garoto me magoou, ou quando alguma menina se sentiu superior a mim. 

O nome de uma é Bianca Venerozo, a menina mais linda do mundo, aos meus olhos, claro. Tenho um pouco de inveja dela, é alta, loira meio cor de mel, usa óculos... Ela é linda! E é muito inteligente, mas claro que não podia ser perfeita, é ciumenta, estressada, se tem prova ela nem toma lanche comigo, me larga pra ir estudar com as nerds, comilona... Entre outros, mas sempre, sempre, sempre a melhor amiga do mundo. A segunda é a Isabela, não lembro o sobrenome dela, quando eu lembrar eu falo. Hehe. Ela é bem quietinha na sala, mas fora... Blablablablablabla (respira) blablablabla... Mas ela é muito legal, ela é japonesa, tem um jeito de popular, porque ela tem umas roupas super... Ah, sei lá, não importa, ela não é muito inteligente, mas vai melhor que eu. Ela gosta do Kim, ou melhor, ela é apaixonada pelo Kim, um menino quietinho também, que mora no prédio dela, que na escola não fala NADA, mas no prédio dela eles conversam todo dia... Hum, to sabendo.

Agora, por ultimo, mas não menos importante, a minha super, hiper, mega ultra legal família. Bom, tem certas pessoas que você não precisa conhecer como meus tios, tias, avôs, avós, e etc. Se precisar deles eu vou falando, mas em geral, são da minha família muito querida, mas só falam comigo pra perguntar: “E ai? Já tem namorado?” ou alguma coisa também como “Você ficou linda usando esse suéter de gatinho que eu fiz pra você”. É, bem, eu sinceramente não quero ouvir isso. Meus pais: minha mãe chamada Camilla e meu pai chamado Carlos, que deram origem a mim (isso é obvio) e a meus irmãos: a Marina, mais nova, e o Pedro, mais velho.  Minha mãe, estressada SEMPRE, preocupada com a nossa saúde, pensando em contas, etc. Meu pai, o bonzinho, quietinho, que sempre deixa minhas amigas virem aqui em casa e me deixa ficar no computador até tarde, nunca fica bravo, mas sempre que a minha mãe ta me dando bronca e fala: “Não é, Carlos?” ele concorda sem mesmo prestar atenção se estamos falando de mim, ou de outra coisa inútil como “o preço do chuchu aumentou”. Marina, a irmã mais nova, de 11 anos, a que tem cara de anjo, mexe nas minhas coisas, chora sozinha no banheiro, grita comigo e depois diz que eu gritei com ela. Claro que EU que fico com a culpa. Já o Pedro, o mais velho, tem 17 anos, vai aprender a dirigir, e vai poder me levar pro shopping com as minhas amigas. Ele fica na dele, eu sempre quero ver o que ele ta fazendo, porque eu acho que ele tem uma namorada secreta, e que ele não é o que todos acham que ele é. Ele vai bem na escola, lava o próprio prato depois da janta, então minha mãe não pode reclamar dele, ai ele faz o que quer, e ninguém liga a mínima. Ele fala palavrão, e fica trancado naquele quarto, mas o que ele faz, eu realmente não sei... Mas eu ainda vou descobrir. Ele, como todo irmão mais velho, fica zoando com a minha cara, falando das minhas espinhas, e zoando o que eu faço com as minhas amigas. Hunf, ele fala como se fosse perfeito. Tá, eu admito, ele é uma graçinha por fora, mais por dentro... Fala sério.

Ta, eu falei muita coisa, então, a minha conclusão: Eu amo um menino chamado Felipe, que não sabe que eu existo, e odeio uma menina chamada Joyce, que gosta do Felipe. Aguento essa confusão porque minha MATs tão comigo, Bia e Isa (apelido) , que gosta do Kim. Minha família não fala muito comigo, só para coisas inúteis, e tenho minha mãe Camilla, meu pai Carlos e meus irmãos Marina e Pedro. E ai? Resumido? Ótimo, então já posso começar a falar das coisas que realmente importam.