Três Caminhos Uma Escolha escrita por MyLittleTime 3


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Bem...não sei se esta história vai ter sucesso ou não, mas pelo menos vou publicar. Desculpem qualquer erro na gramática ou sentidos da frase, mas eu não tenho paciência para corrigir. Ah! Isto vai acontecer nos outros capítulos.



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Pronto já me convenci de que não era normal. Asseava por estas coisas mas nunca me passou pela cabeça realizarem-se mesmo, era anormal. Claro que ao princípio fiquei super- feliz mas quando comecei a aperceber que nem tudo era um mar de rosas desejei que tudo isto desaparecesse.

Neste momento, não percebem nada do que é que estou a dizer, mas vai fazer sentido. E juro-vos que não vai ser nada fácil.

Portanto tudo começou quando eu, perfeitamente normal, estava a dormir, lembro-me que estava a sonhar e foi esse sonho, e agora desculpem o palavrão, que me lixou a vida. Normalmente os sonhos são irreais, pronto são só sonhos, não se tornam concretos, apesar de às vezes querer, confesso, mas se eu soubesse que o sonho que tive implicaria a minha própria vidinha, mais valia sonhar com ursinhos. O sonho que tive tinha um homem, água e estava de noite e via-se a lua também.

Estava eu sozinha com esse homem muito estranho, diga-se de passagem, e a única coisa que ouvia era a água a escorrer de não sei donde, como entretive o meu cérebro a avaliar a aparência do homem nem reparei que começou a falar. Ele era absolutamente belo, claro que nos meus sonhos têm que ser sempre belos, era moreno, não superficialmente, mas muito moreno, também não era negro, digamos que estava queimado, tinha cabelo preto e uns olhos castanhos-claros. O cabelo era um pouco comprido, não como aqueles paranóicos do rock que estão todos vestidos de preto e que têm um cabelo parece um ninho de ratos, sem ofensas, o cabelo ficava-lhe pelos ombros. Tinha uns ombros largos e o corpo era todo sensual. Não estou a exagerar mas libertava fero-hormonas a torto e a direito.

O que me preocupava, e esta era a causa de tanta análise, era a sua vestimenta. Digamos que não era de um rapaz normal ou dos tempos modernos, era mais no tempo da Roma Antiga, que por sinal até agradeço. Tinha vestida uma túnica branca juntamente com um manto vermelho, tinha uma pose real e era majestoso.

Pensei: Elá! Mas que grande imaginação.

Ordenei ao meu cérebro para que desta vez ouvisse o pobre rapaz.

  -Eu sei perfeitamente que não estás a prestar atenção, mas se quiseres que repita, posso repetir.

  -O quê? Ah! Sim, repete se faz favor. – Pedia bastante desajeitada.

  -Estava a tentar dizer que foste escolhida para seres a Sacerdotisa de Vort. – Anunciou.

  -De quem? – Mas que raio de nome.

  -De Vort. Vort é um Deus muito poderoso que governa o meu mundo e tem alguma mão do teu.

  -Alguma quê? Alguma mão? E que tal falares uma língua própria, pelo menos uma língua que eu possa entender.

O rapaz suspirou. – Vort também tem poder no teu mundo, não manda totalmente nele, mas exerce um pouco de força.

  -Vamos esclarecer uma coisa, uma não, duas. Primeiro, esta conversa que estamos a ter é só um sonho, segundo, eu só acredito num único Deus – carreguei nestas duas palavras – e com toda a certeza que não tem esse nome.

  -Como é que tens tanta certeza? Alguma vez o conheceste? Ou falaste com ele? – Perguntou-me um pouco tenso.

  -N-nunca falei com ele como estou a falar contigo…mas já rezei. – Assumi.

Não disse nada durante algum tempo. Realmente que indelicadeza ficar calado e a olhar especulado para mim.

  -O que foi? – Perguntei já irritada.

  -Queria te informar que um dia serás entregue ao nosso Deus e serás a sua Sacerdotisa, para que possas guiá-lo pelo caminho certo.

  -Eu já disse que não vou ser Sacerdotisa nenhuma! – Gritei.

  -O teu destino está traçado pelo fio de Vort. Vort escolheu-te para exerceres funções sacerdotais.

Odeio quando dizem “o teu destino está traçado”. Para vossa informação quem traça o meu destino, sou eu!

  -Diz ao teu deus que nem por sombras vou ser sacerdotisa dele!

E foi quando acordei. Agora a sério, porque é que de todos os sonhos que alguma vez tive, foi logo com um rapaz lindo mas teimoso.

Quando acordei olhei de imediato para o relógio e vi que eram quatro e vinte e uma da manha, estava a transpirar bastante e a minha respiração estava muito pesada, tentei adormecer mas não consegui. Decidi pôr os auscultadores nos ouvidos e ouvir um pouco de música para adormecer, tentativa em vão, tive a estúpida ideia de contar cordeirinhos, mas não resultou. Pensei em me levantar e caminhar pela casa mas poderia acordar o meu pai e a minha pequena irmã.

Conclusão fiquei na cama a olhar para o tecto escuro e a pensar naquele sonho estranho.

  -Sacerdotisa de Vort… - murmurei. – Pergunto-me como será esse tal Vort. Que nome mais estranho, provavelmente deve ser velho.

Com ar de chocada disse:

  -É que nem pensei que vou ser Sacerdotisa de um velho!

Quando acordei, de novo, já era de manha. Com os olhos meio sonolentos vi a minha pequena irmãzinha a chamar-me.

  -Emma acorda! Emma!

  -Já estou acordada, Eva.

  -O pai já fez o pequeno-almoço. Advinha o que é.

  -Eva acabei de acordar o meu cérebro ainda nem se mentalizou que tenho de me levantar, quanto mais saber o que é o pequeno-almoço. – Coitada da minha irmã, logo a levar por tabelo do meu humor.

  -Devias de saber… - entristeceu. – O pai fez o teu pequeno-almoço preferido porque hoje fazes anos.

  -A sério!? – Levantei o rabo da cama com um entusiasmo e continuei – Vá! Eva despacha-te temos que ir comer!

  -Fixe! A mana recuperou!

Não fazia a mais pálida das ideias que fazia anos hoje. Quando desci as escadas reparei no familiar cheiro de panquecas com leite, torradas com manteiga ou doce e fatias finas de bacon. Reparei que o meu pai tinha vestido um avental por cima do fato de trabalho.

  -Bom-dia, minhas filhas! Dormiram bem?

  -Eu dormi perfeitamente. – Disse a minha irmã.

  -Já eu…não tive tanta sorte… - Sussurrei.

  -Não dormiste bem, Emma? Logo no teu aniversário.

  -N-não…dormi bem, só…custou a adormecer. – Sorri.

  -Menos mal mas agora deixemo-nos de más notícias e passemos ao pequeno-almoço.

Adorava o meu pai, fazia qualquer pessoa sorrir mesmo que estivesse em depressão. Adorava também os pequenos-almoços dele e principalmente o seu avental falsificado do SpongeBob, metia tanta piada ver um homem de quarenta e três anos vestido assim.

  -Filha! Aqui tens o meu presente. – Disse o meu pai.

  -E o meu! – Interveio a minha irmã.

  -Obrigada aos dois. – Dei-lhes um sorriso de orelha a orelha.

  -A menina Nancy ajudou-me a escolher o teu presente. – Informou-me Eva.

Abri primeiro o presente da minha irmã. Era um fio bastante bonito e que tinha um coração como moldura, sempre quisera um fio daquele tipo, fascinava-me quando se abria para ver o conteúdo lá de dentro.

  -Abre para veres, maninha. – Disse alegre a minha irmã mais nova.

Abri a moldura do colar e vi uma fotografia da nossa família. Estávamos os três a sorrir, o meu pai, a minha irmã e eu, o meu pai segurava a Eva ao colo e eu situava-me ao lado deles. Lembro-me daquele dia como se fosse ontem. Tínhamos chegado à pequena cidade de AquaSpring, era primavera e vimos a Natureza rejubilante. Os cidadãos eram bem-educados e deram-nos as boas-vindas da melhor maneira. Enquanto o meu pai falava com um agricultor local a minha irmã teve a excelente ideia de tirarmos uma foto para comemorar, pedimos ao senhor que tira-se a fotografia e ele aceitou.

  -Gostas do presente? – Perguntou a minha irmã Eva, curiosa.

  -Adoro, linda. É o melhor presente que já recebi.

  -Fixe! A mana gostou do meu presente, pai.

  -Parece que sim, mas ainda falta o meu. Toma Emma.

  -Obrigada pai.

Tinha a certeza que era algo para vestir, como nos outros anos. Rasguei o embrulho e vi que era o casaco que tanto namorei na montra da loja da senhora Nancy. Adorava o casaco desde o primeiro dia que o vi e queixava-me sempre que o queria. Juntamente com o casaco estava uma caixinha de veludo muito bonita em que tinha como conteúdo um relógio da Swatch prateado.

  -É tão lindo o relógio e não acredito que compraste o casaco, deve ter-te custado o pé-de-meia todo.

  -Quando é para as minhas filhas não importa se gasto muito dinheiro. – Disse o meu pai.

  -Mas também não queremos gastar as poupanças, pai.

  -Eu sei.

  -Que injusto! A mana gostou mais do presente do pai do que do meu! – Embirrou Eva.

  -Quê? Quem é que te disse, pirralha? – Levantei-me da cadeira e peguei na minha maninha de oito anos. Começámos a rir às gargalhadas, mas as más notícias estragaram tudo.

  -Tenho aqui um presente da tua mãe.

Pus a menina no chão e disse:

  -Dela? Mas o que é que ela quer?

  -Sabes que ela é tua mãe, tens que compreender. – Disse o meu pai, calmo mas triste.

  -Ela deixou de ser minha mãe a partir do momento que nos abandonou e roubou o teu dinheiro. – Respondi com frieza.

  -Mas isso foi comigo, não com vocês…

  -Pai, a mãe abandonou-nos. Aos três. Isso quer dizer que também me abandonou e à Eva. – Olhei para o presente – Como é que ainda tem a lata de mandar presentes?

  -Filha…

  -Não quero isto. Vindo dela não quero nada!

Entreguei o presente ao meu pai e disse a Eva para se despachar.

Nunca na minha vidinha iria aceitar algum presente ou seja o que for daquela vadia. Há quatro anos que nunca mais ouvi falar dela, excepto quando mandava presentes e uma coisa eu garanto, nunca a perdoaria. Nunca!

Tudo começou quando eu tinha doze anos e o meu pai disse-me que iriamos mudar de casa. Não sabia porquê. Tínhamos tudo, dinheiro, roupa, comida, não sabia qual era o problema de tanta mudança. Pois mas o que eu pensava que era, na realidade, era totalmente diferente.

Dias mais tarde ouvi uma conversa entre o meu pai e um senhor. A minha irmã estava a dormir como eu não tive tanta sorte fui ter com o meu pai, mas reparei que estava ocupado. Da conversa toda a única coisa que apanhei foi que a minha mãe tirou o dinheiro que o meu pai tinha na sua conta e que fugiu com outro, fiquei chocada quando ouvi aquilo, tinha doze anos, mas não era burra nenhuma. Fui de imediato para o quarto, mandei-me para cima da cama e chorei baba e ranho, no dia a seguir o meu pai estranhou a vermelhão dos meus olhos e perguntou-me o que se passava e respondi-lhe:

  -Porque é que a mãe fez-nos uma coisa destas?

O meu pai ficou chocado quando eu disse que sabia de tudo, pediu-me que não contasse à minha irmã e anunciou ao pequeno-almoço que iriamos mudar para outro lugar. E desde esse dia que nunca mais ouvira o nome daquela mulher, o que ela não contou é que o meu pai tinha um pé-de-meia numa conta, foi essa conta que nos sustentou e que nos deu uma nova vida.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado daqui a 5 dias publico mais. :)