Um Dia Tudo Muda escrita por Niina Cullen


Capítulo 16
Capítulo 16


Notas iniciais do capítulo

Olha... Acho que o meu 'mal-estar' de hoje, me deixou um pouco, assim... Ansiosa para postar logo esse Capítulo rsrs.
Sem nem esperar aos Reviews de todas vocês (: Mas... Eu querendo ler.
O.M.G... Devo ressaltar que esse capítulo é o que antecede a separação dele - quando Edward vai embora? Aaaah... Precisava dizer isso rsrs. Mas é claro que, talvez eu terei que dividi-lo em dois. Tudo bem, né meninas?



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Um Dia Tudo Muda

Capítulo 16

                 O sol mais uma vez estava nascendo em Nova York, e cada raio desse sol entrava onde havia espaço, mas onde a dor e vazio está, a luz do sol não entra. E era assim que estava o dia na mansão de Edward e Bella. É claro que o sol penetrava pelas persianas, pelas paredes de vidro, mas era como se ele não estivesse ali, era como se a dor e o vazio se tornassem neblina, obscurecendo ele – o sol.

                  Uma decisão seria tomada hoje, mas disso, nem Bella nem Edward, que dormiam, estavam cientes. Essa decisão seria da própria Bella.

                  Acordar é muito diferente de querer encarar mais um dia; é simplesmente acordar – abrir os olhos – pois o sono já se foi, dando passagem para que os pesadelos que eles estavam vivendo no sono, se tornassem reais e se dessem conta disso. O pior em você acordar depois de uma noite de pesadelo, é você querer que aquele pesadelo não seja real, mas ai vem às evidências – como o aperto no coração e o vazio – e destroem toda a sua esperança de que hoje poderia ser diferente.

                    A realidade os machucava, pois eles não estavam acostumados com ela. Para Bella, ela havia vivido um sonho, durante os três poucos anos que teve a filha ao seu lado, e quando acordou desse belo sonho – no dia que Edward disse que o anjinho deles tinha ido embora – o mundo dela acabou, para ela não tinha como voltar para o passado – onde não tinha Elisa, e sim só ela e Edward –, não tinha, pois o futuro de Bella era ao lado dos dois amores da sua vida, mais um deles se foi sem dar a oportunidade dela se despedi. Como que a vida prosseguiria, sendo que o prosseguir, significa continuar e Bella não queria isso?

                    Hoje ela se levantou com a decisão, que não adiantaria de nada ela continuar naquele quarto – a não ser sofrer com as lembranças de um passado que não voltaria. É claro que ela não deixaria de vir ali, sempre, mas agora ela tinha que prosseguir com a sua decisão: iria voltar a trabalhar.

                  A dor consumia Bella até quando se levantava. Era um pesar sem igual em seu coração. Ela se sentou na cama, calçando o seu chinelo e passou a mão no rosto, sentindo a umidade que provinha de seus olhos. Chorar pode até aliviar, mas chorar significa o quanto à dor está presente naquele momento, mas quando não há mais lágrimas, vêm à hora de você pensar, e pensar, dando tempo para que mais lágrimas possam se acumular. Lágrimas não possuem um fim, assim como a dor.

                  Ela tomaria um banho ali, no banheiro da filha, se tivesse trazido uma muda de roupa para ela, e uma toalha do seu tamanho, e não as toalhas da Disney que era da Miney, com as orelhas e tudo... Bella respirou fundo, tentando não se lembrar do que cada objeto que era de Elisa, fazia, trazendo-a para o passado, que estava tão presente.

                 Não havia um dia, em que Elisa não tomava os pensamentos de Bella. Eram pensamentos e lembranças felizes, mas que se tornavam tristes, pelos simples fato de que ela sabia que essas lembranças seriam tudo o que ela teria daqui para frente.

                Ela atravessou o corredor, indo em direção ao ‘seu quarto’. Iria só pegar as roupas que ela precisava, uma toalha... E voltaria para o quarto da filha, para tomar um banho lá.

               Foi quando ela abriu a porta do quarto, mantendo todo o cuidado, pois ela viu Edward, deitado na cama, abraçado a um travesseiro. Ela não queria acordá-lo, mas foi inevitável não ficar admirando aquela imagem, que no ver de Bella, ela não tinha mais direito. Ela tinha o amor da sua vida ao seu lado, e ao mesmo tempo em que ela gritava internamente o quanto que ela precisava dele, era um grito mudo, que havia se transformado em afastamento. Um afastamento doloroso, mas que Bella via como sendo o melhor.

               Para a dor não há solução, não há cura. O amor é um sentimento tão intenso, que é capaz de afastar tudo o que traz dor, mas quando uma pessoa se agarra a dor, ao vazio – como era o caso de Bella – não há nada que o amor possa fazer. A solução é nunca desistir.

              Edward sonhava – abandonando involuntariamente o pesadelo que tanto o cercava, o pesadelo de perder de vez o amor da sua vida – pela primeira vez desde que o mundo caiu em cima dele.

              Era um sonho muito iluminado, no qual ele nunca tinha estado, mas o que importava era que ele estava com as duas mulheres da sua vida: Elisa e Bella.

             Mas lá no fundo, ele tinha a consciência de que aquilo tudo não passava de um sonho muito bom, pois era só o que ele teria. Lembranças, sonhos... E uma imensa vontade de fazer com que o amor da sua vida, voltasse a viver, voltasse a amá-lo. O afastamento era capaz de fazer isso, fazer com que Edward entendesse – de uma forma errônea – que Bella não o amava mais. Mas ele não desistiria, pois sabia que lá no fundo, de toda aquela dor que a puxava para o vazio, ainda tinha o amor deles, pois ambos prometeram que seria para sempre...

                O sonho era um pouco desconexo, mas não impediu Edward de se sentir ‘completo’ pelo menos no sonho.

                  Enquanto Bella se agarra a dor, as lembranças que ela não teria mais, Edward se agarrava a pensamentos e sonhos que ele queria que fosse real. Onde tudo estaria bem, onde nada havia mudado.

                 Bella seguiu para o banheiro do quarto, sabendo que o passado feliz fora perdido para sempre.

             Por que a força da água que caia do chuveiro não estava servindo para lavar a alma de Bella? Para tirar todo aquele sofrimento? As lágrimas começavam a rolar – enquanto a água caia na cabeça dela, se espelhando para o corpo – pelo seu rosto. Ela sabia que quando se perde algo que não se pode substituir, nada pode piorar. Elisa era insubstituível. E a saudade era dolorosa, pois ela jamais teria sua pequena nos braços, ela jamais voltaria a ouvir os risos de Elisa ecoando pela mansão, ela jamais ouviria a voz da sua filha.

                Edward se levantou, percebendo que ele só tinha tido um sonho. E ele se perguntava se hoje seria igual. Tantas perguntas, tanto em sua mente, tantas respostas que ele não conseguia encontrar.

                 Ouviu o barulho do chuveiro. Era Bella, disso ele tinha certeza.

                 Ele esperou pacientemente sentado na cama, até que ouviu o chuveiro sendo fechado. Ele ainda tinha esperanças de que hoje poderia ser diferente. Na verdade seria, mas não como Edward queria e pensava...

                 Bella fez a mesma coisa de dias atrás... Não levou a roupa para o banheiro, saiu enrolada na toalha. Percebeu que Edward já tinha acordado, e seguiu para o closet, e de lá ela só sairia se ele saísse do estado inerte em que ele se encontrava.

                  Ah tempos atrás – era difícil Bella pensar assim, mas a felicidade se foi dando lugar à dor, e parecia que fazia tempos – Bella teria ido até o marido, e o beijado, e se eles não estivessem prontos para irem trabalhar, aproveitariam um ao outro, aproveitariam do amor que os consumia. Mas infelizmente, o passado não volta. E querer voltar no tempo, era o desejo de ambos.

                   Quando Edward percebeu, que o hoje, que ele esperava ser diferente, não tinha passado só de um pensamento, que não se tornaria real. Doía ele perceber que ela não olhou para ele em nenhum momento. Para Edward, parecia que nada mais importava para Bella – ele não importava mais para Bella.

                  Edward se levantou, escovou os dentes... E foi para a varanda do quarto, desfrutar do calor do sol, mas esse calor, não era o mesmo que ele sentia uma falta imensurável. O calor que talvez, ele jamais voltaria a sentir...

                 Bella já estava quase pronta. Já tinha colocado seu vestido cinza que – vinha até o joelho –, agora faltava colocar o salto azul marinho que ela havia escolhido, e colocar alguma maquiagem – que aparentemente ‘levantaria’ o rosto dela, mas que não seria capaz de expulsar o vazio. Ela saiu do closet, e não viu Edward, foi até a cama, para colocar o salto, e quando foi colocar o cabelo que caia no seu rosto para trás, viu que ele estava na varanda: tão lindo, mesmo com aquele pijama, que Bella tanto reclamava, quando na verdade ela adorava vê-lo nele. Ela rapidamente desviou o olhar – que estava deslumbrando ela – quando Edward olhou para dentro do quarto, percebendo que ela estava ali, mais linda do que nunca, mas a dor e o vazio é algo que não se pode esconder.

                Edward em nenhum momento percebeu que ela estava arrumada para sair, ele só viu a beleza dela... Ele sabia que ‘não tinha’ mais a liberdade de dizer o quanto ela estava linda, e que talvez nem pudesse dar um ‘bom dia’, ou até mesmo um beijo, que ele tanto sentia falta, mas pelo menos puxar assunto podia, não podia?

               - Você vai sair? – Uma pergunta besta, mas ele não sabia o que perguntar para poder ouvir a voz dela.

                Bella teve que respirar fundo, para não ir até ele, e beijá-lo. Mas para Edward, essa respiração forçada que veio de Bella, era uma irritação pelo o que ele perguntou.

                - Vou! – Ela respondeu secamente, e quando colocou o salto, foi até onde as suas maquiagens estavam. Só queria fazer algo básico, e não olhar para os olhos de quem ela tanto estava fazendo sofrer.

               - Mas você tirou a bota ortopédica ontem. – Edward disse preocupado. Ele não poderia deixar Bella sair, ainda mais para onde ele não sabia.

              - E isso não me impede de ir trabalhar hoje, amanhã e depois... – Ela continuava sem encará-lo, e com a voz fria.

              - Trabalhar? – Edward perguntou confuso. Ele deveria estar feliz, pois Bella estaria saindo um pouco de casa. Era tudo o que ele queria e vinha tentando – mesmo que ‘um pouco’ fora de casa, fosse ao jardim –, mas trabalhar? Estava muito sedo para isso, nem ele mesmo pensou nessa possibilidade dele voltar a Construtora, quando Bella mesmo deu a ideia. Mas ele não voltou antes, por ela, pois sempre seria ela. Sempre seria Bella. Ele não queria deixá-la. Só que agora era diferente, ela que queria assim.

              - O quê? Não estou entendendo. – Bella disse criando forças para olhá-lo, e foi isso o que ela fez. – Não era você que queria que eu saísse um pouco de casa? Vou fazer melhor que isso. Vou trabalhar.

              Ela estava irritada com a contradição que Edward poderia ter a decisão dela, e acabou só por passar um batom nos lábios, e já ia em direção à porta, quando sentiu a mão de Edward em seu braço, impedindo-a de sair. Ele apertava, mas não estava causando dor.

               - Me. Solta. – Ela sussurrou pausadamente, olhando para a mão dele.

               - Sabe o que eu acho? – Era uma pergunta retórica, que Bella não precisaria responder com outra pergunta. – Que você me culpa pelo acidente. Sendo que nenhum de nós tem culpa.

                Era isso que Edward sentia, mas não sabia como dizer, como se expressar...

                 Bella não o culpava, e sim, se culpava – culpava a si própria. Só que ela não poderia dizer que toda aquela rejeição, era uma forma dela se martirizar, pois para Bella, era isso o que ela merecia.

                   - Parece que essa dor, está fazendo você ir embora a cada dia. E eu me sinto um inútil por não ser capaz de fazer nada. – Edward sussurrou, a poucos centímetros dos lábios dela.

              Bella não diria nada. Por não saber o que dizer, e porque aquela aproximação  estava desorientando ela.

                  Por que às vezes, escolhemos o sofrimento, o vazio? Não seria mais fácil, simplesmente escolher o que nos faz bem?

                 Edward queria encurtar aquele pequeno espaço que os impediam de se beijar. Mas não era o espaço que os impediam, era a mágoa, a mágoa que não deixava Bella viver, que consequentemente, não deixava Edward viver. Ele estava encurtando esse espaço entre os rostos deles, entre os lábios deles, e Bella sentia o halito inebriante, doce, que provinha da respiração irregular de Edward, e ela sabia, que ele sentia o mesmo. Mas ela não podia deixar isso acontecer.

                  E foi ai... Que ela se afastou, quando a mão de Edward – que estava segurando o braço dela – foi para o rosto dela.

                 Ela não correu simplesmente se afastou como era o que fazia desde que um pedaço do seu coração, partiu, indo embora para sempre.

                 Edward continuava parado, pois a rejeição de Bella era o mesmo que sentir e ver, um dia lindo de sol, com o céu azul, se evaporar, se transformando em um dia nublado e chuvoso. Edward se sentia assim, em um dia sem sol, em uma noite sem fim – uma noite dolorosa e fria.

                 Até quando ele aguentaria isso? Não era uma pergunta que ele se fazia, pois ele ainda não chegou a essa etapa: a etapa de desistir. A etapa, que Bella já tinha chegado, pois ela sim desistiu, mas desistiu de algo, que às vezes, não se tem volta... Ela desistiu do amor que os unia. É claro que o amor ainda continuava nela, mas era algo tão fundo – soterrado na escuridão da dor dela – que Edward não conseguiria chegar até lá, pois talvez, só talvez, ele poderia ser contagiado pelo mesmo mal que Bella sofria. O mal de querer se apegar ao vazio e a dor, o mal, de não querer esquecer o bem mais precioso que ela tinha.

                  Bella só pegou a sua bolsa, e saiu, sem olhar para trás.

                   Ela já se sentia culpada, não queria se sentir ainda mais, por ver nos olhos de Edward, a dor que ela estava lhe causando. Ela não queria que o amor que Edward sente por ela, acabasse, mas talvez assim, ele não amando mais ela, ele não sofreria mais. Mas o que Bella não sabia, era que se isso acontecesse, ai sim, ela saberia o que seria vazio, pois ela só tinha a outra parte de seu coração, se Edward fosse embora, ela não teria mais nada.

                   Ela queria gritar que precisava dele, mas seria um grito mudo, pois a dor a sufocava mais e mais a cada dia.

                  Bella se deu conta, de que seu carro... Não estava mais ali... E que ela não conseguiria dirigir, pois isso só a faria se lembrar do que ela não fez pela filha.

                   E foi um taxi que a livrou da ‘solução’ de pegar outro carro da garagem.

                    Edward se sentiu desolado ao ver pela varanda do quarto, Bella saindo de casa. Era isso que ele queria, não era? Mas não dessa forma, não da forma rude que ela interpretou a preocupação dele; não da forma fria, que ela tratou o amor dele. Não era assim que deveria ser


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Notas finais do capítulo

O que acharam?
Deu pra dar uma entendida no que Bella acha que é o certo? E Edward? Aaawaaan )':
Tem vezes que me arrependo de ter planejado essa Fic, por causa de todo o sofrimento e tal... Mas só quero que de verdade verdadeira, vocês possam me entender...
Beeijo!!!
PS: Creio eu, que demorarei agora para postar o próximo ): É a culpa da escola. Okey, estou exagerando, mas é a pura verdade... Vou ter provas, tenho trabalhos pra fazer... E isso me deixa louca, pois eu fico adiando...
Já disse que amo saber o que vocês pensam? Então... Herdei esse dom do Edward # Mas em tese!
Reviews? Recomendações?...