Californication escrita por Cibelly H


Capítulo 1
Bahamas.


Notas iniciais do capítulo

Bem vindos a minha mais nova comédia romântica :3 É minha primeira onde utilizo ships de Percy Jackson, então vamos lá.



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"Não é o perfeito, mas o imperfeito, que precisa de amor."

Oscar Wilde

                                 24 de Dezembro




— As coisas que duram sempre me atraíram. — respondo indiferente a pergunta de Luke.

Não estamos brigando e eu não quis dar uma indireta, mas a pergunta dele me apunhalou. Luke devia me conhecer bem ao ponto de saber porque eu sempre quis ser arquiteta. Ele deveria conhecer cada curva da minha alma, cada célula em meu corpo e cada fiasco da minha mente. No entanto, ele está perguntando uma coisa tão óbvia sobre mim.

— Eu sei, gênio — meu gênio. Luke começou a me chamar assim muito antes que eu pudesse impedi-lo, ainda na escola. Agora só soa doce para mim — o que eu quis dizer era se você nunca pensou em... Ser outra coisa. Ter outra vida.

Sou pega de surpresa. Ninguém nunca me perguntou algo dessa natureza antes — as pessoas não costumam procurar mais de mim depois que me conhecem o suficiente. Elas me veem como algo transparente e calmo. Como um oceano cristalino sem ventania.

Elas sempre se enganam. Mas Luke é diferente por sempre ter visto algo mais em mim. Um lampejo de alguma coisa que ele busca até hoje.

Suspiro e coloco minha mente para funcionar. Meus últimos três projetos vem a minha mente e me deixo fluir por ângulos, padrões, traços até me perder em linhas e graus. Colunas gregas, dispersas e imponentes, me lembram de musas com liras e coroas de flores e louros. Quase posso me ver desenhando templos de deuses e lendo histórias sobre ninfas e heróis.

— Aqui não. No tempo onde estamos, só quero criar coisas que marquem pessoas, e não vejo algo tão durador quando prédios. Mas, se eu pudesse ser outro alguém eu outra época eu seria uma filósofa ou uma escritora grega. — digo num tom sonhador.

Luke me puxa para mais perto e beija o topo da minha cabeça. Seus olhos azuis são filhos da água que cerca a ilha particular que estamos agora nas Bahamas. Ele é mais que lindo, isso é óbvio. Ele pode me dar uma vida perfeita, isso é óbvio. Ele me ama, isso é óbvio.

Mas eu nunca planejei isso, é o que ninguém sabe.

Em meus planos eu me formaria, entraria para minha faculdade dos sonhos e então finalmente seria a arquiteta que sempre quis ser. Eu teria liberdade para criar o que sempre quis criar e então, depois de anos de excelência profissional e viagens por todo mundo, talvez eu encontrasse alguém que de alguma forma transformasse minha vida em um sucesso completo, na medida da possibilidade humana.

Mas Luke não é assim. Ele nunca foi. Desde o dia em que nos conhecemos ele só me puxa para ele e não consigo resistir. É como uma valsa e meus pés estão doendo, mas eu não posso parar de dançar.

Ele começa a brincar com uma mexa loira do meu cabelo.

— Preciso voltar para Nova Iorque — diz.

Levanto uma sobrancelha.

— Luke, chegamos aqui há três dias.

Ele morde o lábio.

— Tenho coisas pra resolver.

O observo incrédula.

Estamos no natal! — quase grito.

— Prometo que é para o nosso bem — seus olhos varrem meu rosto em busca de alguma coisa.

Engulo em seco e assinto. O pai de Luke é dono de uma das maiores companhias de entregas do mundo e há um ano, quando Luke saiu da faculdade, ele começou a ingressar na empresa. E desde que isso aconteceu ele está mais ocupado do que nunca.

Ele me beija suavemente e se levanta do sofá.

Sei que, mais uma vez, a cidade vai ganhar de mim.

Por que essa é uma coisa marcante sobre Luke: nada o pode impedir quando ele quer fazer alguma coisa. Isso seria até charmoso se eu não fosse o “nada” em questão.

— Luke — eu o chamo antes que ele não possa mais ouvir.

Ele para e vira a cabeça levemente em minha direção.

— Eu gostaria de ficar — digo.

— Você sabe que eu ficaria se pudesse — é o que diz.

Não. Você não aguentaria mais nenhum segundo sem Nova Iorque, Luke.

— Estou perguntando se você me deixa ficar aqui. Sozinha.

Ele franze o cenho.

— Não vai comigo para casa?

Mordo o lábio, um tanto culpada. Eu não deveria ficar tão defensiva em relação a Luke — ele era meu namorado há tanto tempo quanto consigo me lembrar, desde a escola. Algum dia provavelmente casaríamos e então formaríamos uma família.

Provavelmente casaríamos. Esse pensamento me abala profundamente. É óbvio que já pensei em casamento antes, mas confesso que nunca pensei o quão cada dia estava próximo do inevitável. Estamos formados, trabalhando, e ficamos mais velhos a cada dia.

Alguma hora Luke irá me pedir em casamento.

Estou morrendo de medo que isso aconteça.

— Eu... Eu quero ir pra casa. É, preciso de uma Starbucks. — é o que digo.

Ele dá um meio sorriso.

— Essa é a minha garota nova-iorquina.



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Notas finais do capítulo

Boa o suficiente?



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