Naquela manhã quente, no fim do verão, Rony levantou-se da cama parecendo muito feliz. Queria aproveitar o máximo daquele dia para preparar tudo pro encontro que teria mais tarde com Hermione.

                Não tinha visto Harry se levantar, talvez já fosse tarde, pois havia demorado muito pra dormir, pensando nela... Ele a amava demais, e queria resolver tudo de uma vez.

                Olhou no relógio e viu que não era muito tarde, mas pensou que todos já estavam na cozinha para tomar café. Então desceu.

                Quando chegou à cozinha, todos estavam sentados a mesa, como imaginou Rony, mas havia algo diferente naquela manhã. Tudo parecia mais bonito, colorido... Parecia que o espírito pós-guerra tinha finalmente desaparecido por completo.

                É claro que Rony sabia que jamais a morte do irmão seria esquecida, assim como todas as outras, mas queria que essa nova fase da sua vida começasse bem, com alegria somente.

                - Rony, o que foi que houve? – perguntou a Sra. Weasley – Porque demorou tanto pra descer? Esatava quase mandando Hermione ir lá te acordar. Sente-se, já vou servir o café.

                Porque eu não continuei na cama por mais cinco minutos, talvez Hermione subisse pra me acordar...

                O cheiro da comida estava maravilhoso, e tudo parecia muito normal, menos o humor de Hermione e Gina que estava completamente renovado. As duas conversavam animadamente à mesa ao lado de Percy que lia o jornal. O Sr. Weasley, com uma expressão séria no rosto, dizia algo à Ândromeda que parecia ser importante, pois estava absorto demais pra responder o “Bom Dia” que Rony lhe deu.

                Hermione não tinha sido grosseira nem uma vez desde que Rony chegara e até respondeu o seu cumprimento com um pequeno sorriso no rosto. Ela também não tinha conseguido dormir direito, pois Rony não saia de sua cabeça. Estava pensando no que ele diria a ela mais tarde, naquela noite.

                Só quem parecia meio estranho era Harry, que se sentia nervoso em saber que estava sendo um covarde em enrolar para falar com Gina.

                - O café está servido! Bom apetite. – dizendo isso a Sra. Weasley fez aparecer o café, muito apetitoso por sinal, e logo se sentou e todos começaram a comer.

                Durante um tempo, só o que se ouvia era o barulho dos talheres sendo arrastados nos pratos.

                - Papai, fiquei sabendo que o ministério está recrutando algumas das pessoas que lutaram em Hogwarts para o treinamento de Auror mesmo não tendo tirado notas suficientes nos NOM’s. É verdade? – perguntou Percy, que desde a batalha, não havia pisado no ministério.

                - Sim, é verdade filho e obrigado por me lembrar. Essa é uma grande oportunidade pra você Harry. Soube que a sua ambição era se tornar um Auror. Não gostaria de se alistar? – disse animadamente o Sr. Weasley.

                - Mas é claro que sim! – disse Harry, entusiasmado – E como eu faço pra me alistar? Posso começar o treinamento mesmo voltando à Hogwarts?

                - Acho que seu nome é um dos primeiros da lista, Harry – disse Percy, olhando para ele por cima do jornal – E acho que o do Rony também. Porque não tenta, maninho?

                - Eu acho uma ótima ideia, mas vamos nos focar no café da manhã, afinal saco vazio não para em pé. E você, Harry se continuar magro assim, nunca vai ser recrutado – falou a mãe de Rony, na ponta da mesa e imediatamente todos, até o Sr. Weasley, voltaram a comer.

                Depois do café, todos ainda estavam sonolentos e de barriga cheia, mas ainda tinham que arrumar seus quartos, então subiram para começarem seus afazeres

                - Harry, preciso te falar uma coisa – disse Rony, timidamente – Eu convidei a Mione para um encontro hoje, e o primeiro lugar que pensei em leva-la foi na sua casa, no Largo Grimmaud. Aproveitando que o monstro está mais bonzinho do que nunca e fez uma limpeza enorme lá. Você se incomoda de me emprestar? Prometo que será bem rápido. – finalizou.

                - Claro que não me importo. A casa é todinha sua. Afinal de contas o que você vai fazer? – Harry disse.

                - Pelas barbas de Merlin, não tinha pensado nisso! O que faço agora? – Rony entrou em pânico.

                - Calma, vamos terminar aqui e eu chamarei o Monstro e pedirei que ele faça um jantar bem legal pra vocês – disse o amigo.

                - Não seria melhor se fossemos até lá? Não quero que ela perceba que chamei Monstro, quero que seja uma surpresa – Rony estava envergonhado.

                - Por mim, tudo bem! Vamos então, seremos rápidos, assim ninguém vai perceber nossa ausência – Harry arrumou a gola da camisa e de repente desapareceu. Rony foi logo atrás.

XXX

                - Ah Gina! Estou tão nervosa, não sei o que dizer, o que vestir... Esse encontro vai ser um fiasco, e dessa vez por minha culpa – choramingou Hermione

                - Calma, Mione! Eu vou te ajudar. Vou te maquiar, te emprestarei um vestido... Confie em mim. É só você ficar tranquila que tudo sairá bem – falou a amiga, calma.

                - Tudo bem, vou tentar – prometeu Hermione.

                - Então, por onde começamos? – Gina sorriu e pegou um vestido lindo de seda rosa, com pequenas rendinhas pretas na barra – Acho que essa ficará perfeito em você – disse entregando o vestido à amiga – Experimente, quero ver como fica.

XXX

                Assim que anoiteceu, Harry e Rony desceram. Rony esperava Hermione para irem juntos até o Largo. Ele estava perfeitamente arrumado. Usava calça social preta, com uma camisa branca do mesmo tecido e uma capa comprida, pois apesar de estarem no verão, naquela noite, fazia frio.

                Os dois estavam distraídos conversando, quando ouviram um movimento atrás. Quando olharam, se depararam com uma Hermione deslumbrante. Harry pensou nunca ter visto Hermione daquele jeito e percebeu, para sua alegria, que Rony estava sem palavras.

                Ela vestia um vestido que parecia ter sido feito especialmente para ela. Estava com os cabelos, que já não eram mais tão expressos e armados como antes, soltos, caídos nos seus ombros. Sua maquiagem era bem discreta, mas sua beleza estava ofuscante.

                - Hermione, você está linda! – Harry disse finalmente

                - Obrigada Harry. Vamos então Rony? – perguntou Mione.

                Rony, que parecia em transe, se limitou a sacudir a cabeça em aceitação e juntos eles aparataram.

                Quando chegaram ao Largo Grimmaud, havia uma mesa muito bonita posta na cozinha. Tudo estava perfeitamente limpo e agradável. Rony puxou uma cadeira para Hermione sentar-se e logo depois se juntou a ela.

                Por alguns minutos os dois fitaram os pratos em silêncio, então Mione tomou a iniciativa:

                - Então Ronald, você me chamou aqui pra não dizer nada? Afinal, será como das outras vezes, só que agora com hidromel pra brindarmos a sua falta de coragem? – tinha a intenção de provoca-lo para ver se surtia efeito.

                - Vamos fazer o seguinte Hermione? Eu falo e você escuta,  ok? Depois que eu disser tudo, aí você pode dizer o que quiser – ele respirou e continuou – Não te chamei aqui pra te fazer de boba não. Te chamei aqui pra dizer o que estou sentindo, o que não aguento mais guardar dentro de mim.  Primeiro, gostaria de te pedir desculpas por todas as vezes em que fui grosso com você, te maltratei, desconfiei e briguei, fico muito arrependido toda vez em que penso o quão burro eu fui pra te fazer sofrer. Me perdoa, por não perceber que toda vez que fazia uma besteira, você sofria. Por não perceber os seus sentimentos por mim e não demonstrar os meus – estavam muito próximos agora e Hermione ouvia atentamente o que ele dizia. Então tomou fôlego e prosseguiu – Também quero que saiba que desde aquele nosso beijo, não consigo te tirar da minha cabeça e a cada dia que passa estou mais apaixonada por você – Rony não podia acreditar que aquelas palavras tinham saído de sua própria boca. Finalmente! Finalmente eu consegui.

                Hermione ficou parada por um instante, olhando intensamente em seus olhos e logo depois, sem dizer uma palavra sequer, pulou em Rony e lhe deu um beijo.

                Para os dois, aquele beijo foi envolvente, doce e apaixonado. Ficaram um tempo com as bocas coladas se querer soltar tamanha era a empolgação. Puderam sentir que a partir daquele beijo as coisas iam mudar.

                - Eu te amo Rony! – disse Hermione

                Rony a beijou novamente, com o sentimento de que queria que aquele momento nunca terminasse. – Eu também te amo e muito! – disse feliz.

                E aproveitaram o jantar, conversando, rindo e principalmente curtindo a companhia um do outro.