Love And Future Paths escrita por Viviane Oliveira


Capítulo 6
Capítulo 6




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Yuri acaba adormecendo, de tanto esperar por algum sinal de lucidez vindo de Layla. Apesar de não parecer, dormiu pesado, o que dificultou sua percepção de movimento ao seu redor, não o deixando sentir a presença de um certo alguém na enfermaria. Este, sorrateiramente, deixou um bilhete na mesinha ao lado da cama de Layla. Yuri acordou momentos depois, ao ouvir Layla chamando pelo seu nome, de madrugada.

- Oi... - disse ela, ao ver que ele havia acordado por completo e a fitado. Sabia exatamente o que tinha acontecido, apesar de bêbada, há algumas horas.

- Como se sente? - perguntou ele.

- Com dor de cabeça, nada demais... - respondeu, sentando-se na cama.

- Não é necessário se levantar agora - Yuri antecipou, antes mesmo de Layla fazer qualquer outro movimento que insinuasse sair da cama. Disse isso em tom mais sério, sem fitá-la.

- Não irei... Por que o...?

- Tom seco? Suponho que você saiba por quê. - Yuri respondeu mais alto, como se a acusasse... Antecipadamente. Layla suspirou.

- Claro. Quer que eu lhe conte o que houve...

- Adoraria - respondeu de imediato - Isto é, se você se lembrar.

- Até poderia fingir que não me lembro - disse ela. "Até gostaria de não lembrar...", pensou - Mas não farei isso.

- Ótimo - disse ele, mais frio do que já estava. Não podia acreditar que Layla havia cogitado não lhe contar a verdade, mas, enfim, não disse nada - Então, pode começar.

Layla respirou fundo e começou a contar o que lhe havia acontecido há algumas horas, logo depois da peça, em detalhes. Não olhou para ele diretamente em nenhum momento, mas percebia que, a cada palavra que dizia, Yuri cerrava ainda mais os olhos e apertava os punhos, tamanha fúria que crescia dentro dele. Ele não podia acreditar no que ouvia e a tentativa de calmaria misturada com o receio de Layla o irritava ainda mais. Como ela podia estar calma? Mas foi então que ela chegou na parte em que sabia que Yuri explodiria. O beijo, seguido do tapa, foram demais para ele. Soltou uma exclamação, levantou-se da cadeira em um salto e virou-se de costas, prestes a ir embora. Layla parou imediatamente de contar sobre o ocorrido e tornou a olhar para ele, mesmo estando de costas.

- Yuri, por favor, acalme-se - disse Layla, ainda receosa.

- O que posso fazer...? - disse ele em um sussurro sombrio, o qual fez Layla hesitar um pouco. Logo em seguida, ele retomou a fala em um tom extremamente alto, revelando sua impaciência, seu inconformismo e sua fúria - O ciúmes fala mais alto! MUITO mais alto!

- Eu fui forçada a isso, Yuri! Jamais pensei em...!

- Será que foi mesmo...? - ele a interrompeu, novamente em um tom baixo, virando-se de lado. Ela hesitou mais. Sabia que a reação de Yuri não seria outra, mas a desconfiança dele a afetou mais do que pensara que poderia afetar.

- Não... confia... Você não confia em mim... - disse ela, bem baixo, agora o fitava - Eu fiz o que pude! Tudo o que pude!

- Acontece, querida Layla - ironizou ele - que até de tapas eu tenho ciúmes!

Layla se lembrou do dia em que deu o tapa em Yuri que custaria a saúde do seu ombro. Arregalou os olhos. Não podia acreditar. "Ele só pode estar brincando... Aquele... Aquilo foi significativo, afinal...?", pensou ela.

- Ótimo... Ótimo! - Layla indignou-se - Queria que eu não desse o tapa?! Queria que eu o deixasse fazer o que bem entendesse e...?

- Pare, Layla... - interrompeu-a Yuri, angustiado - Chega.

Layla parou de falar. Continuava a fitá-lo, mesmo sem receber o mesmo olhar em troca. Apoiou-se na cama e colocou suas pernas para fora da mesma, para fitá-lo de frente. Yuri apenas virou a cabeça para o outro lado.

- Eu te disse tudo... Contei tudo a você! Tudo! - disse ela, encarando-o - Eu podia mentir, podia fingir que não me lembrava... Podia fugir daqui, mas não o fiz! Mesmo assim, você prefere não confiar em mim...

- Quanto a essa afirmação que está fazendo agora, eu responderei mais tarde, Layla. Posso me enganar profundamente se eu respondê-la no momento e não quero que isso aconteça - disse ele enfim, porém ainda muito frio - Além do que, eu...

Yuri não terminou a frase. Ao virar sua cabeça para o lado, deparou-se com o bilhete na mesinha ao lado da cama.

- O que foi? - disse Layla, um tanto baixo. Olhou para cada movimento de Yuri, vendo-o apanhar o bilhete e o ler.

- "Vamos terminar o que você começou e não conseguiu terminar. Venha ao palco do Kaleido imediatamente após ler esse recado" - Yuri leu em voz alta, com um tom de desprezo na voz.

- Mas... O quê...?

- Não assinaram, mas você com certeza sabe de quem se trata, não é mesmo? - indagou Yuri, sarcástico, porém, com uma certa censura na voz.

- Por que eu saberia nessa situação? Por que SÓ eu saberia?! Acho que é bem claro o autor desse bilhete, não? - Layla disse, nervosa, demonstrando, porém, irritação e indignação. Yuri virou-se de costas e começou a andar em direção à porta.

- Ótimo. Então não preciso explicar para onde estou indo - disse ele.

- Espere um momento! - disse Layla, levantando-se rápido da cama e aproximando-se de Yuri, o qual apenas parou de andar. - Por que vai até lá? PARA QUE vai até lá?!

- Acertar as contas, é claro. - Yuri disse com indiferença - Ele me deu a oportunidade mais perfeita que poderia ter existido.

- Oportunidade?!?! Você deveria confiar em mim, Yuri! - gritou ela. Já não aguentava mais o cinismo de Yuri e a sua própria raiva.

- Já disse que isso eu vou responder depois, Layla. Não insista nesse assunto, especialmente agora.

- E quando vai me dizer?! Quando tudo de bom tiver sido apagado da minha memória?!? É isso que você quer?!

Yuri não disse nada. Apenas continuou a andar.

- Irá se rebaixar a ele, então!! - berrou ela da sala, concluindo o que tinha a dizer - Meus parabéns, Yuri! Conseguiu! CONSEGUIU!!

Layla se segurou para não pular em cima de Yuri ou fazer algo pior, voltando a se sentar na cama do quarto.

"Yuri... Não acredito... Ainda não acredito...", pensava ela, durante alguns minutos. Ao se lembrar dos últimos acontecimentos, um outro sentimento tomou conta de si. Uma determinação envolta de raiva a mandou ir atrás dele... Deles. "Não sei o que pode acontecer, não quero nem pensar. Mas não posso permitir que isso continue. Chegou a hora de dizer o que devia ter dito antes... Aos dois", pensou ela, enquanto caminhava rumo ao palco do Kaleido, cerca de 20 minutos depois que Yuri a deixou ali. "Já basta".


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