É Só Mais Um Conto De Amor. escrita por ThataPattz


Capítulo 23
Capítulo 23: A Recaída.




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 Sabe,  Alice nunca foi muito de me encher a paciência, por isso não sou muito de reclamar da pequenina, mas nos últimos dias, ficar perro dela esta sendo a pior coisa do mundo. Em todos os passeios, em shoppings, ruas, museus, tem sido insuportável ficar perto dela. Por que? Bom, além do fato da menina não parar de me perguntar por que não volto para vocês-sabem-quem – e não é o Lord Voldemort… quem dera que fosse – ela tenta me aproximar dele a qualquer custo. No Luvre, me empurrou pra perto dele, e sem mais nem menos, começou a falar sobre as obras para nos dois, e então começava a dizer, enquanto observávamos quadros românticos,  que o amor é lindo, e que não a nada mais perfeito do que tal sentimento. Não, não vou descordar disso, mas se tem uma sentimento mais forte que o amor, é o ódio, a decepção  , os únicos que conseguia sentir por ele agora, os únicos que foram causados pelo amor que senti por ele.

 Passei duas noites acordada até agora, rezando para que esse viagem acabasse logo e então voltasse para minha pequena e nublada Forks, acabar com o sofrimento que é ter que ficar ao lado dele, sabendo que não era mais do que mais uma. Por um momento, o que Edward entrou em meu quarto e sussurrou em meu ouvido, senti mesmo que era verdade., mas a história da moeda, o jeito como ele falou sem pensar e mesmo acidentalmente, agiu como se eu fosse um objeto, foi tão forte, e tão doloroso, que não ainda não sei como reagir.

 Nunca fui boa em reações em relação a perdas, nunca mesmo, por exemplo, no ano em que perdi minha avó, chorei por 6 meses, e eu nem falava muito com ela, só era estranho, perder uma pessoa que, mesmo sem ter muito contato, eu amava, era como perder um pedaço de mim, e agora a ideia de que todo esse romance de –no caso- inverno, destruirá completamente minha relação com meu Topetudo. O apelido me fez lembrar de todos nossos momentos juntos, todas as brincadeira, provocações com Rose, guerras de bola de neve, cortar cabelo das Barbies, e até mesmo de quando saiamos pra passear na pequena floresta a frente de casa, e de repende um tacava lama no outro e mais uma guerra acontecia. Ele era mais do que um amigo, ele era da família, era um irmão, e tínhamos um amizade tão bonita, que deveria ter uma lei para que não acabasse.  Sempre soube que essa aproximação de amantes não daria certo, mas não me importava, estar com ele, ser dele, era algo que eu sei que nunca mais sentirei, se não for com ele.

 Esse era o final, o final que nunca esperei que aconteceria. O final que nem eu, nem ele, merecia.  Sei que ele não merecia, não o odeio, odeio o que ele disse, odeio o que sou pra ele realmente, mas nunca odiaria ele. Devo tanto a ele que nunca me perdoaria se o odiasse algum dia. E mesmo sendo o final, não guardarei a má lembrança de minha ilusão, lembrarei dele como ele era. Único. Edward – ai – era nada a mais, nada a menos que único. Era o único que poderia me entender completamente – até nesse momento sei que ele me entende -, o único que um dia amei, o único que sei que sempre amarei.

Agora era 13:00 no único dia ensolarado de inverno em Paris. Todos desceram para o almoço, eu não tive forças. Não tive forças para me levantar, pra ser arrastada por Alice e Rose, e principalmente, de olhar para Edward. De passar um tempo com minha família, fingindo que estou bem, quando todos já sabem que não estou. E então olharia para baixo, para os lados, continuar quieta, responder tudo com a cabeça mexendo para os lados ou para cima e para baixo. E com o fato de eu ser uma péssima mentirosa, só seria desconfortável para os outros.

 Lembrei-me do real motivo da minha vinda a Paris. A fuga de Tanya. Isso não era mais necessário agora, por que não pedir ao papai para me deixar voltar pra Fork antes? Não, muita falta de respeito com os outros, a final, Carlisle e Esme, foram tão hospitaleiros e Rose e Jasper, ainda era divertido passar tempo com eles. Eu só teria me afastar de Alice, e consequentemente, de Edward.

 Perto das 15:30 eu já tinha tomado banho e decidi descer ao hall, visitar uma livraria que ficava na rua do nosso hotel. Caminhei sobre a calçada e então percebi que o universo enviou todos os casais apaixonadas em minha direção. Para evitar lembranças, abaixei a cabeça, o que só piorou.

 Senti Edward passando a mão lentamente por minha nuca, e então percebi que eu era quem fazia tal ato. Minhas mãos passaram da pele aquecida por meus cabelos e o grande casaco, para meus lábios, senti meus olhos fecharam involuntariamente e então Edward tocou seus lábios nos mesmo. Por incrível que pareça eu não me preocupava em esbarrar em alguém ou em ser vista, eu continuava com a cabeça abaixada, ninguém me veria. Edward deslizou sua mão por meu corpo e então pousou-as em minha cintura, eu apenas cruzei meus braços a frente do meu corpo para sentir suas mãos e impedir seus polegares de acariciar o final de minhas curvas. Edward. Foi a última coisa que conseguir pensar antes de sentir a batida de meu corpo contra um poste. Quer dizer, acho que era um poste.

 Ainda desnorteada, ouvi algumas risadinhas vindo de um grupo de garotas que tomavam chocolate quente – pelo cheiro era notável a tal bebida – na cafeteria ao meu lado direito. Uma mão se estendeu, e soube que era um mão feminina pelas grandes luvas vermelhas de couro. Quando me levantei pude ver o rosto da mulher. Tanya.

 - Que saudade de você, Bellinha! – Disse ela entusiasmada.

 - Tanya… – Um sussurro saiu de mim, e então senti o medo em minhas veias.

 - Não precisa ter medinho, Bells. Eu só quero conversar com você.

 Sem mais nem menos, sai correndo na outra direção, a qual eu vinha caminhando. Meu desespero em olhar naqueles olhos era grande mais para continuar para “conversar” então trombei em alguém.

 - Bella. – Disse Edward. Ótimo.

 - Desviei dele e então lembri que a cafeteria ficava depois da livraria, então atravessei a  rua sem pensar duas vezes, quase sendo atropelada e com certeza sendo xingada em francês.

 - BELLA! – Gritou Edward, senti um pouco de preocupação em sua voz mas não parei. Como são largas essas ruas.

 Meu rosto bateu contra o chão de lado, e só então percebi que havia tropeçado no degrau da outra calçada.

 - Bella, você está bem? – Eu tenho mesmo que responder a isso?

 Edward pegou minha cintura e então me sentou no chão, se agachou a minha frente e tirou o cabelo de meu rosto. Vi sangue em seus dedos agora. Coloquei a mão em minha testa e percebi a umidade que vinha do corte feito em minha testa. Do outro lado da rua, Tanya colocava um capacete, e sentava na garupa de um moto. Jake.

 - Bells, o que aconteceu? – Edward olhado tão preocupado que chegava a me dar dó, por ele não poder ajudar como realmente queria.

 - Tanya…Ela estava lá. – Apontei a onde nos encontramos e ele acompanhou meu dedo. – Disse que queria conversar e eu entrei em pânico. Eu não queria ter esbarrado em você, me….me desculpa. – Edward riu sem humor, mais sentindo dor mesmo.

 - Sei que não queria esbarrar em mim, a três dias evita isso.

 - Desculpe. – Menti. Eu não me desculpava de verdade, se me desculpasse, teria de ficar mais perto dele agora.

 - Vai precisar de um curativo aqui.

 - Não devia ter vindo atrás de mim. – As palavras escaparam, mas não escaparam por que essa era a verdade dentro de mim, era porque nunca gostei de parecer fraca a ninguém. Sabia que Edward levaria para a primeira opção a cima. Ele abaixou a cabeça e passou uma mão por minha cintura,  trazendo-me para cima e me ponto de pé.

 - Tem muitas coisas que eu não deveria ter feito. – O que ele quis dizer com isso? Que ele não deveria ter começado o namoro comigo? Que nós não deveríamos ter feito sexo? Que ele não deveria ter destruído nossa relação? Que confuso. Minha expressão foi indiferente ao meu pensamento, e então Edward riu. – Isso pode doer um pouco. – Ele apertou mais minha cintura e então me ajudou a andar de volta ao hotel. Com uma mão tentando estancar o sangue em minha testa e a outra apoiada no ombro de Edward. Ele tinha razão, isso doía, percebi que mais coisas tinha sido machucadas em meu corpo por causa da queda, talvez um osso quebrado ou apenas estava dolorida mesmo. Não me importei, porque mais um vez estavas nas mãos dele, estava sendo protegida por ele.

 Com todo cuidado, Edward me conduziu a enfermaria do hotel, onde falou com a enfermeira em um francês fluente, tinha me esquecido que ele optou em fazer essas aulas na escola, enquanto eu escolhi o espanhol. Ele disse que a enfermeira iria tirar alguns raios X do meu corpo então precisava tirar a roupa. O problema era que qualquer movimento de braços me machucava muito.

 - Posso te ajudar? Você não vai ficar completamente nua…se quiser… – Edward Cullen ficou sem graça?! Por que eu estou sem uma câmera?

 - Ta bom. Vamos acabar com isso logo. – Tentei parecer indiferente, mas sentir Edward tirando minha roupa…bem eu sabia que ia me trazer mais lembranças.

 - Ta legal, então. – Ele respirou fundo e então se aproximou.

 Suas mãos levantaram meus braços doloridos lentamente, um de cada vez, assim ele teria mais facilidade em tirar minhas mangas, e então desabotoou a camisa para conseguir tirar o resto. Estava só de sutiã agora, e ele agora abriu o botão e o zíper de minha calça, se colocou de joelhos na escadinha que daria na maca em que eu estava sentada e  então levantou uma de minhas pernas, doeu um pouco mais porque tive de me apoiar em um braço para que ele conseguisse tirar a calça de baixo de minhas coxas e tudo mais. Mas com a ajuda dele, tudo doía menos do que doeria se eu fizesse sozinha. Ele repetiu o ato com minha outra perna e então se levantou. A enfermeira disse – e eu já sabia disso – que eu teria de ficar apenas de calçinha. Edward me encarou e então engoliu o seco. Isso seria realmente desconfortável, mas ele continuou. Aproximou-se mais ainda, e se encaixou entre minhas pernas, passando suas mãos por minhas costas tentando achar o feixe da peça, por mais que ele tivesse já total visão de minhas costas inteiras. Ele não parou, então percebi que aquilo já era uma caricia. Ouvi sua lenta respiração e meus olhos se fecharam novamente. Um lagrima escorreu por meus olhos e então senti um pingo cair em meu ombro. Não era só eu que chorava ali. Edward limpou a gota de minha pele e então abriu o feixe, deixando a peça ainda lá, para que eu tirasse quando tivesse em fazer as tais fotos.

 Ele demorou mais um pouco para se afastar, e então soube por que. Ele estava com os olhos avermelhados, por segurar suas lágrima. Com muito esforço – e dor – segurei-o antes de se afastar, segurei-o com as duas mãos, que pousaram sobre suas bochechas quentes. Ele sofria, sofria tanto que não conseguia mais olhar para mim, e ao fechar seu olhos, três gotas escorreram até meus dedos. Limpei a parte úmida com meus dedões.

 - É minha culpa. Eu sei. Me desculpe – Eu não sabia do que se tratava, mas deixei-o falar. – Sei que fui um merda pra você, Bells, e eu não te culpo por pensar assim, você tem razão, era loucura, mas agora não dá pra parar de te querer…me desculpa. – Ainda não entendi muito bem, mas mesmo assim, não me importei. Ver Edward sofrendo doía em meu coração, principalmente, porque eu causei tal dor nele. Ele tentou escapar de meus braços mas o segurei com mais forças, e por ver a dor que isso me causou, ele parou de tentar. Apenas me encarou, com um toque de dor em sua feição, mas também com paixão em seus olhos. Pisquei, e mais uma lágrima me escapou. Ele a limpou.

 E ao se aproximar, o beijei. O beijei porque era isso que eu queria fazer. O beijei por que era o que precisávamos. Senti suas mãos em minha costas nuas e um arrepio me ocorreu. O mesmo arrepio de nossa primeira noite.

 Foi um beijo apaixonado, não só com amor mas também com desejo. Desejo de estar um com o outro novamente, de estar naquela cama novamente, de ser um do outro, mais uma vez.

 Toc Toc.


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