Eu me chamo Katniss, e tenho 16 anos. Moro em uma fazenda grande e ajudo meus avós e meu irmão nos trabalhos por aqui. Não tenho muito tempo para estudar, e nem muito dinheiro, mas toda noite vou a um curso perto de casa que é tipo uma escola. Sempre tenho boas notas e sou boa aluna. Mas sempre quis estudar em uma escola boa para poder me formar e ir para faculdade.

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Acordo de manhã cedinho como de costume. Iria começar uma nova jornada. Fui até meu guarda roupas e abri a porta, pegando meu uniforme de fazendeira. Teria que tirar leite das vacas, colher os ovos, e ainda preparar o café, e antes disso, limpar os estábulos. Abri a porta do meu quarto, e fui em direção a saída da casa.

A fazenda era imensa, e eu tinha que fazer uma bela caminhada para chegar no campo das vacas. Segurando dois baldes fui andando em passos lentos até o campo. Ao chegar, as vacas estavam pastando, e eu tinha que dar um jeito de pegar uma delas para recolher o leite. Amarrei a corda na cerca e me sentei no banquinho, então devagar, fui retirando o leite, e colocando nos baldes.

Ao encher tudo, com muita força de vontade, ergui os baldes e comecei a mesma caminhada até a casa. Finalmente cheguei, estava cansada e meus braços doíam. Coloquei os baldes sobre a pia da cozinha e fui colher os ovos. Dessa vez com uma sexta que era mais leve.

Cheguei no galinheiro e as galinhas já me encaravam, claro sabiam que iria retirar seus ovos, e cozinha-los. Então as distraí com um pouco de milho, e sem que percebessem fui retirando os ovos, e colocando na sexta.

Mais um trabalho feito, e voltei novamente para casa, todos os dias eram assim. Cheguei à cozinha dizendo:

-Ufa! Estou morta. -Reclamei um pouco, mais baixo para que meus avós não ouvissem.

Esquentei o leite, e fritei os ovos fazendo uma omelete, e fui arrumar a mesa.  

Após arrumar a mesa, coloquei o café da manhã também, e dei um grito:

-O vó o café ta pronto, venham comer. –Falei os chamando para tomar café.

Bom eu não ia esperar, fui me sentando e comendo. Pois tinha mais trabalho a fazer, daqui a pouco. Meus avós e meu irmão Cato se sentaram na mesa, olhei para eles e disse:

-Bom dia gente!

Meu irmão odiava ter que morar na fazenda, ele revirou os olhos e disse:

-Nunca estará bom. –Falou seco.

Fechei a cara e disse:

-Meu irmão um dia você terá que se acostumar. Eu sou mais nova que você e não reclamo. –Falei tentando fazer com que ele compreendesse.

Já meus avós queridos, falaram:

-Bom dia Katniss.

Todos terminaram de comer, e meus avós foram para cidade, onde eles trabalhavam. Minha vó era empregada, e meu vô era comerciante, vendia frutas e legumes, que tinha de sobra na fazenda. Já meu irmão Cato, ficava o dia inteiro trancado no quarto, pensando que tem boa vida.

E eu retirei a mesa, lavei a louça, sequei e guardei. Bom eu tinha que limpar os estábulos ainda, só para minha alegria. Ainda bem que o material todo já ficava lá.

Ao chegar ao pequeno estábulo, precário, tirei os três cavalos que tínhamos nas baias e os levei para o pasto. Enquanto isso rastelei as baias. Coloquei novos fenos, tirei a água suja e coloquei uma nova. Botei a ração e por fim, prendi os cavalos novamente. Fiquei feliz por terminar, então decidi ir dar uma volta á cavalo, fazia tempo que eu não montava. Peguei meu cavalo favorito, seu nome era Fire. Peguei o equipamento, e selei o cavalo. Em seguida o montei, e saí galopando pela fazenda. Fui até minha casa, e dei um grito na janela do meu irmão:

-Cato! Venha cá.  –Gritei o mais alto que pude, para chama-lo.

Ele abriu a janela com raiva e falou:

-O que você quer? –Falou com um tom de ignorância.

Bom eu já estava acostumada com o jeito dele, olhei para ele e disse:

-Desça precisamos conversar, vou selar um cavalo para você. –Disse eu, pois precisava ter uma conversa de irmã para irmão com ele. Mesmo eu sendo mais nova, pois ele tinha 17 e eu 16.

Ele com raiva, me olhou com uma cara e disse:

-Não obrigada! –Resmungou ele.

Eu olhei para ele com uma cara de raiva e disse:

-Eu estou mandando, desça já! – Gritei, alguém precisava ter autoridade sobre esse garoto, ele era um caso perdido.

Ele virou para tás, olhou para mim e falou:

-Ta bem, mas só hoje. –Ainda assim ele reclamou.

Então, ele montou no cavalo junto comigo, e fomos até os estábulos, onde eu iria selar um outro cavalo para ele. Finalmente chegamos, eu desci e ele também. Então ele pegou seu cavalo Ice. O selei e nos montamos novamente, saindo rumo, a onde se encontrava uma pequena cachoeira. Galopamos muito. Até que encontramos o local desejado. No caminho apostamos até uma corridinha, só para distraí-lo, e para que ele me achasse uma irmã legal.

Logo chegamos, descemos dos cavalos, e os amarramos em uma árvore. Nos sentamos na grama, e eu disse:

-Cato, um dia você terá de se acostumar com a fazenda, eu sei que é difícil, mas é a vida.

Ele me olhou com uma carinha tirte e disse:

-Eu sei Kat, mas eu não me acostumo, por mais que eu queira, meu lugar não é aqui.

Eu sabia que realmente era complicado, mas eu tinha que ajuda-lo era meu irmão, a vida dele. Eu coloquei a mão sobre seu ombro e disse:

-Eu sei.. Mas eu te prometo que um dia nos teremos uma vida muito melhor, na cidade grande como você quer.

Ele abriu um sorriso. Olhou para mim e falou:

-Eu espero que sim Kat.

Fiquei feliz com o que ele disse e o abracei, profundo, pois eu tinha dó do meu irmão, nossos pais haviam morrido, quando a gente ainda era criança, e meu irmão nunca tinha se esquecido daquilo. Eu só tinha mais uma coisa a falar. O olhei e disse:

-Cato, eu só te peço um coisa. Se comporte, e seja educado, com o vovô e com a vovó, eles te amam, mas você sempre, os trata mau. Só isso por favor. –Fiz uma carinha de cachorrinho, que acabou de cair da mudança.

Ele riu e falou:

-Claro Kat, por você hein! –Disse ele, com um sorriso.

Bom mas já estava ficando tarde e eu tinha que fazer a janta. Nos se levantamos da grama, e montamos em nossos cavalos. Então eu rindo falei:

-Quem chegar por último lava a louça. –Brinquei com ele, e bati em meu cavalo, que saiu em disparada, rumo a casa. Meu irmão, acelerou o cavalo dele e passou por mim dizendo:

-Você vai perder Kat. Vai lavar a louça, vai lavar a louça.

Eu e ele rimos, mas logo chegamos a casa. Bom eu havia chego por último, então lavaria a louça, como o combinado. Cato maldito, se livrou dessa. Antes de entrar, tiramos as selas dos cavalos, demos banho neles, e os deixamos nas suas baias devidas. Por fim voltamos andando para casa. Antes de fazer o jantar, fomos tomar banho. Nos trocamos, já colocando o pijama. Encontrei meu irmão na sala, olhei para ele e disse:

-Mano pode ver televisão, eu vou fazer o jantar.

Ele abriu um sorriso, dizendo:

-Ta bem Kat, se precisar de ajuda me chame. –Falou ele tentando me ajudar.

Eu olhei e disse:

-Ok mano.

Falei e segui rumo á cozinha. Ao chegar não sabia o que iria fazer de janta. Abri os armários, e vi que tinha macarrão e molho. Então peguei os ingredientes, coloquei em uma panela grande. E decidi fazer uma macarronada. Enquanto cozinhava, fui ver televisão com meu irmão. Não demorou muito e meus avós chegaram. Olhei para eles e disse:

-Boa noite, vovó e vovô.

Meu irmão me olhou, sorriu e disse:

-Boa noite, vó e vô. A Kat fez um macarrão que parece estar delicioso.

Eu sorri, ao ver o que meu irmão falou, realmente havia me surpreendido. Minha avó riu e disse:

-Que bom porque eu estou morrendo de fome.

Todos deram uma risada, e depois que meus avós tomaram banho nos sentamos na mesa para comer. Minha avó, pegou algo na bolsa dela. Olhou para mim e para Cato e falou:

-Bom crianças, eu sei que vocês cansam de ficar aqui na fazenda, não tem onde estudar, e eu sei que é difícil, e graças a minha patroa, eu consegui uma bolsa de estudo para vocês, na maior escola da Califórnia.

Eu e meu irmão sorrimos, e falamos juntos:

-Serio? Ai meu deus.

Abracei minha vó e meu vô, meu irmão fez o mesmo. Nunca estive tão feliz, pois eu só podia fazer um cursinho de noite, mas estudar no maior colégio da Califórnia, essa eu não esperava. Minha vó olhou para a gente e falou:

-Pois é, e as aulas começam amanhã, eu já comprei um pouco de material, lápis, borracha caderno, e vocês vão com as bolsas que tem. –Falou minha vó, animada, e contente pela nossa felicidade.

Eu sorri, e falei:

-Ta bem vó, bom então vou me deitar pois amanhã temos uma longa jornada, boa noite.

Dei um beijo em todos e fui para meu quarto, que eu dividia com Cato. Meu irmão falou:

-Eu também já vou me deitar, boa noite. –Falou ele se despedindo do meu vô e da minha vó.