NTS: Atos e Consequências escrita por iceecoffee


Capítulo 22
Reencontro


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora, espero que ainda estejam acompanhando a fic... Que a proposito está chegando ao fim... Bom... Obrigada a todos pelo apoio.
Musica:
Stop This Train - John Mayer



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POV Jade

Jade: Me largue quem quer se seja. - Falei, feliz por não emitir o panico que sentia nas minhas palavras.

Xx: Você não quer nem tentar adivinhar moça? - Moça? Eu posso sentir o riso irônico na boca de quem quer se esteja segurando meus braços e tapando minha visão. Moça? Quem me chama assim? De onde isso vem? Ele é americano, tem sotaque do Texas e um cheiro doce de alfazema. A voz é rude, grossa e distante em minhas memórias, quem a diz não tem um rosto, mas reconheço o cheiro. Eu já o vi em algum lugar, eu o conheço.

Jade: Não quero brincadeiras, quem é você? SOLTE-ME AGORA! - Exigi ficando furiosa, meus braços estavam presos a um dele mas minhas pernas estavam livres e as deles estavam a poucos sentimentos das minhas, provavelmente sou mais baixa no entanto, ainda sou extremamente forte, com a perna direita atingi a coxa direita com um chute preciso e muito forte. Ou se preferir, chame de coice violento.

Sorri satisfeita quando as mãos do ser não identificado escorregou pelo meu rosto para ir até a coxa do mesmo, enquanto ele rugia de dor.

Xx: Você continua agressiva moça. - Ele riu e então respirei fundo e virei, quando estupefata escancarei a boca. Um garoto loiro com franja, olhos azuis, sorriso brilhante, muito brilhante... Tão brilhante que estou certa que fez algo para deixa-los assim. Em fim... Ele me encarava com o rosto um pouco vermelho - Como eu disse, oláá ? - Chamou, despertando meus sentidos outra vez.

Jade: Você. Não. Disse. Olá! - Falei pausadamente, em parte pela raiva e surpresa e outra pela admiração daquele ser que mais parecia um anjo.

Ele não vestia nada mais que uma bermuda preta, e a luz do sol reluzia em sua pele branca, mas não tão branca, um tom de alguém que mora em uma cidade ensolarada e no entanto não gosta de praia, o que, pelas vestes dele, não parecia ser o caso. Os músculos bem definidos do braço estavam descobertos assim como o abdômen muito bem definido e o rosto angelical exibia um sorriso travesso. E todo aquele conjunto atraiu inúmeros olhares famintos.

Xx: Você não lembra de mim mesmo?

Jade: Não. - Falei ainda agora desviando os olhos dele e fitando o mar a minha frente cruzando os braços em seguida. Ele estava me deixando desconfortável com essas conversas... E esse corpo, e esse sorriso, e esse cabelo, e essa voz... Opa!

Xx: Bom, eu lembro de você... Você foi a garota que passou toda a oitava série brigando comigo enquanto qualquer outra adoraria ter a atenção que eu te dava.

Minha boca abriu e eu me esforcei para fecha-la.

Jade: Nick? O novato bonitinho de sorriso prepotente e atitudes irritantes? Uau, você continua igualmente insignificante . - E muito mais gato... Claro que ele não precisa saber disso.

Nick: Ainda acho que você tem uma quedinha por mim. - Ele riu - Aliás, eu sei disso, não precisa admitir! - Ele falou exatamente a mesma coisa de quando eramos oitava, simplesmente inacreditável. Continua com o mesmo ar de superioridade e arrogância que tanto me irritava.

Jade: Seu babaca, você continua inútil. Que direito acha que tem para me segurar assim ?

Nick: Calma aê senhorita. - Ele sorriu de lado - Posso me redimir com um café preto? Conheço uma cafeteria ótima por aqui...

Jade: Não. Otário. - Disse e dei-lhe as costas, mas senti seus braços me segurarem. Virei para encarar seus olhos agora já recuperada da surpresa.

Nick: Sempre quis saber porque você me odeia tanto.

Revirei os olhos.

Jade: Quero café preto e vista uma camisa, você tem alergia a elas ?

Ele riu e apontou para si mesmo.

Nick: Não tenho nenhuma camisa aqui. E estamos em Copacabana, porque você está vestida ?

Jade: Essa pergunta parece menos ameaçadora agora. - Sussurrei enquanto caminha na frente dele em qualquer outra direção.

Nick: Foi isso mesmo que eu ouvi? - Falou ele agora caminhando ao meu lado. - Você, Jade West estava com medo de mim?

Jade: Muita coisa aconteceu, mas de você nem um respingo de medo se quer saber... - Falei temendo está falando demais.

Nick: Que coisas ?

Jade: Pensei que você quisesse saber porque sempre te odiei.

Nick: Sou curioso. - Ele riu.

Jade: Não sei porque estou te dando conversa.

E andamos em silêncio por um tempo, onde eu podia sentir os olhos azuis do garoto me examinarem com uma expressão maliciosa.

Nick: Porque você me ama, e nós dois sabemos disso.

Jade: Cala a boca idiota. - Falei revirando os olhos.

Nick: Desculpa moça. Mas e então, chegamos, o que achou?

Jade: Exótico. - Falei olhando uma porta dos tempos de cowboys onde deixava parte do lugar exposto, parecia um lugar rústico, diferenciando-se de todos os outros lugares que já vi por aqui, definitivamente era confortável, eu podia notar as mesas de madeira com cadeiras com estufados de couro vermelho e todo o lugar iluminado com velas e luminárias antigas.

Nick: Por favor, sente-se. - Falou fingindo cordialidade.

Jade: Vou sentar, mas porque eu quero.

Nick: Claro... Então o que vai querer ?

Jade: Que tal café? Acho que foi por isso que vim até aqui.

Nick: Está tão dura assim que precisava ser convidada para tomar café pra não pagar?

Jade: Ha-ha. - Falei levantando-me rispidamente.

Nick: Hey, hey, calma... Senta ai... Eu estava brincando.

Jade: O numero um, da minha lista extremamente longa dos motivos para te odiar é sua insistência em fazer brincadeiras completamente estupidas e sem graças.

Nick: Você gostava na oitava série, eu me lembro que por mais que você brigasse me xingasse e batesse, você sempre acabava rindo.

Jade: Claro, você me irritava e depois ficava com esse seu risinho prepotente na cara, me encarava e ria, é inevitável. - Eu disse tentando conter o riso ao observar que ele sorria.

Nick: Então fiquei pelo menos dez minutos, pelos velhos tempos hãn? - E ao dizer isso estendeu um guardanapo da mesa na minha direção. - Bandeira branca, trégua ?

Jade: Cadê a droga do garçom desse lugar?

Nick: Eles não falam inglês. Só pra lembrar.

Jade: Não tem muita coisa pra se pedir por aqui, sendo que isso é uma CA-FE-TE-RIA.

Nick: Pensei que a bandeira branca valia para ambas partes.

Jade: Engano seu.

Nick: Tudo bem... Só um minuto. Como quer o café?

Jade: Preto e quente com chantilly. Você fala português?

Nick: Estou no Brasil desde o primeiro ano, tinha que aprender alguma coisa.

Eu assenti e esperei que ele fosse até o balcão onde ele falou amistosamente com um homem de pouco mais de 40 anos, barba comprida e alguns fios grisalhos.

Jade: Então, mora aqui a dois anos é isso mesmo?

Nick: Sim e não. Moro em Brasilia, passo as férias aqui. Você ainda tenta escrever ?

Jade: Não, eu escrevo.

Nick: Tomara que seus textos sejam melhores agora - Eu o fuzilei com os olhos e ele pigarreou. - Quer dizer, você poderia me mostrar qualquer dia desses algum de seus textos.

Jade: Provavelmente estarão em cartaz em Los Angeles em breve.

Nick: Como é? - Falou e eu sorri superior.

Jade: Assim que o ano acabar pretendo me mudar pras Los Angeles e enviar alguns dos meus roteiros.

Nick: Hum... Sempre tão... Calculista...

Jade: E fria, é já ouvi isso algumas vezes.

Nick: Bom, sim... Mas e então o que tem acontecido na sua vida ?

Jade: Não é nada muito animador se quer saber.

Nick: Bom, eu quero...

Jade: Podemos voltar a falar sobre o quanto eu te odeio? Renderia boas horas.

O garçom chegou e nos serviu calado, mudo permaneceu enquanto eu agradecia e mudo ficou quando se afastou.

Nick: Bom, se não quer me contar o que aconteceu de tão traumático na sua infância pra te tornar tão fria, grossa, perigosa e cruel, ao menos me diga porque me odiava no colegial. Todo mundo me amava, todas as garotas queriam ser minhas amigas... Até a professora de histórias humanas tinha uma queda por mim... Lembro quando me falou sobre isso de madrugada. E você sempre foi tão rude, e cruel... Claro mesmo no fundo eu saiba que isso tudo é amor. Lembra como como costumávamos trocar mensagens de madrugada, ou conversar pela internet por horas até o dia raiar ? Você parecia ficar menos agressiva depois das duas da manhã. 

Jade: Sabe o que me irritava e irrita em você?  Esse seu sorrisinho irritante, a mania de achar que é melhor que todo mundo, a ilusão de ´que todas as garotas são idiotas e tolas e se interessam apelas pela sua beleza, seu péssimo gosto musical, o fato de você me irritar quando eu queria ficar quita, quando você se juntava com seus amiguinhos estúpidos, seu pseudointelectualismo, sua arrogância, suas brincadeiras tolas, seu tom de hostilidade, sua...

Nick: Tudo bem... Tudo bem - Ele me interrompeu - Já entendi, sou um canalha...

Jade: Sua terrível mania de me interromper .

Nick: Que tal mudarmos de assunto? Mas... Não posso ser tão detestável assim, todas as garotas me amam.

Jade: Vê? É disso que estou falando. - Falei apontando para ele de forma acusativa.

Nick: Hey calma , só estava brincando... Mas você também sabe as qualidades que tem, e não faz nenhum esforço pra esconde-las...

Jade: Então talvez não tenhamos nos dado bem por sermos tão parecidos.

Nick: Admite que não é tão perfeita assim então? - Ele aproximou o rosto ficando a centímetros do meu, pudi senti a respiração controlada dele perto da minha, ele me olhava fixamente prendendo meu olhar ao dele e exibindo um sorriso torto.

Jade: Tenho que ir. - Falei me afastando bruscamente. 

Nick: Desculpe... Eu... 

Jade: Continua idiota. - Falei tirando dez dólares do bolso e colocando sobre a mesa. 

Nick: Posso te acompanhar? 

Jade: Quer mesmo conhecer Beck e seus amigos de espécie não identificados ? 

Nick: Claro, porque não. Beck é um cara de sorte? 

Jade: Está perguntando se é o meu namorado ? Sim. Se quiser conhece-los venha comigo, mas tente deixar sua tolice aqui.  O mundo agradece. Não que eu me importe com o mundo.


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Notas finais do capítulo

Entãaao... Reviews ?



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