Izayoi acordou no outro dia, parecia que tudo aquilo havia sido um sonho, mas o fato de ela estar sem suas roupas a confirmou de que tudo realmente havia acontecido. Suas roupas estavam dobradas a seu lado, Inu no Taishou já havia levantado e estava colocando seu kimono.

– Ah! Acordou?

– Hum… eu estava pensando… o que meu pai vai achar de eu não ter aparecido a noite inteira?

– Hummmm pode contar a verdade pra ele. Que tal? Ir embora comigo.

– Sério!?!

– Er… Oyakata-sama… desculpa intrometer… estou do lado de fora ainda, não se preocupe. - Fala Myouga - Mas acho que seria perigoso para Izayoi-sama ficar com você enquanto ainda tem o Ryuukossei para lidar.

– Hum… tem razão.

– Ryuukossei?

– Não se preocupe Izayoi… não deve levar muito tempo. Havia me esquecido dele… vamos fazer o seguinte… você está oficialmente casada e… tudo mais. Vou lá agora me “apresentar” para seu pai.

– Tem certeza?

– Absoluta.

Depois que ambos estavam prontos, eles começaram a voltar para a casa de Izayoi, Myouga foi junto. Eles foram de mãos dadas, Izayoi tremia, ela pensava como era estranho, na manhã do dia anterior ela nunca iria imaginar que tantas mudanças iriam acontecer. Mas o que mais assustava ela era Inu no Taishou se apresentar a seu pai, ele sabia como o pai da garota odiava youkais, ela havia lhe contado.

Quando chegaram na grande mansão onde a garota morava, eles perceberam, estava tudo um caos. Soldados corriam de um lado para outro gritando:

– IZAYOI-HIME!

Eles estavam desesperados procurando por ela. Taishou pega Izayoi em seu colo e começa a andar rumo a casa da garota.

– Confie em mim. Não fale nada. - Izayoi resolveu obedecer ao que ele falou.

Quando os soldados começaram a ver a jovem, alguns ficaram paralisados de choque por não acreditarem no que os olhos viam, alguns, também em estado de choque, entraram na casa, provavelmente para alertar o pai da jovem, alguns poucos, corajosos, foram correndo em direção a garota.

– Parado aí youkai! Largue a hime!

– Eu vim trazer a jovem garota. Não fiz nada de mal à ela.

– Veremos se fale a verdade - falou um soldado apontando sua katana para Taishou.

– Não tente me ameaçar, você não é pareo para mim. Quero falar com o pai de Izayoi, agora, em particular.

– Quem você pensa que é para tentar falar com o Ooya (senhor de terras)?

– Eu Inu no Taishou, Daiyoukai que controla todo o leste, sudeste e norte do Japão, leste da China e sul da Coréia. General de um grupo de mais de mil youkais, exijo falar com o Ooya dessa terra! - Taishou já mostrava alguns sinais de raiva

– Ha..Hai!… Irei avisar a ele. - O soldado estava intimidado - Alguém o guie até a sala principal!

Eles chegaram na sala principal e se sentaram um do lado do outro, estavam apenas os dois e esperavam o pai de Izayoi chegar.

– Querido… o que pensa em fazer?

– Você verá. É o melhor jeito de a manter salva enquanto estou lutando. É possível de eles caçarem qualquer lugar que tenha ligação comigo, nunca pensarão em procurar numa aldeia totalmente humana.

Eles começam a ouvir passos, a porta se abre e o pai de Izayoi entra.

– Então… o que um Daiyoukai de mer… quer dizer… o que o Daiyoukai quer falar comigo e ainda chega com minha filha? - Izayoi percebeu que ele tentava ser o máximo educado possivel enquanto estava com raiva porque sabia que Taishou tinha poder mais do que suficiente para acabar com ele como se fosse um simples hashi - Ela deve ter sido atacada e você a salvou… se é que youkais fazem isso…

– Sim… Izayoi passou a noite comigo, os detalhes não lhe interessam mas… é um prazer conhecer meu sogro - Taishou olhava para ele com uma expressão meio que de gozação

– Is.. Na… Hora não sabia que youkais tinham senso de humor!

– Não estou de brincadeira - Taishou ficou com uma expressão séria - Venho encontrando sua filha e ela me contou o quanto você a pressionava para se casar. Pois acabei com essa sua preocupação. Ontem a noite não só casei com sua filha, como também dormi com ela… se é que me entende.

O pai de Izayoi começava a ficar vermelho de raiva.

– Isso não pode ser possível.

Passos apressados se aproximam e a porta se abre, era Takemaru.

– Ooya-sama, desculpe-me entrar desse modo.

– Takemaru! Eu sei que você vem tentado falar comigo durante toda a noite mas agora não é a hora! Sei que antes quando você tentou falar algo estavam todos atrás de Izayoi, mas agora estou em uma conversa importante!

– Não Ooya-sama, essa é a hora perfeita para falar isso, eu… eu vi esses dois na floresta. Eu vi quando eles bolaram esse plano de se casar, eles estavam se beijando!

– Então é verdade… E VOCÊ NÃO FEZ NADA? FICOU COM MEDINHO? - o pai de Izayoi agora se vira para a filha - ENTÃO ERA ELE QUEM VOCÊ IA VISITAR TANTAS VEZES IZAYOI!

Taishou se levanta, afinal o pai de Izayoi já estava em pé gritando. O movimento repentino de Taishou fez o pai de Izayoi parar.

– Vou propor um trato com você, Izayoi é oficialmente a minha esposa, mas tenho assuntos à resolver, não sei quanto tempo pode levar, mas deixarei que Izayoi continue morando aqui durante esse tempo e se eu puder, virei visita-la.

– Ma… - o pai de Izayoi tenta falar, mas Taishou continua, dessa vez em tom de ameaça.

– Deixarem sempre um youkai de minha confiança de olho nela, mas vocês nunca notarão a presença do mesmo. Se vocês fizerem qualquer coisa com ela - o rosto de Taishou fica com uma raiva enorme e seus olhos ficam vermelhos - não exitarei em vir pessoalmente acabar com todos desse lugar.

Todos os presentes estavam visivelmente assustados. Taishou se vira, oferece a mão para ajudar Izayoi, que assistiu a tudo estupefada, a se levantar. Depois do choque o pai de Izayoi fala.

– Bo… Bom… Eu…

– Sei que você não gostou de nos casarmos - continua Taishou dando um olhar severo para ele - e eu realmete não ligo pra sua opinião. Arranje outra pra te dar um herdeiro, porque sua filha não está mais presa a você. E é bom que ela continue sendo tratada com todo o luxo.

Deixando Takemaru e o pai de Izayoi completamente estupefados, Izayoi e Taishou saem da sala e Izayoi o leva para o quarto dela.

– Lamento ter que deixar você com eles por mais tempo.

– Tudo bem, sei que vai ser mais seguro assim. Só me prometa que vai voltar.

– Eu prometo. - Com essas palavras finais Taishou beija Izayoi apaixonadamente e longamente, ambos sabiam que talvez demorasse para aquele beijo se repetir.