Paraíso escrita por vickdecullen


Capítulo 1
Lar, Doce, Inferno


Notas iniciais do capítulo

Queridas leitoras, começamos juntas uma nova fic. Espero que vocês não me decepcionem em termos de comentarios ( o que venho notando no nyah são a falta deles, e um dos motivos de parar de escrever, e demorar a postar são eles)
Então vamos la!
Gracias,
Vick de Cullen



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Sentada em uma das velhas cadeiras de plástico na cafeteria da cidade, a famosa, Eastport Caffé , Isabella Swan estraçalhava um bolinho de chocolate e tentava tomar o café descafeinado, já gelado, enquanto babulciava alguns palavrões mentalmente. O motivo daquele mal humor todo era simples: Eastport, uma cidade litorania onde sushi e surf nunca é demais ( e é claro o fato de que seu cabelo já estar ensebado por conta da marina).

Sabia que teria que passar por tudo isso, mas não tinha muitas opções. Afinal desde que Reneé tinha tentado inutilmente salvar o casamento e se mudado com ela para Nova York, Bella só vinha visitar Charlie nos verões e de vez em quando em alguns feriados comercias, nada demais, como o Dia dos Pais ou o Dia das Bruxas. Pelo menos até dois anos atrás quando finalmente tomou coragem e disse que não viria mais para Eastport, a cidade de acomodados, como ela e a mãe se referiam. Outro motivo dela estar nesta situação, era que Reneé, tirando o fato de que sempre fora uma mulher extravagante, depois que leu Comer, Rezar e Amar, da Elizabeth Gilbert, decidiu ir fazer uma viagem até Bali e ficar rezando por tempo indeterminado. Não foi de se surpreender quando Bella ficou sabendo que a tal viagem iria se realizar, deu total apoio na decisão da mãe e sabia que seria ótimo para sua carreira profissional. Quem sabe depois ela ainda não escreveria um livro relatando suas experiências espirituais por lá?

Porem, por mais que ame sua mãe e odeie este lugar, Bali também não era um destino que ela esperava ter que enfrentar e como já fazia em bom tempo que não via seu pai e suas desculpas já não serviam mais, esta era a oportunidade perfeita.



Licença já terminou?-perguntou uma garçonete de pelo menos quarenta e nove anos, cabelos vermelhos, e que com certeza fumava depois do expediente. Nada muito diferente das garçonetes novaiorquinas, apesar de que uns anos para cá, o numero de adolescentes trabalhando nas redes multinacionais como Star Buck’s e Fran’s Caffe tenha aumentado sucessivamente.

Ah, sim pode tirar- respondi. A mulher retirou a gororoba formada na mesa erguendo as sobrancelhas bem feitas e sem dizer nada balançou a cabeça e pegando o dinheiro que Isabella lhe entregara pagando o que não tinha comido.

Pensativa ela decidiu ficar mais um pouco sentada escutando em seu IPod um pouco The Script, sua banda favorita, enquanto observava a praia logo a sua frente. Já passavam de cinco horas, por isso muitas pessoas saiam de suas casas e passeavam com seus cachorros e os surfistas começavam a se recolher da água. O por do sol logo começaria então com as mãos no bolso da calça jeans Bella decidiu voltar para o seu mais novo “Lar, Doce, Lar”.

Em Eastport, as casas pareciam ser todos desenhados pelo mesmo arquiteto, todos com a mesma cor bege, mesmo jardim de entrada e grades brancas com desenhos de flores, tudo assustadoramente igual. E para o seu desagrado seu pai mudara para uma dessas casas macabras.

Cheguei- gritou Bella enquanto tirava seus sapatos e os alinhava perfeitamente com os de Charlie.

Apesar de não ser um ato muito praticado nas famílias americanas, e na do mundo todo (e claro tirando os ocidentais), se lhe ocorresse a entrar de eu entrar sapatos dentro de casa Bella estava sujeita a levar um sermão de como os sapatos são sujos, lotados de bactérias, e blá, blá, blá. E como prometera a si mesma que iria se adaptar a sua nova vida, ela apenas obedeceu a regra inútil e naturalista do pai. Quando entrava em casa uma figura rosada, apareceu correndo e saudou sua dona. Essa era Lola a porquinha geneticamente alterada para ser de um tamanho de cachorro de médio porte. Mesmo Charlie não gostando de animais, depois de muita insistência dela, ele acabou aceitando em tê-la em casa, com a condição de que ela cuidaria do animal.

Isabella coçava na barriguinha de Lola quando aquela voz irônica e aguda de sua avó paterna lhe tirou a atenção.

Bella, querida!- disse - Quanto tempo!- e logo correu para abraça-la quase esmagando suas entranhas com aqueles dedos lotados de anéis de ouro e diamante, bem chamativo como Mary Lu.

Pensei que nunca mais a veria, e olhe para você! Está tão linda, e magra! Quando Charlie disse que havia emagrecido, não acreditei que tinha sido serio!

Porque eu pensei que esse assunto seria deixado no passado? Pensava Bella.

Como podem perceber, Isabella tinha um certo probleminha com a balança e apesar de não ter sido obesa ela também era oito quilos mais gorda do que atualmente, mas que só foi perdido depois de uma serie de exercícios no Centro Park e comer frango grelhado e salada por um ano inteiro! Mas parece que para Mary Lu ela sempre seria a “gordinha” da família.

É vó, não sou mais a Bella gorduchinha- respondeu com um sorriso forçado e irônico.

Magina querida, você sempre será a gorduchinha da vovó- disse apertando as bochechas de Bella e exalando num sorriso seus novos pares de dentes e a pele repuxada do Botox, logo depois se virou pegando uma xícara de chá verde que estava nas mãos de Charlie e seguiu para sala sem ao menos ser convidada. Charlie nada fez como sempre em relação a maneira nada elegante que sua avó se portava, por isso Reneé não agüentou ficar com ele, e Bella a compreendia perfeitamente.

Temos que fazer um jantar em família Charlie, pela volta de Bella. Sua prima está tão linda, parece uma modelo- começou a falar depois que se sentou na poltrona creme da sala de estar. Apesar de nunca ter dito, Mary Lu sempre deixou muito claro que tinha uma preferência excessiva de sua outra neta filha da irmã mais nova de Charlie, Tânia- ela é um orgulho para Eastport Bella, tem que ver. Participa de todas as quermesses, arrecada fundos, promove festas!

Isabella sentindo um nó no estomago, mas apenas deu um meio sorriso e voltou a brincar com Lola que agora tinha subido no seu colo, mas sua avó ainda não estava satisfeita então voltou seu olhar para Charlie e prosseguiu:

Vanessa trabalhou muito bem nela sabe, apesar de dar muita rédea solta para fazer o que quiser e comprarem o que querem...

E nos estudos, ela já sabe que carreira seguir?

Oh, não seja tolo Charlie- disse bebericando um gole de seu chá- O destino de Tânia é Eastport, ainda mais agora que ela esta com um rapaz de nome e berço, e logo que acabarem a escola e se casarem, nada mais correto do que servi-lo e se tornar um devida dona de casa. Se for seguir uma carreira, acho que seve ser de socialight- riu alto.

A senhora acredita mesmo nesse estilo de vida?- perguntou Bella não acreditando em quanto a mente da velha podia ser limitada e medieval. Só podia ser efeito colateral das inúmeras plásticas!- Viver como socialight dependente de seu marido?

Isabella , mulheres não devem trabalhar. É tolice, ainda mais se forem casadas com homens ricos. Todo esse papo de que mulher tem que ser independente para mim é uma besteira tamanha!

Bem e se não casarmos com um homem rico, como nos virar sem termos diploma formado?

É por isso que sempre temos que estar de olhos bem apertos e quando encontrar não soltar mais.

Isabella iria começar a retrucar o absurdo que sua avó estava falando, mas seu pai foi mais rápido e querendo evitar uma guerra fria entre neta e avó, ofereceu mais chá a Mary Lu, que aceitou trocando o assunto para os cachos lindos de Tânia.

A sorte de Bella era que a avó tinha ido embora cedo, então pode subir para seus novos aposentos tomar um bom banho e se jogar na nova cama king size que havia ganhado de presente de boas vindas de Charlie. Lola a seguindo a toda hora subiu na cama e passou o focinho por todo o edredom dando uma leve espirrada por ser uma porquinha muito alérgica.

Olhando para o relógio e calculou mentalmente que horas seria em Bali adicionando mais oito horas no horário local e decidiu ligar para a sua mãe.

Bella?- disse uma voz manhosa do outro lado da linha.

Oi mãe- respondeu.

Filha sabe que horas são aqui?

Uma da manhã?- disse rindo baixinho.

Acertou... Já ficou com antas saudades da mamãe?

Claro que sim mãe e outra meu dia não foi muito bom, a vovó veio aqui e me chamou de Bella Gorduchinha...

Pensei que ela poderia ter mudado um pouco depois da idade.

Acho que não... E outra o rosto dela esta começando a ficar estranho devido as plásticas e botox- dizia mexendo nos cabelos e olhando para o teto.

Coitada da Mary Lu, ela costumava a ser uma mulher tão linda.., Mas tirando isso, de resto como esta indo, seu quarto como é?

Bella olhou em volta e deu de ombros.

É bonito, Charlie soube fazer um quarto descente. Comprou uma cama king size e colocou do lado de uma janela gigante que da para ver a praia. As paredes são azul bem clara quase um branco. Tenho uma escrivaninha, armário, um banheiro só meu! Até a caminha da Lola ele comprou para combinar com o quarto, mas mesmo assim, acho que vou dar uma mexida aqui sabe dar um toque pessoal.

Você é igual a mim querida, e com sua criatividade sei que vai dar um toque lindo ao quarto. Que bom que esta gostando... Queria você aqui comigo sinto sua falta.

Também sinto a sua mãe- respondeu querendo derrubar algumas lagrimas mas as segurando- De qualquer maneira se fosse Lola estaria sujeita a morrer assassinada, já que a carne de porco não é sagrada ai- disse fazendo ambas darem uma risada longa. Depois de mais um tempo ao telefone com a mãe Bella desligou e voltou a olhar para o quarto.

Teria que dar um toque especial nesse quarto, mas para isso teria que arranjar um emprego nessa cidade. E foi pensando nisso que lembrou que já teria aula no dia seguinte.

Esta acordada?- perguntou Charlie colocando sua cabeça grisalha para dentro do quarto.

Aham, entra ai- disse se ajeitando na cama fazendo Lola pular e correr para sua caminha.

-Parece que hoje não podemos falar muito não é mesmo? Onde esteve?

-Fui caminhar um pouco, estive arrumando minhas coisas, então quis relaxar um pouco, sabe, para tirar a tensão.

-Uhm... E você já conseguiu falar com a sua mãe- perguntou meio incomodado.

-Acabei de falar com ela... Sinto saudades- respondeu olhando para a janela.

Charlie se sentiu um pouco incomodado por ver Isabella falar assim da mãe. Não que ele não gostasse de Reneé, na verdade sentia falta dela, mas foi por ver que a relação dela com a mãe era mil vezes melhor do que com a dele, e teria que mudar isso, afinal dois anos são muita coisa, e tinha que re-conhecer sua filha.

E... Er... Gostou do quarto?- perguntou indo se sentar no lugar em que Lola estava ocupando.

Está ótimo, adorei a cama pai, obrigada.

Não foi nada... É só um presente bobo. Quero que se sinta em casa.

Claro...

Preparada para seu primeiro dia na escola?-começou a trocar de assunto.

Ninguém fica preparada para o primeiro dia de aula- riu fraquinho.

-Você vai se dar bem no colégio, não tem com que se preocupar com isso.

-Assim espero.

-Bem... Então é melhor eu deixar você descansar, será um dia cheio amanhã. Deixarei o seu café da manhã na mesa. Pode pegar o que quiser, tenha um bom primeiro dia de aula pequena- ele beijou sua testa e quando estava na porta..

-Hã pai...?

-Sim.

-Eu... te amo?- sonara como uma pergunta mas ele não podia reclamar.

-Eu também... Boa noite.

(...)

Escutando o despertador tocar ao lado de sua cama, Isabella ainda sonolenta o desligou duas vezes, levantou se espreguiçando feito uma gata estalando todas as juntas do corpo (isso que dava ter feito balé clássico por nove anos). De olhos fechados foi até a porta de seu banheiro e gemeu quando a luz do sol bateu contra suas pálpebras. Aos poucos foi as abrindo, colocou o IPod na caixinha de som e ligou o chuveiro. Viu seu reflexo no espelho e grunhiu, tinha que estar apresentável no seu primeiro dia de aula. Tinha que mostrar que ela vinha de Nova York e não de Eastport então tratou de tirar sua caixa de maquiagem o secador, colocou para tocar qualquer musica inspiradora e entrou debaixo do chuveiro. Depois de arrumada e ter apenas tomado uma xícara de café pegado uma maçã, Isabella foi pegar um ônibus onde a levaria para a tão temida Eastport High School.

E que a guerra comece” pensou.




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