May - Parte I escrita por PaulaRodrigues


Capítulo 1
Semelhanças e Diferenças


Notas iniciais do capítulo

Dizem que sou perigosa, mas o que há de errado em odiar os humanos com suas mentiras?



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Diferente. O que é ser diferente? Dizem que é alguém fora do normal, mas o que é normal?

Observo as pessoas e noto que tenho duas pernas, dois braços, corpo, cabeça, dois olhos, duas orelhas, escuto, enxergo, assim como a maioria das outras pessoas. Esse é considerado o padrão normal? Se for, então qual a razão de eu estar aqui, deitada no chão frio de uma grande sala enquanto duas mulheres de cabelos coloridos e um careca de cadeira de rodas me observam?

Aqui nessa sala vivo isolada do resto do mundo, não, eu não cresci aqui, eu conheço o mundo, sei o quão ele é horrível, não há nada mágico lá fora, apenas violência e mentiras.

- Olá May.

Era a moça do cabelo vermelho. Ela entrou na minha sala que era bloqueada por duas portas blindadas. Eu a olhei sem mover meu corpo.

- Então... quer conversar hoje?

Revirei os olhos ao ouvi-la falar, falava comigo como se eu fosse uma idiota. Patética.

- May, podemos tornar tudo mais fácil se...

Ela falava e falava e aquilo me irritava, queria simplesmente que ela calasse a boca e me deixasse aqui sozinha e só havia uma maneira de eu conseguir isso. Me levantei rapidamente investindo em sua direção, eu a ataquei, como uma leoa faria. Sim, eu tinha instintos felinos, minhas unhas, sempre pratas, cresciam um pouco e eram super afiadas, eu poderia rasgar a pele dela em mil pedaços facilmente. Meus olhos se transformavam em olhos de um animal felino e eram um pouco amarelados e meus dentes, principalmente os caninos, ficamavam super afiados.

- Oroni! - ela gritou enquanto corria para a porta.

Oroni, a mulher do cabelo branco, abriu a porta para ela.

- Jean, você está bem? - oroni perguntou para a mulher de cabelo vermelho.

Olhei-as com tremenda fúria. Havia um vidro em minha sala, onde podiam me observar sem correr risco de vida e de onde eu conseguia ver quem entrava e saía de minha sala.

Me afastei, sentei e me deitei, novamente, de bruços no chão frio. Fechei os olhos e desejei que sumissem, o que demorou um pouco para se realizar.

Um dia, uma nova pessoa - digo nova por nunca ter a visto antes - entrou em minha sala. Era um homem, muito bonito confesso, aparentava ser bem mais velho que eu. Afinal, eu aparentava ter dezessete anos. Ele me olhou pelo vidro enquanto o careca de cadeira de rodas o acompanhava.

- Por que ela está ali, separada dos outros?

- Ela é perigosa Logan - disse o careca.

Eu sabia que o nome dele era Charles Xavier, mas ainda o preferia chamar de careca.

- Perigosa? - ele riu brevemente - Qualé, é só uma garotinha.

Vem aqui que eu te mostro a garotinha seu otário, pensei.

- O que houve com ela?

- Já tentamos conversar com ela, mas ela parece não cooperar muito.

- Por que não o deixa tentar professor? - disse Jean entrando na sala. -  Quem sabe ela se abre com ele?

- Um incentivo? - perguntou o careca animado.

- Gostaria de tentar Logan? - perguntou Jean.

- Não levo jeito com crianças.

Criança? Esse cara está íorando a situação, pensei.

- Ela não é criança Logan - disse Jean abrindo uma porta para Logan, desafiando-o a conversar comigo.

Logan revirou os olhos e entrou resmungando. 

Tudo já estava planejado em minha cabeça, assim que entrasse, eu o atacaria e o mataria se possível. Seria divertido.

Ele entrou e eu o olheii de rabo de olho.

- Oi - ele disse meio sem jeito e se sentindo um bobo - sou Logan e você é?

Alguém que vai te matar daqui a pouco, pensei.

- O quê?

Eu o olhei assustada, ele ouviu meus pensamentos?, pensei.

- Acho que ouvi sim - ele também parecia assustado.

Como? Me levantei e o encarei. Como você pode ouvir meus pensamentos?

- Estou tão surpreso quanto você criança.

Não sou criança, pensei nervosa.

- Desculpe mas é o que parece ser.

Minha aparência é a mesma há anos. Depois de que pensei isso, ele me olhou estranhamente. "Ela também é imortal? Não pode ser", era a voz de Logan em meus pensamentos.

Espere, você também é imortal?, pensei e o olhei surpresa. tentei desfarçar minha surpresa enquanto o olhava.

"Sou. Pensei que fosse único".

Também achei que fosse única. Ele olhou par o meu colar e pensou "É como o meu".

Nos assustamos com tamanhas semelhanças.

- Podem nos deixar a sós por alguns minutos? - disse Logan sem olhar para Jean e o careca.

Eles saíram. Eu o olhei de cima a baixo e ainda estava assustada.

- Pode falar normalmente agora? – perguntou Logan.


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Notas finais do capítulo

Agora, com tantas semelhanças encontradas, será que May irá finalmente falar alguma coisa sobre sua vida? Alguém finalmente era parecido com ela, seria uma oportunidade perfeita para dizer algo... ou não.