Come Back escrita por Danika


Capítulo 1
Let me meet the angels in the sky


Notas iniciais do capítulo

Este é o único capítulo da fic. Espero que gostem :) Eu queria fazer disto uma songfic também mas não encontro uma música que expresse bem a história que eu criei na minha mente



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Estava a ir ter com o meu principe. Meu deus, mal podia acreditar que ele me tinha pedido em casamento no dia anterior! Ninguém podia sequer imaginar a minha felicidade. Sabem aquele sentimento de "É o Tal?" era exatamente isso que eu sentia ao olhar para o João. Eu e ele estávamos destinados, eu sabia disso, eu sentia-o dentro de mim e eu sei que ele também o sentia. Nós fomos feitos um para o outro, as nossas almas tinham sido há muito ligadas pelas linhas do destino que os deuses teceram.

- Maddie! - O meu coração derreteu-se ao ouvi-lo chamar pelo meu diminuitivo. Eu sempre detestei o meu nome, Madalena, mas desde que o João me começou a chamar Maddie, sei lá, eu passei a amá-lo.

- Olá, meu amor! - Disse eu com um sorriso, abraçando-o como tanto gostava.

Ele pegou em mim pela cintura e rodou. meu deus... Ele era tão perfeito...

- Vamos dar uma volta à beira-mar? - Perguntou-me, beijando-me levemente os lábios. Senti-os dormentes e um formigueiro subiu por mim acima como sempre acontecia quando ele me beijava.

Ele pegou na minha mão e segurou-a bem forte, levando-me até à areia da praia. O que eu mais gostava na sua casa era que era bem perto da praia e ele levava-me sempre a passear à beira-mar, pois sabia o quanto eu amava a praia à noite. 

- O que vamos fazer de nós? - Perguntei, enquanto desfrutava da água salgada nos meus pés e do toque quente do João na minha mão.

- Bem, eu tenho um plano muito simples. Tu vens ao meu casamento, estás a ver? E sabes o que vais fazer? Vais deixar o teu pai levar-te ao altar e entregar-te a mim com a sua benção. Depois, o padre vai dizer "Declaro-vos marido e mulher" e eu vou-te beijar como nos filmes. A nossa Lua de Mel vai ser nas Maldivas como tu sonhaste, vamos andar pelas praias de lá e, quem sabe, fazer o nosso primeiro filho. Depois, quando ele nascer, vamos-lhe dar aquele nome do herói de guerra daquele filme que tu gostas tanto... como é? Aquele do Pearl Harbor... Ah, já sei! O Rafe! Sim, vamos-lhe dar esse nome. Depois vamos ter mais uma filha chamada Raquel como nós queríamos, e vamos ter ainda mais um filho cujo nome deixaremos as avós decidirem. Vamos estar lá um para o outro em todos os momentos, mas especialmente nos maus. Vamos envelhecer juntos e ver os nossos netos a correrem no nosso jardim a rir como as crianças felizes que eles vão ser... e quando morrermos... bem, quando morrermos vamos ficar juntos no céu porque eu sei que um anjo como tu tem de ir para o paraíso. - Finalizou ele, dando-me um beijo na testa. - E tu... o que achas que vamos fazer de nós?

- Tudo o que tu disseste, meu amor. Mas acima de tudo, vamos amar-nos e ser felizes. - Sorri envergonhada.

- Já é tarde... É melhor levar a minha bebé a casa. - Disse ele, metendo-me uma madeixa do meu cabelo atrás da minha orelha.

- Não quero ir... - Murmurei, em pânico só com a ideia de ter de me separar dele.

- Acho que os teus pais não iam gostar que passasses a noite comigo. Não te preocupes, rainha, falta pouco para não teres de sair de ao pé de mim. -  Sorriu.

- Eu sei... mas não quero deixar-te hoje. - Suspirei.

- Amanhã vou-te buscar bem cedo de manhã, nem vais dar pela separação. - Disse ele com uma suave gargalhada.

- Pronto, ganhaste. Leva-me para casa, Principe Encantado. - Ri-me e beijei-o demoradamente.

- Eu amo-te, Princesa. - Disse ele, abrindo-me a porta do seu carro para eu entrar. Já disse que ele é perfeito?

Ele ligou o carro e começou a conduzir em direção à minha casa. Não queria mesmo separar-me dele. Ele olhou para mim por uns segundos enquanto conduzia e isso foi o suficiente. Do seu lado vi umas luzes enormes a aproximarem-se velozmente. 

- JOÃO, BAIXA-TE! - Gritei, antes que o camião embatesse contra nós, sabendo que nunca poderiamos fugir ao impacto, mas não fui a tempo. Ele embateu em nós e o nosso carro voou às cambalhotas. Só me lembro de agarrar a mão gelada do João e apagar-me. Porque é que a mão dele estava gelada?

Acordei numa cama de hospital, desnorteada. O que é que eu estava aqui a fazer? E que dor era esta na minha cabeça? Au! Ouvi alguém entrar no quarto mas não conseguia abrir os olhos, ainda não. Será que era o João que estava ali? Onde é que ele estava? Abri finalmente os olhos, era a minha mãe que estava ali.

-  Oh, finalmente, acordaste! Oh filha, fiquei tão preocupada contigo! - Chorou ela abraçando-me. 

- O que aconteceu? Onde está o João? - Perguntei.

- Tiveste um acidente, Madalena. O condutor do camião passou um sinal vermelho e bateu no carro. - Disse ela, fugindo à minha segunda questão. Algo não estava bem. Onde estava o meu namorado? o meu noivo... Porque é que ela não me respondia?

- Mãe... o João? - Perguntei. Ela não me respondeu e a minha paciência esgotou-se. Lágrimas caíram dos meus olhos. - ONDE ESTÁ O JOÃO, MÃE?! - Gritei.

- Ele... ele morreu, querida... Quando chegou ao hospital já estava morto, não havia nada a fazer... - Disse ela, de lágrimas nos olhos. - Lamento.

- MENTIROSA! NÃO! ELE NÃO MORREU! SAI DAQUI! NÃO TE QUERO VER! ESTÁS A MENTIR! COMO PODES SER TÃO CRUEL?! DESAPARECE! - Gritei, com os nervos todos alterados. O meu namorado não podia estar morto, o João não... Oh deus, faz com que isto seja mentira... mas, no fundo do meu coração, eu sentia que era verdade... Lembrei-me daquele momento antes de me apagar em que segurei na mão dele e a senti gelada... Ele tinha morrido no carro, eu sabia disso, eu sentira-o... mas não podia ser...

- Lamento querida... - Ela abraçou-me forte, a chorar também, ignorando as minhas palavras cruéis. 

- não é verdade.. não pode ser verdade... o meu principe não me deixou, ele não pode ter deixado... - Chorei agarrada à minha mãe. 

Eu não podia viver sem ele, não podia... Onde é que ele estava? Porque é que ele me tinha deixado sozinha depois de me fazer aquelas promessas de amor mesmo antes do acidente? Porque é que o tiraste de mim, meu deus? Isto era cruel. Como é que o universo pôde tirar-me a minha lua? O que é que eu ia fazer sem ele? Como podia sequer pensar em seguir em frente sem ele?

Uma semana depois

O funeral do João era hoje. Meu deus, tive de pedir aos meus pais para avisarem os pais dele porque eu não conseguia sequer falar. Tornara-se difícil respirar... a minha asma tinha piorado imenso e tudo me fazia ficar sem ar... Passava dias sem comer e tinha-me mudado para a casa dele, enrolando-me numa bola na sua cama, sentindo o seu cheiro doce que eu tanto gostava... Eu não ia mais ouvi-lo chamar-me de "minha bebé", nunca mais ia sentir o sabor dos seus lábios, o conforto dos seus abraços. Nunca mais me ia deitar com ele no seu sofá a ver o meu filme de preferido, o Pearl Harbor. Tudo isso acabara... Tudo... E eu ficara sozinha, agarrada à minha dor e ao meu coração despedaçado. Ainda o via nos meus sonhos e chorava quando acordada ao pegar no telemóvel, ligar para ele e ouvir do outro lado "Olá, estás a ligar para o João, neste momento não posso atender por isso deixa mensagem após o sinal." que me fazia sempre voltar à realidade e lembrar-me que ele estava... estava... não conseguia sequer pensar nessa palavra... não conseguia aceitar que o perdera para sempre...

- Lamento a tua perda, Madalena. - Disse um amigo dele, nem vi quem era. Os meus olhos estavam cegos pela dor.

- Hum. - Respondi. 

Nenhum dos presentes se atreveu a chamar-me Maddie. Era algo que o João me tinha começado a chamar e, com a morte dele, também a sua alcunha carinhosa para mim morreu.

- Madalena, queres... queres dizer algo, querida? - Perguntou a mãe dele, depois de ter feito um discurso que eu não ouvira. Ela estava lavada em lágrimas.

- Quero... - Disse eu, alto o suficiente para ela me ouvir. Aproximei-me da campa onde ele ia ser enterrado, onde o seu caixão já estava depositado. - O João foi a pessoa mais doce que eu conheci. Não acredito como Deus pôde ser tão egoísta ao ponto de mo tirar mas isso não interessa agora. Sabem - Disse com uma leve gargalhada ao lembrar-me. - quando conheci o João, nós apaixonámo-nos logo. Passávamos os dias inteiros a falar um com o outro e ouve uma vez em que ele me disse "A minha vida não fazia sentido até chegares tu e dares-lhe algum. Eu amo-te". Isso ficou para sempre gravado na minha memória e eu apaixonei-me de vez. Ele era tudo o que eu sonhava, sabem? Ele era mesmo o Tal, aquele especial que tantas procuram. E eu achei esse Tal mas acho que não o merecia porque Deus decidiu levá-lo para longe de mim. Sabem, ele disse que nós íamos ter três filhos na noite do acidente... estávamos à beira-mar e ele disse isso. E agora, onde está ele para concretizar o que disse? Está deitado neste caixão, morto.  Porque é que mo tiraste, Deus? Porque é que o deixaste tirar-te de mim, meu principe? O que aconteceu ao "nunca te hei-de deixar"? O que esperas que eu faça agora? Eu não posso viver sem a minha alma... não posso viver sem a minha vida... eu preciso de ti, meu amor. Eu preciso de ti... - Quebrei em lágrimas e virei costas a todos, indo embora daquele cemitério.

Quando dei por mim estava na sua casa, a escrever um bilhete de suícidio e a tomar os comprimidos. Eu queria ir ter com ele. Queria ir conhecer os anjos no céu. Algo à minha frente me impediu de engolir aquilo que me mataria.

- João! - Exclamei, correndo para o fantasma que ali estava. Como acontece com todos os fantasmas, tudo o que aconteceu foi que eu o atravessei, embatendo na parede.

- Minha bebé... - O fantasma falou. - Não quero que te magoes... Eu estou contigo. Não te mates por minha causa. Prometo que ficarei contigo e te protegerei. Estou à tua espera e esperarei o tempo que for preciso, mas tens de viver... tens de seguir em frente... por mim, minha bebé... Não podes morrer, eu não mereço que morras por minha causa. Por favor... Aguenta-te um pouco mais, eu vou estar mesmo ao teu lado o tempo todo. Promete-me que vais tentar ser feliz...

- Eu não consigo ser feliz sem ti, João! Como é que pudeste deixar-me? Não vês o estado em que fiquei?! - Chorei.

Ele pressionou os seus lábios de fantasma contra os meus, tendo o cuidado de não atravessar a minha pele. Senti o formigueiro subir por mim acima outra vez com o seu toque, ainda que leve.

- Promete-me que tentas... - Sussurrou.

- Eu prometo... - Disse eu.

- Amo-te para sempre, nunca te esqueças. - Disse-me, desaparecendo.

- E eu a ti... - Disse eu, enrolando-me na sua cama de novo, a chorar. - Eu vi-te... - Sussurrei entre soluços. - Eu vi-te e beijei-te de novo mas não sarou a dor no meu peito...

Com isto adormeci. Ninguém podia imaginar a dor que a sua morte me trouxera... Ninguém podia imaginar o quanto o meu coração doía, o quão despedaçado ele estava... e eu sabia que já não tinha arranjo. eu morri por dentro. só faltava morrer por fora também e ir ter com ele. Só faltava isso... só faltava isso para eu ser feliz outra vez.


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Notas finais do capítulo

Eu sou péssima a fazer finais porque nunca sei como hei-de acabar as minhas histórias D: e aí? gostaram? Deixem reviews! :)



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