The Only Exception escrita por May


Capítulo 34
That's where she lies, broken inside


Notas iniciais do capítulo

eai gente, demorei msm kkk amei os reviews de vcs, mas espero que não fiquem chateados, mas acho que vão, mas sempre tem que ter uma tragediazinha jsaisjkj ok, calei me,
boa leitura
a o titulo significa "É onde ela deita, machucada por dentro" da música Nobody's home quem nunca ouviu, escutem, é linda



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Depois de um certo tempo de dança, voltei  a sentir uma dor de cabeça horrível. Igual aquelas que tenho quando estou lembrando de algo. Mas não estava lembrando de nada, esse devia ser o ruim.

- Está tudo bem? – Peeta perguntou olhando para mim.

- Sim, eu só... – Travei, achei melhor não encher ele com essas preocupações minhas, devia ser muito chato. – Nada, cansei de dançar na verdade. – Falo parando.

- Tem certeza? Não parece que é isso.

- É isso mesmo Peeta. Eu vou ao meu dormitório, dois segundos. – Digo, na realidade iria procurar um remédio para a dor de cabeça passar.

- Se algo está acontecendo, não hesite em me falar está bem? – Ele pergunta.

- Certo, está tudo bem.

- Vou ir com você então.

- Não, não precisa, é sério, volto já. – Falo já de saída.

Não esperei sua resposta, apenas segui em direção a escada, subi devagar por causa daquele vestido justo demais. Quando cheguei em cima, a dor de cabeça ficou mais forte. Tratei de apressar o passo, enquanto caminhava pelo corredor, me aproximando, lembrei.

Desde que tudo começou minha ida para o show escondida, bebendo, conhecendo um desconhecido, que no momento reconheci seu rosto, coisa que eu não lembrava. Era Peeta.

Parei de andar, me apoiando na parede, as pontadas ficaram mais fortes, conforme eu lembrava.

A garota que me visitara no hospital. Yasmin, agora eu lembrava tão bem dela, me puxando, dizendo que a policia estava ali. Eu chegando em casa, meus pais acordando, brigando comigo. Minha mãe chorando. A decisão dos meus pais no dia seguinte, falando que eu iria para este colégio.

Tudo estava indo rápido demais.

A casa dos meus avós, eu brigando com minha irmã, eu odiando meus pais. Minha chegada ao colégio. Eu esbarrando no desconhecido, que era Peeta, eu odiando ele imediatamente. Conhecendo minhas colegas de quarto. Clove e Madge. Agora entendia o forte laço que tinha com elas, elas eram minhas melhores amigas.

A festa de boas vindas, eu lembrando de Finnick. Música, danças, vi Peeta novamente, ele estava com meu Iphone. Fez chantagem, o que fez eu odiá-lo mais ainda.

Primeiras aulas, sendo expulsa, indo com Peeta para a biblioteca. Ali eu já o via como algo a mais. Então teve o verdade ou consequência. Tive que beijar Peeta, e eu gostei daquilo.

Mais memórias, conhecendo aquele lugar lindo com ele, outra vez, com todos nossos amigos, brincadeiras, meninas sendo jogadas no lago, e beijos. Annie e Johanna. Agora lembrava delas também. A inspetora descobrindo a gente.

Depois lembrei dos problemas, de Delly, ela era o problema, e eu a odiava já. De ter a quase reconciliação e achar que estava enganada. As coisas só piorando. De ter famílias inimigas. Tudo estava tão ruim. Teve a festa de halloween, a competição. Eu ganhei a competição. Ganhei de Delly. Voltei com Peeta, sabia que aquilo deixara Delly furiosa.

Então teve o sequestro, Delly era louca, queria me matar, e então teve o acidente.

Volto a ter consciência. Mal conseguia respirar direito com todas aquelas informações que se passavam pela minha cabeça. Levo as mãos ao rosto, tremendo.

Lembrei do acidente. Todos os detalhes, afinal, eu não era culpada, mas sentia me extremamente culpada. Era horrível. Por um lado eu tinha causado aquilo, se não tentasse pegar a arma, Delly nunca teria se distraído e não olhado para a estrada.

Era minha culpa sim.

A sensação era horrível. Agora me lembrava de tudo, e continuava me sentindo terrivelmente mal.

- Sofrendo muito Everdeen? – Ouvi uma voz conhecida.

Tirei a mão do rosto, olhando para a frente e encontrando Glimmer, com um vestido de gala e uma expressão maldosa no rosto.

- A cachorra resolveu mesmo falar comigo? – Falo com amargura.

Glimmer arqueou a sobrancelha.

- Uau, acho que a Katniss irritante de sempre está de volta. Se você soubesse quanto é mais agradável sem memória. Eu me divertia tanto.

- Não diga, sabe que minha vontade é acabar com essa sua cara de vadia. – Falo serrando os punhos.

- Ah guarde suas palavras Katniss, não estou aqui para brigar com você.

- Então está aqui para o que? – Pergunto levemente irritada.

- Estou aqui, porque uma certa pessoa veio aqui para vê-la, acho melhor você vir comigo.

- Não vou com você a lugar nenhum. – Falo me desapoiando da parede, me sentindo mais forte.

- Eu aconselho você a vir, se não...

- Se não o que? – Pergunto.

- Sua irmã sofrerá as consequências, se bem que...

- O que? – Arregalo os olhos ao ouvir o que ela disse. – O que minha irmã tem a ver com isso.

- Não sei idiota, venha comigo e vai saber, e venha logo. – Glimmer fala e começa a andar.

Não tenho outra opção a não ser seguir. Afinal, quem queria me ver? O que minha irmã tinha a ver com tudo isso? Temia pela resposta.

Glimmer parou em frente ao seu dormitório e abriu a porta, entrando e esperando que eu entrasse. Após passar, ela trancou a porta. Não encontrei Foxface, nem ninguém conhecido, apenas um homem e uma mulher que ao se viraram, eu já conheci. Eram os pais de Delly.

- Pensei que não iria mais vir. – A mãe dela falou.

Aquele tom de voz... Era tão semelhante ao de Delly.

- O que minha irmã tem a ver nessa história? – Vou logo ao ponto, não entendia porque eles estavam ali.

- Ora, tudo. – Foi o pai dela que falou. – Esse tempo todo passou, acha que foi fácil aceitar que nossa filha morreu?

Senti um calafrio.

- Sinto muito em relação a isso. – Falo.

- Não, não sente, não foi você que perdeu alguém tão importante. Não foram seus pais que perderam uma filha, a única filha. – A mãe disse com frieza.

- Ah. – Deixei escapar. – Então vocês querem me matar, para que meus pais passem por isso também? – Pergunto não achando a ideia tão absurda assim, pois já queriam me matar antes. Delly já quis me matar, e acho que a família Mellark queria me matar também se as coisas não fossem resolvidas entre as empresas.

- Seria fácil demais Katniss Everdeen. Você não sofreria. Não teríamos esse prazer. – O pai dela fala.

E então junto as coisas. Prim. Eles queriam matar minha irmã, que não tinha nada a ver com a história, só para alimentar a sede ridícula de vingança deles.

- Vocês são psicopatas. Não me é estranho que Delly também fosse. Vocês não podem simplesmente querer matar alguém apenas por vingança. – Falo tentando não tremer e temer pela minha irmã.

Ela está bem. Penso. Deve estar com nossos pais, em segurança.

Mas e se não estivesse?

- Não só podemos, como vamos fazer. Pegar a pequena Everdeen foi tão fácil que você nem pode imaginar. – A mulher fala.

- NÃO. – Grito, assustada com a ideia. – Não podem fazer isso.

- Não se preocupe, você vai ver ela morrer. – O homem falou.

Procurei ar, enquanto por dentro era tomada pelo medo e pelo pânico. Queria pedir ajuda, gritar, chorar. Vi pessoas estranhas entrarem no quarto de Glimmer, me pegar pelos braços.

- GLIMMER, PEÇA AJUDA, NÃO DEIXE, CHAME OS OUTROS, POR FAVOR. – Falo chorando e esperneando enquanto eles me arrastavam para fora. Mas Glimmer não fez nada, apenas ficou observando com um sorriso, provavelmente se sentindo vingada.

Então senti a pancada e não vi mais nada.

...

Quando abri os olhos, notei que estava em um carro. Meus braços estavam presos e eu não conseguia mais me mexer.

- Onde estamos? – Pergunto com voz fraca.

- Para o mesmo local onde aconteceu o acidente. – A mulher que respondeu.

Voltei a chorar, só de pensar no que iria acontecer logo mais a seguir. O carro parou, e a porta do carro abriu, alguém me empurrou para fora, onde o frio estava terrível. Já sentia meus braços congelarem, e aquele vestido não estava ajudando em nada. Jogaram um casaco por cima, mas não adiantou muito.

Após ser arrastada, reconheci o local. Era mesmo o do acidente, era alto quase um morro, e tinha um precipício embaixo, onde o carro capotou, rolando até o fim. Meus olhos se arregalaram, ao ver me minha irmã estava bem na beira.

- PRIM. – Gritei, sentindo meu coração apertar.

- KAT. – Ouvi ela.

- Por favor, não façam isso, me matem no lugar, por favor. – Implorei chorando.

- Não adianta. – O pai de Delly falou.

Senti meu coração apertar mais ainda. Era pura maldade. E eu não podia fazer nada. Vi de relance a mãe de Delly pegar a arma e apontar em sua direção.

- NÃO. – Gritei novamente, me sacodindo, mas uns homens de preto estavam me segurando forte. Tentei me soltar, mas não podia. – Prim me desculpe, foi tudo culpa minha. – Falo soluçando.

Vi ela abrir um pequeno sorriso.

- Está tudo bem. – Ela disse.

Ouvi o tiro, e abaixei a cabeça, me acabando de chorar, enquanto ouvia o grito dela, e o barulho dela despencando morro abaixo.

- NÃO, NÃO, PRIM, NÃO. – Falo me balançando, querendo me soltar.

- Sofra, Everdeen. – Ouvi os pais de Delly falar e entrar no carro.

Minha visão ficou embargada de tantas lágrimas. Os homens me largaram, e eu cai no chão, chorando sem fim. O carro de afastou, e agora não sobrou mais nada. Me arrastei para a beira do penhasco. Sentindo-me arrasada, e machucada.

- Me desculpa Prim, como sempre, tudo foi minha culpa. – Falo levando as mãos ao rosto. Tremendo de frio. Não tinha celular, não podia ligar para ninguém, ninguém passava. Estava sozinha, tinha minha memória de volta, e acabara de perder minha irmã.

Continuei chorando por muito tempo. Lembrando de quando era com minha irmã. Brigava muito com ela, mas a amava, apesar de tudo, era minha irmãzinha, sentia saudades quando estava no colégio. E gostava de irritar ela, e ficar imitando ela de doce com nossos pais.

As lembranças só me fizeram mais mal ainda.

- KATNISS. – Ouvi alguém gritar.

Mas não olhei pra trás.

- Meu deus, ela deve estar congelando. – Ouvi a voz de Madge.

Peeta parou do meu lado, colocando mais um casaco por cima, e tentando me levantar.

- Não... encosta... em mim. – Consigo falar no meio das lágrimas.

- Katniss, o que aconteceu. – Ele fala ainda do meu lado.

Me viro em sua direção.

- Mataram minha... irmã. – Falo com tanta dificuldade, que fazia meu coração doer mais ainda.

- O que? – Ouvi Madge perguntar, incrédula. – Precisamos ligar pra policia, pra ambulância, e tira-la daqui. – Ela devia estar falando com outra pessoa.

- Vamos Kat, você precisa descansar.

- NÃO EU NÃO PRECISO DESCANSAR, EU VI MINHA IRMÃ MORRER E VOCÊ TÁ MANDANDO EU DESCANSAR? CALA A BOCA SEUS IDIOTAS. – Falo explodindo de raiva ao mesmo tempo que chorando.

Os meninos começaram a me segurar.

- Me larga. – Falo esperneando de novo. – Não quero deixar ela ai sozinha, não quero, não quero. – Falo estressada.

Mas como eles são mais fortes, conseguiram me colocar no carro. Já la dentro, não parei de soluçar e vi a policia e ambulância chegarem. Meus amigos me tiraram dali, e eu acabei desmaiando.

...

Abri os olhos, meu primeiro pensamento foi.

- Prim. – Soltei levantando o corpo de vez, me sentindo mal.

- Oh Kat... – Quem falou foi Clove, olhei em volta e percebi que estava no meu quarto. Só Clove estava ali, ela se aproximou da cama. – Que bom que acordou, já ia começar a ficar preocupada.

- Clove... Minha irmã... - Ponho a mão na cabeça, voltando a lembrar de tudo.

- Sim, Kat eu sinto muito. – Ela fala de modo triste.

- Foram aqueles miseráveis, eles mataram ela. – Falo com lágrimas nos olhos. – Meus pais já sabem? – Pergunto.

Por dentro, eu já não aguentava mais chorar.

- Sabem, eles também estão arrasados, mas sabe de algo? Os pais de Delly foram pegos. Provavelmente não vão demorar para serem presos.

- Prisão é o mínimo que eles merecem. – Falo seca.

- Também acho. Como você... Está se sentindo? – Clove pergunta pondo a mão no meu ombro.

- Pior impossível, eu vi... Eu... Eu não pude fazer nada para impedir.

- Não se culpe, foi culpa deles.

- Tudo começou com... – Olho pra Clove. – Com os Mellark. – Termino com firmeza, há meses atrás, eu com certeza falaria que não era culpa deles, tanto que falei isso pra Peeta.

- Espera... Katniss sua memória voltou? – Ela pergunta arqueando a sobrancelha.

- Sim.

- Oh meu deus, não acredito, isso é ótimo, voltou de vez?

- Sim, totalmente.

- Ah, preciso ir falar isso para os outros. – Ela disse e saiu correndo do meu quarto, fechando a porta.

Agora sozinha, soltei um suspiro. Sequei as últimas lágrimas que caíram. Eu realmente já havia chorado por décadas ontem. Estava cansada, e me sentindo fraca demais, fraca demais em comparação ao que eu era. Olhei para o lado, onde tinha uma foto meio antiga, minha com a minha irmã, quando éramos menores.

Não chore. Pensei e desviei o olhar.

Levantei-me da cama, não estava mais usando o vestido vermelho, e sim uma blusa verde escura folgada e uma calça preta, tipo pra dormir mesmo, e confortável. Peguei uma xuxa e prendi meu cabelo em um coque. Depois saí do meu quarto lentamente.

Meus amigos estavam ali? Como Clove saiu correndo, eles provavelmente estariam, desci as escadas devagar, chegando na sala, encontrei apenas minha vó sentada no sofá. Ela olhou em minha direção e se levantou. Corri até ela e abracei ela forte. Fazia tempo que não a via.

- Querida, que bom vê lá.

- Vó. – Nos separamos, ela tinha uma expressão bem triste no rosto.

- Não sei nem o que dizer em relação a tudo isso, você deve estar péssima. – Ela disse com calma.

- Estou, onde meus pais estão? – Pergunto.

- Saíram, resolver as últimas coisas. – Ela fala.

- Ah.

- Katnissss. – Escuto Madge berrar e entrar na sala da minha casa correndo. Ela me dá um abraço apertado. Chega a me sufocar. – Que bom que acordou, e que bom que recuperou a memória. E além de tudo isso, eu sinto muito, eu vou estar do seu lado sempre, está bem? – Ela fala de modo muito solitário, depois me solta.

- Obrigada Mad. – Digo.

Meus amigos estavam todos ali, todos com sorrisos solidários. Era bom ter eles do meu lado, ao menos isso. Peeta chegou, e aquilo não ajudou em nada.

- Kat, eu soube. – Ele falou e veio em minha direção, para um abraço.

Mas eu desviei.

- Não encoste em mim. – Falo com frieza. – Tudo isso que aconteceu foi sua família que começou.


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Notas finais do capítulo

e então? gente foi mal pela tragedia ai viu D:
até os reviews