Pov Madge

Ótimo, essa diretora é barreira mesmo. Era só o que faltava ter que ficar no colégio o final de semana todo para cuidar ainda por cima de alunos do fundamental II, que maravilha, e como se não bastasse, ainda ia ligar para os nossos pais. Minha cabeça estava girando, um pouco em questão do lago, por alguém.

- Srta. Madge, você é a primeira. Já falei com seu pai, ele quer falar com você. – Disse a diretora me tirando do mundo dos pensamentos. A encarei, ela segurava o telefone em minha direção.

Peguei o telefone e o aproximei do ouvido.

- Oi pai. – Falei receosa.

- Madge, como pôde fazer uma coisa dessas? – Meu pai perguntou.

- D – desculpa. – Falei encarando todos na sala que me olhavam curiosamente.

- Está bem, mas não faça isso de novo.

- ook. Tchau pai.

- Tchau filha.

Desliguei o telefone.

- Pronto. - Falei entregando o telefone para a diretora.

- Nossa ele nem brigou. – Clove disse rindo.

Eu ri.

- Só um pouquinho.

- Chega! – Falou a diretora. – Katniss Everdeen, vou ligar para seus pais agora.

Katniss não parecia estar muito incomodada. A diretora discou o número e começou a contar o ocorrido, acho que era a mãe da Kat. Olhei em direção aos meninos. Todos silenciosos, apenas ouvindo a diretora falar.

Em seguida meu olhar foi direto para o garoto moreno que olhava para o chão. Gale. Então me lembrei da verdade ou consequência e quando ele me jogou no lago...

Pov Katniss.

Peguei o telefone das mãos da diretora. Nem temia muito o que minha mãe, que tinha certeza que tinha atendido ia falar.

- Alô. – Atendi.

- KATNISS EVERDEEN. – Começou minha mãe.

- Caramba, dá para ouvir daqui. – Brincou Marvel.

- Ah mãe, tudo bem com você? – Perguntei querendo rir da situação.

- Como ousa perguntar se está tudo bem. Claro que não está tudo bem, Katniss, na primeira semana de aula você já pega castigo, por faltar a manhã toda de aula.

- Nem é novidade, eu já durei bastante tempo nessa escola, normalmente sempre pego os castigos nos primeiros dias. Nunca no final da semana. – Falei rindo.

Todos na sala riram menos a diretora. E minha mãe.

- Katniss sem gracinhas, olha espero que o castigo seja bem ruim, para você aprender.

- Credo mamãe, isso é coisa de se desejar para a filha? – Perguntei ingenuamente.

- É sim, não aguento mais isso. – Em seguida desligou o telefone.

Entreguei o telefone e fiquei em silencio. Fiquei meio que sem reação. Os seguintes telefones foram meio bizarros. A mãe de Annie também brigou com ela. O pai da Clove não reclamou muito. Sobre os meninos tudo foi tranquilo, nem um dos pais brigou muito. Johanna estava pouco se fodendo para a opinião dos pais.

- Podem ir. – Disse a diretora após todas as ligações. – 1 h 30 da tarde, vocês desceram, pois iremos passar as atividades que cada um deverá fazer com as crianças. Podem ir.

Depois de a diretora falar, me levanto da cadeira e sigo os outros na saída, como costume, eu fico por última. Mas não sozinha.

- Sua mãe ficou muito chateada né?  - Peeta perguntou.

- Ela sempre fica. – Falei receosa.

- Sinto muito. – Ele disse.

- Tudo bem. – Murmurei.

Continuamos caminhando, até que cheguei à frente do meu quarto.

- Até mais tarde Kat. – Peeta falou se aproximando de mim e me dando um selinho.

- Até mais Peeta. – Falei com um pequeno sorriso e entrei no dormitório.

As meninas já estavam lá, sentadas na cama.

- Ainda temos bastante tempo. – Clove disse.

- Verdade. – Falei indo me deitar na minha cama.

- Agora são dois casais. – Madge disse rindo levemente.

Eu ri.

- Poderia ser três. – Falei.

- Pois é né Madge.

Madge não parecia tão incomodada.

- Percebi uma coisa. – Madge disse.

- Será que ela finalmente se tocou. – Falei rindo.

- Diga Mad, será Kat? – Clove disse.

- É o Gale né. – Madge disse.

Eu e Clove nos entreolhamos.

- Sim, e você chegou à conclusão que ele te ama e que você o ama. – Clove disse rindo novamente.

Madge parecia inquieta.

- Só cheguei à primeira conclusão. Sabe andei pensando muito.

- Até quem fim. Então vai se declarar? – Perguntei sentindo diversão.

- Não. – Madge disse. – Preciso de um tempo.

- Então nesse tempo, passa um tempinho com ele. Ai você vai ver como ele pode ser legal. – Falei.

- Ta bom, eu vou fazer isso mesmo. – Madge disse. – Agora preciso tomar um banho. – Madge disse pulando da cama e indo em direção ao banheiro.

Depois que ela foi, eu disse.

- Vou ir falar com Gale, ele vai ficar feliz. – Falei me levantando da cama também.

- ok. – Clove disse.

Saí do dormitório e dei apenas pequenos passos até o dormitório em frente. Dei duas batidinhas e não demoraram em abrir. Foi Gale.

- Deseja ver o Mellark? – Gale perguntou sorrindo.

- Na verdade. – Comecei. – Vim falar com você.

Ele pareceu espantado, depois riu.

- Está bem então. Entre.

Ri e entrei no dormitório dos meninos. Gale fechou a porta. Nunca tinha ido a um dormitório masculino do colégio. E no deles, posso afirmar que tinha muita bagunça.

- Sente se Katniss. – Gale disse se sentando em sua cama, me sentei também.

- Onde está o Peeta? – Perguntei, não iria me aguentar se não perguntasse por ele.

- No banho.

Pensei na cena, me senti envergonhada.

- Calma Kat, não precisa ficar vermelha não. – Gale falou rindo.

Ri sem graça.

- Ér.. Bom, vim falar sobre a Madge. – Comecei.

Tive a vaga impressão que seus olhos possuíram um certo brilho quando falei o nome da minha amiga.

- Ótimo, pode falar. – Ele falou sorrindo.

- Ela percebeu sua quedinha por ela, então ela vai passar um tempo com você, como algo simples, então quis te avisar.

- Ótima notícia. – Ele disse alegre.

Eu ri.

- Katniss o que está fazendo aqui?

Ouvi a voz. A voz de Peeta. Olhei em sua direção, ele tinha acabado de sair do banho, estava apenas com uma toalha azul escura em volta da cintura. Com essa visão pude notar o quão ele era bem forte, com aparência definida. Ai meu deus. Meu rosto estava esquentando.

- Euh, eu... ér... vim falar com Gale rapidinho. Mas já estou de saída. – Falei me levantando.

Gale começou a rir, que diabos, está rindo esse garoto.

- Katniss... – Peeta me chamou.

Senti um calafrio.

- Depois a gente se fala tá, bem. – Falei indo em direção a porta como uma tonta e saindo.

Dei poucos passos e entrei no meu dormitório. Madge já tinha saído do banho.

- Kat, o que houve? Você tá vermelha. – Mad perguntou.

- O que houve? Nada imagina. – Falei indo em direção ao banheiro.

- Deve ter visto algo danadinho. – Clove falou rindo.

Madge riu.

- Aiai. – Gritei entrando no banheiro.

Fui tomar um bom banho para relaxar, e pensar. Depois me vesti com roupas simples. Uma blusa de ombro caído preta, um short jeans, com um cinto preto. Pequenas botas pretas. Dei um jeito no meu cabelo, fazendo um rabo de cavalo simples e saí do banheiro. Em seguida Clove foi tomar banho.

No final, estávamos bem prontas e limpas, como roupas normais. ( roupas na ordem , Clove, Katniss e Madge : http://a3.sphotos.ak.fbcdn.net/hphotos-ak-snc7/425057_285819878192268_1795862334_n.jpg ) 

- Vamos meninas. Já está quase na hora. – Clove disse caminhando em direção a porta.

- Vamos. – Falei a seguindo do lado de Madge.

Descemos as escadas em silencio. E atravessamos o salão indo para o lugar previsto. Johanna e Annie estavam de um lado. Já os meninos do outro, ficamos entre, que legal, e logo chegou à diretora.

- Bom. – Começou ela. – Voces vão ser divididos por grupos, para cuidar dos alunos, que também estão por grupo.

- Que divertido. – Murmurou Marvel.

A diretora lhe lançou um olhar nada agradável.

- Podem se formar por duplas, como preferirem. – Continuou ela.

Peeta me olhou.

- Podemos? – Ele pediu.

- Sim. – Respondi, afinal Clove iria com Cato, e Madge provavelmente com Gale.

Todos começaram a formar a duplas.

- Pronto. – Disse Annie.

- Se entendi, ficar o seguinte. – Disse a diretora. – Katniss e Peeta, vão cuidar das crianças que irão fazer o piquenique. Clove e Cato, cuidarão das crianças que irão ao lago. Madge e Gale, das crianças que vão fazer a caminhada na floresta. Johanna e Marvel, das crianças que vão para a escalada. Annie e Finnick vão cuidar das crianças da natação na piscina da escola. Entendido?

- Sim. – Falamos em coro.

- Certo, vou mostrar cada grupo para vocês. – Disse a diretora. – Ah, depois que completarem essas atividades, podem fazer coisas para divertir as crianças.

Ah que ótimo. Pensei.

Meu grupo com Peeta eram de crianças acho que de mais ou menos 12 anos até 14, máximo. Eram já bastante. A diretora nos explicou tudo sobre como iriamos ter que fazer o piquenique, depois disso poderiam fazer vários jogos e brincadeiras. O dia todo, que maravilha.

- Bom gente. – Comecei olhando todos os rostos presentes. – Vamos pegar grande cesta de piquenique e vamos à cozinha, pegar várias coisas para o nosso piquenique. – Falei com um pequeno sorriso. – Está bem?

- Ok. – Todos responderam.

Fiz sinal positivo com a mão e chamei todos para perto. Peguei uma grande cesta de piquenique que estava sobre a grama do lado de fora. Peeta segurava outra cesta gigante na mão como a minha. Ele falava com uns alunos para nos seguirem.

- Vamos Kat. – Ele disse começando a andar.

Todos nos seguiam.

- Vamos.

 Falei indo em direção a escola. Entramos e fomos em direção a sala de refeições. Tinha uma mesa gigante cheia de coisas para comer. Um outro grupo estava sentado em outra mesa tão grande quanto essa. Era o grupo de Madge e Gale, após comerem iriam fazer a caminhada.

- Gente, gente. – Comecei. – Vamos parar aqui todo mundo.

Todos pararam. E Peeta começou a falar.

- Vocês podem pegar o que desejam, e coloquem na cesta, ok? Todos podem participar. – Ele disse.

Todos assentiram. E começaram a colocar as comidas dentro das cestas de piquenique. Eu fui para o outro lado da mesa, peguei uma maçã e mordi um pedaço enquanto procurava as toalhas de piquenique. Acabei achando duas quadriculadas. Pelo porte, pareciam ser bem grandes. Peguei e segui em direção ao nosso grupo.

- Toalhas prontas. Piquenique pronto? – Perguntei olhando para todos.

- Simm. – Responderam animados.

- Good. Vamos então.

Peguei a cesta que agora estava extremamente pesada. Nunca vi. Fomos andando até o outro lado da escola. Peeta nos guiava não sei para onde. Chegamos em um campo, que ficava perto das quadras. Muito lindo o local. Esse colégio me surpreendia com esses lugares.

- Vamos ficar aqui, que tal? – Peeta perguntou.

- Eu gostei. – Disse uma menininha.

- Eu também gostei. – Disse dois meninos.

- Também. – Falei colocando a cesta de piquenique na grama.

Estendi as toalhas nos chão, prendi os lados com algumas pedrinhas para que não voasse, com o leve vento que se levantava de pouco em pouco.

Peeta ajudou nesse tempo os alunos a tirarem as comidas e colocarem nas toalhas.

- Pronto gente pode atacar. – Falei sorrindo.

Todos sorriram também e começaram a se servir.

Sentei-me na grama e terminei de comer minha maçã.

- Nem sabia que tinha tanto jeito com crianças assim. – Peeta falou se sentando ao meu lado.

- É que eu tenho uma irmã, mais ou menos nessa idade.

- Atah, como se chama?

- Primrose, mas costumo chamar de Prim.

- Que legal. Você se dá bem com ela?

- Digamos que, vivemos brigando, mas nos damos bem.

- Brigas. Normal. – Ele disse.

- É. E você tem irmãos? – Perguntei.

- Eu não, sou filho único.

- Atah. Hey, tem algum ideia de como ocupar essas crianças durante uma tarde todinha?

- E ainda tem a noite.

- Ah é. – Falei desanimando.

- Mas tudo bem, podemos fazer jogos divertidos. Já sei, vou ir buscar umas coisas. – Peeta falou se levantando.

- Está bem. – Me aproximei do piquenique e peguei uns biscoitos, estava com fome. Umas meninas vieram em minha direção. Todas pareciam muito simpáticas.

- Como você se chama? – Uma delas perguntou

- Katniss. E vocês? – Perguntei a elas. Eram umas três.

- Louise. – Disse uma baixinha loira de cabelos lisos.

- Lacey. – Disse uma ruiva de cabelos curtos.

- Rue. – Disse uma moreninha de cabelos encaracolados.

-Rue? – Repeti com um pequeno sorriso olhando para a garotinha.

- Sim, você gosta desse nome? – A menina perguntou.

- Sim, é o nome de uma amiga antiga. – Falei cabisbaixa. – Mas quantos anos vocês tem?

- Temos 12. – Disse a ruiva.

- Legal, a idade da minha irmã. – Falei simpaticamente.

- Ela não estuda aqui não né? – Rue perguntou.

- Não só eu mesmo. – Respondi.

- Atah. – Iniciou Louise a loirinha. – E aquele garoto que está aqui com a gente, é seu namorado não é?

A pergunta me pegou de surpresa.

- Ér... Meio isso. – Falei sem jeito.

- É vocês combinam. – Disse Lacey a ruiva.

Eu dei uma pequena risada. De longe pude ver Peeta. Ele estava parado, me observando. Sorri e ele veio em nossa direção.

- Pronto, cheguei. – Peeta disse. Ao seu lado tinha um grande saco plástico.

- Não é que combinam mesmo. – Rue disse sorrindo.

- O que? – Peeta perguntou me olhando.

- Hm, nada não. – Falei me levantando. – Peeta, o que você trouxe? – Perguntei.

- Várias coisas.

Ele abriu o saco plástico e começou a tirar vários tipos de brinquedos. Bolas, corda, bambolê, bola de basquete, futebol e vôlei.

- Gente. – Chamou Peeta. – Venham aqui.

Todos vieram. Nossa de onde será que ele tirou isso tudo. Os alunos começaram a pegar as coisas. Muitos meninos pegaram a bola de futebol e foram jogar. Umas meninas pegaram a corda. E um grupo se reuniu querendo jogar baleado.

- Vem jogar com a gente Katniss? – Chamou Louise.

Assenti e fui em direção ao grupo do baleado. 

- Está bem, eu jogo. Fico em que time? – Perguntei.

- No nosso. – Rue falou.

- Ok.

Começamos o jogo, tentava me esquivar o máximo possível, todos eram bons, mesmo sendo mais novos.

- Katniss.

Ouvi alguém me chamar. Sorte que não tinha sido baleada ainda. Olhei em direção. Era Peeta, ele jogava no grupo do futebol. Devia ser meio estranho, só ele de grande, acho que no meu caso era a mesma coisa. Peeta acenou para mim, acenei de volta, até que senti uma bolada na cabeça.

- Ai. – Reclamei.

- Desculpa Katniss. – Disse um menino.

- Não tudo bem. – Falei.

- Ahh Kat, você foi baleada. – Lacey disse.

Droga. Pensei, esses jogos estavam fazendo eu me lembrar da minha infância novamente. Queria rir de mim mesma. Peguei a bola e fui para o outro campo, já que tinha sido baleada.

[...]

O dia passou voando. Jogamos mais 2 vezes baleado. Depois fiquei batendo a corda para umas meninas. Depois de um tempo, fomos descansar um pouco todos, comemos uma coisinha que ainda tinha sobrado do piquenique. Em seguida fizemos uns jogos divertidos.

Agora já era 17horas.

- Temos que voltar para frente da escola e levar as cestas de piquenique. – Peeta falou assim que reunimos todo mundo.

- Certo. – Falaram em coro.

Arrumamos as coisas tudo. Todos ajudaram. Em seguida fomos para a frente do colégio. Todos já estavam la, todos os outros alunos. A gente que atrasou bastante.  

Tinha várias tendas já prontas. Claro, eles iriam acampar no colégio. Eu e Peeta deixamos todos irem para arrumadas suas tendas e fomos guardar as cestas na cozinha.

- O dia foi bem legal. – Peeta disse após guardar tudo corretamente na cozinha.

- Concordo, melhor do que eu pensava. Nem pareceu ser um castigo.

- Concordo com você.

Saímos da cozinha e voltamos para a entrada principal no jardim onde todas as tendas estavam sendo arrumadas.

No centro tinha uma grande fogueira. Muitos estavam ali, na verdade percebi que os que estavam sentados eram nossos amigos.

-Vem Peeta. – Falei o puxando pela mão em direção a todos.

Chegando à fogueira, todos nos olhavam, tentei entender. Tinha algo errado? Ai percebi que ainda estava segurando a mão de Peeta, mas não soltei.

- Eai gente. – Falei tranquilamente.

-Como foi o dia Kat? – Clove perguntou.

- Ótimo, e o de vocês?

-Legal.

- Legal.

- Divertido.

Uns falaram. Sorri, soltei a mão de Peeta sem olhar para ele e me sentei na fogueira, ele se sentou ao meu lado.

- Hm, o que vamos fazer hoje? – Perguntei.

- Eu trouxe Marshmellows. – Annie disse pegando um grande pacote e ao lado tinha espetos. E a nossa frente à fogueira.

- Eba. – Madge disse.

Olhei para Madge. Ela estava sentada ao lado de Gale, parecia estar muito bem. Ótimo para eles.

Annie distribuiu espetinhos para cada um e foi passando o saco com Marshmellows. Todos já servidos colocamos os espetos próximos ao fogo. E deixamos assar por um tempo, depois comemos. Era delicioso de fato.

- Tem que ter uma música para animar. – Gale disse.

- Por favor, só não deixem a Madge cantar. – Brincou Clove.

Todos riram.

- Ah que nada. Kat e Clove amam demais minha voz, e ficam falando isso. – Madge se defendeu.

Riram novamente.

- Aham, até parece. – Falei brincando.

- Mas a Katniss canta bem. – Clove disse.

- Concordo. – Peeta falou.

- Eu não canto nada. – Me defendi.

- Claro que canta. – Madge disse.

- Principalmente no chuveiro. – Peeta falou.

Eles riram.

- Eeeh – Os outros meninos fizeram em coro. Já falei que isso me irrita? Mas no caso deu vontade de rir.

- Queremos te ouvir Katniss, canta ai. – Johanna disse.

- Concordo com a Jojoh. – Marvel disse passando os braços em volta da cintura de Johanna que lhe deu um tapa nas mãos.

Eu ri.

- Eu não entendo esses dois. – Finnick que também viu a cena disse.

- Quem entende. – Annie disse. – Casal doido. – Ela terminou rindo.

Rimos.

- Ai, ai, ai, não mudem de assunto, Kat canta ai. – Johanna disse.

-Não que isso. Não vou cantar assim sem nada, minha voz é horrível. – Tentei dizer.

- Problema resolvido. – Clove falou pegando um violão ao seu lado.

- O que? Você toca? – Perguntei incrédula.

- Claro, mas quem vai tocar é você. – Clove disse me entregando o violão. – Tenho certeza que você toca não é.

- Sim... – Falei pegando o violão.

Todos me encaravam esperando eu começar. Que mania doida de começar a falar que eu canto bem.

- Anda. – Madge disse.

- Que música? – Perguntei ajeitando o violão.

- Safe and Sound. – Annie disse.

- Música depressiva. – Johanna disse.

Todos olharam para ela.

- Depressiva, mas é bonita. – Ela disse novamente.

-Está bem.

Ajeitei corretamente o violão. Eu conhecia a música. Minha irmã vivia ouvindo, um desses dias acabei gravando e quis tocar no violão, quando ainda podia chamar o que eu tinha de vida.

- I remember tears streaming down your face

When I said, I'll never let you go

When all those shadows almost killed your light

I remember you said, don't leave me here alone

But all that's dead and gone and passed tonight.

Cantei, todos me olhavam, tocava o violão também de acordo com a música. Deixava ela tomar conta de mim, desde quando descobri o quão me vazia bem, era como quando eu cantava debaixo do chuveiro, a alegria.

- Just close your eyes

The sun is going down

You'll be alright

No one can hurt you now

Come morning light

You and I'll be safe and sound

Don't you dare look out your window

Darling, everything's on fire

The war outside our door keeps raging on

Hold onto this lullaby

Even when the music's gone

Gone

Continuei o solo do violão, até voltar a cantar e tocar.

Just close your eyes

The sun is going down

You'll be alright

No one can hurt you now

Come morning light

You and I'll be safe and sound

Just close your eyes

You'll be alright

Come morning light,

You and I'll be safe and sound...

Toquei, toquei e toquei, até o final da música. Era incrível. Enfim terminei.

Todos me olhavam, então me dei conta, ao redor, estávamos rodeados pelos alunos do fundamental II. Seria possível, que eles vieram para me ouvir. Devolvi o violão para Clove.

- Elas têm razão, você canta em pra caramba. – Johanna disse.

- Concordo. – Annie disse.

- Eu falei. – Clove disse.

- Uau Kat. – Finnick falou.

- Que nada, não foi nada demais. – Falei me levantando. – Volto já.

Caminhei para um canto calmo, onde não tinha muita gente e me deito na grama. Olho para o céu, extremamente estrelado. Lindo.

- Foi perfeito. – Uma voz disse. Peeta.

Olhei para o lado. Ele estava ao meu lado. Sempre esteve por mim, como desde o começo estive ali ao seu lado. Agora estávamos juntos. Era de uma maneira estranha encarar aquilo tudo. Ver ele comigo. Mas fazia tão pouco tempo. Tão pouco tempo que nos conhecíamos. Como era possível eu querer e sentir algo tão forte por ele.

- Obrigada. – Consegui dizer.

Em questão de segundos, Peeta já me envolvia em um abraço, e eu o abraçava.

- Kat. – Ele me chamou.

- Sim. – Respondi fechando lentamente os olhos.

- Como é possível gostar tanto de você em apenas te conhecendo há tão pouco tempo.

- Eu também me pergunto isso. – Falei. - Talvez seja aquelas histórias de amor a primeira vista. – Falei sorrindo. Depois me dei conta do que falei. Ai meu deus, será que bebi? Estou muito romântica.

- Quem sabe. – Peeta falou.

E nos beijamos.