HIATOS-A Assassina Em Mim escrita por Elisabeth


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura



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— Manda? – uma voz familiar se fez presente. – Manda, meu amor por quê? Por que fizeste isso? – Sua voz era doce, solene. Voz de anjo.

— Isa? É você?

Por algum motivo, do qual não sei explicar, não enxergava absolutamente nada. Sabe quando se esta dormindo e sonhando, mas sabe que está sonhando e quer, de qualquer maneira, acordar? Ou quando esta no sonho e, não enxergando nada, sente a presença e ouve a voz de alguém, em plena escuridão? Bom, eu me encontrava assim; um dos olhos no sono e o outro na realidade...

O que fiz para tirar-me a vida, Manda? Eu a amava… apenas, apenas não… não sei.

— Não há um minuto se quer que eu não me arrependa, Isa. Sua imagem está impressa em minha mente. É como se, de algum modo, ela estivesse impregnada para sempre em minhas pálpebras inferiores, toda vez que pisco.

— Você algum dia me amou… de verdade? – Pense num túnel escuro e que bem lá no fundo dele comece uma luz, mas uma luz fininha, adelgaça, quase nada... enfim, sua voz parecia seguir o túnel. Indo-se.

— Amei, amei! Isa! Ainda amo... Isa?

Tarde de mais.

Acordei com o rosto inundado em lágrimas.

Agora eu estou entendendo aquele sonho. Aquele do qual a figura, que sabia tanto sobre o que fiz, não se podia ver o rosto.

Mas será que toda vez que eu matar alguém eu irei sonhar com ela?

Besteira. Sonhei hoje porque eu amava Isadora e ainda amo.

Eu acho.

Fiquei remoendo as hipóteses que poderiam ser o motivo dos sonhos. Era a única coisa que me restava em minha passageira situação.

Estou num reformatório para adolescentes degenerados, doentes mentais, transtornados, perturbados. Pelo menos é o que diz a “fachada estrategista” dessa merda. Para mim devia estar escrito bem grande: “AQUI JAZ PESSOAS INUTEIS E INFANTIS QUE NÃO SABEM SEU LUGAR NO MUNDO E QUEBRAM CLASSES NA CARA DOS PROFESSORES” – Mas minha opinião não importa. – foda-se. Pensei.

Ficarei enfurnada aqui por 18 meses. Você tem noção do que é 18 meses trancafiada ou pior. Nesses 18 meses que passarei aqui eu podia estar matando metade do Texas! – injustiça – ironizei.

É, eu já havia entendido que meu destino seria para sempre essa matança. Passei a brincar que sou um tipo de Serial Killer.

Minha cela parecia mais uma solitária toda estofada e branca. Acho que eles pensaram que eu podia querer me matar ou algo do tipo.

Ridículo.

Não sou suicida. Sou homicida.

Há também uma pequena janela onde se pode enxergar as duas policiais.

 

Por dez segundos olhei para a dupla a minha frente com a expressão mais oca que havia no meu banco de emoções, para então suspirar e ter vontade de jogá-las numa cova qualquer.

Aproximei-me da janela para... – Elas não deviam estar tão próximas das grades...

Podia ver a nuca exposta da policial, que ficara me vigiando enquanto sua parceira ia ao banheiro, suada. Era uma oportunidade tão boa quanto qualquer outra de experimentar meu novo brinquedo. Uma faca improvisada com sabonete – tão duro e fedorento que se eu ficasse mil dias sem banho o cheiro não chegaria perto. Recusava-me a tomar banho com aquilo –, e a lamina do barbeador de uma colega de sala. Sim ela fazia a barba. – já que a minha, obviamente, foi fiscalizada.

Ergui a mão precisamente para nem sequer tocar nas grades evitando ruídos e, com um único movimento da minha mao direita, esfaqueei a lateral do pescoço da policial. A faca recém-amolada estava extremamente afiada e atravessou a jugular da mulher sem a menor resistência. A policial caiu, morta antes mesmo de chegar ao chão.

Depois disso me levaram para uma sala onde me deixaram nua e deram muitos golpes e relhadas em meu estomago e costas.

Aquilo só fez minha raiva aumentar. – sim. Eu irei me vingar. Elas que me aguardem.

Puseram-me de volta a minha cela estofada.

— Estupidas. Acham que doeu? Não doeu suas vaca gorda! O que irei fazer com vocês será bem pior. 

Bateram com o porrete na grade.

— Cala a boca, vadia! – vociferou uma delas. – Essa garota é louca.

Elas me pagam.

Eu tinha sido absolvida dos 31 assassinatos por falta de provas. Na verdade, não havia provas desses 31, apenas do assassinato de Dave e Nôrie. A faca usada foi encontrada na revista da casa com minhas digitais. – será meu ultimo erro. – prometi.

No refeitório ninguém queria se sentar ao meu lado. Que bom! – pensei – antes sozinha do que adolescente metidos me aporrinhando com perguntas do tipo “O que foi que você fez para parar aqui?”, “E, porque você fez isso”. – Ah, tomar no cu!.

Comia aquela crosta quando o noticiário começou a falar de ninguém mais ninguém menos que... eu!

Ela ficou conhecida nos últimos meses por ser responsável pela morte de 31 pessoas, das quais possuía vínculos e, segundo fontes próximas, lhe causaram tanta dor. Pelo menos é o testemunho recente dela.

A vizinha de Nôrie deu entrevista. – queria aparecer, claro.

Não poderíamos ser capazes de imaginar que atrás de tal doce garota houvesse alguém fria, cruel e diabólica. Jamais passaria por minha cabeça que aquela menina seria uma assassina. Alguém que repousava sua cabeça no travesseiro à noite, tranquila após torturar e mutilar um ser humano. Estou muito chocada e pensar que quando visitava minha vizinha, Oh... pobre Nôrie – exclamou. – Eu poderia ter sido sua vitima também.

— Obrigada senhora – agora o repórter. - Infelizmente não podemos adivinhar com quem realmente lidamos, se fosse assim poderíamos ter evitado tais atrocidades que essa menina de apenas 16 anos cometeu. Tenham uma boa noite e bom...

Joguei meu prato na TV.

— FILHOS DA PUTA!

Olhares assustados reviram-se à mim.

— O que é que estão olhando?! - falei possessa. - Não gosto que me olhem assim! Vou matar vocês seus lixos!

Peguei minha mesa e joguei sobre uma garota.

Eu nao sabia que era afiada a mesa - eu juro.

A cabeça da garota foi parar na crosta que serviam...

Mais uma chicotada - pensei, já premeditando a surra que irei levar.


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Notas finais do capítulo

Mereço reviews?
Espero que estejam gostando!
E mais uma vez recomendando a fic maravilhosa da miah
" Te beijar ou Te Matar?" , que eu nao consigo de jeito nenhum recomendar de verdade! - to com raiva!
Mas gente vale muito a pena ler!
Beijos!
Até a prox!