Ordinary Girl escrita por MissLerman


Capítulo 30
Capítulo 31 Frank


Notas iniciais do capítulo

O que uma chantagem não faz? HEUHEUHEUHEUEHUEH mas demorei para postar por falta de tempo. Foi feriado na sexta e eu dei uma saída. Enfim, este é o penúltimo capítulo. É, mais uma fic se acabando. Espero que gostem (:
~~le música~~ http://www.youtube.com/watch?v=SYXkGdSe_SQ



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Eu não sabia se era minha ansiedade ou se era o trânsito, mas sentia que não estava conseguindo sair do lugar. O carro mal andava, e aquilo estava me matando. Estava indo para a casa dos pais de Frank, sabia que havia uma remota possibilidade dele não estar lá, mas eu tinha que tentar. Tinha que falar com ele, precisava disso. Minhas mãos mal paravam no volante, estavam tão trêmulas e suadas que mal se fixavam. Tentei diversas vezes controlar minha respiração, mas, com meu coração no ritmo que estava, era praticamente impossível.

Para me acalmar, liguei o rádio. Infelizmente, nenhuma rádio parecia estar disposta a me ajudar. O liguei e desliguei diversas vezes. E isso me deixava ainda mais ansiosa. Será que eu deveria ter falado com Charlie primeiro? Ter explicado o que eu havia decidido? Talvez, mas talvez ficasse tarde demais para conversar com Frank. Eu precisava chegar em sua casa rapidamente, pois ainda tinha que voltar para casa e conversar com Charlie. Talvez não apenas isso.

Depois de longos minutos dentro de meu carro, finalmente cheguei até a área cheia de árvores onde se encontrava a velha casa de madeira dos pais de Frank. Assim que avistei um Camaro preto muito conhecido, senti o medo tomar conta de mim. O que iria dizer a ele afinal? As palavras pareceram fugir de minha mente. Eu não conseguia pensar em nada. Mas sabia que devia contar a ele. Talvez tivesse sido um erro ter vindo até aqui tão cedo. Talvez ele estivesse com outra. E isso não seria muito agradável.

Estacionei meu Impala um pouco mais afastado de sua casa. Assim que abri a porta e coloquei meus pés no chão, senti uma onda de arrepios passar por meu corpo. As lembranças da última vez que estive naquela casa tomaram conta de minha mente. As sensações, os toques, e até o momento em que travei, pensando em Charlie. Me pus de pé e bati a porta do carro. Caminhei lentamente, vasculhando em meus pensamentos, as palavras certas para dizer a Frank.

Meus tênis afundavam naquela grama úmida, havia chovido por ali. O sol começava a se esconder. Quando alcancei os três pequenos degraus de madeira, passei apressadamente por ele e cheguei até a porta. Mesmo tremendo, dei quatro batidas e esperei até que alguém abrisse aquela velha porta. Mordi com força meu lábio interior, não sabia o que estava por acontecer.

Escutei passos apressados, e logo depois a porta rangeu e se abriu, revelando um moço que eu conhecia bem, mas que não via a quase dois meses. Frank arregalou os olhos assim que me viu, ele parecia muito surpreso. Não sabia desde quando ele estava em Nova Iorque, mas, por não ter ido me procurar, creio que talvez ele já estivesse em outra.

– Oi... Frank... - digo sentindo minhas bochechas corarem bruscamente.

Frank abriu a boca diversas vezes para dizer algo, mas todas elas foram falhas. Ele apenas me fitava. Notei que seu rosto também estava completamente corado.

– Não sei desde quando está por aqui, mas...

– Quem te contou? - Frank me interrompeu.

Achei um tanto rude de sua parte, mas decidi ignorar.

– Claire, ela te viu no teatro. - respondo colocando, involuntariamente, as mãos dentro dos bolsos de minha blusa.

Frank apertou seus lábios, como sempre fazia quando estava nervoso. Tenho que admitir que estava com saudade daquilo.

– Mas você não veio até aqui para confirmar o que sua amiga disse. - ele confirmou.

Assenti.

– Nós temos que conversar. Teria algum problema se eu entrasse? - pergunto, somente depois me questionando se essa atitude não seria abusada demais.

Frank piscou os olhos diversas vezes, como se tivesse acabado de acordar. E, depois, fez sinal para que eu entrasse.

Estava tudo exatamente igual a última vez que estive naquele lugar. O mesmo sofá, as fotos, até mesmo o tapete. Me senti um tanto mal, aquela sala não trazia boas lembranças para Frank. E para mim também não. Timidamente, me sentei no canto do sofá, enquanto Frank arrastou uma cadeira para perto e se sentou na mesma. Observei que ele estava usando roupas velhas, a julgar pelo estado em que se encontravam. Uma calça com um pequeno rasgo no joelho e uma camisa de flanela. Mas isso não o deixava menos feio.

Frank me fitava curioso, senti uma pontada de esperança em seus olhos. Acho que ele sabia porque eu estava ali.

– Então, sobre o que quer conversar? - ele perguntou.

Engoli em seco. Novamente, as palavras voaram de minha boca.

– Frank... Antes de você partir, disse que me daria um tempo, para que eu pudesse pensar no que eu queria. Ou melhor, em quem. Em quem seria o melhor para mim. Em quem me faz chorar de alegria quase tanto quanto me faz rir. Em quem me ajudou tantas e tantas vezes desde que cheguei aqui em Nova Iorque. Depois de muito pensar comigo mesmo, brigar até, acho que acabei escutando um nome. E esse nome pertence àquele que eu creio ser quem eu realmente amo. Sabe, foi um tanto difícil, mas não deixaria você e Charlie sofrerem ainda mais. - digo sentindo meu coração quase parar.

Notei que Frank estava controlando o sorriso, ele parecia estar mais esperançoso do que nunca.

– E você, Frank, você foi incrível. Juro que, cada segundo que passamos juntos foi perfeito. Nunca, nunca mesmo vou me esquecer desses momentos todos. Você é o cara mais perfeito que já conheci. O único para quem... eu falei "eu te amo" - assim que disse isso, dei um sorriso involuntário - Você é e sempre será especial e único. Eu poderia ficar aqui o dia todo enumerando todas as suas qualidades. E sabe, penso que ainda me faltariam horas. Juro que pensei que você não quisesse mais nada comigo. Pensei que tinha seguido em frente. Por que não me avisou que estava por aqui?

– Eu não sabia se devia. Não queria te ver com Charlie. Na verdade, eu sentia que vocês poderiam ter se acertado. Se eu aparecesse, só estragaria as coisas. - ele respondeu mexendo no cabelo.

Respirei fundo algumas vezes. Frank era mesmo um dos melhores caras que eu já havia conhecido. Não sabia ao certo se encontraria alguém como ele novamente. Eu sabia que era difícil, mas eu teria que conviver com isso. Senti algumas poucas lágrimas se acumularem em meus olhos. Minha garganta pareceu dar um nó. Eu mordia meu lábio, esperando inutilmente as palavras brotarem. Não consegui dizer nada por um tempo. Apenas pensava. Frank pareceu ficar impaciente, ele estava curioso. No fundo, não queria dizer o que tinha que dizer. Na verdade, não queria ter que escolher. Nem com Charlie queria falar. Queria que minha vida não fosse tão complicada assim.

– Você sabe que eu amo você, Frank - digo sentindo o choro começar a invadir minha garganta - E sabe também que eu não quero te ver sofrer, nunca. Não sabe a quantidade de neuronios que gastei esses últimos dias. Mas eu estava errada. A resposta não estava em minha cabeça, estava em meu coração. Pode parecer clichê eu estar falando algo assim, mas é a verdade. Só consegui enxergar perfeitamente quando parei de usar a cabeça. E, para falar a verdade, acho que eu já tinha essa resposta a muito tempo. Agora que eu vejo claramente, agora que estou completamente acordada, está claro. Frank, você é incrível, mas... - não me permiti continuar. Infelizmente, Frank notou o que viria a seguir.

– Mas é o Charlie, não é? - ele disse.

Mordi meu lábio inferior novamente, desta vez com mais força. Meus olhos se enxeram de lágrimas novamente.

– Penso que sempre foi ele, Frank. Desde sempre. Nunca menti com relação aos meus sentimentos por você, mas ele... Eu não sei explicar. Eu simplesmente sinto que é ele. Mesmo ele partindo em dois dias, e mesmo eu sabendo que não o verei por pelo menos um ano, eu sei que é ele. Até pensei em conversar com Charlie primeiro, mas eu sabia que você merecia uma resposta. Não podia ficar com essa dúvida para sempre.

Frank apenas sorriu forçadamente, mas eu sabia que ele não estava feliz. Me senti mal por isso. Vê-lo triste estava cortando meu coração. Mas aquilo fora preciso.

– Não vou mentir para você, Nina, não estou feliz com isso. Quer dizer, parte de mim está, você seguiu em frente, e garanto que assim que sair daqui vai correr para os braços de Charlie, mas tem outra parte, aquela que ainda te ama, e que não quer te perder. Mas Nina, eu sei o que é certo. E não posso fazer nada para mudar seus sentimentos por mim nem por Charlie, então a única coisa que posso fazer é aceitar isso. Eu não iria parar muito por aqui mesmo, agora com o final das gravações, recebi uma proposta para um outro filme, e vou ter que ficar um tempo no Canadá. Então acho que isso é uma despedida. - Frank disse se levantando da cadeira.

Uma pequena lágrima caiu de meus olhos, mas eu estava sorrindo. Me senti com milhares de quilos a menos sobre minhas costas. Me sentia leve, como não tivesse mais nada com que se preocupar. Me levantei do sofá também e corri até Frank, lhe dando um abraço. Seu abraço era aconchegante e confortável, mas não me passava toda a segurança e o carinho que o abraço de Charlie me passava. Acho que fora esse um dos fatores que contribuíram para esta minha decisão. Charlie não era perfeito, mas era isso o que mais me encantava nele.

– Te desejo toda a felicidade do mundo Nina. - Frank disse.

– Também te desejo toda a felicidade de mundo, Frank. E desejo mais ainda que encontre alguém que te ame como você merece. - digo limpando outra lágrima fugona.

Escutei apenas o som da risada abafada de Frank. Sentiria saudades dele, de qualquer forma.

– Agora, por que ainda está aqui? Anda, vá para casa e agarre aquele loiro lindo. Senão eu vou fazer isso! - Frank disse rindo.

Dei risada e revirei meus olhos. Soltei-me de Frank e apenas sorri para ele. Sempre o mesmo Frank de sempre, me fazendo rir de bobeiras. Mesmo depois de ter contado a ele que havia escolhido Charlie, ele ainda me faz rir. Esperava de verdade que ele encontrasse a mulher certa em pouco tempo.

– Pode deixar que eu já estou indo. Até mais, Frank. Será que nos veremos de novo um dia? - pergunto caminhando até a porta.

– Talvez um dia, quem sabe. - ele respondeu sorrindo.

Com um aceno de adeus, sai de sua casa. Corri até meu carro e o liguei. Precisava voltar para casa o mais rápido possível. Estava voltado para os braços do homem que eu amava.


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Notas finais do capítulo

Ahh e gente, não respondi os reviews porque sabia que soltaria algum spoiler mesmo sem querer. Sempre faço isso. Mas, para o próximo, prometo responder todos. No mesmo esquema, certo? Até mais NHAC ;3