Ordinary Girl escrita por MissLerman


Capítulo 26
Capítulo 26 Rompimento


Notas iniciais do capítulo

Acho que devo desculpas, mas não me culpem, culpem minha... Ta bom, podem me culpar mesmo, por deixar para fazer o trabalho no último dia. Ae não deu para postar ontem. Maaaaas, aqui estou, e já vou avisando que estou até triste por escrever este capítulo, mas fazer o que. Boa leitura (:



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Ainda estava próxima de Charlie, seus braços estavam a minha volta, mas tomei a liberdade de me livrar deles. Senti meus olhos se enxerem de lágrimas. Como Frank conseguira entrar em casa? E o pior, por que, por irônia do destino ou burrice minha mesmo, ele teria que entrar em casa justo no momento em que decido me entregar aos meus desejos por Charlie? Senti algo rasgando meu peito. A vontade de correr dali era imensa. Queria ir até Frank e dizer que não fora nada do que ele estava pensando, mas eu sabia que ele não acreditaria em mim. Afinal, vira com seus próprios olhos, a garota que ele ama aos beijos com outro.

Assim que assisti um pequena lágrima escorrer de seus olhos, senti que um também havia escorrido de um dos meus. O que eu poderia fazer? O olhar de desaprovação de Frank estava acabando comigo. Ele havia se decepcionado, estava magoado, profundamente triste. E era por minha culpa. Eu o estava fazendo sofrer, nunca me perdoaria por conta disso. 

Cobri o rosto com as mãos, mas ainda estava olhando nos olhos de Frank. Charlie não havia se pronunciado. E achei certa sua atitude. Ele apenas ficou parado ao meu lado. 

- Frank... - tentei dizer algo, mas ele não me permitiu. Simplesmente sorriu irônicamente e virou as costas para nós dois. Aquilo doeu em mim, era claro que ele estava com raiva.

Eu assistia ele se afastar e não fazia nada. Eu não queria perdê-lo. Continuei tentando segurar minhas lágrimas, mas já não conseguia mais.

- Vá atrás dele. - Charlie disse.

Me virei para encará-lo. Ele parecia triste, mas ambos sabíamos que assim seria melhor. Apenas assenti e corri, passando pela sala e avistando, um pouco mais afastado, Frank encostado em seu Camaro preto. 

Talvez beijar Charlie, hoje, fora um erro. Agora Frank estava sofrendo e, se bem o conheço, ele não iria querer mais nada comigo. Meu coração estava apertado. Vê-lo daquele jeito, acabara comigo. Eu o amava, não podia negar. E teria feito o possível e impossível para não vê-lo daquele jeito. Caminhei até o jardim de minha casa. Frank pareceu não me ver, ele estava debruçado em seu carro, parecia chorar. Eu também chorava. Mas chorava por medo, medo de não tê-lo mais.

Me aproximei e toquei seu ombro. Ele virou bruscamente, mas assim que seu olhar encontrou o meu, senti todo o ódio que se encontrava em seu coração. Nunca tinha visto os olhos de Frank tão vazios e tensos como naquela noite.

- Frank, por favor, me deixe explicar o que aconteceu. Não sabe o quanto doí te ver assim, mal, triste. Não queria que tivesse visto a cena que viu, mas infelizmente agora é tarde demais. Pode pelo menos deixar que eu me explique? - digo me aproximando dele.

Porém, Frank desviou de mim. Ele deu a volta por meu corpo e ficou de costas para mim. Tive que me controlar para não abraçá-lo naquele momento. Era o que eu mais queria, mas sabia que poderia não ser o momento mais oportuno.

- Não queria que eu tivesse visto é? Por que? Não é a primeira vez que você e seu amiguinho se beijam? Deixe-me adivinhar - o tom de voz de Frank se tornou mais agressivo - vocês dois moram na mesma casa, compartilham vários momentos juntos, não duvido nada que já tenham dormido juntos! Agora me responda, Nina, me responda! - Frank disse segurando meus braços, para que eu continuasse a olhar para ele.

As lágrimas voltaram. Toda aquela ira, aquele ódio, tinha medo de que ele, no alge de toda aquela raiva, me fizesse algo. Ou pior, fizesse algo com Charlie. Não podia deixar Frank naquele estado.

Pressionei meus lábios com força, senti que era hora de contar para Frank o que havia acontecido naquela noite da premiere.

- Frank... Por favor, não diz isso. Eu nunca dormi com Charlie. Nunca aconteceu nada além de um beijo entre nós. Naquela noite, napremiere, assim que cheguei em casa, Charlie se declarou para mim. Ele disse que sempre fora apaixonado por mim e que, de certa forma, não conseguia mais guardar aquele sentimento para si próprio. Foi apenas naquela noite, eu te juro, ele me beijou. Mas... Eu não fiz nada para impedí-lo. - digo voltando à chorar assim que vi as lágrimas retornarem aos olhos de Frank.

- Então tudo o que você havia me dito, era mentira? - ele praticamente gritou.

- Não! - gritei mais alto - Eu te amo, Frank! Eu te amo! Nunca menti com relação à meus sentimentos, sabe disso. Charlie me pegou de surpresa, mas no fundo eu sabia o que ele sentia. Mas, mesmo sabendo, eu fingia que não via nada, que não escutava nada, só para não perder um amigo. Ele se declarou pra mim, e me beijou. E agora, minutos atrás, eu o beijei, e você viu. - eu disse indo até perto de Frank e segurando seu rosto com ambas as mãos.

Frank fechou os olhos e deixou que uma lágrima escorresse. A limpei com o polegar e aproveitei para fazer um pequeno carinho em seu rosto. Ele pareceu relaxar, mas se afastou logo após isso. 

Frank parecia confuso. Ao mesmo que tempo que parecia querer vir até mim e me beijar, aparentava se controlar para não ir até Charlie e lhe dar uma surra. Caso isso acontecesse, não deixaria que Frank encostasse em um fio loiro sequer da cabeça de Charlie. Não queria nenhum dos dois machucados.

- Nina, não sabe o quando me doeu ver aquela cena. Eu já havia notado que seu amigo Charlie parecia querer ser um pouco mais do que um simples amigo para você, mas nunca disse nada. Juro que nunca imaginei que algo assim pudesse acontecer. Pensava que você era minha, exclusivamente minha. Mas agora vejo que parece ter mais alguém interessado em você. - Frank disse voltando a olhar pra mim.

Mordi o lábio inferior com força, tentava controlar novamente a vontade de chorar.

- Não fala desse jeito, Frank! E você viu o que a mídia andou divulgando sobre nós dois? Acho que deveria fazer algo a respeito. - digo tentando, inutilmente desviar o assunto.

Frank riu irônicamente. Pareceu que eu acabara de contar uma piada. Não gostei daquilo. Ele se afastou de meu corpo novamente e começou a andar em círculos pela calçada.

- O que você quer que eu faça, Nina? A mídia é assim mesmo, vive no pé de todos. Esse é o preço de ter algo comigo. Talvez seria melhor se nós... - ele começou, mas não se permitiu completar a frase. Senti como uma pontada em meu peito. Eu sabia o que Frank queria dizer.

- Não, Frank, não diz isso! Por favor, não me deixa. Você é importante para mim, sabe disso! Eu... - tentei dizer mais um vez que eu o amava, mas ele não deixou. Simplesmente me calou com um beijo. E, em meu íntimo, eu senti saudade daqueles lábios.

Abracei seu pescoço e o trouxe o mais próximo de mim que consegui. Fora um beijo em meio de lágrimas e mãos bobas. Pela primeira vez, não me importei assim que senti sua mão tocar minha coxa, e depois subir até minha bunda. Eu o beijava tão rápido que mal conseguia pensar. Os beijos de Frank eram assim, me deixavam sem ação. Eu só conseguia corresponder com minha boca e minha língua. Mordi seu lábio inferior várias vezes, isso só fazia com que nós nos beijamos ainda com mais luxúria. 

Frank então, segurando fortemente minha cintura, me empurrou até que senti que havia encostado no carro. Estava prensada entre um homem com uma enorme excitação e um carro muito caro. Apenas continuei o beijando. Porém, em determinado momento, o ar faltou. Frank também notou isso. Ele desfez o beijo lentamente, e ambos separamos nossos lábios ofegantes. Colei minha testa na dele, esperando que aquilo tivesse sido um perdão.

- Nina, olhe para mim - ele disse puxando meu rosto para que eu olhasse em seus olhos - Olhe em meus olhos e diga que não sente nada, absolutamente nada por Charlie, a não ser amizade. Diga para mim, por favor.

Aquele pedido pareceu abrir um buraco em meu peito. Eu olhava em seus olhos, e sabia que não poderia mentir. Meus lábios se juntaram com força novamente. Eu amava Charlie, não só como amigo, e Frank sabia disso. Ele com certeza podia sentir. Provavelmente, ele só fez isso para que eu dissesse, em alto e bom tom, que eu o estava escolhendo. Mas meu coração não estava certo. Eu não podia mentir para ele. Não conseguia. Parte de mim queria acabar com a confusão e dizer "Só gosto de Charlie como amigo, é você quem eu amo". Mas tinha outra parte, aquela que dizia "Deixe o tempo tentar melhorar as coisas". 

Meus olhos ainda estavam fixos nos seus, porém não consegui dizer uma palavra sequer. Frank então, não pareceu feliz.

- Nina, diz pra mim, por favor. Diga! - ele disse enquanto seus olhos voltavam a ficar repletos de lágrimas.

- Eu... Eu não posso, Frank - digo - Eu te amo, mas sinto que também amo Charlie. Eu não sei o que fazer. - eu disse sentindo o choro voltar para minha garganta.

Frank se separou de mim e disse:

- Eu te amo, Nina. E é por isso que estou te deixando livre para decidir. Eu tinha mesmo que ir viajar para completar algumas filmagens, voltarei daqui a um mes. Mesmo sabendo que, provavelmente, não terei chance com Charlie e você vivendo sob o mesmo teto, voltarei, porque tenho um motivo pelo qual voltar. - e então deu a volta no carro e entrou nele.

Me afastei um pouco e assisti enquanto seu carro se afastava. Meu coração parecia estar destroçado. Ver Frank tão mal daquele jeito, fez com que eu sentisse que precisava ainda mais que ele estivesse aqui, comigo. O choro, que eu já não estava mais conseguindo controlar, finalmente escorreu por meus olhos. Me senti a pior pessoa do mundo. Charlie provavelmente havia assistido a cena e também devia estar triste. Como consegui magoar os dois caras que eu amo ao mesmo tempo? 

Entrei em casa e, assim que fechei a porta atrás de mim, avistei Charlie sentado no sofá. Ele não tinha um sorriso no rosto, parecia que havia acabado de chorar, na verdade. Queria correr para meu quarto e chorar até não conseguir mais, mas não consegui assim que ele me fez um sinal para que eu me sentasse ao seu lado. Eu o fiz. Meu peito doía, e meus olhos estavam começando a arder, por conta do choro.

Sentei-me e encostei a cabeça em seu ombro. Ainda chorava muito. Charlie simplesmente passou seu braço por meus ombros e começou a afagar minhas costas.

- Vai ficar tudo bem, Nina. Vamos deixar que o tempo arrume as coisas, certo? Sem mais beijos surpresa. - Charlie disse.

Dei uma pequena risada. Ele sabia como fazer com que eu me sentisse bem.


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Notas finais do capítulo

Ai meu coração, ele ta doendo por escrever esse capítulo. Tenho que confessar que gosto de ambos os casais, tanto a Nina com o Frank quanto com o Charlie, mas esse capítulo foi tenso. Espero que tenham gostado, até mais NHAC ;3