Beijada Por Um Anjo escrita por euAgnes


Capítulo 5
Desavensas


Notas iniciais do capítulo

Não existe família perfeita, essa é a verdade.



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Minha casa estava em um período um tanto tenso, meus pais não se falavam direito e eu queria arduamente saber o motivo daquele tratamento de ambos...

– Augusto? –Eu empurrei a porta enquanto batia – Posso entrar?

– Já entrou não é? - Ele disse rindo, fechando a janela do computador.

– Atrapalho? – Eu sorri sentando na beira da cama.

– Não ué, o que foi dessa vez? O namoradinho fez sofrer e quer que eu dê um jeito nele? – Ele disse rindo, e parou assim que fiquei séria pra ele – Tudo bem... Pode falar.

– O que você sabe sobre esse clima tenso entre a mamãe e o papai?

– O que eu sei? Não sei de nada...

– Você jura Augusto?

–Não...

– Então tem alguma coisa?

– Não sei...

– Eu não to pra brincadeira

–Tudo bem Laurinha... O pai traiu a mamãe – Ele disse em um tom sério agora quem não estava pra brincadeira era ele, meus olhos encheram de lagrimas, porem respirei fundo e não deixei nada transparecer – Pode... Falar alguma coisa Laura...

– Com licença Augusto. – Eu levantei dei-lhe um beijo em sua testa e sai quarto a fora, procurando meu pai em todos os quartos, salas, em qualquer lugar possível daquela casa. Ele não estava o que me restou foi deitar e tentar esquecer tal noticia...

15 minutos depois a porta se abriu, olhei sobre o sofá, e dei de ombros, continue deitada, sem fazer qualquer movimento ou dizer qualquer palavra.

– Oi filha – ele se aproximou e beijou minha testa, mantive meu silencio por alguns segundos até que não agüentei.

– Como você pode? Porque fez isso? – eu disse pulando do sofá, o olhando indignada - se não está feliz com sua família, porque não vai embora de uma vez? É... É melhor do que fazer isso!

– Laura... Do que você está falando? E mude o seu tom de voz pra falar comigo! – Ele agora me olhava com os olhos furiosos, senti então o sangue subir a cabeça e rosto se tornar vermelho.

– Você é um péssimo pai, um péssimo chefe de família, porque fez isso com a minha mãe? Ela dá o máximo de si pra essa família ser perfeita, mas você não faz por onde!

– Cala a boca sua Porra! Você não tem que ficar se intrometendo neste assunto, muito menos eu devo dar satisfações a você! – Aquelas palavras me atingiram de uma forma que não me fez pensar duas vezes em dizer aquilo, mas... Doeu.

– Eu te odeio! – passei pelo loiro dos olhos claros que estava com as mãos na cabeça, aparentemente atordoado, o loiro Lucas, qual eu chamava de pai e subi a escadaria.

Joguei-me na cama e me pus a chorar, não pelo fato da traição, ou talvez sim, um misto de tudo aquilo, as palavras, o tom da voz, nunca havia brigado com meu pai, pra ser sincera, nem mesmo com Augusto ou Victor na verdade, garotas da minha idade discutem com a mãe, nem isso eu fazia. Peguei o telefone e liguei pro Meu anjo.

– Laura? Ia ligar pra você agora meu amor... Aconteceu alguma coisa? – Ele disse se atropelando nas palavras, tão cuidadoso e preocupado.

– Eu... Discuti com o meu pai e... Mesmo que ele não deixe, estou indo pra ai...

–Mas Laurinha... O que houve?

–Meu pai traiu minha mãe, minha vida ta um inferno, tudo de cabeça pra baixo, eu não sei o que fazer Vininho, preciso de você! – Eu já soluçava, não agüentava mais chorar, porem, o choro não amenizava tamanha dor.

– Tudo bem Laurinha, pode vir pra cá... Eu,vou cuidar de você. – Ao ouvir aquelas palavras, abri um pequeno sorriso em meio aquele oceano de lagrimas, ele me fazia bem, me fazia sorrir, e era apenas Dele que eu realmente precisava.

–Estou indo meu amor, beijos, até logo. – Desliguei o telefone, e respirei fundo, coloquei um casaco e prendi o cabelo em um rabo de cavalo, me olhei no espelho e tentei disfarçar a marca das lagrimas com maquiagem... Tudo em vão.

“Abri a porta e sai, olhando pro céu disse tão baixo que só os anjos e meu pai poderiam ser capazes de ouvir: Oh pai, dá uma forcinha ai... Por favor.”

Cheguei rápido na casa do Vini, ele estava sentado na calçada desenhando alguma coisa no chão com uma espécie de giz, só de vê-lo ali, tão bem, me fez sorrir, então me aproximei.

– Ei mocinho – eu disse sorrindo

– Oi meu amor – ele se levantou rapidamente me dando um rápido beijo e abrindo aquele sorriso largo e sincero como o de uma criança.

– Você ta bem?

– Estou sim, melhor agora, vendo você sem chorar. - Rimos. – Chorona...

– Ah, qual é para com isso...

– Minha chorona?

– Continua não sendo fofo.

– Tudo bem... – ele riu - vamos entrar Pequena.

Ele me puxou e abriu a porta da casa, entramos e tudo veio a tona, meus olhos encheram de lagrimas novamente, eu não queria deixar aquilo transparecer, mas era impossível.

– Não chora, por favor... Tudo vai ficar bem, eu prometo.

– Não é fácil Vinicius, ele me xingou, ele gritou comigo!

– Você o desrespeitou Laura, ele não deve estar bem, deve estar tendo problemas é normal...

– Trair é normal? Xingar é normal? Somos a família dele Vinicius, ele tem que se abrir conosco, senão, com quem vai conversar? - olhávamos um pro outro, olho a olho, e eu não queria discutir sobre aquilo com ele...

– Laura só acho que você pode ter sido um pouco grossa com ele, além do mais, ele é seu pai, quem tem que se resolver com ele é a Dona Ester, e não você! Ou vai querer tomar as dores de todos? Para de ser assim... Não dá pra segurar o mundo em suas mãos... Elas são pequenas pra você segurar todo o problema do mundo... Se importe com você. E Deus vai dar um jeito e não vai deixar sua realeza acabar Princesa... – As palavras dele soavam tão bem aos meus ouvidos, eram como cantos de anjos ou pássaros na noite de natal. Em um só golpe, eu estava em seus braços, com as lagrimas manchando sua camisa azul marinho, ele afagava minhas costas enquanto sussurrava que tudo ficaria bem.

–Obrigada.

– Pelo o que princesa?

– Por ser você... Meu amigo, meu namorado, meu irmão...

– Sou o seu anjo Laurinha. – Ele sorriu e segurando meu rosto, me deu o melhor e mais doce beijo do mundo.



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