– Capítulo Sete –

Uma Amizade? Uma Atração?

- Blás! – exclamou Draco logo que entrou na sala comunal da Sonserina.

Blásio que estava sentado no parapeito da janela, concentrado lendo um livro quase despencou para lado. Ele olhou irritado para Draco.

- Avisa antes de gritar.

- Eu não gritei apenas alterei a minha voz, é bem diferente – disse Draco cínico.

- O que você quer? – perguntou Blásio fechando o livro.

- Você é péssimo em poções. – afirmou Draco naturalmente.

- Não, eu não sou. – disse Blásio superior.

- A partir de hoje você é. – insistiu Draco.

- Isso me cheira a armação. – disse Blásio desconfiado. – Porque eu preciso ser péssimo em poções?

- Por que a sua colega Weasley também é...

- Ela não é ruim. – disse Blásio – Ela até faz direitinho...

- Cala a boca e me escuta. – disse Draco girando os olhos – Nós vamos trocar de parceiros, se você e a Weasley são ruins em poções, precisam se sentar com alguém que não é, e que seja de outra casa. Então você se sentaria com a Granger e eu com a Weasley.

- Em primeiro lugar. – começou Blásio numerando com os dedos, Draco sabia que ele iria fazer um de seus longos discursos – Nem ela nem eu somos ruins em poções, em segundo lugar, eu não vou me sentar com a Granger, ela me dá medo e em terceiro lugar, porque faz questão de se sentar com a Weasley?

- Para de relutar Blásio. – disse Draco ignorando a pergunta de Blásio – A Granger não é tão ruim assim.

- Cara, você está estranho. – disse Blásio balançando a cabeça – Dizer que a Granger não é tão ruim assim – Blásio levantou e pegou Draco pelo braço – Vamos.

- Vamos aonde? – perguntou Draco confuso.

- Vou te levar pra ala hospitalar. – disse Blásio obvio.

- Eu não estou doente. – disse Draco irritadiço.

- Então porque você quer sentar com a ruiva? – insistiu Blásio.

Draco girou os olhos e respirou fundo.

- Simplesmente por implicância.

- Com quem?

- Com o Potter, com quem mais? – disse Draco como se fosse obvio – Ele é namorado da garota e se ele souber que depois da melhor amiga eu estou sentado com a namorada ele vai surtar.

Blásio pareceu refletir sobre o assunto.

- Entendi, mesmo estando longe você quer aborrecer o Potter. – disse Blásio satisfeito. – Então o Malfoy que eu conheço está de volta

- Ele nunca se foi. – disse Draco simplesmente.

Mentir a vida toda para todos e fingir ser alguém que você não é sempre foi fácil na opinião de Draco, agora, mentir para o seu melhor amigo para ser alguém que você realmente é, não é nada fácil.

Se Draco contasse a verdade para Blásio, que ele quer se sentar com a Gina simplesmente porque ele se afeiçoou a ela, será que Blásio aceitaria? Talvez a resposta fosse não, como Draco mesmo disse, embora a guerra tenha acabado o preconceito ainda existe. Mas eles eram melhores amigos desde sempre, isso não ajudaria? Enfim, era melhor não arriscar.

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Gina voltava para a torre da Grifinória, pensando no que Draco dissera. Seriam eles tão diferentes assim para que as pessoas os julgassem somente pelo fato de eles andarem juntos? Draco era rico e Gina pobre, ele era filho único e ela tinha seis irmãos, ele lutou ao lado de Voldemort e ela ao lado da Ordem e as duas famílias vivem em pé de guerra a anos. Sim, eles eram completamente diferentes, mas Gina sentia que Draco a completava de uma forma diferente.

Quando ela entrou no salão comunal da Grifinória, viu Hermione conversando animadamente com Neville. Será que se ela contasse para Hermione ela aceitaria? Não, com certeza ninguém aceitaria esse relacionamento estranho entre Gina e Draco, ninguém aceitaria que duas pessoas de famílias e amigos rivais tivessem alguma coisa. Mas o que exatamente eles tinham? Uma amizade? Uma atração diferente que somente pelo fato de estarem juntos no mesmo lugar já era reconfortante? Ela não sabia o que eles tinham, mas, sabia que era bom, e que ela não podia ficar sem essa relação.

Gina respirou fundo e resolveu se sentar com eles, não que ela realmente quisesse, mas, ela tinha que fazer uma social, ou começariam a fazer perguntas do porque ela anda tão sozinha. Em relação ao Draco, Gina não falaria nada, ela não queria que o pouco que ela conseguiu fosse destruído, porque com ele, Gina se sentia bem outra vez, não se sentia pressionada ou triste, mas conseguia sorrir de verdade como há muito não acontecia.