– Capítulo Três –

Ajuda Inesperada

Hermione que estava sentada ao lado de Neville o encarou confusa e praticamente gaguejou ao responder a pergunta.

– Claro. Por que não?

Neville deu de ombros e saiu de lá, dando lugar a Draco.

– Perfeito! – exclamou o Profº. Slughorn satisfeito – Mais alguém.

Gina não sabia por que ficou tão incomodada com a atitude de Draco. Por que a Hermione e não ela? Ele sempre a detestou, a ridicularizava, a chamava dos piores nomes. Gina apagou esses pensamentos da cabeça e também se levantou da sua mesa e seguiu diretamente para o final da sala.

– Quer se sentar comigo? – perguntou Gina para Blásio.

Este levantou uma sombracelha incrédulo, mas, assentiu com a cabeça, em seguida Gina se sentou ao seu lado. Depois disso aos poucos os alunos foram se misturando entre Sonserina e Grifinória e finalmente o professor começou a sua aula.

– Nossa! O que foi aquilo? – disse Hermione abismada, quando saía da sala de poções, com Neville e Gina.

– Vai ver ele quis fazer gracinha. – disse Neville.

– Acho que não. – disse Hermione firme – Ele foi bem educado comigo o tempo todo e não parecia estar se fazendo. Além disso, Malfoy é muito bom em poções, nos daremos muito bem.

O tempo todo Gina permanecia calada, ela não se sentia bem com essa situação, e nem ao menos sabia por que, mas, uma coisa era fato, Gina não conseguia tirar da cabeça aquele toque no trem, os olhos de Draco a encarando e o seu cheiro de... ela não se lembrava, mas era algo muito bom, e Gina daria tudo para sentir esse cheiro outra vez.

Depois disso, eles seguiram para a aula de Herbologia com a Profª. Sprout, essa aula seria com a Lufa-Lufa, Neville logo se afastou de Gina e Hermione e ficou ao lado de Anna Abott da Lufa-Lufa.

A aula foi bem sossegada, levando em consideração que Grifinória e Lufa-Lufa, sempre se deram bem. Ao término da aula eles voltaram para o salão principal, a fim de almoçar.

– Você está fazendo regime? – perguntou Hermione para Gina, esta brincando com a comida no prato.

– Por quê?

– Não jantou ontem. – disse Hermione – Não está almoçando. É por causa do Harry?

– Não. – respondeu Gina meio brusca. “Por que todos achavam que tudo era por causa do Harry?” – Me desculpe – pediu Gina – Eu só estou meio ansiosa, deve ser por causa do fim da guerra.

Hermione sorriu.

– Vai passar logo. – disse Hermione amigavelmente – Todos estamos assim.

Gina forçou um sorriso, e tentou comer um pouco, logo saiu do salão e foi para perto do lago da lula gigante, se sentou perto de uma pedra e ficou pensativa por longos minutos.

Depois da guerra Gina começara a preferir se isolar ao ficar em um grande grupo, de alguma forma ela se sentia ferida e desanimada, e isso só piorou depois que Harry disse que queria um tempo para arrumar sua vida e só depois falariam deles.

– Você devia se alimentar melhor. – Gina se virou para ver quem falara, e encostado em um carvalho, estava Draco com as mãos no bolso a encarando.

– E eu acho que você não devia se preocupar se eu me alimento ou não. – disse Gina meio grossa – Anda reparando em mim?

– Claro. – disse Draco naturalmente, a garota arregalou os olhos – Sempre que eu olho pra mesa da Grifinória você está olhando pra mim, então é impossível não reparar.

Gina corou tão ferozmente que achou que já estava na cor de seus próprios cabelos.

– Impressão sua. – disse Gina tentando manter a voz firme – Mas você já parou pra pensar, que talvez eu estivesse olhando para o Zabine?

– Pode ser. – disse Draco dando as costas a Gina, para voltar ao castelo.

– Espera Malfoy. – disse Gina de repente, Draco parou e voltou a encará-la – Obrigada por me deixar ficar na sua cabine – Não era exatamente isso que ela queria falar.

– Tanto faz. – disse Draco dando de ombros e voltando para o castelo.

Gina respirou fundo e voltou a sua atenção para o lago, pensando que aquela era a conversa mais longa que tivera com Draco Malfoy em anos, e ela desejava muito que não fosse a ultima conversa que teriam entre eles.

Ela voltou ao castelo pouco tempo depois, para terminar as outras aulas, que passaram lentas como um filme chato, pois, nenhuma delas era com a Sonserina, uma de Trato de Criaturas Mágicas e duas de Adivinhação e as três foi com a Corvinal.

Logo anoiteceu e Gina se encontrava outra vez na mesa da Grifinória, sem vontade nenhuma de comer, mas, antes que mais alguém falasse da sua falta de apetite, ela resolveu comer um pouco. Depois do jantar ela resolveu ir até a biblioteca com o intuito de estudar transfiguração, ela sempre teve um pouco de dificuldade nessa matéria, e era bom se adiantar.

Se ela achou que se concentraria nos estudos, estava completamente enganada, em seus pensamentos só tinha lugar a uma pessoa... um rosto... um toque. “O que está acontecendo comigo?”

– Mas o que você ainda faz aqui? – perguntou Madame Pince irritada – A biblioteca já fechou.

– Ahn... eu não... – Gina olhou para o relógio de parede e viu que era muito tarde – Desculpe eu perdi a noção do tempo.

– Vai logo para o seu dormitório antes que Filch te dê uma detenção. – disse a bibliotecária autoritária.

Gina assentiu e saiu o mais rápido que pôde da biblioteca em direção à torre da Grifinória. Ela estava brava com ela mesma, por ter ficado tanto tempo lá pensando, nele. O que estava acontecendo com ela? Ela devia desprezá-lo e fingir que não existia, ela era uma Weasley e os Malfoy´s odeiam os Weasley´s e vice-versa.

Ao virar outro corredor, Gina deu de cara com quem não devia, Filch a olhava com um sorriso de triunfo.

– O que faz fora da cama há essa hora? – perguntou Filch.

– Eu estava...

– Ela estava comigo Filch. – disse a voz que Gina mais ansiava por ouvir em horas.

– Com você? – perguntou Filch descrente.

– Exatamente. – disse Draco se aproximando – Ela estava cumprindo detenção comigo.

– Detenção?

– Isso mesmo. – disse Draco firme – Se duvida, vá agora mesmo aos aposentos da diretora McGonagall e pergunte a ela, eu acho que ela não vai se irritar se você acordá-la.

Filch logo ficou rígido.

– Podem continuar o que estavam fazendo. – disse Filch se afastando deles.

Quando ele já estava longe o suficiente, Gina quebrou o silêncio.

– Porque me ajudou? – perguntou confusa.

– Você ia preferir ficar de detenção? – perguntou Draco arqueando uma sombracelha.

– Não, mas...

– Então não faça perguntas obvias. – disse Draco dando de ombros – Eu vou te levar até a sua torre.

Gina queria dizer que sabia ir sozinha, mas, não saiu som algum de sua boca, ela e Draco andaram silenciosamente pelos corredores da escola e quando se deu conta já estava em frente ao quadro da mulher gorda.

– Entregue. – disse Draco quando chegaram.

– Obrigada. – disse Gina sem graça.

– Vou terminar a minha ronda. – disse Draco – Você sabe a sua senha?

– Sei. – respondeu Gina procurando o olhar de Draco, ela queria se aproximar e sentir aquele cheiro outra vez.

– O que foi? – perguntou Draco desconfiado – Tem alguma coisa no meu rosto?

– Não. – disse Gina corando – Eu só estava pensando...

– Posso saber no que?

– O que sua noiva pensaria, se nos visse aqui... juntos. – disse Gina imaginando por que ela estava falando aquilo.

– Ela não é minha noiva. – disse Draco naturalmente.

– Como não? – disse Gina atônita – Saiu no jornal.

– Essa é uma longa história. – disse Draco sorrindo de lado.

– Eu gostaria de saber. – disse Gina tão rápido que ela mesma não pôde se impedir.

Draco parou para avalia-la, Gina se sentiu totalmente vulnerável diante do seu olhar. Ela esperava que ele fosse grosseiro e dissesse que isso não é da conta dela, mas, não foi isso que aconteceu.

– Eu gostaria de te contar. – disse Draco simplesmente.

Gina ficou tão abismada que não conseguiu dizer nada.

– A gente pode se encontrar na sala precisa, amanhã, depois do jantar? – perguntou Draco, colocando os cabelos de Gina atrás de sua orelha.

– Sim – respondeu Gina fechando os olhos ao sentir o toque de Draco outra vez.

– Ok. – disse Draco se afastando – Boa noite.

Ela não respondeu, mas ficou um bom tempo parada olhando o corredor por onde Draco passara, e ela nem ao menos se lembrou que não escrevera a Harry.