Am I Ready? escrita por WaalPomps


Capítulo 1
Am I ready?


Notas iniciais do capítulo

É minha primeira fic THG, apesar de não ser a primeira que eu escrevo no geral, então dêem um desconto ok? hihi'



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Eu estava enjoada. Não, mais do que enjoada. Eu estava constipada. Olhei na pia a maçã que havia comido a pouco e meu estomago revirou de novo. Que ótimo. Peeta está nervoso, querendo me levar ao médico na Capital. Uma virose tão longa assim não é normal e ele acreditava que minha saúde só tenderia a piorar se continuasse sem comer. Mas eu sabia que não era uma virose.

_ Amor, vai para a padaria e fique tranqüilo. – eu pedi, quando ele pegou o telefone para ligar para minha mãe novamente – Eu vou a floresta tomar um ar e se a noite ainda estiver ruim, nós ligamos para minha mãe e pegamos o primeiro trem rumo a Capital, prometo.

Ele não gostou da ideia e protestou, mas eu sou mais insistente e logo ele estava a caminho da padaria e eu da floresta. A cerca continuava lá para nossa proteção contra os animais, mas havia um portão elétrico que apenas eu (e Peeta) tinha a senha. Logo ao lado, um armarinho com meu arco, flechas e itens de necessidade.

Peguei o arco e flecha só por proteção, pois não tinha a intenção de caçar hoje. Caminhei alguns minutos até encontrar o lago congelado. Como eu queria mergulhar nele, mas o frio não permite nem que eu tire minhas luvas sem ter hipotermia.

Passei na casinha de madeira e apanhei uma maçã, temendo come-la, mas o fazendo por estar de estomago vazio. Caminhei mais um pouco e encontrei o lugar onde outrora ficava com Gale. Era calmo e tranqüilo e me trazia paz.

Sentei-me e abracei os joelhos, começando a chorar. Odiava mentir para Peeta, principalmente por saber que era algo que ele tanto queria. Mas estava com tanto medo... Abri o casaco de caça do meu pai, sentindo o frio castigar-me por estar apenas com uma blusa de lã, mas eu precisava conferir. Ah sim, ali estava ela. Minha barriga saliente. Onde estava meu filho.

Fechei o casaco rapidamente, abraçando os joelhos e chorando novamente. Eu sabia há três meses e meio já, mas não quis contar a Peeta. Sabia o quão feliz e ansioso ele ficaria, mas eu não partilhava dessa alegria ou entusiasmo, e não queria desapontá-lo. Não sei o que esconder muda, mas ainda não estou pronta para contar, não estou pronta para ser mãe...

_ Por quê? Por quê? Por quê? Por quê? – eu repetia essa pergunta para mim mesmo insistentemente, sentindo meu rosto arder onde as lágrimas deixavam seu rastro e o frio as congelava.

Eu não levo jeito com crianças, nunca levei. As poucas vezes que vi Liam, filho de Annie, não consegui estabelecer o menor contato com ele, além de uma vez em seu aniversário, quando lhe dei uma foto do pai. Foi a única vez que ele me abraçou espontaneamente.

Enquanto eu tinha esses pensamentos, senti algo inédito. Uma pontada, muito forte e intensa, mas não como uma cólica, como um chute. Dentro de mim. Mais especificamente, da minha barriga.

O pânico que me atingiu foi algo inédito e desconhecido. Eu me levantei, andando em círculos e arfando, sem ousar relar no meu ventre. Eu tentava em vão fugir daquilo, pois estava dentro de mim e chorava de medo.

Medo por aquela coisinha dentro de mim, do que poderia acontecer com ela. A guerra havia terminado, nosso mundo tinha paz e prosperava. Eu e Peeta tínhamos condições superiores a dos outros é verdade, mas todos tinham mais que o suficiente para viver confortavelmente. Mas ainda sim, seria um mundo bom o bastante para se colocar alguém?

Um novo chute veio, dessa vez menos intenso, e as lagrimas continuaram torrenciais em meus olhos, enquanto eu agarrava meus cabelos, lutando comigo mesma para em hipótese alguma deixar minhas mãos relarem minha barriga.

Voltei a sentar-me, tentando normalizar minha respiração e parar de chorar. A coisinha dentro de mim se mexia, mas não mais me dava chutes, apenas se fazia sentir. Inspirei profundamente, deixando minhas mãos caírem ao lado do corpo. E depois de alguns minutos de batalha interna, deixei-as se erguerem até meu ventre.

Em nenhum momento dos últimos meses havia me permitido tocar minha barriga, ou mesmo admira-la. Ela estava arredondada e saliente e tão macia que até mesmo as cicatrizes das queimaduras eram difíceis de serem sentidas. Tá, que podia ser a lã ajudando, mas ainda sim, minha vontade de correr para casa aumentou.

Corri o caminho de volta, guardando o arco de qualquer jeito e correndo para casa. Cheguei e ela estava vazia, Peeta ainda demoraria um tempinho na padaria. Subi e tomei um longo e quente banho, deixando minhas mãos sobre a saliência o tempo todo.

Imaginava as reações de Peeta. Desde que eu percebi que estava engordando, tenho usado mais roupas para dormir e não fiz amor com ele uma única vez, nem o deixei me abraçar enquanto dormíamos. Cheguei a usar a desculpa da virose para dormirmos em quartos separados.

Assim que sai do banho, vesti meu pijama e a jaqueta de meu pai. Queria contar a ele, mas a coragem ainda não estava no ponto. Desci e encontrei-o na cozinha, montando a mesa com bolo e pão dos mais variados tipos.

_ Seus favoritos. – sorriu ele, puxando a cadeira para mim – Quem sabe assim eles não parem no seu estomago? Está se sentindo melhor?

_ Sim... O ar fresco da montanha me fez bem. – comentei sorrindo e comendo deliciada.

_ Percebo... Você está até mais corada do que hoje pela manhã. – comemorou ele, acariciando meu rosto – Bom, vou tomar um banho.

Assenti, enquanto ele subia. Guardei rapidamente as coisas e subi também, deitando-me e me cobrindo para esperar meu marido. Nem me toquei de quando dormi, mas quando acordei de novo, Peeta estava ao meu lado. Tendo um ataque.

Seu corpo tremia violentamente, enquanto ele transpirava e agarrava o colchão até quase rasgar o lençol. Seus dentes estavam cerrados e seus olhos fixavam o teto nervosamente.

_ Seu nome é Peeta Melark – sussurro – Estamos na nossa casa, na nossa cama, no Distrito 12. Nós participamos dos Jogos Vorazes e do Massacre Quaternário e sobrevivemos, ajudamos a revolucionar Panem e hoje estamos casados. Você é um padeiro, é um pintor, é o amor da minha vida...

Seu corpo começava a relaxar, mas ele ainda tremia e mordia os lábios. Inspirei profundamente, sentindo a coragem me tomar. Segurei sua mão e ele se retesou, mas eu fui firme. Acariciei-a e beijei-a, abrindo a jaqueta e erguendo a blusa de lã, depositando-a ali.

_ Você é o pai do meu filho... – sussurrei, sentindo as lágrimas vindo. Como que compreendendo a necessidade, o bebê deu um chute como o da manhã e continuou seu agitando. Então eu encarei Peeta.

Seu corpo estava mole e os olhos fechados, com lágrimas escorrendo. Um sorriso brotava em seus lábios feridos pelos próprios dentes, enquanto sua mão se movia lenta e insegura por minha barriga. Ainda segurando-a, me aproximei, limpando com cuidado o sangue com a outra e beijando-o. Ele abriu os olhos e me encarou.

_ Desculpa não ter contado antes. – eu pedi envergonhada – É só que eu estava com medo e...

_ Shiiiu... – sussurrou ele, tocando meus lábios – Eu sei, eu entendo. O que importa é que você contou e ele está aqui com a gente, agora. Nós três. Juntos.

Eu sorri, beijando-o novamente. Tirei a jaqueta, ficando apenas com a blusa de lã e deitei-me ao seu lado, de conchinha. Ambos abraçamos minha barriga, mantendo assim nosso mundo em nossos braços. E dormimos, sem pesadelos ou lembranças. Apenas felizes.


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Notas finais do capítulo

Eae? Gostaram? Odiaram? ;@