Harry POV

– O Mr Styles terá alta hoje. Na verdade pode ir embora agora mesmo. O seu estado já não é mais de risco e está a recuperar muito bem sozinho e sem medicação por isso não haverá mal em ir para casa. Pode arrumar as coisas e ir. No entanto, se você se sentir mal outra vez, terá de vir ao hospital. - Disse o médico e eu senti-me aliviado. - Vou deixar-vos sozinhos para que possam conversar.

E, com isto, o médico saíu, deixando-me sozinho com a Hazel no quarto. Honestamente, gostava mais de lhe chamar Hazel do que Bea. Talvez porque ela dissera que fora eu que lhe começara a chamar Hazel. Não sei.

Ainda estava deitado na cama até que ela me deu a mão. Ao fazê-lo, foi como se eu tivesse sido eletrocutado e uma corrente elétrica percorreu cada célula do meu corpo. Não de uma maneira dolorosa... era um choque elétrico calmo e sereno que me percorria gentilmente, alterando o meu ritmo cardíaco e a minha respiração. Ela já me tinha tocado antes, quando eu acordei do coma e ela me abraçou, mas com a confusão que ia na minha mente, nem tive tempo para tomar atenção às sensações que ela provocava em mim. Agora que pensava bem, ela não me tinha tocado desde então... Era a primeira vez que o fazia. Será que antes do acidente que tive eu sentia o mesmo quando ela me tocava?

– Podes... - Comecei mas hesitei. E se ela recusasse? Eu não sei mas eu precisava de perguntar. Precisava que ela dissesse que sim. - Podes ir comigo para casa e ficar lá comigo até eu me lembrar das coisas? - Pedi mas mal acabei o pedido, arrependi-me profundamente. Ela ia achar que eu era um completo idiota e... eu não sabia onde morava...

– Claro. Eu durmo no sofá já que vocês ocupam os 5 quartos todos. - Ela riu, nervosa. Eu gostava da gargalhada dela...

– Podes dormir no meu quarto, se quiseres... - Murmurei, olhando para os lençóis da minha cama de hospital, envergonhado.

– Harry... - Disse ela, num murmurio. Olhei para ela e tinha lágrimas nos olhos. Não, eu não queria fazê-la chorar! Boa, Harry, não te lembras dela e ainda a metes a chorar.

Nesse momento, o Louis e a Adriana, aqueles que diziam ser os meus melhores amigos, entraram e ajudaram-nos a arrumar as minhas coisas. As meninas saíram e o Louis ficou comigo enquanto eu trocava a roupa do hospital pela minha roupa - segundo o Louis - normal.

– Então, como estás? - Perguntou ele, evitando olhar-me nos olhos. Porque é que ele estava assim?

– Estou bem... Convidei a Hazel para vir comigo para casa até eu me lembrar das coisas. Achas que fiz mal? Eu sei que nem sei onde vivo, ou se vivo com a minha família mas... não sei, sinto que preciso que ela esteja comigo... - Desabafei.

Ele olhou finalmente para mim, ligeiramente espantado.

– TU LEMBRASTE DA HAZEL, STYLES! - Gritou ele. A Hazel dissera qualquer coisa de ele estar sempre a gritar...

– Baixo, Louis! - Sibilei, olhando pela janela do quarto, procurando indícios de que a Hazel o tinha ouvido mas nada. Se calhar isto era à prova de som... Que estupidez! - Não me lembro dela. Quero dizer, não sei... Quando o Luís lhe piscou o olho há pouco, eu senti uma onda de ciúmes tão forte... Não queria que ele lhe piscasse o olho. Na verdade, não queria que eles tivessem qualquer tipo de intimidade. E quando ela me tocou na mão há bocado, foi como se eu fosse percorrido por um choque elétrico... Não sei mas acho que o que eu sentia por ela não está tão esquecido como eu pensava...

– Bem, vais descobrir isso quando a levares lá pra casa. Ah, sim, e tu moras comigo e com os rapazes. Tenho a informar-te que eu acordo toda a gente de maneiras muito... especiais. O Liam é o super responsável lá de casa e é quem nos põe na linha... ele é tipo o paizinho da banda, sabes? - Ele riu. - O Niall come a comida toda que houver em casa em menos de 10 segundos. O Zayn passa horas a ver-se ao espelho. E tu eras o tarado lá de casa... - Ele disse esta última frase tristemente.

Assenti, incomodado e saímos do quarto. Estava na altura de eu voltar pra casa.

Adriana POV

O meu melhor amigo não se lembrava de mim e o meu namorado, perdão, ex-namorado ainda pensava na sua ex-namorada que, por acaso, se tinha tornado uma grande amiga minha. Eu sei que havia pessoas com vidas piores - por exemplo, havia quem fosse violada pelo próprio pai, miúdos de 8 anos cujos pais tivessem sido assassinados - mas, naquele momento, a minha vida parecia a pior que podia existir.

– Adriana, acorda. - Disse o Louis a rir e reparei que o Harry me olhou preocupado.

Estávamos a caminho da casa dos rapazes. Onde estaria o Liam. E eu não sabia se seria capaz de o encarar. No hospital mantivera-me sempre na ponta oposta àquela em que ele se situava do quarto de hospital, mas agora, se fosse para algum dos quartos ou até mesmo à casa de banho, ele poderia seguir-me e trancar-se lá comigo... e levar-me a acreditar que ele realmente me amava quando eu sabia que, por mais que ele me amasse, ele ainda amava a Danielle, mesmo que não admitisse.

– Que foi, Lou? - Perguntei, forçando um sorriso.

– Credo, já vi um sorriso forçado parecer mais genuíno que esse, rapariga. - Disse ele, piscando-me o olho, brincalhão como sempre.

– Deixa-me, tenho sono. - Menti.

– Chama-lhe sono. - A Bea juntou-se à conversa.

– Vão-se lixar. - Disse eu, revirando os olhos à medida que sentia as lágrimas assomarem-se a estes. Não gostava nada que me perguntassem se eu estava bem quando tudo o que eu mais queria era esquecer o que não estava.

Eles calaram-se ao perceber que eu queria ser deixada em paz e continuámos a viagem pra casa dos rapazes, onde todos - incluíndo o Alex e o Luís - estariam à nossa espera. Demoraram foi a perceber, né? Mas pronto. Não importa.

– BEM VINDO, HARRY! - Gritou o pessoal em uníssono, quando entrámos em casa, numa espécie de festa surpresa de boas vindas mal arranjada por ter sido feito à pressa.

– Obrigado, pessoal. - Disse ele, envergonhado.

Sabem, era estranho ver o safado do Harry envergonhado. Estava habituada a vê-lo todo desavergonhado a dizer piadas perversas e mais sei lá o quê.

– Adriana, podemos falar? - Disse uma voz ao meu lado e ao voltar-me encontrei aqueles olhos castanhos tão familiares que sempre me aceleraram o batimento cardíaco de uma maneira que eu nunca soube explicar.

– Sobre o quê, Liam? - Perguntei, olhando para o seu peito, pois os seus olhos pareciam penetrar (N//A: eheheheheh) a minha alma naquele momento.

– Nós... Ouve, eu amo-te. Aquilo que eu disse foi apenas da boca pra fora, é de ti que eu gosto. - Disse ele e eu podia ouvir a sinceridade na sua voz.

– Liam, eu... - Comecei

– PESSOAL, POSSO SABER PORQUE É QUE NÃO ESTÃO CONNOSCO NA SALA A CELEBRAR?! MEXAM-SE! - Gritou o Louis, puxando-nos aos dois para a sala e interrompendo a nossa conversa. Teria de lhe agradecer mais tarde porque, se não fosse ele, eu teria cedido e feito as pazes com o Liam... e teria vivido uma mentira. - VAMOS JOGAR AO VERDADE OU CONSEQUÊNCIA!

Fudeu!