Holding Skies escrita por DiraSantos


Capítulo 3
Esquisitices Aparte,Eu Até Seria Uma Pessoa Legal


Notas iniciais do capítulo

Espero que agrade
Boa Leitura



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Capítulo Dois: Esquisitices e Confusões Aparte,

Eu Até Seria Uma Pessoa Legal 

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.Narradora.

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Nota mental, nunca mais subestimar um filho de Momo.

—Seu babaca desgraçado! Era por isso que os olhos dela estavam inchados! —Miguel acertou mais um soco na queixo de Seth, que voou contra a parede do seu chalé segurando o maxilar pulsante, levantou o rosto já pronto para revidar, mas reviu as palavras do filho de Momo e suspirou.

— O que você esperava que eu fizesse? Esperasse por ela, Killian? Não sou nenhum príncipe encantado, cara. Isso não é um conto de fadas estúpido. Não vou gastar minha vida pelo que não tá valendo a pena e... —E ele ganhou mais um soco. Talvez levasse outro se fosse mais lento, mas segurou o pulso de Miguel, o girou para esquerda sendo mais rápido e habilidoso. Apertou o antebraço direito contra a garganta do filho de Momo.

—Ah... Eu deveria quebrar sua cara, seu filha de uma... — Engasgou Killian, Gray apertou mais o braço contara traqueia do garoto, respirando fundo para se acalmar, lutando também contra as mãos, que o garoto usava para tentar lhe afastar.

—Se ama seus dentes, Miguel, não abra essa sua boca grande para falar da minha mãe.

—E você não abra a boca para falar que ela não vale a pena!

—Eu nunca falei isso; mas ela não... Ficar vai ficar aqui, vai? Ela nem pode mais se meter com garotos, você ficaria esperando pelo quê não vai valer? —algo passou pelos olhos do garoto, Miguel estava entendendo, Gray se deu por satisfeito e o largou, dando alguns passos para trás— É isso que eu estava falando, cara , eu... Até gosto dela, mas ela vai embora e eu não vou ser o que vai chorar por isso.

Por que ele sentia que não estava enganando ninguém com essa ultima frase?

—Nem pra amigo? —Gray ficou surpreso, Killian só deu de ombros— Qual é, ela gosta de você, sabe disso, e não Sury não me disse nada, mas eu sei o que se passa por debaixo daqueles cachos pretos na maioria do tempo. —O filho de Hades coçou a nuca e balançou a cabeça.

—O que eu quero pra Sury não me deixa ficar só na amizade, brother.  —Dei um meio sorriso e pegou seu caminho para o Pavilhão. O moreno olhou para o céu claro, tentando limpar a mente... Ele realmente queria que nevasse, fazia alguns anos que não via neve, não que os flocos de neve gelados e molhados fossem melhor que os  belos raios de Sol na manhã de natal em Malibu, mas...

—Bom dia, Seth! —Danna surgiu saltitando ao seu lado, os olhos castanhos claros brilhando na manhã fria, ela agarrou seu braço e lhe estalou um beijo rápido na bochecha, ficando sem graça de repente.

—O que foi? —Perguntou por educação, a menina passou a mão no pescoço, como sempre fazia quando estava nervosa.

—Ontem entre você e a caçadora, Sury não é? Ficou tudo bem? Quer dizer, eu não quero atrapalhara nada se...

—Hey! Relaxe, está tudo bem, ela é uma caçadora, não pode se meter com homens não é? Está tudo bem. —Danna sorriu contente. Ela realmente não queria causar mais confusão para ninguém, mas estava feliz por ele continuar ali do seu lado, por mais que estivesse claro que a cabeça dele estava longe.

—Tem certeza? —Eles passaram pela frente do chalé de Asclépio, vazio, as cortinas fechadas, sem a quentura de uma convivência humana parecia que nunca houvesse ninguém ali. Danna sentia arrepios com chalés de “ornamentação”, eles eram feitos para ter gente, quer dizer, aquele ali sempre fora um dos piores, preto e vazio, com a menina Carpe o lugar ganhara uma vida, como os outros agora... Tudo vazio de novo.

Danna tinha criado certa afeição por Asclépio e ciúme de Sury. Imagine se sua mãe fosse tão... Legal quanto ele? Que lhe fosse visitar sempre? Que se preocupasse com ela? Talvez essa Sury tivesse passado pro muita coisa, mas Danna daria tudo para que Hebe fosse assim, como Asclépio.

E, por mais que Seth não admitisse, também daria quase tudo para que Hades fosse mais um pouquinho como Asclépio.

—Tenho, tenho sim.

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.Sury Carpe.

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Eu estava na sala da nossa antiga casa em Manhattan,, em pé perto da porta, aquilo tinha acontecido dois meses antes de eu ver Percy e os outros correndo atrás de Pegs. Eu e Blythe estávamos no meio da sala ainda de pijamas, dançando como duas loucas.

A B C /Its easy as/1 2 3 /As simple as/Do re mi, A B C, 1 2 3/Baby you and me girl.—Cantou Bly mexendo o indicador com a outra na cintura, ela girava no próprio eixo como uma palhaça me fazendo rir assim como Kevin seu namorado que entrava na sala só com uma calça de moletom e  uma camisa sem mangas e uma bandeja de guloseimas lindas e bem feitas.

Kevin é, ou era, um chefe gourmet. Com vinte e três anos era um cara musculoso e cabelos castanhos intensos espetados para cima com um topete leve caindo para a esquerda na frente dos olhos escuros. Ele era um cara muito legal, quer dizer, ele já tinha conversado comigo que iria... Iria pedir minha irmã em noivado.

O que eu fui completamente contra, ela tinha dezenove aninhos na época e não pensaria duas vezes em dizer não e eu gostava de Kevin, você tem que provar o bife acebolado que ele faz... Hum, seja quem fosse o deus da comida, beijou as mãos dele por que... Por Hades como ele cozinhava bem.

A B C/Its easy, its like counting up to 3/Singing simple melodies/That’s how easy love can be/ That’s how easy love can be/Singing simple melodies/1 2 3 baby you and me.— Cantei estalando os dedos e indo com a a cabeça para um lado, fiz para o outro lado, jogando os cabelos emaranhados para os lados. Kevin se aproximou e colocou a bandeja na mesinha de centro, se colocou do nosso meio e nos olhos, sorrimos e fizemos a minha coreografia, enquanto na TV, Michael Jackson e os irmãos continuavam a cantar.

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Sit down girl, I think I love ya. No, get up girl, show me what you can do

Shake it, shake it baby, come on now

Shake it, shake it baby, oooh, oooh

Shake it, shake it baby, yeah

1 2 3 baby, oooh oooh

A B C baby, ah, ah

Do re mi baby, wow

That's how easy love can be

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Continuamos até o final da música antes de fazermos uma reverencia para a TV e nos jogarmos no sofá florido e com alguns calombos, rindo Blythe me abraçou de um lado e Kevin do outro, dando um selinho na minha irmã. Éramos quase uma família, dei um sorriso e os vi comendo como uma família, cantando Imagine do John Lennon logo em seguida.

Era um canal que só passava vídeos de músicos e de manhã era quando eles passavam os “clássicos”, ou seja, os melhores na maioria das vezes. Era uma tarde de domingo, passamos aquele dia todos assim, só saindo de tarde quando fomos a Mc Donald lanchar. Também foi naquela tarde que descobrimos que além de cozinhar, Kevin também tem o dom equilibrar uma batinha frita no nariz meio torto.

Então, aconteceu algo que eu não me lembrava, o chão tremeu uma vez, chamando atenção de todos ali dentro, bum! Depois mais um e outro, eram como... Passos. Kevin se levantou e se segurando na mesa de jantar que nunca era usada de verdade até chegar à janela onde afastou as cortinas floridas manchadas. Eu não via nada, uma luz branca estranha ofuscava tudo, mas ele viu algo e soltou um grito.

Abaixem-se! Não, venham comigo! —Berrou se jogando por cima de nos duas, nos tomou pela mão, exasperado como se tivesse visto o fim do mundo, foi ai que meu coração com toda a certeza parou de bater, eu estava gelada e não conseguia respirar, os olhos grudados no teto que se desmanchava, algo agarrou o segundo andar de casa e o levantou, eles gritaram, Blythe se jogou por cima da Sury do sonho que tinha os olhos arregalados e Kevin por cima dela.

Um grito gutural veio de cima e o telhado foi arrancado como uma tampa de panela, canos, vigas de cimento, madeira caindo para os lados. Era um gigante, talvez maior que o Empire State Building. Ele olhava para nós de cima, de repente começou a chover, o céu ganhou um tom de laranja, eu pude ver o que estava ao meu redor e mais além.

Eu podia ver tudo, simplesmente tudo.

Vi o Central Park em chamas, sátiros tentando apagar o fogo, dríades morrendo, náiades secando, pessoas corendo, corpos para todos os lados, os prédios desmoronando, monstros correndo para todos os lados, matando mortais e semideuses. Nos céus vi F-14 tentando airando contra monstros voadores, mas outro gigante com armadura dourada pegou dois com as mãos os esmagando entre os dedos.

Som de motores supersônicos, tanques de guerra pelas ruas, misturados com bigas sem cavaleiros. Mais além vi o Olímpio em pedaços, os Deuses tentando salvar o que podiam, outros lutando contra gigantes e monstros e depois... Vi o Acampamento. Caos total, mortes, vi Sammy morto no chão com um flecha atravessada nos eu pescoço, Will ensanguentado alvejando um ciclope. Vi Viollet lutando contra um ciclope ao lado de um Púlox choroso, tentavam defender alguém jogado no chão.

NÃO! NÃO! —Berrava Nathy, se debatia simplesmente destruída por dentro enquanto Rany também machucada lhe tentava acalmar, mas também chorava com força, foi então que vi quem estava jogado no chão. Miguel de olhos abertos e mortos, sangue escorria da sua boca e testa, um dos seus braços havia sido arrancado quase a mordidas e havia um machado cravado no seu estômago. Antes que eu pudesse desmaiar, vi, nas ruínas da Casa Grande, vi um minotauro, mas não qualquer. O que tinha matado Blythe, eu reconhecia aqueles olhos.

Ele me encarou e mugiu e largou alguma coisa no chão, fui obrigada a ver. Havia dois corpos a seus pés, Valerie com um arranhado grotesco no rosto, também com os olhos abertos, e Velkan, caído ao seu lado, o rosto branco estava pintado de vermelho, um dos seus olhos com um arranhado bem em cima, as mãos do gêmeos caíram uma por cima da outra... Juntos.

Um urro saiu pela minha garganta, mas não pude correr na direção deles, voltei às ruínas da minha casa, o gigante aproximou sua cabeça enorme, eu reconheci os olhos dourados, em uma das mãos ele tinha Blythe, a outra e Kevin.

Cronos sorriu.

O QUE VOCÊ FEZ?!

—É o que eu vou fazer com seu mundo, Sury. Vou fazer todos que você ama morrem dolorosamente, cada um deles, arrancarei pedaço por pedaço até eles implorarem pela morte e então darei para os abutres terminarem meu serviço. —A voz do titã parecia uma faca enferrujada tentando cortar calcário, um som horrível e estranhamente hipnotizante, não havia como não se concentrar— Vou deixar você por ultimo, você vai assistir a morte de todos.

Forcei minha língua a se mexer, mas ele foi mais rápido.

—Mas... Você pode salvar aqueles que você ama. Basta me trazer de volta...

—Eu nunca...! —A imagem mudou drasticamente. Estávamos no quintal de casa, numa tarde de verão ótima. Todos estavam ali, até a minha... Como ela? Como...?

Mãe? —Sufoquei com a palavra.

—Mãe, esse aqui é o Seth, meu namorado! —Uma sorridente eu apareceu ali, de mãos dadas com Gray que estava parecendo nervoso e feliz ao mesmo tempo. Ela foi até uma mesa enorme, era como um churrasco em família, minha mãe estava na cabeceira, ao lado dela Ash conversava com um homem ereto com trajes militares, ligeiramente parecido com Miguel. Eu não sabia o nome de muitas pessoas que estavam ali, mas meus amigos estavam ali com seus pais mortais, sorrindo e brincando.

—Ah, olá querido. Cuide bem da minha menina, tudo bem? —Nilá pegou a mão dele estendida com as duas, sorrindo, enquanto era abraçada com um braço pelo meu pai que assentiu para nós, como se fizesse gosto daquele namoro.

—Olha vovó, quem veio lhe visitar! —Blythe surgiu de dentro da casa com uma linda menininha nos braços, Kevin vinha logo atrás, com uma bolsa de bebê. Ofeguei, senti meus joelhos fraquejarem, mas algo me manteve em pé. Nilá se levantou e pegou a neta nos braços balbuciando para ela. Bly tinha uma aliança no dedo anelar esquerdo, assim como Kevin, que sorria como se ele não visse Velkan e Miguel treinando com espadas perto da cerca ou Pegs comendo grama com, de alguma forma, mesmo longe da sua arvore, Lika fazendo tranças na sua crina.

Como vai minha netinha linda, hein? Como está minha pequena Trisha, hein?  —Eu havia me aproximado, estava balbuciando para minha sobrinha também, com Seth sorrindo, as meninas vieram a trás, menos Valerie, que prendera Connor em uma chave de braço contra uma árvore. Luke também estava lá, abraçado com a mãe que parecia... Normal.

—Eu posso fazer isso acontecer, posso trazer Nilá Carpe do mundo dos mortos, posso trazer a sanidade de May Castellan de volta. —Cronos apareceu do meu lado, como o homem que eu vira torturando Luke, os cabelos castanhos densos se remexiam no vento, ele me olhou, o dourado ainda era insano e megalomaníaco, mas... Ele parecia falara verdade — No mundo onde eu reinaria, eu poderia garantir isso.

Pulei para trás, o arco apareceu nas minhas costas assim como uma aljava, apontei diretamente para a cabeça do titã.  Mas eu estava tremendo, tudo tinha mudado rápido demais, eu não conseguia processar tudo de uma vez. A segundos atrás eu vira meu melhor amigo despedaçado, minha irmã sendo agarrada por um gigante, Manhattan em colapso, tanques nas ruas, os gêmeos mortos e agora...

Minha mãe estava viva e bem em um churrasco entre todos que eu amava. Minha irmã... Blythe sempre quisera ter filhos, ela tinha uma, a pequena Trisha tinha os cabelos de Nilá, a cor dos de Kevin e os olhos de Blythe, era tão linda..., papai estava ali, Seth estava ao meu lado... Miguel sorria, Luke sorria para a mãe que não parecia que queria matar ninguém...

Aquilo era tão... Lindo.

—Você não vai me enganar! Você não vai fazer nada disso!

—Vou tomar o poder de um jeito ou de outro, Sury, escolha um lado, eu posso fazer você ter o que quer. Uma família e amigos, sem misturar, tudo certo e simples, —, seus olhos brilharam de um jeito estranho e uma tulipa vermelha cresceu no meu pé— tudo simples e perfeito, como uma tulipa.

Então a escuridão me engoliu.

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Levantei de supetão, mal conseguindo piscar e quando consegui, minhas pálpebras não quiseram mais abrir, passei minhas pernas para a esquerda e tentei encostar meus pés no chão, mas acabei batendo minha cabeça na  beira do beliche de cima gemi mais ainda,  deitando minha cabeça nos joelhos, pressionando meus braços contra meu estomago.

O sonho voltou a minha mente como se uma garrafa de vidro tivesse estourado na minha nuca. As imagens passaram rápido, mas assim que vi Miguel morto de novo, meu estomago ficou de ponta a cabeça, corri para o banheiro, sem me importar em acordar Thalia ou não, me ajoelhei no vaso sanitário e vomitei tudo que havia comido no jantar e quem sabe meu esôfago também.

Depois de um cinco minutos vomitando, respirei fundo, e me deitei no chão, o frio das lajotas me deixou mais lúcida e menos tonta, o suficiente par tirar minhas roupas e me arrastar para de baixo do chuveiro. Girei o registro e me encolhi contar meus joelhos debaixo da água gelada

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(http://www.polyvore.com/cgi/set?id=52357080&.locale=pt-br)

Passei o mínimo de maquiagem e tomei cuidado para tirar os fones dos ouvidos de Thalia que ressonava baixinho, fui em direção a minha mochila e tirei o álbum que Rany havia me dado. Fechei meu casaco e puxei o capuz para minha cabeça, olhei para os dois lados, querendo ficar só, e corri para o bosque olhando para todos os lados— ainda estava meio escuro—, onde tínhamos ficado depois que eu acordei, quando estava ressuscitando Luke... Hades, parecia que tinha se passado tanto tempo não tão poucos meses.

O som do mar foi tranquilizante. O pequeno circulo de pedras que Púlox havia feito ainda estava lá, me sentei onde tinha sentado, ao lado de Seth, as folhas secas caídas quebram quando sentei, suspirei e puxei o zíper do meu casaco e o capuz para o topo da minha cabeça.

Suspirei e olhei para as arvores ao meu redor, a maioria delas estavam nuas, com pouquíssimas folhas nelas, havia duas ou três no meu raio de visão ainda tinham folhas, uma estava bem perto, o tronco era pálido, as folhas pareciam resistir por algum motivo, havia varias no chão, mas ela permanecia forte.

Sorri para ela.

—Você não vai se render tão fácil, não é? —Me senti particularmente idiota falando com uma arvore, mas uma dríade apareceu ali, me dando um polegar positivo sorridente antes de voltar para “dentro da arvore”. Coloquei meus fones e procurei uma música qualquer.

When she was just a girl/She expected the world/But it flew away from her reach/So she ran away in her sleep. — Sorri com a música, eu realmente me identificava com ela, não era uma grande fã de Coldplay, mas de vez em quanto eles faziam músicas que realmente davam o que pensar. Aquela, parecia me descrever em notas e letras músicas. Seria assustador se não fosse perfeito.

And dreamed of para-para-paradise/Para-para-paradise/Para-para-paradise/Every time she closed her eyes. — Cantarolei melancólica, e olhei para o álbum. Ele era em tom infantil de amarelo, era um álbum para bebês mesmo, com um coração na frente com uma foto meu e de Rany, havíamos tirado um dia antes da festa que houve no Acampamento, nossas bochechas estavam apertadas uma contar as outras, ela estava suja de batom no rosto e eu suja de sombra, de todas as cores eu acho.

Abri o álbum, na primeira folha, todos haviam pichado. Miguel escreveu o nome dele ocupando a folha inteira na horizontal, no meio das letras maiores ele escreveu coisas fofas, coisas engraçadas e coisas estúpidas também, havia uma que eu gostava mais que ele havia feito, estava dentro do “G” gigante que ele fez.

Acho que não importa muito que eu escrever aqui. Só to escrevendo por quê eu quero sempre está presente, nem que eu não esteja por perto. Você é minha BFF(bate amiga!), me aguentou desde o começo, quando fui empurrado par dentro do ‘ateliê’ da Rachel, você sorriu pra mim, mesmo eu estando sujo de terra e provocando o grande Percy Jackson. Fomos feitos pra ficar juntos. Somos irmãos, não sou só eu que sinto isso, né?

Eu lia aquilo bastante, fazia eu realmente sentir ele perto e perceber que ele também tinha sentimentos de uma pessoa normal. Eu adorava o de Valle também, não tinha nem sete palavras eram bem simples feito à caneta tinteiro com caligrafia longa, antiquada e bonita— o que ainda me deixava pensando se eles realmente não eram vampiros—, mas um dos melhores.

Meu cachorro, não saia do quintal — Valerie Stark.

Velkan não tinha escrito nada, mas fizera um desenho estilo mangá, sentado no M de Miguel. Era um desenho dele, olhando entediado para quem olhasse para o desenho, segurava uma guia de uma coleira que estava em um desenho chibi, pequeno e fofinho de mim, com orelhas e calda de um cão mesmo.

 Era um dos dotes do Stark, ele era ótimo desenhando, vi só alguns dos seus desenhos uma vez, duas pastas cheias dentro da sua gaveta, ele não me deixou ver tudo, mas ele desenha bem sim. Púlox havia escrito com uma caneta roxa com cheiro de uva, havia desenhado uvas, taças de vinho envolta do que tinha escrito.

Quando eu vi você com o Pegs na primeira vez foi legal, mas você começou a ficar legal demais pra isso. És minha pequena, que fez Karen Sallin quebrar os dedos, que não me beijou mesmo bêbada, só para salvar de uma garota. Mesmo eu sendo, lindo, charmoso, educado, lindo, cavalheiro e, claro, LINDO. Você é demais, Suh, não se esqueça disso... E o Gray fizer alguma coisa, me diga, eu quebro a cara dele pra você

Púlox, Suo Principe Gentile.— seu príncipe encantado

Funguei e passei a mão no rosto, percebendo que eu estava chorando. Viollet não tinha escrito nada, só assinado seu nome, sorri para aqueles nomes e passei para a primeira foto, que era eu sendo ninada por Guilherme como um bebê.

Socorro! Socorro! Droga, têm alguém ai? Eu quebrei minha perna. Socorro! — O grito era fraco e estava bem longe. Levantei-me e arranquei meus fones de ouvido. A praia era logo ali, corri para lá, sentindo o vento cortante do Long Island no meu rosto, fui a beira da água cerrando os olhos tentando ver alguma coisa naquela manhã cinzenta e meio escura.

Não estava vendo nada nem ouvindo.

Hey! —Berrei com força algo ao longe se debateu e uma mão se levantou pro alguns segundos. Quem era o louco que estava na água naquele frio eu não sabia, mas estava com problemas. Corri para longe de água e coloquei meu Ipod e o álbum na areia coberto com meu casaco e depois em lancei a água gelada.

—Ah... Tá frio. —Resmunguei assim que entrei, ficou pior quando passou da minha cintura, o calafrio foi pior, então mergulhei nadando para o mais fundo possível por um tempo, sentindo o frio passar pelo meu corpo como agulhas.

—Hey! Cadê você?! —algo bateu na água mais longe uma mão desesperada e alguém golfando água enquanto tentava falar. Empurrei a água para trás já que não sentia mais o fundo até a garota, pelos cabelos compridos só podia ser uma garota.

Ou um hippie, quem sabe.

Ela era bem pesada, ou eu estava mais fraca, tentei puxar ela, mas acabei fundando junto, puxei com mais força até conseguir colocar só as nossas cabeças para fora, a garota puxou o ar com muita força, cuspindo a água salgada.

—Use suas mãos, não vou aguentar levar nós duas, não sozinha.

—Tá! —Não sei ao certo o que tinha dado em Poseidon, mas as ondas estavam enormes! Eu não tinha notado o quanto eu estava longe da encosta, até parecer que eu tinha nadado umas duas horas e ainda não sentia o chão. A garota até em ajudava batendo a perna boa e as mãos, afastando galhos e troncos da nossa direção algumas vezes.

Ela devia estar dias sem comer direito, eu sentia suas costelas salientes enquanto eu tentava nos fazer flutuar e ir à direção da praia e também que ela desmaiou umas duas vezes no caminho, nos afundando o bastante para eu ter sal o suficiente no meu pulmão para um mês. Minhas pernas estavam começando a ficar moles e meus braços começavam a arder por dentro e quase trincar de frio por fora.

Estava quase achando que iríamos morrer ali mesmo quando senti o chão rapidamente, mas ai uma onde enormes nos apanhou. Girei na água, engasgando, sentindo meu pulmão arder mais, areia e pedras arranhando minha pele, cravei minhas unhas nos pulso da garota para ela não sumir, temi que ela já estivesse morta, se eu pudesse morrer acho que já estaria. A única noticia boa era quê estamos mais perto da encosta.

 Assim que consegui firmar meus pés no chão  passei o braço dela pelo meu ombro e a puxei comigo, ela ficou em pé mas urrou pela dor da perna quebrada sendo forçada. Caímos de novo, mas dessa vez a água estava um pouco abaixo dos meus quadris.

Ofeguei e notei pela primeira vez o rosto da menina. Ela devia ter uns quinze anos, no máximo dezesseis, respirei fundo e me aproximei.

—Vou colocar você nas minhas costas, sua perna vai doer, mas é o único jeito de sair da água, o mar vai puxar a gente de novo, entendeu? —Ela gemeu um sim e foi o que eu fiz. Certo, mais uma vantagem de ser caçadora, eu havia ficado um pouco mais forte.

Passei seus braços pelos meus pescoços e suas pernas pela minha cintura, não consegui dar dois passos, não estava tão forte assim, mas alguém apareceu do nada, e me manteve de pé. A voz estava distante e sufocada aos meus ouvidos, apenas apontei para a garota nas minhas costas, a pessoa pegou a menina nos braços, falando algo como “e você?”

—Eu me viro, é ela que está morrendo.  —Idiota. Completamente estúpida, eu estava tremendo até os ossos, claro que eu não conseguia “me virar”, mas já era tarde demais, fui de joelhos mesmo, me arrastando como um bebê quase morto até a areia.

Só parei quando vi o corpo da menina desacordada ao meu lado, com quem quer que fosse ao lado dela, fazendo massagem cardíaca e respiração boca a boca. Desabei ali e mole, cansada e morrendo de frio  virei de peito para cima, encarando o cinza chuvoso do céu, esperando minha visão e audição voltarem ao normal, ouvi um pouco a menina desentalar e resmungar alguma coisa.

—Legal, você tá viva. Isso é ótimo. Agora descansa um pouco já vou te levar para a enfermaria. —Era um garoto, mas não me preocupei com nada, até sentir que alguém estava em cima de mim, de novo não me incomodei. Estava morrendo de frio, um corpo quente era tudo o que precisava por enquanto.

—Sury? —Ele virou meu rosto para os lado.

—Estou... Estou bem, só com frio e cansada.  Certo, eu estou congelando. —Ele riu e se deitou sobre mim, o peso era familiar, suas mãos começaram a esfregar meus braços, ele respirava pela boca no meu pescoço. Depois de dois meses longe de um corpo quente de homem, ter um tão perto, com esse frio foi tentador demais, não consegui me segurar— Acho que uma respiração boca a boca ajuda.

O garoto riu de novo.

—Tem certeza? Pensei que você não podia e nem queria. —Bem, ele sabia que eu era uma caçadora, o que incluía todos no acampamento, pensei no meu juramento. Bem, minha vida estava uma droga mesmo, se Artemis me transformasse em uma lesma nem seria tão ruim, não é?

— Tenho, vem cá. —Entre abri meus lábios e os dele vieram até mim. Não liguei para nada alem do calar imediato que senti se espalhando pelo meu peito, nem queria saber quem era, segurei os cabelos na sua nuca o puxando para baixo, o garoto segurou a minha. Fiquei naquilo por muitos minutos, aproveitando o calor até que...

Um piercing na língua?

Senti raiva no mesmo segundo, minha visão desembaralhou quando abri muito lentamente os olhos, achando o rosto, acho que vocês já tinham adivinhado, mas vou dizer de qualquer jeito. Seth Gray. Mas algo que vocês não sabem é que, eu não lhe afastei, meu corpo fez tudo sozinho, inspirado no meu pior lado.

Minhas pernas circundaram sua cintura e meus braços a puxaram mais para perto. Eu estava com raiva, mas... Eu estava esperando por aquilo a malditos dois meses, ele me apertou mais, os pelos da nuca e dos braços arrepiados pela minha roupa molhada. Mas dei o troco, fiz exatamente o que os garotos fazem.

Assim que me senti minimanete satisfeita, lhe joguei para o lado com força e o desgraçado havia mordido meu lábio, quase me levando com ele. Nem lhe olhei, apenas virei para o lado da garota desmaiada, olhei para os lados e apertei a corrente que Pegs havia me dado.

Ele estava vindo, eu podia sentir.

Gray agarrou meu braço e me puxou com força, me fazendo virar para ele sentada, os olhos estavam brilhando, irritados, confusos e com... O maldito desejo que eu também sentia. O moreno ficou um tempo encarando minha mascara de indiferença.

—O que foi? —Indaguei depois de algum tempo.

—Você me beijou e nada aconteceu.

—Claro que não, esperava o quê? Que eu virasse uma coluna de chamas de repente? —Ele soltou o ar com força pela minha hostilidade, passou as mãos nos braços tirando a areia.

—Algo de tipo.

—Você adoraria isso, não é? —Cuspi, ficando cada vez mais irritada, ajeitei meus cabelos atrás da orelha, e me ajeitei na perna quebrada da menina, empurrei o osso para o lugar, ela mordeu os lábios com força para não gritar, respirei fundo e me concentrei naquilo. —Eu estava ficando melhor naquilo, ela ficou boa segundos depois, desmaiando de cansaço logo depois.

—Sury... Ah, droga... Sury, por favor, Suh, temos que conversar —ele puxou meu braço com calma—. Eu sei que... As coisas estão mais complicadas, mas... — o olhei de canto, ele parecia perdido no meio das palavras— Acho que podemos...

Suspirei e toquei na costa da sua mão de leve.

—Olha Seth, nos não podemos nada, nem devemos nada. As coisas nem tem como dar certo, eu exagerei tá bom? Você estava certo com ficar com a Danna, está seguindo em frente, foi... Bem... Maduro da sua parte, eu que... Sei lá, reagi mal, ignorando você. Eu sou uma caçadora e você é um garoto, isso não existe, então... —dei de ombros fingindo que estava tudo bem— É. — Foi à única coisa que pude dizer.

Seth ficou encarando meu rosto em dizer nada pro um segundo, afastei minha mão na dele, algo me dizendo que a mensagem havia sido tão bem recebi quanto era para mim. Gray fechou os olhos por um segundo, molhando o lábio inferior com língua.

—Você acha que está enganando exatamente quem com isso?

—Como? —Ele soltou o começo de uma risada meio amargo e meio surpreso, apertou as narinas duas vezes e me olhou no fundo dos olhos e depois e aproximou, se apoiando as mãos na areia do meu lado, o rosto moreno ficou bem próximo do meu, meus lábios se entreabriram sozinhos.

—Você quer me beijar. —afirmou, mas não estava sorrindo, parecia estar descobrindo algo, eu quase podia ouvir as engrenagens girando, passou os dedos no meu rosto e na minha nuca, percebendo que eu  arrepiada e estava me travando— Você está se segurando para não me agarrar de novo, não está? Você... Você —seus olhos se iluminaram— Você queria estar no lugar da Danna ontem, não é? Assim como...

Engoli a seco o vendo abrir um sorriso de vagar. Eu realmente queria desviar os olhos, mas só provaria que ele estava certo e isso eu não ia deixar acontecer. Não que ele estivesse errado, mas nunca eu daria esse gostinho a eles. Jamais.  E também... Do que adiantaria? Nos nunca... Respirei fundo e sustentei seu olhar.

— Lembra no meu aniversario, que eu disse que um babaca egocêntrico é bom, mas na medida certa? Você acaba de passar dessa medida, Gray. —Lhe empurrei os ombros e comecei a levantar a menina com a perna quase que cem por cento curada. Pegs chegou bem na hora, como sempre, a coloquei no seu dorso com dificuldade e comecei a andar seu lado, equilibrando a garota desmaiada de novo.

Mas, é claro as cosias tinham que ficar mais complicadas, o garoto agarrou meu braço e me girou me arrancando mais um beijo, deu dois pulos para trás antes que eu lhe desse um soco, sendo que era mais fácil o puxar na minha direção.

—Então por que você gosta de mim?

—E quem disse que eu gosto de você? —Ele sorriu e pegou uma prancha de surfe que eu não tinha notado que estava enterrada ali, ele também estava com uma malha de surfe. O moreno deu uma risada rouca, agradável de.

—Está escrito na sua testa, meu anjo.

—Então suponho que na sua esteja escrito a mesma coisa. —Brinquei e voltei a andar e não olhei para trás, não queria saber a resposta, já me bastava à confusão que já tinha na minha cabeça, Pegs bufou nos meus cabelos um pouco dei um sorriso leve e acariciei sua crina.

—Pesadelos, Peg. —ele relinchou preocupado— Depois falamos disso, temos que levar ela pra enfermaria, os lábios delas estão azuis e ela não me parece legal. Eu entrei nessa água fria, mas nem ferrando eu vou deixar ela morrer.

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Abri as portas, havia apenas alguns filhos de Eros e Apolo, um deles era Will que mordia uma maçã. Era Outono e ele parecia um pedaço de luz do sol vestido com aquela blusa do acampamento e a parte de cima de um moletom.

—Sury, o que houve?! —Rany surgiu ali com uma prancheta na mão —Por que você está toda molhada nesse frio?

—Longa historia, mas encurtando, essa garota estava se afogando e eu heroica como eu sou fui salvá-la, Dá pra ajudar? —Rany assentiu e chamou alguns nomes que eu não prestei atenção, eles hesitaram em chegar perto de Pegs, mas pegaram a menina e colocaram em uma maca. Eles começaram a cuidar dela, uma garota se aproximou com uma muda de roupa para campistas: Calça jeans, camisa laranja e all star preto.

—Aham, Will, pode cuidar daquela outra ali? —Solace assentiu e se aproximou de mim com uma toalha enorme e uma xícara de chocolate quente.

—É melhor você se deitar.

—É melhor eu trocar essa roupa, isso sim.

—Bem você pode ser caçadora, mas acho que vocês tem hipotermia não é? Então vamos só deite ai eu vou pegar algo pra você vestir. É o meu trabalho aqui. —ele sorriu enquanto em acompanhava até uma maca, onde eu só me sentei, tomando o chocolate quente. — O que você estava fazendo?

Franzi o cenho com a pergunta, mas Will só tocou nos seus lábios, apertei os meus entendendo. O loiro soltou uma risadinha e se sentou do meu lado, jogando os cabelos dourados para o lado.

—Estão meio inchados.

Droga, hey não conta...

—Pode contar comigo. Não dá pra notar tanto, na verdade, mas eu já sou especialista nisso— ri um pouco—, mas e ai? Quem foi o cara especial para quebrar o juramento? Sabe que fiquei magoado, não é?

—Não e por quê?

—Ora, fui o primeiro cara daqui que beijou você, pensei que fosse especial. —Revirei os olhos, puxando o cobertor mais para cima que já estava ficando meio úmido.

—Ah, perdão, mas sabe, é que fiquei sabendo que você está ficando a Juliet, não quero me meter em nada. —ele franziu o rosto e coçou a cabeça — Então, você não gosta tanto dela assim, não é?

Ele suspirou e me deu um sorriso aliviado por eu estar compreendendo, os olhos azuis brilhando um pouco enquanto ele pegou meu braço para passar um pouco de ambrosia, estava meio ralado. Artemis havia me ensinado a bloquear aqueles poderes, para não funcionarem sem necessidade, já que me gastavam muita energia, eles só vinham à tona agora quando eu os forçava a vir.

—Ela é legal, divertida e tudo mais, mas não faz meu tipo. —Disse, assenti tentando parar de tremer.

—E você tem tipo? —ele me olhou surpreso, quase ofendido— Sei lá, pensei que...

—Que eu só pegasse geral? Não, qual é, tão canalha assim na maioria do tempo.

—Certo, então... Qual é o seu tipo? —Ele me deu um sorriso resplandecente, muito parecido com o pai. Deu de ombros e apontou com o queixo para o chocolate quente, tomei um longo gole quase gemendo de prazer ao sentir algo quente descendo pela minha garganta.

—Sei lá, alguém que não se apaixone rápido eu acho. —ele franziu o cenho enquanto limpava o resto da ambrosia do meu braço— As pessoas estão carentes de mais hoje em dia, se apegam rápido demais eu acho... Não acha?

—É, é verdade... —Minha voz saiu distante. Ele tinha razão. Por que eu estava me batendo tanto por causa de Seth? E dai que ele apareceu na minha cabeça? Papai dissera que eu vi essas coisas por eu ser neta de Apolo, então... Eu só via coisas que iam acontecer, como minha transa com Gray, não fora do mesmo jeito mas eu estava entendo. O jogo de basquete poderia ser esse beijo na praia, não estava chovendo mas estava bem frio e molhado então...

Suspirei aliviada. Eu só estava exagerando. Não estava “gostando” de Seth estava apenas... Carente. Sorri ignorando a voz que dizia no fundo da minha mente como eu podia fingir acreditar em uma cosia tão idiota.

Ah, eu tinha mais coisas para pensar.

—Bem, vou me trocar, estou com frio demais. —Bebi o chocolate quente de uma vez e sorri para Will que assentiu.

—Hey!  Eu e os meus irmãos vamos fazer uma sessão de violão lá no chalé mais tarde, se quiser aparecer, pode levar a... Bem, a sua galera.

—É, vai ser legal, dou uma passada lá. —Sorri. Deixei a caneca em um criado mudo e o cobertor... Bem eu o joguei em uma cadeira qualquer, montei em Peg. Erramos o caminho, indo para o chalé de Asclépio por um segundo, depois fomos em direção  do de Artemis, Thalia estava terminando de passar seu lápis de olhos quando entrei.

Por um segundo pensei que ela me mataria.

—Por que você está ensopada?

—Manhã difícil, salvei uma meio sangue que estava se afogando então eu , muito heroicamente foi salvá-la. —Grace mediu minhas palavras e depois virou para o espelho de novo.

—Considerando o fato que não devia ter nascido... Mas o que estava fazendo na praia tão cedo? —Dei de ombros arrancando minha blusa e então.

Meu álbum. No mesmo momento me lembrei onde tinha deixado ele, olhei par todos os lado agoniada, mas vi meu casaco e meu álbum em cima do meu beliche. Corri e passei a mão na capa estufada, aliviada. Ela virou os olhos para mim.

—Um garoto veio deixar isso aqui. Irmão do Nico.

—Ah, claro. —respondi amarga, foi quando vi, no meu travesseiro uma tulipa vermelha, meu estomago deu um nó, pensando no meu sonho — E isso aqui, Thalia?

—Aham... Isso eu não sei, nem tinha notado. Espero que não seja de garoto nenhum, Carpe, você pode até não gostar, mas fez um juramento. —Peguei a tulipa que parecia que iria explodir a qualuqer momento, mas eu sentia mais do que isso. Sabia nos meus ossos que Cronos tinha deixado aquilo ali.

—É, é melhor eu... Dar um fim nisso. —Peguei uma muda de roupa e fui até o banheiro e me tranquei ali, respirando com dificuldade, despedacei toda a tulipa e dei descarga nas pétalas e no talo. Trêmula, molhei meu rosto na pia, encarei a água caindo por um segundo antes de fechar o registro.

Fiquei ereta e encarei-me no espelho pro um segundo, meus olhos estavam enormes e assustados, sem brilho nenhum como um... Morto. A imagem no espelho mudou por um segundo, mostrando o rosto de Miguel morto e ensanguentado até que ele sorriu macabramente para mim com mais sangeu saindo de sua boca.

Pulei para trás, batendo na parede e logo depois estalando no chão, derrubando um cesto de roupa suja vazio. Thalia bateu na porta, e como eu não achava minha voz para responder ela começou a espancar a porta.

—Estou bem! Estou bem! Só... Escorreguei. -Consegui falar, mas minah voz saiu estrangulada, rouca e embargada pelo medo, não sei como ela não notou.

—Ah! Mas não demore, aquele teu amigo babaca já apareceu por aqui, deve estar voltando.

—O-okey. —Não ousei olhar no espelho de novo.

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(http://www.polyvore.com/cgi/set?id=52485424&.locale=pt-br)

Não olhei naquele espelho de novo, me arrumei no que tinha dentro do chalé,  estava ajeitando minha touca na cabeça quando alguém bateu na porta.

—E ai caçadora?! Escondeu ela em um porão desa vez, foi?! —Sorri para a porta enquanto Thalia bufou ficando irritada. Apontou para a porta com um Doritos, mastigando.

—Eu vou acabar matando ele.

—Ele só quer chamar atenção, não liga. —Disse a brindo a porta e me jogando nos braços dele, Killian me abraçou como se eu fosse um bebê. Não liguei muito, só o abracei com força, escondendo meu rosto no pescoço do meu melhor amigo, tremendo ainda tanto de frio quanto de medo.

Ele apertou minha cintura.

—O que você anda fazendo com ela, hein? Olha só, ela está tremendo. O que foi, minha Susu? O que essa caçadora malvada fez pra você, hein? —Sai do abraço e lhe dei um soco no braço.  Nathy, Rany e Guilherme riram.

—Não sou nenhum bebê, tá?

—Ah é sim, olha só o que o maninho trouxe pra você? —ele tirou um saco de Doritos e uma latinha de coca das costas— Tá vendo? Eu me preocupo com você, Susu. Perdeu o café tive que pagar algumas pratas para o Connor me arranjar isso aqui. Você quer?

Eu estava morrendo de fome, estiquei as mãos, mas ele não em deixou pegar.

—Ah! Como se diz?

—Obrigada.

—E o que mais? —Soltei meu ar e entrei na brincadeira, agarrei a barra da camisa dele, fiz uma cara de bebê com fome e sorri com toda a inocência que eu encontrei em mim.

—Obrigada, irmãozão. A Susu está com fome sim! — Ele me deu a comida e me abraçou.

—Oh, tá vendo, não foi tão ruim, foi?

—Foi a coisa mais humilhante que eu já presenciei. —Declarou Nathy chocada, os outros assentiram enquanto eu só comia, agarrada a Miguel sem me importar em ter, realmente, me humilhado, era bom saber que Miguel estava bem e vivo, com o braço no lugar. Que ele estava bem e quê nada tinha contecido com ele, nada mesmo, se não...

Revi meus pensamentos e me encolhi mais no peito do meu melhor amigo que só me abraçou mais força, sem realmente perceber que eu estava com medo.

Bem, se Cronos queria me assustar... Ele estava conseguindo.

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Notas finais do capítulo

Eeeu sei, não respondi os reviews. Acabo sempre não fazendo! Perdão, vou logo atualizar a Holding Skies, vou passar para a Dear Pegasus depois.:
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Bem,desculpem a demora, mas aqui estou eu postando as cinco e sete da manhã, dormi até as seis da tarde >.<'. Bem acho que não tenho muito pra falar dessa vez.
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E Alex, é não foi uma entrada tipo "Cheguei Chegando", mas eu realmente estava meio nostálgica e sombria quando estava escrevendo(N/Consciência: Sério?! Nem tinha notado!). Ver American Horror Story dá nisso ^.^'.Perdão, mas o próximo vou melhorar, eu prometo.
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E queria responder o "Alou" da Sarah Magalhães,(o que foi lindo), que eu pedi no capítulo passado, então: OIE! Obrigada mesmo, estou respondendo aqui só para me cerificar que não vou desencorajar os outros >.<' Obrigada Sarah^u^
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Bem agora é só mesmo. Comentem, digam o que acharam eu realmente quero saber. Têm criticas? Pode mandá-las, eu vou amar, só quero melhorar. Ideias? Sou totalmente aberta a elas! Elogios também são super bem vindos ^3^
Dê um alou se puder, vai me deixar feliz pra caramba.
Bem, espero que tenha agradado!
Beeijos
DiraL.