Lorem escrita por The Klown


Capítulo 12
Capítulo 11 - Projeto Genesis




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            Klown estava de bom humor naquele dia. Levantou-se da cama com entusiasmo, e mirou sua máscara em frente ao espelho.

Era branca como a neve, com dois círculos negros enormes representando os olhos. Também estampado na máscara estava uma enorme meia-lua vermelha, representando a boca. Assemelhava-se aquelas bocas de desenho animado, grande e vermelha, em formato de lua crescente, logo abaixo dos círculos negros que eram os olhos. E não havia um nariz naquela máscara, dando uma simplicidade única.

O fato de sua máscara ser sorridente era apenas um método de chamar atenção, de contrastar com a personalidade de quem a usava. Enquanto a máscara era sorridente, Klown em si era um monstro em corpo de humano, psicologicamente falando.

Mas alheio ao que os outros poderiam pensar dele, ele vestiu a sua costumeira fantasia com aparência medieval. Qualquer um que o visse e não o conhecesse perguntaria se ele estava na época errada. Para reforçar a ideia, ele estava sempre trajando o seu chapéu de bobo da corte, combinando com suas roupas. A ideia geral que dava sua aparência era de que Klown era um bobo da corte dos palácios medievais (é claro, para quem viveu na Terra, não em Clare), um palhaço da corte. Daí que vinha seu codinome, “Klown”. Suas roupas de couro antigo por vezes pinicavam, mas ele estava acostumado.

Afinal, usava aquelas mesmas roupas já havia mil e quarenta anos.

 

 

            Martin estava inquieto. No dia anterior, Klown lhes dissera que teriam um grande trabalho a fazer naquele dia. O que poderia ser? Iriam forçar os três amigos a carregarem pedras de duzentos quilos pelo planeta? Iriam obrigá-los a fazerem algum tipo de mineração ou coisa parecida? Seja lá o que fosse, não poderia ser agradável ou gratificante.

            Ele caminhava de um lado para o outro dentro do cômodo, que em termos de aparência era exatamente igual ao de seus colegas. Inquietamente, chutava alguns dos móveis presentes na sala, deitava na cama e levantava, começava a andar, repetindo o processo.

            Estava escuro àquela hora, sendo que o quarto estava sendo iluminado apenas pela lâmpada que pendia do teto. O clima era claustrofóbico naquela cela, fechado, escuro, selado. Martin não era fã de lugares com tais características, mas não era claustrofóbico. Iria sobreviver.

            Realmente, as portas haviam sido consertadas de maneira rápida e impecável, não apresentavam sinais de terem sido derrubadas pela habilidade telecinética de Stewart.

            Enquanto caminhava, parou subitamente e encarou a porta. Ouvira o típico ruído metálico de quando alguém está destrancando a porta pelo lado de fora. Quem seria?

            Devagar e ruidosamente, a porta abriu, revelando por trás um homem de cabelos curtos, castanhos e espetados, olhos verdes como a natureza, alto de pele clara. Usava um terno azul escuro, e com certeza tinha ar de executivo, empresário.

            Estendeu a mão para cumprimentar Martin.

            –Olá, meu nome é Jonathan Hawk.

 

 

            A porta automática deslizou para o lado quando ele se aproximou. Não que ele necessariamente precisasse das portas para se locomover, mas não era bom ser sedentário e se teleportar de cômodo em cômodo. Ele estava adentrando o Setor de Pesquisas Biológicas da H.A.N.K., o setor da corporação que apresentou o maior número de crescimento durante o ano, desde que o Projeto Genesis foi idealizado pelo presidente.

            O objetivo por trás de todo o projeto era tornar as pessoas melhores, mais fortes, mais resistentes. Isso poderia ser viável com algumas modificações na estrutura genética do EVOL, extraído dos Excers. Aquele projeto era extremamente complexo e portanto extremamente caro, o que tomou mais da metade do setor financeiro da H.A.N.K. apenas para que o projeto fosse desenvolvido. O problema era que ainda estava em fase de testes e precisaria ser necessariamente testados em seres humanos. E eles não tinham cobaias.

            Klown, dentro do setor biológico, foi até a sala de preparação. Estava prestes a realizar um procedimento de importância crucial para todo o projeto. Portanto, ao chegar na sala, retirou as costumeiras luvas de couro e vestiu luvas cirúrgicas. Vestiu um jaleco branco por cima de seu traje medieval, e retirou seu chapéu de bufão, revelando cabelos relativamente longos, negros, indo até o ombro e sujamente ondulados, não da forma rotineira, que tinha aparência macia, mas de uma maneira um pouco mais selvagem. Embora realizasse todos esses procedimentos de higiene, se recusava a retirar a sua máscara. Ninguém nunca havia visto seu real rosto.

             Muito menos o seu nome. Nos formulários, assinava sempre como “Scott Hartman”, mas este não era seu real nome, apenas um pseudônimo, fato já conhecido pelo pessoal da H.A.N.K, porém nunca contestado.

            Enquanto adentrava na sala onde o procedimento seria realizado, um enfermeiro se dirigiu a ele:

            –Sr. Klown, como vamos fazer isso sem a cobaia?

            Ele virou seu rosto, ou máscara, ao enfermeiro. E disse com um tom de deboche:

            –Mas não te contaram? Temos sim uma cobaia...

 


            ­–Senhor Johnson, siga-me, por favor.

            Martin, embora receoso, sabia que não tinha escolha. Ao se aproximar do tal Hawk, este lhe colocou uma algema brilhante.

            –É para anular as suas habilidades... só funciona por pouco tempo...

            Acenando a cabeça, ele seguiu Hawk. Eles passaram por um emaranhado de corredores e alas. Fora de onde estavam presos, as salas deixaram de ser cinzas para assumirem um branco brilhante, digno de hospital. Eles chegaram em uma sala grande, semelhante a uma sala de espera.

            Havia três poltronas confortáveis de couro, e um corredor que dava em algum outro lugar, Martin não conseguia enxergar, devido a escuridão. Mas não ligava para aquilo, mas sim o que tinha nas poltronas.

            Em duas, estavam Stewart e Johnny. Hawk indicou seu lugar, a esquerda de Stu, e ele se sentou. Após fazer isso, da escuridão do corredor vieram três pessoas e se juntaram a Hawk.

            Uma delas eles já conheciam, era o tal Klown que tanto aparecia nas suas vidas. Os outros dois eram Aron Smith, o loiro com aparência militar e que poderia se metalizar diante dos olhos dos três amigos. O outro era o teleportador Fou Tong, com aparência asiática.

            Klown, como de praxe, tomou a palavra:

            –Bem, vocês estão prestes a presenciar o ápice da história humana. – disse ele pros três sentados diante dele – um de vocês três fará parte de um experimento. Os outros dois assistirão, de olhos bem abertos.

            Os três estavam adquirindo uma cor pálida... o que poderia acontecer com um deles?

            –Acho que só isso é o necessário por enquanto – completou o mascarado.

            E, virando-se e apontando para Stewart, ordenou:

            –Será ele. Peguem-no, amarrem-no. Vamos começar isso logo.

 


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