Annie não conteve suas lágrimas, suas lágrimas persistiam cada vez mais em cair, eu apenas abracei o mais apertado possível minha pequena – ‘’vai ficar tudo bem, vai ficar tudo bem’’ – disse eu alisando a cabeça de Annie

- mamãe, isso quer dizer que a senhora vai morrer? Esse tal de câncer pode te matar? – perguntou Annie limpando suas lágrimas

- NÃO REPITA ISSO, NUNCA MAIS – gritou Adam que rapidamente se alterou com a pergunta de sua filha

- não grita com ela Adam, ela é uma criança! E você sabe que não irei viver por muito tempo – disse eu deixando Annie no sofá e me levantando, me virei de costas e fui andando, quando Adam se levanta e me puxa pelo braço

- você vai viver por muito tempo sim, confie em mim, eu não vou deixar ninguém te tirar de mim, NINGUÉM! – afirmou Adam

Logo me virei para Adam e o abracei muito apertado – eu te amo muito, mas precisa aceitar isso – disse eu chorando

- eu não irei aceitar isso – respondeu Adam, saindo do abraço e subindo em direção ao quarto

Olhei para minha filha e me aproximei dando lhe um beijo em sua testa e enxugando suas lágrimas com as costas dos meus dedões...

- mamãe me promete que vai viver em quanto puder? Me prometa ser forte? – perguntou Annie chorando e continuou – eu vou te ajudar mamãe, deixa eu ajuda a senhora? –

- muito obrigado minha princesa, só de está do meu lado, você já está me ajudando mais do que tudo, essa é a melhor ajuda que eu poderia receber, eu amo você – disse eu beijando sua testa mais uma vez

Me senti repulsa do nada, era como se meu estomago estivesse vazio, mais eu precisasse  dês vaziar mais ainda, então me levantei do sofá em desespero fui correndo ao banheiro mais próximo, enquanto Annie gritava pelo seu pai e me seguia correndo atrás de mim

Cheguei no banheiro, me ajoelhei em frete ao vazo e comecei a vomitar, vomitar sangue... Adam chegou por trás de mim e passou a mão em minha cabeça alisou minha cabeça e viu um tanto de cabelo meu saindo em suas mãos, Adam me levantou do chão

- Saia daqui Annie – disse Adam

Annie então saiu correndo para seu quarto, enquanto Adam olhava pra mim, eu olhei pra ele e me senti completamente envergonhada pelo estado em que meu marido me encontrou

- Você não precisa ver isso... você já pode sair, vou ficar bem – disse eu

- Na saúde e na doença, lembra? – respondeu Adam, limpando o canto da minha boca com seu dedão, e continuou – agora vamos, deixe eu te ajudar, tire a roupa, irei te dá banho –

- Adam,você não...- disse eu sendo interrompida por ele – Katy! Katy! Deixe esse orgulho, eu sou seu marido, estou aqui para te ajudar – disse ele, enquanto tirava minha blusa e meu sutiã na mesma, eu o ajudei tirando meu shorts e minha calcinha, ele não tinha a noção do quão envergonhada eu estava de ele ver meu corpo, com aquelas manchas horríveis... Adam me levou até a banheira e entrei dentro dela, enquanto ele ligava a torneira e deixava a água cair sobre meu corpo, ele me sorriu dando em seguida um beijo em minha testa

- Eu estive pensando, e eu irei amanhã ver se meu tipo sanguíneo é compatível ao seu, e todo esse tipo de coisa, eu irei doar tudo que for necessário a você, eu sei que isso fará você ficar mais forte – disse Adam

- Você não... não.. vai! Isso só vai fazer eu viver por mais tempo, por favor não tenha esperanças, eu vou morrer você me doando sangue ou não – disse eu, enquanto passava sabão em meu corpo com a ajuda de Adam

- eu vou, e não a nada que possa fazer, agora vamos deixa eu te ajudar, levante, vou lhe pegar a toalha – disse Adam, pegando a toalha

Me levanto da banheira e saiu de dentro dela e logo Adam me enrola na toalha

- Pode sair Adam, eu estou bem, vou escovar meus dentes – disse eu sorrindo de lado

- Tudo bem! Eu amo você – disse Adam me dando um selinho e saindo do banheiro

Escovei meus dentes e puxei a dês carga do vaso, logo me retirando do banheiro, fui para meu quarto e deitei na cama, tentei conter minha dor calada, mas logo comecei a gemer de dor em seguidas de lágrimas, Adam alisava meu braço, dizendo que ficaria tudo bem, então ouço barulhos da porta de meu quarto bater, Adam se levanta e abre,

Annie entra no quarto e se senta do meu lado na cama

- Mamãe você está com dor? – pergunta Annie ao me ver chorando, gemendo de dor e se retorcendo na mesma.

- DOR? A minha vida toda depois dessa maldita leucemia é uma dor – disse eu chorando e gritando de dor

- Papai, faça alguma coisa... – disse Annie a Adam

- eu irei fazer, vai para cama Annie, está na hora de dormir, Katy irá ficar bem – disse Adam e continuou enquanto ia em direção a Annie – eu te prometo, ok? Você confia em mim? – perguntou Adam a Annie

Annie olhou pra mim e deixou lágrimas cair dê seus olhos, virou-se para seu pai e lhe respondeu a pergunta já feita

- eu confio em você papai, boa noite, eu amo vocês – disse Annie saindo de nosso quarto e indo para seu quarto

No dia seguinte, tudo ocorreu mais calmo pra mim, minha dor havia passado, não estava enjoada, mas assim que me levantei eu vi meu travesseiro com um tanto de cabelo, então passei a mão atrás de meu cabelo e senti vazio... meus cabelos estavam caindo, fui me no banheiro e dei de conta, que atrás eu estava completamente sem cabelo, tomei meu banho, coloquei um casaco moletom e uma calça de moletom, e peguei a touca para tampar atrás do cabelo, coloquei a na cabeça, me desci, e encontrei meu marido preparando o café de Annie, enquanto ela assistia desenho...

- Bom dia mamãe – disse Annie

- Bom dia meu amor – disse Adam em seguida, trazendo o café de sua filha e a entregando

- Bom dia meus amores – disse eu sorrindo para ambos, em seguida dando um selinho demorado em Adam

- você não foi trabalhar? – perguntei eu a Adam

- Na verdade, estou de folga hoje – respondeu Adam

- Você está? Ou você pediu folga, por minha causa? – perguntei eu erguendo minha sobrancelha

- não.. eu não, sente ai do lado de Annie, irei lhe preparar seu café – disse Adam sorrindo pra mim

Me sentei, enquanto ele preparava meu café, aproveitei pra encher minha filha de beijos e lhe fazer umas cócegas, era tão gostoso escutar aquela risada dela, que logo em seguida ela começou a soltar-las, ela gargalhava tão alto, aquilo me motivava a viver mais, minha família me motivava a ser forte...

- mamãe, eu gostei da sua touca! – disse Annie que logo desfez meu sorriso, com essa frase...

- O que foi mamãe? – perguntou Annie meia confusa

Logo Adam me chega com o café e se senta ao meu lado no sofá, me entregando o café, enquanto eu pego

- não foi anda Annie – disse eu

- não foi nada o que?- perguntou Adam

- já disse, nada de nada, você sabia que você é o melhor marido do mundo? – perguntei eu a Adam

Ele riu, eu sorri meia tímida e lhe dei um beijo

- Eita, gente – disse Annie tampando os olhos e rindo

Começamos a rir...

- não fique com ciúmes pequena, você é a melhor filha que alguém poderia ter – disse eu fazendo cócegas na cintura dela e rindo

Depois de tomar meu café, me levanto do sofá e vou para o quarto, me deito em minha cama, e procuro ir descansar mais um pouco...

Enquanto Adam liga para o hospital para perguntar se seu sangue era compatível ao meu, na verdade Adam não estava mesmo de folga, ele havia acordado bem cedo para ir fazer o exame...

- Infelizmente Senhor Hudson, seu sangue não é compatível com o de sua esposa – disse o médico

- Como assim? O que eu devo fazer? O que eu posso fazer por ela? Me ajuda doutor, eu não posso deixar Katy ir... – disse Adam desesperado

Enquanto Annie se aproximava de seu pai sem que ele pudesse a ver, ela estava ali a escutar a conversar...

- Infelizmente, você não pode fazer nada... porém a alguém que possa fazer – disse o médico

- como? Alguém? Quem? Me diz? Doutor, quem pode ajudar Katy? – disse Adam ainda em desespero

- Se acalma, por favor... Annie, a filha de vocês pode ajudar-la – disse o médico

- minha filha? Annie só tem 6 anos de idade – disse Adam

- é mais seu sangue é completamente compatível ao de sua mãe, ela pode ajudar-la – afirmou o médico

- mas eu não posso... Annie é muito nova, além disso Katy jamais iria permitir que eu assinasse uma autorização dessas – disse Adam

Enquanto Annie ouvia atentamente a conversa, Annie se retirou do local e começou a procurar em minhas pastas que eu acabei esquecendo as em cima da estante da sala, Annie pegou o endereço do antigo hospital em que eu trabalha, foi até seu quarto e quebrou seu porquinho, juntou todas aquelas moedas e se retirou de casa sem que ao menos pudéssemos imaginar a saída dela de casa, chegando ao hospital, Annie foi até uma enfermeira morena e alta, que por sinal não tinha noção do que estava acontecendo comigo, tão pouco com minha família

- eu vou ajudar minha mãe – disse Annie a enfermeira

- vai ajudar quem? Sua mãe? – perguntou a enfermeira confusa

- sim, eu posso ajudar ela, eu ouvi o que você disse a meu pai – disse Annie

- eu não disse nada a seu pai moçinha, agora me de licença – afirmou a enfermeira se retirando de perto de Annie

- Ô MOÇO! Moço.. espera – disse Annie correndo atrás do médico

Então o médico se virou para Annie e logo a reconheceu

- o-oi.. Annie? – perguntou o médico

- sim, eu mesma, então sabe meu nome? É com você mesmo que quero falar – disse Annie

O médico então se ajoelhou para que ficasse da altura de Annie  e a ouviu atentamente

- eu sou a filha de Katheryn, e eu ouvi sua conversa com o papai no telefone, eu vou ajudar a minha mãe, você precisa me ajudar a ajuda ela – disse Annie

- desculpe Annie, mas você não pode tomar uma atitude dessas, tem apenas 6 anos de idade, sua mãe sabe que está aqui? Seu pai? – perguntou o médico

- não... eles não sabem, mas o senhor vai me ajudar a convencer meu pai, a assinar esses negócios todos ai – disse Annie

Então o médico se levantou

- eu vou ligar para seu pai, ele deve vim te buscar, não posso convencer ninguém a nada – disse o médico

- você precisa me ajudar – disse Annie já chorando

O médico então desligou o celular, antes que pudesse chamar a chamada

- tudo bem, eu vou tentar – disse o médico sorrindo e continuou ele – isso que você pretende fazer por sua mãe, é mágico, seus pais devem ter muito orgulho de você Annie –

Annie então sorriu e foi abraçar ao médico

- ok, agora irei ligar para seu pai – disse o médico