Deadhills escrita por Black Lotus, Daniel Cronwell


Capítulo 9
Jack - Song´s and Clicks




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                          Jack

Quando Lavinia esmagou alguns infectados achei que estávamos salvos, subi com o lobo na caçamba e Lav arrancou com a picape, como era de seu costume Lav voava pelas estradas e ruas, até parecia, por um momento que Lav era um tipo de cavaleiro de armadura brilhante - Se bem que ela parecia mais com o cavaleiro negro -. Então tudo veio a baixo. A picape rugiu freou e parou numa nuvem de fumaça e um forte estampido. Eu respirei fundo e coloquei minha cabeça perto do vidro do motorista. Lav estava incrivelmente seria. Dei duas batidas no vidro e esperei. Ela baixou o vidro.

-Lav. –Perguntei.

-Sim, Jack.

-Você lembrou, por um acaso de encher o tanque do carro?
Ela olhou para mim fazendo uma careta de quem lembra de algo e respondeu:

-Sabe que eu tenho uma historia ótima para isso! Você vai morrer de rir.
Nos cinco pulamos para fora da picape e vagueamos por algumas quadras, Lav muito inteligentemente tinha travado a buzina da picape para que ela soasse interruptamente, desde que nos fiquemos quietos, os zumbis não ligariam para nós. Foi quando todos paramos por causa de lobo, ele levantou as orelhas e começou a olhar para os lados,  disparando para o outro lado de uma praça.

-O que ouve com aquele cão? Está com medinho? –Riu Lav sem fôlego.

-Mas quem estava com medo do Lobo era você! –Ganiu Mary um pouco a frente se voltando para mostrar a língua. Lav não pareceu se importar, ate por que tínhamos coisas mais serias. A rua era fechada com 4 prédios altos, e no centro uma pracinha, as ruas eram pequenas ali, e ela já estava dando sinais que iria ser invadida, alguns infectados já apareciam aqui e ali. Quando o garoto gordo os viu, seu peito começou a chiar, e Lav começou a ficar nervosa.
Lobo parou em frente a uma loja e esperou.

-Por que aqui? – Perguntou Gordo arfante.

-Por que tem alguém ai. –Disse secamente –Escuto alguma coisa lá dentro, um som vivo.
Eu dei três batidas fracas com os dedos, para ver se alguém respondia, depois do silêncio, dois baques fortes, então Lavinia entrou em ação. Com todo o carinho que lhe cabia, deu um chute.
Depois de um silêncio longo, vieram vozes de dentro. Cochichos quase inaudíveis. Um grito, e o barulho de metal deslizando.

-Não temos lugar para vocês! –Disse um par de olhos negros com rugas ao redor dos olhos.

-O que é isso Doug! Eles não estão infectados! E precisam de abrigo! –Disse uma voz doce atrás dele.

-Não e possível que toda a pessoa que passe por aqui você queira abrigar! –Retrucou por cima do ombro.

-Então não vai se importar se ficarmos aqui fora. - Falei

-Não. Não me importarei.

-Desconfiei que não. –Disse sorrindo. –Então não vai se importar se cantarmos uma música para passar o tempo. –Completei pondo a mão entre as orelhas do Husky.
Logo em seguida o cão soltou uma nota longa e alta, de gelar o sangue, seguira por um enorme eco dos prédios. Não um latido ou ganido, um uivo para chamar a alcateia, ou no caso a horda de zumbis.

-Agora eu tava pensando em cantar Moves Like Jagger, Lav, você faz a parte da Christina?


Os olhos se arregalaram e rapidamente ouvimos uma tranca sendo destrancada, a maçaneta gira lentamente então, o Gordo se jogou e escancarou a porta. Não conseguiria dizer onde o ambiente estaria mais hostil. La fora com zumbis, ou lá dentro, com quatro armas apontadas para nós. Lavinia foi rápida e sacou a besta com uma seta engatilhada. No mais puro reflexo eu saquei o facão colocando a frente de Mary e apontei a pistola que havia pegado com o Gordo.

 
-Não são bem vindos aqui. – Falou por trás de uma escopeta.

-Uma saudação bastante seca para alguém que vai ter mais setas no peito que cabelos na cabeça. –Esbravejou Lav.

-Calma vocês! –Disse a garota dos olhos azuis. –Eles não estão infectados! Eles podem conviver conosco!

-Não, não podem. Eles vão nos matar! Eles trouxeram zumbis!

-Não seja tão chato Jinn! –Respondeu a garota. –Tem zumbis por todos os lados!

-Minha cara garota, - Conseguiu falar o velho, abaixando a arma. –Um dia você poderá morrer por toda essa sua bondade.

-Bom, agora posso me apresentar direito! – Falou se aproximando de nós. – Eu sou Lizze, aqueles são, Doug e Alice. Apontou para o velho calvo e uma mulher a seu lado, com uma metralhadora.

-E aquele mal humorado deve ser o Jinn? – Perguntou Lavinia com sarcasmo.

-Eu sou Jack. –Respondi tomando sua mão num aperto. –Essa Ruina de pessoa é a Lavinia, a pequena e a Mary e o gordo... –Parei de repente.

- E mesmo! Nós não sabemos seu nome! –Concluiu Lavinia

-Bom, meu nome é...
A frase foi destruída de súbito por um grito que vinha por trás do balcão. E logo depois outra voz, dessa vez de uma mulher. Então um leve e abafado som. E as vozes se calaram. Da sala saiu um homem alto e loiro, que desceu as escadas no outro lado do recinto.

-E quem é aquele? –Perguntei apontando com o facão.

-Aquele ali e o Scott, ele e a namorada apareceram a dois dias a trás.


Pelo resto do dia, ninguém falou conosco, parecia que eles tinham que se habituar com a gente. Eles seriam um grupo comum de cidadãos se não fossem as circunstancias atenuantes. Doug era o dono da loja, tinha ralos cabelos brancos em sua cabeça, e usava uma camisa de flanela e suspensórios. Passava o tempo conversando com a mulher loira, a chamada Alice. Ela era alta, loira e de olhos escuros. Tinha um belo corpo e um rosto bonito, mais parecia tão perigosa e mortal quanto Lav.
O que tinha o nome de Jinn parecia muito carrancudo, rugas de raiva e preocupação torneavam-lhe a face. Olhava com olhos de águia para nosso grupo. Com a arma na  mão. Tudo parecia bem quando do quarta saiu uma garota de cabelos curtos e com algumas manchas roxas pelos braços. Era bonita considerando os cortes que tinha no rosto.
A primeira noite caiu com o novo grupo e a situação se adensou.

-Como vocês dormem aqui? –Perguntei.

-Em turnos, nos preparando para o pior. -Disse Doug.

-Então são como nós. –Comentou Lav. –Não se preocupem o Jack cobre primeiro.

-E se eu não confiar em vocês? –Replicou Jinn.

-Então eu espero que durma bem, por que pode não acordar mais. –E apontou a besta para ele. - A situação ficava pior por causa da desconfiança do tal Jinn.

-Que tal eu ficar? –Sugeriu Lizze. –Eu posso acompanhar o Jack.
A garota era realmente linda, tinha os olhos azuis como o céu, e cabelos ruivos como o fogo, a pele do rosto era levemente sardenta, e tinha pequenos brincos com caveiras.
Nos passamos um bom tempo em silêncio, observando os outros dormindo.

-Sabe, você até me lembra uma personagem dos quadrinhos. –Disse acanhado.

-E quem seria?

-Não acho que você vá conhecer, ela é uma vilã do Batman.

-Só por que sou ruiva e uso sombra verde eu pareço a Hera Venenosa?
Senti a face corar e os olhos brilharem, ela riu e a conversa se seguiu noite adentro, sem necessidade de chamar os outros para a vigia. No dia seguinte parecia que o clima já tinha se tornado mais leve, Jinn pareceu menos carrancudo. Agora o cara da namorada apareceu, tinha quase 1,80 musculoso e atarracado. Me pegou pelo colarinho e conseguiu me levantar como se eu fosse feito de papel.

-Escuta aqui moleque. Eu vi você olhando para minha namorada. – Se fez entender nos colocando a menos de um palmo de distancia entre meu rosto e o dele.
Daí veio o clique seco.

-Ponha-o no chão se não quiser uma flecha na cabeça. –Concluiu Lav apontando a besta para a orelha do grandalhão. Ele ficou imóvel, com suor escorrendo do rosto.
Então o outro clique.

-Você pode tentar. –Cuspiu Jinn com uma arma engatilhada para a cabeça de Lav.
E o festival dos cliques continuou.

-Então haveram muitas mortes amigo. –Gaguejou O gordo, finalmente arrancando coragem para fazer algo.

-Se quiserem se matar vão em frente. –Vociferou o velho. –Mas façam isso lá fora. Já tenho bocas de mais para alimentar, graças a Liz. Tirar alguns de vocês das costas seria perfeito. Ou então parem.
O homem resistiu em me soltar, mas graças a ameaça de Lav, e um belo latido e mostrar de dentes do Lobo ele acabou desistindo. Não éramos bem vindos. E não estávamos nem ai para isso. Nos íamos sobreviver. Mesmo que tivéssemos que mata-las. Ou pior, conviver com elas.


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Notas finais do capítulo

Pois e meus amigos!Graças as minha maravilhosas notas e meus ótimos subornos, eu terminei um semestre na faculdade. E achei que uma viagenzinha não seria mal! Mas como a nossa flor adora fazer um show, ela quase fez um motim. Mas não se preocupem! Eu voltei para vocês! E a fic continuara!



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