“Look at the stars, look how they shine for you...”

Além da lua e as estrelas, a varinha de Draco era a única coisa que iluminava o grande salão, outrora repleto de velas. O lugar que havia sido palco de inúmeros jantares, festas e celebrações dos Malfoy durante muitas e muitas gerações estava agora destruído. A decoração imponente em verde e cinza, as cores da casa à qual a maioria dos Malfoy havia frequentado era só uma lembrança agora que todo o lugar era pó e cheirava a fogo e sangue. Até mesmo o teto havia caído devido ao fogo maldito que Bellatriz havia invocado.

Draco tinha certeza de que, além dela, sua tia havia acabado soterrada também, assim como seu pai, mas era por Hermione que ele procurava. Incessantemente, incansavelmente, Draco segurava a varinha com a boca enquanto as mãos escavavam dentre os escombros. Havia muito com o que se preocupar – Potter e Weasley haviam escapado com a ajuda de Dobby e naquele momento deviam estar em busca de reforços, sua mãe havia sido recrutada por Voldemort para uma missão suicida e Greyback havia jurado vingança depois de ter sido atingido por um certeiro Sectumsempra lançado por ele (finalmente Potter havia servido de alguma coisa) – mas havia também algo que impelia Draco a continuar porque talvez Hermione ainda estivesse viva.

Sua mente lhe dizia que aquilo era uma idiotice e o tipo de atitude que não combinava com à casa a qual ele pertencia, mas Draco precisava encontra-la. Mais do que isso, ele queria acha-la porque talvez aquela fosse sua última oportunidade de dizer-lhe o que sentia. E o quanto sentia.

Tinham começado a conversar – se insultar, na verdade – quando Hermione o vira no banheiro do quarto piso, em uma das muitas vezes em que Draco se trancara lá para decidir se se matava sozinho ou se esperava que Voldemort em pessoa o fizesse. Ele sabia, desde que aceitara aquela missão, que não seria capaz de realiza-la, mas pressionado pela mãe que queria mais do que tudo saldar as dividas dos Malfoy com o Lord das Trevas, ele a tinha aceitado. De qualquer forma, não achava que o ar continuaria entrando e saindo de seus pulmões por muito tempo depois de uma recusa.