Dark Cloud escrita por Mamoru


Capítulo 5
Capitulo V


Notas iniciais do capítulo

Falar que esse capitulo é um pouco confuso, seria eufemismo Q



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- Nanimo... Hajimaranakatta ichi-nichi owari ni... sora wo miageteru – disse Tetsuya de repente me assustando.

Nós estávamos no terraço da escola como parecia estar virando costume. Tetsuya agora estava sempre comigo. Normalmente ele estava tentando me fazer querer realizar alguma coisa. Qualquer coisa, desde que não fosse ficar olhando o céu.

- O que? – perguntei, não tinha escutado bem.

- É uma musica – ele riu. - Até o final do dia, se nós pudermos ficar sem fazer nada. Olhando para o céu – repetiu.

- Nome grande para uma musica – comentei.

- Sim, mas ela me lembra de você – disse e quando o encarei ele estava olhando para o céu.

- Só pelo nome... Acho que faz sentido – disse dando de ombros.

Ele riu. Parecia um pouco triste, ou um pouco doente. Eu não sabia o exato.

- O que há com você? Não está me irritando hoje – comentei desconfiado.

- Você não quer fazer o que eu mando! – disse cruzando os braços atrás da cabeça e deitando no chão.

- Então você veio aqui matar aula comigo, porque eu não faço o que você manda? – eu perguntei incrédulo.

- Eu tenho dispensa de educação física, você sabe por que. Só você está matando aula, preguiçoso – disse.

- Seus amigos ainda não notaram que você os largou? – perguntei exasperado.

- O que? Se quiser que eu saia de perto de você eu saio! – ele disse de repente.

- Eu passei um ano inteiro falando isso! – retruquei.

Ele ficou magoado por um momento, depois pensou bem e viu que eu estava certo.

- Ah, eu não sou tão chato assim, sou? – perguntou.

Você deve estar pensando que eu sou um cara muito sem coração por estar negando a companhia dele, já que ele está doente e blá blá blá. Mas eu tentei, juro. Só que esse negocio dele querer que eu viva e faça coisas que eu não quero... É tipo... Porra, eu não quero.

Sim, eu... O cara neutro estava começando a perder a paciência. Ou era a minha paciência que estava sumindo e algo estava aparecendo?

Ultimamente, a companhia de Tetsuya tinha ficado mais presente e sua tendência a me encher tinha ficado maior. Mas como eu posso dizer... Era como se Tetsuya agora fosse meu amigo.

É, meu amigo. Mas... Talvez não fosse só isso. Tinha algo mais.

E acho que era isso que estava me irritando, me deixando louco. Se Tetsuya quisesse ser somente meu amigo, eu podia ser amigo dele. Mas tinha mais alguma coisa dentro de mim. E parecia que dentro dele também.

Por exemplo, aquela pergunta que ele fez. Ele não era chato. Talvez um pouco irritante, mas ele tinha uma parte que eu havia descoberto recentemente. Eu gostava dessa parte, do jeito como ele pensava nos outros e como era gentil com sua mãe, eu realmente gostava daquele lado dele... Até demais. Mas...

- Eu odeio esses milhares de “mas” que estão aparecendo na minha cabeça agora – resmunguei.

- Você não me respondeu – ele disse pegando meu rosto e virando para me fazer fita-lo.

Era impossível resistir, então fiz o que a mão instigava.

Olhei em seus olhos e vi determinação, afeição e algo mais. Ele arqueou uma sobrancelha esperando a resposta.

- Você não é chato. Eu até gosto da sua companhia, mas você me deixa muito confuso, por isso preferiria longe – disse suspirando.

Nossos rostos estavam próximos demais e eu não havia percebido isso, agora que tinha visto comecei a morder o lábio nervosamente.

Ele me soltou depois de alguns minutos e então riu.

- Faça o que eu peço e não ficará confuso – disse simplesmente. – Vamos hoje no fliperama aqui perto?

Dei de ombros e ele sorriu de lado.

Nesse momento o Sol saiu de entre as nuvens e banhou o rosto de Tetsuya. Ele parecia menos doente agora.

- Eu cortei minhas amizades – ele disse para mim e eu franzi o cenho. – Eles estavam me criticando por andar com você, então eu simplesmente cortei. Eu só tenho você agora. Por isso não posso me afastar.

- Isso me parece um ato de quem está pensando sobre um certo assunto delicado – disse.

- Não posso mentir, acho que é mais fácil aceitar assim.

- Não é você que diz para mim começar a viver? – perguntei indignado. – Porque está cortando suas amizades, você ainda não morreu!

- Mas eu já aproveitei o bastante com eles. Eu já disse qual é meu ultimo objetivo nessa vida – disse levantando e sacudindo a roupa – Eu não quero mais nada além disso.

- Quero saber como vai fazer isso se eu não quero – falei levantando-me também.

- Você é idiota ou que Mana? Eu já estou conseguindo – sorriu e saiu me arrastando pela escola... De novo.

Se o que ele queria era me fazer mudar, estava de alguma forma dando certo.

Porque algo em mim estava realmente mudando. E obedecer a ele não estava deixando menos confuso. Era justamente o contrario.


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