Distância escrita por Ushio chan


Capítulo 9
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Está aqui um capítulo quase todo narrado pelo nosso amado detetive L. O resto do capítulo é contado pela Íris e, desta vez, não tive inspiração para um PDV da Kim.
AGORA UM AVISO: Eu vou viajar e passar um tempo fora do Brasil. Saio amanhã e volto ano que vem.
EU NÃO VOU PARAR DE POSTAR!!!! NÃO PENSEM QUE FARIA UMA COISA DESSAS! NÃO CONSIGO NEM DORMIR PENSANDO NESSA FIC!!!
Só estou avisando que o HORÁRIO das postagens vai mudar. Além disso, eu não vou postar amanhã, pois é o dia da viagem. Provavelmente não posto depois de amanhã também, porque vai ser o dia que vamos usar pra nos ajeitar por lá e conhecer a cidade.
Aproveitem o capítulo.



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PDV – L

Retardado. Às vezes, esta é a palavra que melhor define o Beyond. Ele é realmente brilhante, mas muitas vezes se torna irritante. Eu estou aqui, na minha cadeira, comendo doces enquanto tento refletir sobre um caso envolvendo um serial killer que começou a agir em LA há duas semanas, e B está deitado na cama que foi recentemente colocada no quarto para ele dormir. Devo admitir que ela não é muito usada, mas isso não vem ao caso.

De qualquer forma, B está deitado em sua cama jogando dardos em um alvo na parede enquanto reclama de sua “crise de abstinência de geleia de morango”. Há uma foto recobrindo toda a extensão do alvo. Naomi Misora, a policial que agiu de acordo com minhas instruções quando o capturamos.

- A pobre Naomi não merece seus maus tratos, B.

- Eu passei anos na cadeia por causa dela, ela merece.

- Eu que a instrui.

- Mas com você é divertido. Ela não tem nada a ver com a nossa pequena rixa.

Depois meu namorado deixa a conversa de lado e volta a jogar dardos em Naomi enquanto reclama. Diz que a falta de açúcar está afetando sua capacidade de reflexão e que nada o incomoda mais. Reclama de fome, de falta de açúcar no sangue e tudo o que diz respeito a abstinência de geleia de morango.

- Cale a boca, Beyond! Estou tentando pensar. Se quer açúcar, pegue um doce.

- Não quero seus doces! Eu vou à cozinha pegar geleia.

- Não, B, você não vai. Não sei se esqueceu mas você já matou muita gente para que eu confie em você sozinho no orfanato cheio de pobres criancinhas. – Vai que ele acha alguém no último dia da expectativa de vida? Eu confio em Beyond, o problema são estes olhos de Shinigami dele. Por um lado, quero confiar plenamente em suas atitudes, pois eu o amo, mas por outro lado seus instintos são, muitas vezes, fortes demais. E BB tem o pavio muito curto e explode fácil, o que me assusta.

- Então venha comigo. Ou mande um de seus discípulos queridos.

- Não confio em você com eles também. – Respondo. Infelizmente, é verdade. Meu Beyond matou muitos para que eu possa confiar nele novamente.

- Hm. Assim você me ofende, Lawliet. – Sinto-o se aproximar de mim e me segurar por trás, beijando meu pescoço. Adoro quando ele me chama pelo nome.

- Beyond. – O profundo mau humor em minha voz o faz parar.

- Hmpf. Você é muito irritante de vez em quando, sabia?

Mesmo sem olhar para ele, posso vê-lo se sentando na cama na mesma posição que eu e pousando o queixo nos joelhos para me encarar com seus olhos de rubí tomados por uma mistura de raiva e súplica.

- O mesmo para você, meu querido Beyond Birthday. – Sorrio ao pronunciar seu nome enquanto abro minha gaveta de doces e desembrulho uma bala antes de colocá-la na boca.

Volto a encarar a tela do computador, relendo todas as informações sobre o caso que obtive. Isso sinceramente está me levando à loucura. O assassino não me parece ter um objetivo além de matar pessoas, o que me leva a acreditar que é um psicopata. O modo de matar é sempre extremamente sangrento, mas nunca é o mesmo. O tempo que as vítimas levaram para morrer variam entre cinco minutos e dois dias. O jeito de matar também nunca é o mesmo. Pode ser um tiro, esfaqueamento ou chegar ao limite depois de dias de tortura intensa. A única coisa que liga um homicídio a outro é um pentagrama invertido desenhado com o sangue da própria vítima. Isto me levaria a um culto satânico ou algo assim, mas então não seria mais de uma pessoa e a mesma forma de matar? E os nomes. Nome e sobrenome sempre começando com a mesma letra. Isto me dá arrepios.

Jogo a cabeça para trás e meus dedos entram no cabelo.

- O que foi? Problemas com o caso?

- Na verdade, sim. – B se aproxima e se “senta” na escrivaninha. Uma sorte ela aguentar o peso de uma pessoa, porque todo o meu trabalho está no computador sobre ela.

- Conte-me.

- Se não estivesse aqui do meu lado neste momento, teria certeza de que você é o assassino. Ele mata como você mataria. E até mesmo busca pessoas com nome e sobrenome com a mesma letra.

- E, sabendo que eu não sou o assassino, aonde estas informações te levam? – Os olhos vermelhos estão esperando a resposta sair de minha boca.

- Que ele tem uma enorme admiração por você e pretende agir da mesma maneira, mas sem os mesmos objetivos. E ele também é bem menos inteligente.

- Provavelmente tem histórico de violência, a julgar pela aparente vontade de matar a qualquer custo. – Acrescenta. Jamais imaginei que BB, o maior criminoso que já existiu, fosse ajudar a mim, o maior detetive, a resolver um crime. O que a geleia de morango não o obriga a fazer?

- Sim, sim. E ele claramente trabalha durante o dia, uma vez que os assassinatos sempre ocorrem à noite.

- E os nomes? Não acho que ele tenha olhos de Shinigami também. - Beyond diz.

- Fale baixo! Ninguém além de nós precisa saber dos seus olhos.

- E o que é que poderiam fazer contra mim, Lawliet?

- Te colocar em um laboratório para o resto da sua vida... Ou te matar. E eu não poderia permitir isso. – Aproximo nossos rostos e o beijo. – Venha, vamos pegar um pote de geleia para você.

Levanto-me da cadeira e saio do quarto com BB me seguindo animadamente como um cachorrinho. É isso. São suas atitudes, o jeito dele de ser, o amor que tenho por ele. Foi o conjunto de todos estes pequenos detalhes o que me impediu de mandá-lo para o corredor da morte depois do caso do Assassino do Boneco de Palha.

Sorrio comigo mesmo enquanto completo o percurso até a cozinha, sempre seguido de perto por Beyond. Apesar de tudo, não consigo confiar plenamente em sua força de vontade. Reafirmo que estou certo de que ele não pretende matar ninguém aqui, mas nunca se sabe.

&______PDV – ÍRIS.______&

Coloco meus velhos fones de ouvido e ligo o volume no máximo antes de abrir um livro aleatório e apoiá-lo no travesseiro. Tento ler, mas não consigo me focar na história. Muito menos na música alta. Não tem mais ninguém para conversar. No fim das contas, eu me tornei a única menina entre um monte de meninos. Não é que eles não sejam legais, são ótimas pessoas, mas é bom ter uma presença feminina para falar de coisas de meninas. Meu Deus, eu não tenho nem para quem pedir um absorvente emprestado se eu precisar! Além disso, o clima não está dos melhores. Near mal sai do quarto. A última vez que o vi almoçando foi semana passada, quando Leila o arrastou para fora do quarto com palavras enquanto Mello o levava a força. Mello também está depressivo. Quando não está no quarto comendo chocolate ou cuidando de Near, está descontando as mágoas em cima de outros garotos. Ou pior: em mim e em Matt. Pessoalmente, também não me sinto nada bem. Às vezes, à noite, antes de dormir, passo horas chorando. Choro por saudades da minha melhor amiga. Nunca realmente tive uma melhor amiga e, quando a tive, a perdi. Além disso, sinto falta de sua presença no quarto. De conversar com ela até dormir. E... Eu estou sozinha de novo no quarto. Odeio ficar sozinha, ainda mais no escuro, de noite. Sim, eu tenho medo do escuro. Não muito, só um pouco. Só o bastante para eu deixar uma luminária acesa no quarto.

Ao notar que o livro e a música não irão me entreter, levanto-me e saio do quarto. O corredor está vazio, ao contrário do que vejo na maioria das vezes. Sempre tem pessoas sentadas no chão conversando, mesmo que pareçam invisíveis de vez em quando.

Vou para o quarto de Near, certa de que encontrarei alguém lá e, mesmo que esteja vazio, sempre gosto de checar se o albininho está bem. Tenho medo de, algum dia, encontrá-lo inconsciente outra vez ou, pior ainda, com os pulsos cortados ou algo assim. Nenhum de nós jamais conseguiria dizer isso à Kim. Ou simplesmente suportar. Mas não acho que Near faria algo assim, eu apenas tenho medo e gosto de saber que ele está bem.

Bato na porta e digo “toc, toc, toc”, como sempre.

- Olá, Íris. – Diz ele. Abro a porta e o encontro no chão no meio de um monte de peças de dominó montadas de modo que, quando as derruba, assim que entro, formam um K no chão. – A que devo sua visita a esta hora? Geralmente vem aqui à noite.

Mini-L, digo para mim mesma.

- Só vim aqui ver se precisa de alguma coisa. – Dou um sorriso largo.

- Não. Está tudo bem. – Mentira!

- Ok... Tem certeza? – Insisto. Near começa a levantar as pecinhas outra vez, mantendo a mesma enorme formação em K. Seu gesto me informa sobre o que sente mais do que qualquer coisa que diga. Uma das coisas que aprendi com Kim. Ler as atitudes de Near.

- Sim...

- Você quer ir almoçar conosco hoje?

- Não. – Isso faz meu coração ganhar duas toneladas. Odeio ver a dor dos outros. Ainda mais quando o motivo também me causa dor.

- Por favor, Ne-Ne. – Penso, inicialmente, que esta tática pode funcionar. Arrependo-me profundamente quando os olhos verdes-escuros de Near se erguem para mim, começando a se encher de lágrimas. Há um pedido neles. Um pedido que ele formula em palavras um instante depois.

- Vou lhe pedir para não usar este apelido, Íris.

- Certo. Desculpe. Mas você não vem mesmo comer?

- Prefiro ficar aqui sozinho. – Responde ao se virar. Não deixo de ver sua mão se erguer até o rosto, provavelmente para enxugar uma lágrima.

- Sua irmã não vai gostar de saber que você não está comendo. Sério, você precisa se alimentar direito ou vai acabar subnutrido. Aí a Kim vai encarnar o BB e matar todos nós da forma mais sangrenta que encontrar.

Near suspira. Sei que ele não gosta que nenhum de nós fale sobre Kim, mas se este for o único meio de fazê-lo comer, estou disposta a usá-lo. Assim como os outros. O albino se levanta e nós saímos do quarto para encontrar Mello, Matt, L e BB. 


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Deixem reviews & Me desejem boa viajem, meus amores.
Beijos da Ushio e até a próxima postagem ;D