Logo que me virei tirei o sorriso do meu rosto e falei:

– O que você quer agora?! Já não basta me dar um banho de cappuccino agora vai me perseguir também? – Sua expressão era amigável enquanto a minha, bem estava séria.

– Oi para você também, e não, não estou dando uma de maluco perseguidor. É que eu vi... – Eu o interrompi falando:

– Agora você vê?! Que milagre...–Falei ironicamente, sem esperar uma resposta com um sorriso sínico.

– Como você é educada com as pessoas... – O sorriso do rosto dele havia sumido e ele estava examinando minhas expressões e esperando uma resposta.

– Eu sou educada com as pessoas – Dei uma pausa, respirei fundo – com aquelas que merecem o meu respeito, agora vai logo falando o que você quer de mim já que você não é um maluco perseguidor de mulheres.

– Eu queria pedir desculpas pelo cappuccino e..

– Você já fez isso- Disse interrompendo ele de novo.

– Olha, você quer fazer um favor de ficar com essa boca fechada e me deixar falar? – Agora eu acho que deixei ele bravo, o que era engraçado para mim.

– Tá tá, anda logo – Fiz uma cara de “tanto faz”.

– Então, como estava dizendo antes de alguém me interromper, queria me desculpar pelo cappuccino e dizer que é só você mandar a sua roupa na lavanderia que eu pago todo o prejuízo – Disse ele sem tirar os olhos de mim.

– Era só isso? Olha eu não preciso da sua caridade, agora se me der licença tenho que ir para a faculdade, algo que algumas pessoas não precisam – Disse isso e comecei a andar sem olhar pra ele, então eu senti um braço me segurando.

– Se você não quer aceitar minha ajuda é só falar, agora para de ser ignorante comigo porque eu não te fiz nada, agora entra no carro pra eu te dar uma carona – Ele estava com uma expressão séria e olhava diretamente nos meus olhos.

– Não fez nada?! Eu que quis me esquentar e derrubei o cappuccino em mim mesma, e quem você pensa que é pra falar assim comigo? Você não passa de um astrozinho metido que se acha – Nessa hora ele desviou o olhar e soltou meu braço – Não vou a lugar algum com você.

– Você não me conhece, e eu só estou tentando te ajudar. Agora se quiser esperar o ônibus que só vai passar daqui 30 minutos o problema é seu – Ele estava voltando para o carro, e eu não podia mais esperar.

– Tá, você venceu, vou aceitar a sua carona e mais nada. Depois que você me deixar na faculdade quero que suma da minha vida, feito? – Disse eu indo em direção ao carro e abrindo a porta.

–Feito, eu esqueço que você existe e continua ignorando a minha existência – Ele estava com um sorriso no rosto que mostrava a sua covinha.

– Rárá, como você é engraçado, agora dirige logo que eu já estou atrasada.

Passamos o caminho todo sem trocar se quer uma palavra, estava perdida em meu pensamentos até que fui interrompida por ele

– Chegamos, morreu? – Disse ele olhando para com uma cara de interrogação.

– Obrigada, e sim morri com o seu ego me sufocando no carro – Fiz uma cara de brava o que fez ele rir, sai do carro e fui andando rápido para a entrada da faculdade, a única coisa que tinha na minha cabeça era de entrar na sala de aula e torcer para que o professor não tivesse aplicado teste surpresa ou algo do tipo, fiquei tão preocupada com isso que acabei me esquecendo do Harry, bom agora já era tarde, ele deveria ter ido embora...