Kagura pv on:

Voltei para aquele inferno pensando no Tsuna e nos sentimentos que tinha acabado de descobrir, mas já teria que abandonar.

Chegando ao local Yanoichi mandou um dos seus capangas me levar até onde estava meu pai adotivo. Chegando à sala vi Maurício cheio de machucados e até mesmo sangrando. Havia apenas ele preso por correntes na sala.

–Maurício–san!

–Kagura! Minha pequena você está viva? Pra onde tinha ido? Como se meteu com esse pessoal? –Maurício falava com dificuldade.

–Papai!... –Corri até ele e me agachei ao seu lado. Soltei suas correntes e comecei a cuidar de seus machucados.

–Me responda Kagura... –Ele falou novamente.

–Não me peça para te explicar as coisas agora, você não deve se esforçar por um bom tempo... Não fale mais nada eu irei explicar eu prometo! –Falei convicta do que falava.

–Vamos saia daí de dentro Kagura–chan! –Yanoichi falou com uma voz de criança que quer brincar de esconde–esconde.

– E por que eu deveria? –Falei com aquela voz de criança que rouba a bola, aquele tipo egoísta.

– Resolveu brincar comigo Kagura–chan?! –Yanoichi falava com um sorriso de lado.

–Se você quer brincar que assim seja, vamos brincar! –Falei decidida.

–Hum... Se você prometer que vai brincar direito então eu deixo você cuidar do seu papaizinho... Se não ele morre... Que tal um desafio, você pode escolher sobre o que será, onde e qualquer outra coisa que possamos usar nele... Aceita?! –Yanoichi disse com aquele tom de “sou superior e ninguém pode mudar isso, não importa o que você escolha”.

Pensei. Se eu perdesse Mauricio morreria, se eu ganhasse talvez tivesse a chance de pedir pra o deixarem sair, o que diabos eu poderia decidir como desafio? Eu não sabia lutar, nem correr direito, tenho problemas de ataques de asma quando corro muito, a única coisa em que sou boa são as provas... Eu poderia escolher algum tipo de teste... Mas que matéria eu sou melhor, que matéria o Yanoichi não saberia?... Lembrei... A coisa que eu mais sabia na minha vida, uma idiotice boba, matéria da oitava série, mas eu nunca errava então porque não?

– Eu aceito!

– Ora! Que maravilha!

– Mas tenho uma condição...

– E qual seria, Kagura–chan?!

– Se eu ganhar quero que você permita que eu continue indo pra escola, mesmo que eu saiba que você não vai deixar me salvarem... E quero que você deixe que meu pai adotivo seja levado pela vongola...

– Hum... Eu não vou perder mesmo... Aceito o que você disse! Do que vamos precisar?

– Um professor de matemática, folha, lápis e borracha.

– Você quer um teste de matemática? Pensei que íamos brincar a sério! –Yanoichi disse rindo.

– Não eu quero 10 questões de inequações...

–Certo, não me importo. –Ele ria como se já tivesse ganhado.

Narradora pv on:

Mais tarde no mesmo dia:

Yanoichi mandou trazerem o professor de matemática do colégio de Namimori e este passou os exercícios mais difíceis da matéria.

Kagura e Yanoichi sentaram–se em salas diferentes cada uma sendo vigiada por pessoas diferentes na de Kagura um capanga de Yanoichi e na de Yanoichi o professor.

No final quem ganha é Kagura, ela realmente não errava nenhuma daquelas questões, mas Yanoichi não ficava pra trás ele só errou a fatoração de uma raiz quadrada, já que eles não podiam usar calculadoras.

Yanoichi foi obrigado a fazer o que Kagura “mandou”.

Narradora pv off:

– Quer dizer que você é inteligente sua puta... –Yanoichi me deu um tapa na cara, muito forte, mas não falei nem gritei, não dei o prazer de me ouvir gritar aquele maldito bastardo.–Que pena que você não é tão inteligente... O próximo desafio quem escolhe sou eu...

– Eu não ligo, até lá já vou estar fora desse inferno... Me leve logo pra casa do Tsuna, quero deixar meu pai adotivo lá! –Disse autoritária.

– Hum... Augusto! –Gritou o nome de um de seus capangas, que chegou logo depois– Leve ela e o italiano para esse endereço - Deu um papel com o endereço para o capanga/motorista.

–Certo chefe, agora mesmo! – Augusto–san olhou pra mim com cara de pena, estava meio marcada por causa do tapa que Yanoichi havia me dado.

Já no carro meu pai dormia deitado no meu colo, haviam dado algum tipo de droga para ele.

– Senhora eu sei que não devia estar nem falando com você, tenho ordens expressas do senhor Yanoichi seu marido para não fazê–lo, mas não acho que você devia deixar ele te tratar daquela forma... Me desculpe se estou sendo enxerido.

– Não fale algo como “o senhor Yanoichi seu marido”, isso me enoja! Ele não é meu marido! Ele me sequestrou e me fez virar a mulher dele!

–HÃ? –O homem falou quase perdendo a direção.

–Não fale mais nada senhora Kagura, tenho ordens do senhor Yanoichi para mata–la se falasse algo tão comprometedor, ou tentasse fugir! –Um homem chamado Estuart falava com uma pistola apontada direto na minha cabeça.

Virei meu rosto, colocando a testa contra a frente da pistola. Eu já não tinha mais medo de morrer, muito menos de morrer tão rápido. Já tinha passado por tantas coisas, talvez fosse mais fácil morrer logo, assim ninguém se machucaria tentando me salvar e eu ia parar de criar tantos problemas para os meus dois pais.

–Chegamos! –Augusto–san disse me tirando dos pensamentos depressivos que me rondavam, me mostrando que já estávamos na frente da porta de Tsuna.

–Obrigada - Disse, não sei se foi para Deus ou se teria sido realmente para Augusto, mas ele entendeu que seria com ele e disse de nada antes que eu saísse pela porta do carro e tocasse a campainha.