Agora eu já sabia, tinha perdido a aposta!

Depois que terminei de fazer a comida, todos comeram e fomos dormir, o dia tinha sido rápido.

Acordamos normalmente. Estávamos todos “bem”. Hikari e o Kyoya estavam de segredinho e logo depois ela lhe deu uma sacola, mas não tinha problema, eu pesei. Ele saiu pra dentro do hotel de novo e ela veio falar com a gente (eu e Natsuki).

–Oi, meninas! –Ela disse toda sorridente.

–Oi Hikari! –Natsuki falou, despreocupada.

–Oi Hikari... –eu falei, desconfiada.

–Você dormiu bem hoje, Kagura-chan? Você parece cansada... –Hikari disse e Natsuki também voltou seu olhar pra mim.

–Naão –eu falhei a voz, sempre fazia isso quando estava desesperada para contar algo pra alguém.

–FALA LOGO!!! –elas falaram juntas.

–... Eu desisto!

–...Do que? –Natsuki falou depois de pensar um pouco.

Hikari pensou mais um pouco, fez uma cara de interrogação e então entendeu.

–Ela tá falando que perdeu a aposta! Cadê minha grana?! –ela disse feliz, estendendo a mão.

–...- Natsuki olhava com desprezo, com um olhar que falava: “vocês estavam mesmo levando aquilo adiante?! São duas malucas mesmo!”

–Exatamente!

–Que pena... Eu nem precisava que o Hibari vestisse aquilo então... Ele vai me matar! –Hikari falou á principio calma e depois tomando um tom de voz mais sério.

–Enfim, não entendi a última parte, mas ele não vai te matar... Aqui sua grana! –dei o dinheiro pra Hikari, estava sem cabeça pras besteiras dela hoje... Afinal hoje era o dia que o plano daquele desgraçado que era o Yanoichi, meu ex-amigo de infância, ia ter que começar. Sendo assim fui procurar o Tsuna.

NATSUKI pv on:

– Porque você acha que o Hibari vai te matar? –eu falei observando a Kagura ir embora e Hikari contar seu dinheiro, 100 reais.

–Porque eu contei pra ele que a Natsuki tem fetiche com caras vestidos com coisinhas de gato então eu dei uma roupa dessas pra ele, daí ele ficou de cú doce um tempão até decidir vestir. E agora que eu ia ganhar de qualquer jeito ele não precisava dar uma de bocó na frente dos outros... –ela levantou o olhar e observou com quem estava falando. Provavelmente pensava que quem tinha ficado era a Kagura e seria o que normalmente aconteceria se não fosse pela inversão de papeis que a Kagura fez do nada.

Fiquei puta.

–VOCÊ O QUE SUA VADIA DOS INFERNOS?! COMO ASSIM DISSE PRO HIBARI QUE EU TENHO FETICHE COM NEKOMIMI?!

– ... E você acabou de revelar isso para o resto do hotel! Parabéns! –ela disse e eu vi o quão alto tinha falado aquilo. VALEU MÁ SORTE DO CARALHO, EU TE AMO VIDA, VOCÊ É UM CÚ!

Saí de perto daquela... daquele troço chamado Hikari e fui, totalmente envergonhada, me sentar num descanso de praia que havia na frente da piscina do hotel onde estávamos. Cinco minutos depois eu vejo... Eu vejo o Hibari com orelhinhas e rabinho de gato, o pior é que o rabinho mexia e ele estava só de calção preto e regata preta, as orelhinhas e o rabo de gato... E o pior de tudo é que eu achei isso incrivelmente sexy! Quase jorrei sangue pelo nariz, assim que me viu o “rabo” dele abanou e ele começou a vir em minha direção. Eu estava de biquíni e com um casaquinho preto por cima, debaixo do guarda-sol.

NATSUKI pv off

AUTORA pv on:

A “roupa” de gato, um diadema de orelhinhas e o rabinho, que Hikari havia dado pra Hibari mexia a calda e as orelhas de acordo com o humor da pessoa que a vestia.

Hibari estava feliz vendo sua amada, ele com certeza sabia que estava passando vergonha, as pessoas já apontavam pra ele e riam, mas depois ele podia simplesmente “mordê-las até a morte” agora a única coisa que tinha que fazer era conquistar sua amada!

Natsuki estava com vergonha e pena do hibari, mas sabia que ele não ia desistir, por isso resolveu pelo menos tira-lo da vista dos outros, que já riam dele. Sendo assim, se levantou, ainda vendo hibari chegando perto dela e saiu andando com ele a seguindo até um corredor do hotel onde tinha uma sala de jogos, que estava vazia. Lá havia um sofá grande, vários jogos de mesa, jogos de tabuleiro, videogames como ps3 e Xbox 360 etc... Chegando lá ela sentou-se no sofá.

–Hibari você não precisa fazer isso! A Hikari deixou escapar... Vamos tire logo essa orelhinha e esse rabinho! –ela falou, mesmo que na verdade quisesse que ele continuasse daquela forma por mais um tempo.

–Só vou tirar se você não estiver gostando... Nyah! –ele falou decidido e um pouco envergonhado por ter que terminar as frases com “Nyah”, mas ele ficou feliz com o resultado, Natsuki fez uma cara de surpresa e corou, amava nekomimi, o que podia fazer?! –Viu! Você está gostando... Eu não vou tirar! –ele falou fazendo ela voltar, pelo menos um pouco, á realidade.

–Faça como quiser! –ela disse ríspida, mas ainda corada, só que um pouco menos. Virou o rosto para o lado devagar, a imagem do garoto de coleira e vestido de nekomimi era demais pra ela

–Ei Natsuki!... Nyah!

–O que é, Hibari-san?... Peraí, não me lembro de ter de dado tanta intimidade pra ficar me chamando pelo primeiro nome! Ainda mais sem honorífico! Pra você meu nome é Yamazaki-san! –ela falou, autoritária, mas sem olhar para o garoto em pé á sua frente.

–Yamazaki... Natsuki... Nyah! Eu vou te chamar como eu quiser, você não pode controlar minha boca! Nyah!

Ela riu e virou sem querer o rosto de volta olhando o Hibari diretamente nos olhos, acabou se perdendo nos olhos dele.

–Hibari... Kyoya-kun!- ela disse e o garoto corou levemente.

–sim! Nyah! –ele respondeu.

–... –ela silenciou por um tempo, percebendo que acabara de chamar hibari pelo primeiro nome e que havia usado “kun”, ruborizou- Kyoya, você não precisa vestir isso!

–Mas você gosta, Nyah!

–Mas você não é um gato de verdade, seu idiota! Não fique imitando um gato! Os outros estavam rindo de você agora á pouco, não precisa fazer isso!

–Eu não ligo para aqueles herbívoros! Eu posso facilmente mordê-los até á morte depois! Nyah! –Hibari começou a chegar mais perto de Natsuki. –Quanto á não ser um gato, eu realmente não sou... Mas eu posso fazer a imitação ficar mais precisa se quiser... Nyah... –Ele deitou-se aos pés de Natsuki e ficou passando as mãos, como se estivesse arranhando algo, nas pernas de Natsuki, ela por sua vez olhava a cena e pensava em como ele estava fofo de nekomimi.

Ele, depois, se levantou e deitou-se no sofá com a cabeça no colo de Natsuki roçando ela contra a pele de Natsuki, como se fosse um gato pedindo carinho... E conseguiu! Ela não resistiu aquela carinha de abandonado que hibari fazia e acabou deixando-se vencer pela vontade de tocar o cabelo dele. Fez carinho na cabeça de Hibari devagar fazendo ele fechar os olhos lentamente e, também lentamente, aparecer um sorriso em sua face.

–Nyaaaah~ -ele fez o barulhinho de gato de forma lenta e natural, quase sensual.

–Espera aqui... –ele ia fazer cara de abandono de novo, talvez dê certo, ele pensava. –Eu vou pegar um leite pra você... –ela estava sorrindo... ele amava o sorriso dela, era praticamente a primeira vez que o via, mas mesmo assim o amava.

Ela saiu da sala e depois voltou, ele nem havia se mexido até que voltasse. Quando ela voltou o rabinho de Hibari abanou, assim como tinha abanado na hora que recebeu carinho de Natsuki.

Ela tinha uma caixinha de leite nas mãos.

–E agora? Não tem tigela pra você tomar! –ela falou triste, queria vê-lo tomando algo como um gato.

–Não tem problema... Faz assim ó –ele pegou a garota que estava em pé pela cintura, sentou ela no sofá com as costas encostadas no canto e as pernas pra cima do sofá, subiu em cima dela, ficando de quatro e deixando uma de suas pernas de cada lado da garota, prendendo-a e abriu a caixinha de leite. –Estenda a sua mão em uma concha pra mim, Nyah! –Natsuki apenas obedeceu, na verdade ela estava gostando daquilo, mas nunca admitiria.

Ela estendeu a mão dela em uma concha e ele derramou um pouco do leite.

–Nyah~... –dessa vez ele falou mais sensual, deixando-a vermelha pela proximidade. Ele começou a lamber lentamente o leite que estava na mão da garota e foi tomando-o devagar, assim como um gato faz. Deixando a garota cada vez mais envergonhada, afinal sua mão estava sendo lambida por um cara... um cara extremamente sexy e ainda por cima vestido com seu fetiche pessoal... nekomimi.

Ele lambia o leite e se aproveitava da situação pra lamber a mão dela também. Acabou que em uma dessas de lamber a mão dela ele lambeu a palma, fazendo a Natsuki ter cosquinhas e acabar por ter um reflexo de jogar a mão pra cima. E acabou sujando seu rosto com um pouquinho de leite.

–Nyah~ -Ele esticou um pouco o corpo e lambeu o rosto de Natsuki onde o leite estava.

–K-K-K-K-K-K-K-K-K-K-K-K-K-K-K-K-K-K-K-K-Kyoya! –ele falou, vermelha dos pés á cabeça. Com tom bravo.

–Nyah? –ele falou, inclinando um pouco a cabeça para o lado, como se fosse um gatinho inocente depois de fazer bagunça, com uma carinha daquelas que não dá pra ter raiva.

–K-Kyoya... –Ela falou, agora com uma voz como se dissesse:”como pode ser tão fofo?!”

–Nyah~! –ele deitou-se por cima de Natsuki, com a cabeça em seu colo (agora ele esta com a cabeça na parte do corpo que fica antes dos seios...). Fechou os olhos como se fosse um gatinho cansado e Natsuki não pôde resistir, ela fez carinho na cabeça do garoto e sentiu Kyoya, ainda de olhos fechados para aproveitar bem o carinho, sorrir contra sua pele. Ela sorriu também, por mais que estivesse corada.

Os dois estavam tranquilos e tudo estava bem... Até que:

–TSUNA!... NÃO! –voz de Kagura ecoou pelo hotel um grito desesperado e embargado-SANGUE... ISSO É SANGUE?! SEU MALDITO, VOCÊ ME PROMETEU QUE NÃO MACHUCARIA NINGUÉM, YANOICHI, SEU MALDITO! EU VOU MATAR VOCÊ SEU FILHO DE UMA PUTA, DESGRAÇADO! –A voz antes chorosa agora soava decidida e forte, mas era tudo uma fachada, Kagura não estava nenhum pouco forte, estava com as pernas bambeando em frente à cena.

–AH! CALA A BOCA, SUA VADIAZINHA! –Então ouve-se um grito de dor vindo de Kagura e logo em seguida tudo acaba.

Hibari estava olhando pra onde vinha o som já de pé e jogando o diadema de gato pro lado. Ninguém pode machucar uma estudante de Namimori com ele por perto! Ainda mais se ela for amiga da Natsuki! Que por sua vez estava com um olhar arregalado se levantando num pulo e puxando Hibari para fora da sala e correndo pelas escadas para ver o que estava acontecendo.