Havia se passado muito tempo, estava anoitecendo e todos estavam ficando muito cansados. Logo o anjo desce e me coloca no chão.

– Vamos ficar por aqui está noite. Faça uma fogueira, deite e durma. – O anjo diz com um tom de quem não quer ser incomodado e encosta-se a uma arvore.

Não o questionando procuro alguns galhos secos, algumas pedras e monto a fogueirinha, mas não conseguia acende-la. Fiquei lá por quase meia hora até que escuto algumas folhas se mexendo. Procurei algo para me defender e a primeira coisa que vi foi uma pedra que logo arremessei na origem do som.

– Ai! Ow! Vai ficar tacando pedras em mim! ? – Escuto a voz do demônio que aparece do meio das folhas.

– Ah! Era você! Desculpa! – Corri e o abracei procurando algum machucado que a pedra tenha lhe causado. – Esta doendo onde?

Ele fica vermelho, se afasta um pouco de mim muito sem graça e diz: - Estou bem moça! Não se preocupe comigo! – Ele sorri fazendo pose. – Eu sou forte.

Fiquei um pouco sem graça e voltei a tentar acender a fogueira com uma cara meio triste.

– O que foi moça? Que cara é essa? – Ele se ajoelha do meu lado olhando para mim.

– Eu não consigo acender! – Diz ela esfregando uma pedra na outra com a ‘força de um deus’.

– Calma! Calma! Deixa que eu faça isso. –Ele pega as pedras de minhas mãos e arremessa longe.

Fiquei quieta só vendo o que ele iria aprontar, não dá nem 4 segundos e ele já havia acendido a fogueira!

Ele se vira para mim e sorri. Depois balança o rabo que estava em chamas.

– C-como! ? – Fiquei abismada olhando as chamas se entender como ele havia feito aquilo!

– Simples! Está vendo esse pingente em minha cauda? – Ele aponta o pingente e olha para mim.

– Sim... – Continuo ainda tentando entender

– Então! Quando eu quero ele produz fogo!- Ele levanta os braços e faz uma careta. - *hunf* *hunf* Aaah! Que horror!

– Que foi! ? – Dei um pulo assustada olhando para ele.

– Eu estou fedendo... Vou tomar um banho... – Ele sai andando no meio do mato.

Fiquei olhando um pouco, pensando se devia segui-lo, mas lembrei do anjo e olhei para ele. O anjo estava deitado dormindo então... Segui o demônio.

Ele não foi muito longe... Foi a um riachinho ali perto. Fiquei um pouco longe olhando curiosa, vendo só dos ombros pra cima... Mas eu queria mais então subi em uma arvore. Ui, estava difícil de equilibrar, mas ‘Meu deus que corpo lindo!’ que deus que esse demônio era. Fiquei olhando até que... *crec* *crec*

– Aaaaaaahhh! ! *pof* - Despenquei... Ai... Da arvore.

– Uhhh! ! – Ele deu um pulo e se abaixou na água.

Levantei – me e... O vi abaixado, fiquei mais vermelha do que o possível, pois a agua... Era transparente! !

Ele olha para baixo e sai correndo, minha visão é de uma bunda branquela correndo. Após um tempinho ele volta e me vê sentada na borda do riachinho cabisbaixa. Vem se aproximando de fininho e senta ao meu lado.

– O que foi moça? Esta triste por ter me visto sem roupa? – Ele diz meio vermelho.

– Ah! Não não! É que... Achei que não me desculparia por eu ter feito isso... – Olho para ele, mas rapidamente olho novamente para baixo.

– Se você tinha o desejo de banhar-se comigo era só dizer... – Ele se levanta e estica a mão. – Vamos? Ou você vai ficar?

– Vamos... – Seguro em sua mão e me levanto. Mas ele não soltava minha mão até que me puxou para perto de si.

Logo fiquei vermelha o vendo tão de perto, sentindo sua respiração e olhando fixamente em seus olhos hipnotizantes. Fiquei achando que ele me beijaria ou algo do tipo, mas ele fez algo inesperado. Abraçou-me assim como fiz com ele.

– Ah... Er... – Não sabia o que fazia se o retribuía ou se o empurrava. E simplesmente o abracei.

Ficamos abraçados por um tempo até que ele se afastou e disse: - Me desculpa... Só queria ver qual era a sensação... A muitos anos não me relaciono com ninguém e todos fugiam de mim achando que poderia machuca-los ou coisa parecida, mas você não teve medo de mim... Obrigado.

Simplesmente sorri para ele e voltamos para perto da fogueira. (20h56)

A noite era muito fria, escura, e eu não via a lua. Não conseguia dormir... Tinha muitos sons diferentes e medonhos, muitos olhares e muitas coisas que me davam medo. Olhei a minha volta, o fogo estava quase se apagando e os dois dormiam sossegados. Até que eu não aguentava mais de frio... E entrei em baixo de uma das asas do anjo... Nossa... Que quentinho que estava ali... Acabei dormindo ali.

Quando entrei em baixo da asa do anjo eu não percebi, mas ele não estava dormindo. E impressionantemente não se importou de me ter perto de si, quem sabe ele não era tal como parece.

– Durma bem... Você vai precisar.