Prazer, Meu Nome É Robert. escrita por Bianca Moretão


Capítulo 8
Eu não estou louca.


Notas iniciais do capítulo

Desculpe pela demora á postar, é que tive bastante coisa p fazer, e não estava tendo tempo de escrever. Mais enfim, esta ai, espero que gostem (=



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/236236/chapter/8

 Anne sabia que já deveria ter passado muito mais da hora do almoço, mais não importava, não se importava, quanto mais longe daquela casa, daquele lugar ficasse, melhor era para ela. Não se sentia nem próximo de ‘’bem’’ naquele lugar.

 A garota chegou naquela parte do caminho onde o silêncio reinava, não se ouvia barulho algum, além, claro, das folhas que Anne pisava pelo caminho. Nem os pássaros que antes sobrevoavam a área estavam mais lá. Mais a garota continuou caminhando. O sol ainda estava em seu auge, o que deixava o caminho menos escuro, porém, as grandes árvores encobriam parte de seu brilho.

 Já estava chegando perto de ‘’sua’’ casa, já via ao longe a copa de uma ou outra casa.

- AHHHH. – Anne gritou ao chutar com o pé desprotegido algo duro.

 A garota olhou para baixo, viu um pedaço de metal por baixo das folhas. Abaixou-se e pegou, se assustou ao perceber, que era uma corrente. Uma corrente velha e enferrujada, que a julgar pelo lugar e o modo como estava escondida, o dono não tinha intenção que ninguém visse.

 Mais foi só ao notar o que cobria a corrente que Anne paralisou. Soltou a corrente no chão e se segurou para não gritar.

 Era sangue.

E não era de animal.

 Anne correu, correu o máximo que pode, suas pernas gritavam por uma pausa, mais ela não parava, continuava a correr.

 Chegou a sua casa, e imediatamente entrou com o coração ainda acelerado.

- Anne? O que aconteceu com você? – Anne virou e se deparou com Robert. 

‘’incrível como ele sempre aparece do nada’’ ela bufou com a mão no coração.

 Sem esperar nenhuma resposta ele se virou e caminhando disse:

- Eu falei pra você chegar antes do almoço.

 Anne ainda olhando para o horizonte, se lembrando da corrente, respondeu: - perdi a hora. Caso não tenha notado, eu não tenho um relógio. – ela levantou o pulso.

 Ele se virou para ela, e com a expressão mais serena do mundo respondeu: - Ainda assim, poderia ter uma noção. A questão é que você não ultrapassou meia ou uma hora. Na verdade foram duas. – ele a olhou enquanto arrumava o cabelo.

 - Sei disso. Distraí-me. – respondeu agora olhando-o.

 - Vou te dar um relógio, para que isso não aconteça de novo. – ele a olhou.

 Anne apenas concordou sem falar nada.

 - Sua comida está na cozinha. Esquente e coma. – ele falou agora com um meio sorriso estampado.

 Se desviando dos pensamentos sobre a corrente ensanguentada a garota seguiu para a cozinha. Sabia que devia contar para Robert, mais não sabia se devia, ou se quer se ele iria ajudar em alguma coisa.

 Com a comida já esquentada a garota sentou-se encarando o prato. Parecia bom, mais algo a impedia de comer, e não era por falta de fome, aliás, a garota estava esfomeada. Olhou para Robert que pegava um copo d’água e falou:

- Robert? – chamou-o.

- Acho que já poderia me chamar de pai, não acha? – ele riu.

- Não agora. – ela respondeu. – Mais quero te falar uma coisa.

 Ele virou-se com o copo na mão, e apoiado na bancada gesticulou para que falasse.

- Eu tava, hum. Andando por ai. – ela fez uma pausa tentando escolher as palavras. – E então, eu encontrei uma corrente. – ela parou.

 Por um segundo Anne teve a impressão de ver a cara de Robert mudar completamente de tranquilidade para desespero, mais achou que teria sido apenas sua imaginação.

- Anne, sinceramente. O que tem de mais em uma corrente? – ele olhou-a entediado.

- Me deixe continuar. Esse não é o problema, o problema é como ela estava. – olhou-o.

- E como estava? – ele perguntou virando o copo de agua em um gole só.

- Havia sangue nela. – ela começou a comer.

- Anne. Você sofreu um acidente, por pouco não morreu, sinceramente, é normal que sofra esses tipos de alucinações.

 Anne sentiu seu rosto ficar vermelho, mais não de vergonha, de raiva. Odiava a sensação de ser desacreditada. Anne sabia o que tinha visto, sabia que era verdade.

 - Eu não estou louca, se é isso que pensa. Eu vi, tinha sangue. – ela respondeu batendo na mesa.

 - Você deve ter se confundido Anne, sério. – ele a olhou com a expressão ainda impassível.

 - EU SEI O QUE EU VI. E ERA SANGUE. – ela alterou o tom de voz quase moendo o garfo que estava em sua mão.

 - Por favor. – ele pediu. – Olhe a besteira que você está falando. Por que haveria sangue em uma corrente? – ele perguntou colocando o copo sobre o balcão.

 - Eu não sei. – ela se acalmou. – Mais tinha, eu sei o que vi.

 - Anne...

 Ela o interrompeu.

 - Ok. Então eu estou louca. Satisfeito? – ela disse vencida.

 - Não é isso que eu digo, você apenas está se recuperando de um grave acidente. É normal que tenha alucinações, a enfermeira me alertou sobre isso. Talvez esteja na hora de te levar ao um psicólogo. – ele falou olhando-a de cima á baixo.

 Anne levantou-se.

- PSICÓLOGO? – ela gritou. – EU NÃO ESTOU LOUCA.

 Ele se aproximou e colocou a mão sobre o braço de Anne tentando acalma-la.

- Anne, por favor, eu não estou dizendo isso, entenda. Mais talvez o psicólogo possa te ajudar a, digamos, se recuperar. – disse.

- Não, eu não vou a lugar nenhum. – ela falou em protesto. – E NÃO TOQUE EM MIM. – disse afastando o braço.

- Anne, volte aqui...

 A garota correu para fora da casa, não queria ficar lá.

 Já estava anoitecendo, o sol já não brilhava e no lugar dele a lua tomava seu posto junto ás estrelas.

 Mas, novamente, a neblina tomava conta. E parecia ainda pior do que no dia anterior, a julgar pela hora em que ela apareceu.

 Anne caminhou sem ouvir nenhum barulho, nem mesmo de Robert, que ela imaginou que viria atrás dela no mesmo instante.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E então, o que acharam?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Prazer, Meu Nome É Robert." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.