Prazer, Meu Nome É Robert. escrita por Bianca Moretão


Capítulo 7
Uma luz no túnel escuro.


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem (= Boa leitura.



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 Anne não tinha a mínima noção de para onde iria e muito menos fazer o que. Ainda mais sem ter a tal foto, não ia ajudar de nada.

 Resolveu apenas caminhar. Saiu da casa sem se despedir da empregada que estava em um dos quartos e foi direto para a rua. Estava vazia e quase sem ninguém, a garota só via alguém a vários metros a frente.

 Foi caminhando com as mãos enfiadas no bolso sem ter ideia do que fazer. Apenas caminhou por um longo tempo. A rua estava ainda mais vazia por ali, realmente não tinha nenhuma alma viva. A única companhia de Anne eram alguns pássaros que sobrevoavam por ali, exceto isso, não havia ninguém. O barulho das folhas secas sendo pisadas parecia muito mais alto do que realmente eram, e ecoavam a longa distancia.

 Foi quando notou, depois do que pareceu ser mais de meia hora de caminhada que o movimento na rua estava aumentando, assim como a rua estava diferente. Agora não estava mais naquele lugar ermo, com chão de barro e folhagem, típica de cidades do interior, só que bem pior. Estava em uma rua praticamente inteira asfaltada, com casas pintadas, e lá na frente, ela enxergava o motivo de toda aquela agitação. Estava tendo uma feira. Não aquelas feirinhas que os livros costumam descrever como ‘’feirinhas de vila’’, era uma feira normal. Barracas de pastel, caldo de cana, e outras de verduras, legumes, frutas entre outros. Mas também havia barracas de artesanato, além de comidas variadas.

 Anne apalpou os bolsos. Estava ainda com o troco do dia anterior quando fora comprar a escova de dente. Daria para comprar alguma coisa ao menos.

 Caminhou entre as apertadas barracas e mais apertada ainda entre os moradores. Pensou em incluir turistas na lista, mais realmente não fazia ideia se alguém gostaria mesmo de visitar aquele lugar.

 Foi até uma das barracas, uma que vendia doces. Parou e com muito esforço conseguiu comprar um brigadeirão. Caminhou para longe de todo aquele alvoroço, e sentou-se em um banco por ali. Acompanhava com os olhos todo o movimento do lugar. Desde que saiu do hospital, que na verdade fazia apenas 1 dia, não havia visto mais quase ninguém.

 Sentia-se muito melhor ali, do que em''sua casa'', e com Robert, claro.

 Distraiu-se comendo seu brigadeiro, nem se dando conta de que alguém havia sentado ao seu lado.

- Você é nova aqui? – perguntou uma voz ao seu lado.

 Anne se virou devagar, e quase paralisou com o que viu.

 Era um rapaz lindo, de cabelos escuros e olhos esverdeados. Estava sorrindo para ela, e o braço estendido no comprimento do banco. Estava sentado de forma tão casual, falando com Anne como se fossem velhos amigos.

 Se distraindo no garoto, quase se esqueceu de respondê-lo. Foi só quando ele franziu a sobrancelha que ela se lembrou.

- Áh, ah... – ela gaguejou. – eu não moro aqui. – tentou sorrir de forma despreocupada, mas acabou saindo mais como um gesto desesperado.

- Não é normal ter turistas por aqui. – ele olhou em direção a feira. – nem pessoas na verdade. – ele riu.

 Ela olhou para a freira.

- Mais até que essa feira está movimentada. – ela abaixou a cabeça.

- Se for olhar desse ponto de vista sim. – ele fez uma pausa. – mais imagine, que nessa feira está mais da metade da população. – ele a olha.

 Aquilo foi uma surpresa para Anne, não imaginava que uma cidade poderia ser tão pequena.

- Nossa. – ela o olhou.

 Ele apenas sorriu.

- Ainda não perguntei, mas, qual o seu nome? – ele olhava para frente.

- Anne. – ela o olhou. – Eu acho.

 Ele olhou sem entender.

- Acha?

- Sim. – ela respondeu. – foi o que disseram no hospital.

 Ele a encarou ainda mais confuso.

- Desculpe mais eu, hum, não estou entendendo.

- Nem eu. – ela tentou rir. – Pelo que eu sei, eu sofri um acidente e perdi toda minha memória. Acordei sem saber nada sobre mim e sobre ninguém. Então me disseram que me chamo Anne.

 O garoto coçou o queixo tentando organizar as ideias e entender o que Anne o disse.

- Ah. – disse. – Acho que entendo. Um pouco. – ele riu. – Então não se lembra de nada?

- Até agora, não. – respondeu sem olha-lo.

- Ah. – ele olhou para o céu. – Luck.

 Anne o olhou sem entender.

- Meu nome. – ele gargalhou ao ver a cara de Anne.

 Ela riu junto.

- Tem horas? – Anne perguntou ao olhar o relógio de pulso de Luck.

- Claro. – ele levantou o braço para mostrar o relógio. – 13:43.

 Anne se levantou. Já teria que ir para ‘’casa’’, ou não chegaria para o almoço, se é que Robert já não estava almoçando.

- Tenho que ir. – declarou depois de alguns instantes.

- Já? – o garoto perguntou-a.

- Sim, a ideia seria chegar antes do almoço. Mais vejo que não está nos planos. Então pelo menos não quero chegar muito tarde. – ela riu. E só agora percebeu, que desde que acordara, aquela era a primeira vez que realmente ria, ria por vontade, ria porque se sentia bem.

Ele riu também. – Então. Ok se cuide. – ele continuou sentado.

- Você também. - ela disse já se afastando do garoto.

Quando a garota já tinha se afastado e tomado seu rumo, foi que Luck olhou, olhou e reparou. Mais ele não entendeu o que via.


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Notas finais do capítulo

;*



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