Prazer, Meu Nome É Robert. escrita por Bianca Moretão


Capítulo 16
Seja esperta.


Notas iniciais do capítulo

Gente, cade os reviews? )= Poxa, eu escrevo por mim e por voces, comentem, só assim sei que tem alguém lendo e gostando.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/236236/chapter/16

– AAAAAAAAA. – Anne gritou ao ver a cabeça rolar até o seu pé.

Não era uma cabeça de verdade, disso Anne sabia. Parecia com aqueles bonecos de voodoo. Tinha o mesmo rosto descrevido pela senhora que Anne havia conhecido e o mesmo que vira na foto no tumulo.

– Não tenha medo Anne querida... – a pequena garota ria maliciosamente sobre a expressão aterrorizada de Anne.

– QUEM É VOCE? – uma lágrima de terror escorreu pelo rosto de Anne.

– Está com medo Anne? – a criatura aproximou-se zombando de Anne.

– QUEM É VOCÊ? ONDE ESTOU? EU QUERO SAIR. – gritou em pavor ao ver o rosto cortado da garota tão perto dela.

SAIR? – a garota gargalhou jogando a cabeça para trás. – Anne querida, você não está e um jogo, nem em uma sala onde seus desejos são realizados.

‘’Mentira. Mentira...’’ Anne repetiu em sua mente lembrando-se do modo como a clareira abriu-se depois do pedido de Anne.

De alguma forma a criatura parecia ler seus pensamentos. Ela riu diabolicamente olhando para Anne.

– Não acredita? Então tente Anne, vamos lá... Deseje sair daqui. – disse cruzando os braços de um modo falsamente calmo.

Anne fez como a criatura disse. Fechou os olhos e se concentrou em sair dali. Desejou com todas as suas forças ir embora.

Mais quando abriu os olhos uma onda de decepção invadiu-a. Continuava na mesma clareira, com aquela criatura olhando-a maliciosamente.

– Não funcionou? Que peninha... – a criatura ria, zombando do pavor que tomava conta de Anne.

A criatura calou-se, assim como Anne. E foi só então que ela ouviu...

Um zumbido ao longe... Uma voz distante e baixa.

Anne tinha certeza que a criatura não ouviu, e de alguma forma, achou que devesse continuar sem ouvir.

Ela encarou a criatura parada a sua frente tentando manter a expressão de pavor em seu rosto que, de certa forma não era mentira.

‘’Tudo tem uma saída Anne... Ache.’’

E a voz continuava a repetir.

‘’Ache. Ache. Ache. Ache.’’

A voz continuava repetindo várias e várias vezes.

Anne então entendeu.

Ao passar seus olhos pelo banco onde viu a garota pela primeira vez, viu novamente alguma coisa sobre ele. E passou a desconfiar que era aquilo que precisava.

A garota pensou em andar quando a voz passou a dizer:

‘’Cuidado pequena, cuidado... Ela não a deixará pega-lo tão facilmente... Seja esperta pequena, seja esperta.’’

De alguma forma, Anne parecia conhecer aquela voz, era tão familiar, tão carinhosa. Era a única coisa que estava fazendo Anne não perder o controle e desesperar-se.

– O que você quer? – perguntou Anne quebrando o silêncio.

A criatura analisou-a de cima a baixo, estava divertindo-se com a situação. Ela passou a língua nos lábios cortados.

– Você.

A criatura avançou sobre Anne.

‘’Não se apavore. Ela não pode te tocar... Você está apenas alucinada, é assim que ela faz... Seja esperta Anne’’

Uma corrente de ar gelado passou por Anne, arrepiando lhe ainda mais.

Anne começou a andar, ignorando a criatura e tudo que estava a sua volta, concentrando-se apenas no banco.

‘’Vai ser fácil’’ pensou.

– Fácil Anne? – a criatura gargalhou. – Acho que alguém andou lhe dando alguma ajuda. – a pequena garota fuzilou-a com os olhos.

A criatura encarou-a por alguns segundos, recompondo-se, e logo voltou a falar:

– Acho que não te explicaram tudo pequena Anne... – ela riu.

– Como assim? – Anne sussurrou.

A criatura desapareceu e com ela tudo que estava a sua volta.

Anne olhou por todos os lados. Não estava mais naquele espaço.

Agora se via em um lugar escuro, escuro mesmo. Anne não via mais do que o vulto da garota passar gargalhando sobre ela.

Anne lembrou-se do que fora explicado. ‘’É apenas alucinação’’.

Mais como acharia qualquer coisa naquele escuro?

‘’Ela não pode tocar em nada sólido’’, era aquela mesma mulher.

Anne odiava mais que tudo essas instruções ‘’codificadas’’, preferia algo concreto que lhe dissesse logo para onde ou o que deveria fazer. Não estava a fim de decifrar charadas ou qualquer coisa do gênero.

A criatura continuava passando por Anne, gargalhando de forma a irritar os ouvidos da garota.

‘’Ela modificou tudo.’’ ela pensou analisando o que a mulher disse.

Foi só então que Anne percebeu.

A paisagem não é algo sólido. Não pode ser tocada. Mais o banco. O banco sim.

‘’Tudo continua aqui. Por mais que ela tenha mudado o cenário, o banco continua intacto’’.

A criatura parou de rir. E gritou. Um grito de raiva.

Anne sabia que ela havia a ouvido, tudo o que ela pensara.

Mais em seguida ela riu, riu exageradamente.

– Fique a vontade Anne... Procure, mais procure com vontade. Acho que não está muito claro não? – ela gargalhou.

A garota sabia que a criatura estava certa, estava escuro. Anne não via absolutamente nada e desse jeito ficava difícil procurar qualquer coisa.

Ela apenas andou. Lembrou-se de quando fitou o banco. Ele estava á sua frente. Então Anne apenas andou, uma hora ela esbarraria em algo.

E estava certa. Logo seu joelho bateu contra algo duro. Ela urrou de dor, sentia seu joelho sangrar, o sangue escorrendo sobre sua perna e uma dor aguda percorrendo-lhe o corpo fazendo sua perna tremer pendendo para frente. Anne sabia que não podia cair, então apenas esticou a mão, apalpando a superfície de pedra do banco.

Logo sua mão esbarrou em algo, não conseguia vê-lo, mais era um objeto pequeno, não tinha forma, ela sentia as curvas desajeitadas do objeto percorrerem seus dedos.

Enfiou o objeto no bolso e olhou em volta. Esperava que algo acontecesse, que fosse transportada para o começo do jardim.

Mais nada aconteceu. Continuou tudo escuro. E silencioso.

Anne sabia que a criatura continuava ali, espreitando-a, vigiando-a, a analisando. Mais nada falava, deixando um silêncio mortal no lugar.

Foi só então que Anne permitiu-se chorar. O pavor que lhe percorria a espinha e o medo de nunca mais sair dali a fez debulhar-se em lágrimas. Ela chorava silenciosamente, caindo de joelhos ao chão. Sentiu seu joelho machucado rasgar-se sobre o chão duro, mais não se importou. Apenas chorava, cobrindo o rosto com as mãos.

Pela primeira vez desde que acordara naquele hospital Anne desejava por Robert. Queria que ele aparecesse ali com seu sorriso falso e tudo que Anne mais odiava, mais que viesse tirá-la de lá.

‘’Robert, por favor. Cadê você?’’ A garota chorava jogando-se ao chão.


*


– Anne? Anne? O que aconteceu?

Anne ouvia alguém chama-la distante. Mais ainda estava de certa forma inconsciente, mais sabia que tinha que abrir os olhos e mostrar que estava bem.

Mais tinha medo. Medo de ser apenas uma armadilha. Medo de abrir os olhos e ainda estar naquele inferno. Medo daquela garota ainda encara-la com seu sorriso malicioso.

– Anne, por favor. Responde. - pediam-lhe.

Lentamente a garota foi abrindo os olhos.

Imediatamente a claridade ofuscou sua visão, impedindo-lhe de enxergar qualquer coisa.

Quando seus olhos acostumaram-se com a claridade foi que ela pode ver.

Estava deitada, com Robert ao seu lado.

Fazia sol. Levantando-se Anne pode ver. Ainda estava no jardim, porém no começo dele. Estava ao lado do portão verde.

– Anne. – disse Robert ajudando-a a levantar-se. – O que aconteceu?



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Comentem gente =3



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Prazer, Meu Nome É Robert." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.