Prazer, Meu Nome É Robert. escrita por Bianca Moretão


Capítulo 13
Vila das Riquezas.


Notas iniciais do capítulo

Geeeeeeeeente, me desculpem pela demora D: eu viajei, só voltei ontem, escrevi o mais rápido possível o capitulo. Espero que gostem (=



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/236236/chapter/13

 Foi até a sala onde a empregada não estava mais e se jogou na poltrona, que rangeu sobre o impacto de seu peso sobre o estofado velho.

 Deitou-se sobre a cabeceira da poltrona e fechou os olhos, só então percebeu o quanto estava cansada. Suas pernas doíam já que mal havia se recuperado da noite na floresta.

- Descansando? – era Robert parado á porta.

 Anne abriu os olhos lentamente e deu uma rápida olhada nele.

- Ainda brava comigo? – perguntou analisando-a.

- Não, só estou... Cansada. – mentiu.

- Hum. Onde você estava? – perguntou.

- Aqui perto. – respondeu fechando os olhos novamente.

- E está tão cansada por quê? – perguntou.

- O que é isso? – Anne irritou-se. – Um interrogatório? Já disse, estava aqui perto.

- Calma Anne. – pediu. – Então está bem, apenas queria puxar um assunto.

- Eu não quero conversar. – ‘’com você’’ completou em sua mente.

- Está bem. – disse saindo.

 Anne olhou para a porta para ter certeza de que Robert havia saído e espreguiçou-se na cadeira.

- Anne? – alguém a chamava.

 Anne abriu os olhos sentindo-se sonolenta. Era Robert chamando-a. A garota não pôde conter o suspiro de decepção.

- O almoço está pronto. – falou se afastando percebendo o desconforto de Anne.

- Estou indo. – sussurrou.

 Robert saiu da sala deixando Anne novamente sozinha. Levantou a cabeça e se espreguiçou. Passou a mão nos cabelos embaraçados e levantou.

 Seu pescoço estralou na mesma hora fazendo Anne resmungar.

 Foi até a cozinha encontrando a mesa posta.

 Sentou-se e se serviu. Em silêncio começou a comer.

  Robert a olhava parado na porta da cozinha, porém, calado.

‘’Será que ele sabia?’’ Anne pensou encarando o prato de comida. ‘’Não, não tem como’’ e descartou a hipótese.

 Mais Robert continuava a olhar até começar a falar:

- Foi aonde hoje? – perguntou olhando através da janela.

- Fui dar uma volta, por aqui mesmo. – mentiu.

- Hum... – analisou-a.

- Estava pensando de irmos até uma cidade próxima daqui. – disse olhando-a.

- Para? – perguntou sem interesse.

- Apenas para dar umas voltas. Você gostava dessa cidade, alias creio que era uma de suas prediletas. – ele sorriu. – Seria bom para você.

- Uma das? – olhou-o.

- Sim. – ele riu. – Nós viajávamos bastante, tanto aqui perto, quanto para longe... – uma nota de decepção podia ser sentida.

- Ah... – Anne não sabia o que dizer.

 Encarou-o. Respirou e disse:

- Pode ser. – e forçou-se a sorrir.

 Em um momento Robert se recompôs e sorriu:

- Ótimo! Termine de comer e se arrume. Te espero lá fora. – sorriu.

- Ok.

  Anne continuou a comer. Na verdade não estava com a mínima vontade de sair, mais resolveu ir.

 Levantou-se deixando metade do prato intacto e foi até seu quarto.

 Pegou uma escova que estava encima da cômoda e foi até o espelho pentear-se.

 Olhou-se uma ultima vez certificando-se de que estava tudo certo e saiu até o quintal.

 Robert realmente a esperava lá, estava encostado na porta do carro conversando com a empregada.

- Pois é... Talvez eu tenha que trocar alguns móveis, estão bastante gastos. – ele comentou olhando o céu.

 A empregada apenas concordou.

- Ah... Anne. – ele sorriu notando a presença da garota. – Está pronta?

- Sim. – disse.

- Então vamos!  - sorriu.

 Anne entrou no carro e esperou por Robert.

 Robert entrou sem olha-la e deu partida no carro.

 Em poucos minutos eles já estavam em uma estradinha do lado oposto a que Anne costuma passar.

 Anne virou-se para o vidro. Não era muito diferente da outra, porém tinha menos árvores, o chão quase não tinha folhas e as árvores eram mais afastadas da pista.

- Para onde vamos? – perguntou sem olhar para Robert.

- Há uma cidadezinha próxima daqui, é bem bonita. É para lá que vamos. – respondeu.

- Que se chama? – perguntou.

- Pode parecer estranho, mais nunca soube o nome dela. – ele riu. – é uma vila, bastante pequena e não tem um nome oficial. Na verdade nem aparece nos mapas. Mas... Chamam de Vila das Riquezas. – ele olhou-a por um momento e voltou a olhar para a estrada.

- Hum.

- Anne. – chamou-a.

- Oi?! – respondeu.

- Não acha que deveria conversar mais comigo? Você só me responde com palavras monossilábicas, deveria ter um pouco mais de palavras no seu vocabulário. – ele riu, porém falando sério.

- Não tenho nada para falar. – encarou-o.

- Deveria procurar então. Conversar é bom não acha? – perguntou.

- Sim. – ‘’porém não com você’’ completou em sua mente.

 Ele apenas sorriu.

 Anne ia olhando pelo vidro a estrada que parecia nunca acabar.

 O cenário agora havia mudado. Anne se via em um lugar que parecia uma praça. Era bastante movimentada comparada com onde ela ‘’morava’’. Havia comércios e ao longe se enxergava uma floresta grande.

- Chegamos! – exclamou Robert animado.

- Que bom. – sorriu

 Robert estacionou o carro perto de um mercado e ambos saíram.

- E então quer ir aonde? – perguntou Robert.

- Bom, talvez se eu conhecesse o lugar eu saberia. – a frase soou mais sarcástica do que pretendia.

 Mais Robert apenas ignorou-a.

- Então vamos, vou te levar a um jardim aqui perto.

 Anne apenas concordou e seguiu-o pelas ruazinhas de pedra.

 As casas eram todas coloridas em tons claros que deixavam o lugar bastante alegre.

 Anne percebeu que preferia muito mais morar ali a onde estava.

 Ambos caminharam em silêncio, até chegar perto de um portão verde.

- Chegamos. Tenho certeza que você vai gostar. Porém... – ele parou.

- Porém?

- Porém precisaremos passar em uma loja aqui perto.

- Para? – perguntou.

- Te comprar um biquíni. Tem uma piscina aqui por perto e tenho certeza que você vai gostar. – sorriu.

- Na verdade eu não... – tentou falar mais foi interrompida.

- Não, não, não. Vamos, eu insisto. – disse pedindo que o seguisse.

 Contra sua vontade Anne o seguiu por mais alguns metros, até chegar a uma loja.

 Estava bastante cheia, de fora Anne via varias pessoas percorrerem o interior da loja.

- Entre. – Robert segurava a porta para que Anne passasse.

- Bom, eu tenho que pegar umas coisas. Os biquínis ficam no segundo andar. Nos vemos aqui daqui a pouco. – sorriu seguindo para o outro lado.

 Anne parou sem saber o que fazer. Depois seguiu para o segundo andar.

 Aquela sessão estava notavelmente mais vazia que o piso inferior. Poucas pessoas estavam ali.

 Foi até um a das araras de biquínis decidida a encontrar um que gostasse.

- Ei. Ei. Menina. – Alguém a chamou.

 Anne virou-se.

 Era uma senhora. Baixa e de cabelos grisalhos que segurava uma blusa nas mãos.

- Desculpe incomodar-te. Mas tinha uma sobrinha muito parecida com você... – ela olhou franzindo o cenho.

- Tinha? – Anne engoliu em seco.

- Sim. – falou cabisbaixa. – Ela morreu.

- Ah... – Anne ficou sem palavras. – Meus pêsames.

- Obrigada querida. – agradeceu. – Sabe... Você é muito parecida com ela. – ela riu. - Bom, um pouco. Minha sobrinha tinha cabelos compridos até a cintura, seus olhos eram de um castanho claro, e bem, ela era um pouco mais baixa que você.

 Anne sorriu.

- Há quanto tempo? – perguntou sem querer completar a frase.

- Há quase um ano... – respondeu.

- Eu... Eu sinto muito.

- Não sinta querida, ela está em um lugar melhor. – disse.

- Com certeza. – Anne sorriu.

- Aonde você mora querida? – perguntou a senhora.

- Não sei o nome da cidade. Mais não fica tão longe daqui. – respondeu.

- Como não sabe o nome? – perguntou desconfiada.

- Eu... Bem, pelo que sei eu sofri um acidente muito grave e perdi a memória. Não me lembro de nada desde então. – respondeu.

- Eu sinto muito querida. – disse.

- Não sinta. Está... Está tudo bem agora. – Anne queria poder falar aquilo com mais convicção, mais não podia. Aquilo era mentira, pura e total mentira. Não estava nada bem.

- Onde a senhora mora? – perguntou.

- Senhora não, por favor. Não quero sentir-me tão velha. – ela riu. – Me chame de Heloise.

- Ok... Heloise.

- Respondendo a tua pergunta, moro aqui mesmo, na rua de trás.

- Ah claro...

- Mas senhorita...

- Anne. E sem o senhorita, por favor. – ela sorriu.  

- Claro. Anne. – ela assentiu. – Deve ter sido uma longa viagem. Afinal, a cidade mais perto daqui é uma vila.  E não é perto.

- Não. Não é tão longe, mais sim, moro em uma vila. – respondeu.

- Ah... Acho que sei onde fica. Mais pelo que sei, é longe querida. – disse.

- Está enganada. – ela riu.

- Nossa. – assustou-se. Havia esquecido de que Robert estava esperando-a. – Eu tenho que ir.

 Correu para uma das araras procurando um biquíni. Achou um tomara-que-caia preto com alguns brilhantes.

- Tenho que ir... A gente se vê qualquer dia. – sorriu despedindo-se.

- Claro querida. – disse permanecendo no mesmo lugar.

 Anne correu para as escadas até o andar debaixo. A loja ainda estava cheia, porém não como antes.

 Robert estava parada perto do caixa olhando impacientemente para a escada enquanto batia o pé segurando uma caixa nas mãos.

- ANNE. ALELUIA MENINA. – disse vendo Anne descer.

- Desculpa... É que... Eram tantos que fiquei em duvida. – se forçou a rir.

- Mulheres. – ele se virou para o atendente sorrindo. – Sempre demorando quando o assunto é roupas.

 Anne entregou o biquíni que escolheu as pressas e parou ao lado de Robert.

- 35 dólares senhor. – disse o atendente.

 Robert entregou o dinheiro e aguardou o troco.

- Vamos Anne... – e seguiu para a porta.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gostaram? *-*



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Prazer, Meu Nome É Robert." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.