Prazer, Meu Nome É Robert. escrita por Bianca Moretão
Notas iniciais do capítulo
Geeeeeeeeente, me desculpem pela demora D: eu viajei, só voltei ontem, escrevi o mais rápido possível o capitulo. Espero que gostem (=
Foi até a sala onde a empregada não estava mais e se jogou na poltrona, que rangeu sobre o impacto de seu peso sobre o estofado velho.
Deitou-se sobre a cabeceira da poltrona e fechou os olhos, só então percebeu o quanto estava cansada. Suas pernas doíam já que mal havia se recuperado da noite na floresta.
- Descansando? – era Robert parado á porta.
Anne abriu os olhos lentamente e deu uma rápida olhada nele.
- Ainda brava comigo? – perguntou analisando-a.
- Não, só estou... Cansada. – mentiu.
- Hum. Onde você estava? – perguntou.
- Aqui perto. – respondeu fechando os olhos novamente.
- E está tão cansada por quê? – perguntou.
- O que é isso? – Anne irritou-se. – Um interrogatório? Já disse, estava aqui perto.
- Calma Anne. – pediu. – Então está bem, apenas queria puxar um assunto.
- Eu não quero conversar. – ‘’com você’’ completou em sua mente.
- Está bem. – disse saindo.
Anne olhou para a porta para ter certeza de que Robert havia saído e espreguiçou-se na cadeira.
- Anne? – alguém a chamava.
Anne abriu os olhos sentindo-se sonolenta. Era Robert chamando-a. A garota não pôde conter o suspiro de decepção.
- O almoço está pronto. – falou se afastando percebendo o desconforto de Anne.
- Estou indo. – sussurrou.
Robert saiu da sala deixando Anne novamente sozinha. Levantou a cabeça e se espreguiçou. Passou a mão nos cabelos embaraçados e levantou.
Seu pescoço estralou na mesma hora fazendo Anne resmungar.
Foi até a cozinha encontrando a mesa posta.
Sentou-se e se serviu. Em silêncio começou a comer.
Robert a olhava parado na porta da cozinha, porém, calado.
‘’Será que ele sabia?’’ Anne pensou encarando o prato de comida. ‘’Não, não tem como’’ e descartou a hipótese.
Mais Robert continuava a olhar até começar a falar:
- Foi aonde hoje? – perguntou olhando através da janela.
- Fui dar uma volta, por aqui mesmo. – mentiu.
- Hum... – analisou-a.
- Estava pensando de irmos até uma cidade próxima daqui. – disse olhando-a.
- Para? – perguntou sem interesse.
- Apenas para dar umas voltas. Você gostava dessa cidade, alias creio que era uma de suas prediletas. – ele sorriu. – Seria bom para você.
- Uma das? – olhou-o.
- Sim. – ele riu. – Nós viajávamos bastante, tanto aqui perto, quanto para longe... – uma nota de decepção podia ser sentida.
- Ah... – Anne não sabia o que dizer.
Encarou-o. Respirou e disse:
- Pode ser. – e forçou-se a sorrir.
Em um momento Robert se recompôs e sorriu:
- Ótimo! Termine de comer e se arrume. Te espero lá fora. – sorriu.
- Ok.
Anne continuou a comer. Na verdade não estava com a mínima vontade de sair, mais resolveu ir.
Levantou-se deixando metade do prato intacto e foi até seu quarto.
Pegou uma escova que estava encima da cômoda e foi até o espelho pentear-se.
Olhou-se uma ultima vez certificando-se de que estava tudo certo e saiu até o quintal.
Robert realmente a esperava lá, estava encostado na porta do carro conversando com a empregada.
- Pois é... Talvez eu tenha que trocar alguns móveis, estão bastante gastos. – ele comentou olhando o céu.
A empregada apenas concordou.
- Ah... Anne. – ele sorriu notando a presença da garota. – Está pronta?
- Sim. – disse.
- Então vamos! - sorriu.
Anne entrou no carro e esperou por Robert.
Robert entrou sem olha-la e deu partida no carro.
Em poucos minutos eles já estavam em uma estradinha do lado oposto a que Anne costuma passar.
Anne virou-se para o vidro. Não era muito diferente da outra, porém tinha menos árvores, o chão quase não tinha folhas e as árvores eram mais afastadas da pista.
- Para onde vamos? – perguntou sem olhar para Robert.
- Há uma cidadezinha próxima daqui, é bem bonita. É para lá que vamos. – respondeu.
- Que se chama? – perguntou.
- Pode parecer estranho, mais nunca soube o nome dela. – ele riu. – é uma vila, bastante pequena e não tem um nome oficial. Na verdade nem aparece nos mapas. Mas... Chamam de Vila das Riquezas. – ele olhou-a por um momento e voltou a olhar para a estrada.
- Hum.
- Anne. – chamou-a.
- Oi?! – respondeu.
- Não acha que deveria conversar mais comigo? Você só me responde com palavras monossilábicas, deveria ter um pouco mais de palavras no seu vocabulário. – ele riu, porém falando sério.
- Não tenho nada para falar. – encarou-o.
- Deveria procurar então. Conversar é bom não acha? – perguntou.
- Sim. – ‘’porém não com você’’ completou em sua mente.
Ele apenas sorriu.
Anne ia olhando pelo vidro a estrada que parecia nunca acabar.
O cenário agora havia mudado. Anne se via em um lugar que parecia uma praça. Era bastante movimentada comparada com onde ela ‘’morava’’. Havia comércios e ao longe se enxergava uma floresta grande.
- Chegamos! – exclamou Robert animado.
- Que bom. – sorriu
Robert estacionou o carro perto de um mercado e ambos saíram.
- E então quer ir aonde? – perguntou Robert.
- Bom, talvez se eu conhecesse o lugar eu saberia. – a frase soou mais sarcástica do que pretendia.
Mais Robert apenas ignorou-a.
- Então vamos, vou te levar a um jardim aqui perto.
Anne apenas concordou e seguiu-o pelas ruazinhas de pedra.
As casas eram todas coloridas em tons claros que deixavam o lugar bastante alegre.
Anne percebeu que preferia muito mais morar ali a onde estava.
Ambos caminharam em silêncio, até chegar perto de um portão verde.
- Chegamos. Tenho certeza que você vai gostar. Porém... – ele parou.
- Porém?
- Porém precisaremos passar em uma loja aqui perto.
- Para? – perguntou.
- Te comprar um biquíni. Tem uma piscina aqui por perto e tenho certeza que você vai gostar. – sorriu.
- Na verdade eu não... – tentou falar mais foi interrompida.
- Não, não, não. Vamos, eu insisto. – disse pedindo que o seguisse.
Contra sua vontade Anne o seguiu por mais alguns metros, até chegar a uma loja.
Estava bastante cheia, de fora Anne via varias pessoas percorrerem o interior da loja.
- Entre. – Robert segurava a porta para que Anne passasse.
- Bom, eu tenho que pegar umas coisas. Os biquínis ficam no segundo andar. Nos vemos aqui daqui a pouco. – sorriu seguindo para o outro lado.
Anne parou sem saber o que fazer. Depois seguiu para o segundo andar.
Aquela sessão estava notavelmente mais vazia que o piso inferior. Poucas pessoas estavam ali.
Foi até um a das araras de biquínis decidida a encontrar um que gostasse.
- Ei. Ei. Menina. – Alguém a chamou.
Anne virou-se.
Era uma senhora. Baixa e de cabelos grisalhos que segurava uma blusa nas mãos.
- Desculpe incomodar-te. Mas tinha uma sobrinha muito parecida com você... – ela olhou franzindo o cenho.
- Tinha? – Anne engoliu em seco.
- Sim. – falou cabisbaixa. – Ela morreu.
- Ah... – Anne ficou sem palavras. – Meus pêsames.
- Obrigada querida. – agradeceu. – Sabe... Você é muito parecida com ela. – ela riu. - Bom, um pouco. Minha sobrinha tinha cabelos compridos até a cintura, seus olhos eram de um castanho claro, e bem, ela era um pouco mais baixa que você.
Anne sorriu.
- Há quanto tempo? – perguntou sem querer completar a frase.
- Há quase um ano... – respondeu.
- Eu... Eu sinto muito.
- Não sinta querida, ela está em um lugar melhor. – disse.
- Com certeza. – Anne sorriu.
- Aonde você mora querida? – perguntou a senhora.
- Não sei o nome da cidade. Mais não fica tão longe daqui. – respondeu.
- Como não sabe o nome? – perguntou desconfiada.
- Eu... Bem, pelo que sei eu sofri um acidente muito grave e perdi a memória. Não me lembro de nada desde então. – respondeu.
- Eu sinto muito querida. – disse.
- Não sinta. Está... Está tudo bem agora. – Anne queria poder falar aquilo com mais convicção, mais não podia. Aquilo era mentira, pura e total mentira. Não estava nada bem.
- Onde a senhora mora? – perguntou.
- Senhora não, por favor. Não quero sentir-me tão velha. – ela riu. – Me chame de Heloise.
- Ok... Heloise.
- Respondendo a tua pergunta, moro aqui mesmo, na rua de trás.
- Ah claro...
- Mas senhorita...
- Anne. E sem o senhorita, por favor. – ela sorriu.
- Claro. Anne. – ela assentiu. – Deve ter sido uma longa viagem. Afinal, a cidade mais perto daqui é uma vila. E não é perto.
- Não. Não é tão longe, mais sim, moro em uma vila. – respondeu.
- Ah... Acho que sei onde fica. Mais pelo que sei, é longe querida. – disse.
- Está enganada. – ela riu.
- Nossa. – assustou-se. Havia esquecido de que Robert estava esperando-a. – Eu tenho que ir.
Correu para uma das araras procurando um biquíni. Achou um tomara-que-caia preto com alguns brilhantes.
- Tenho que ir... A gente se vê qualquer dia. – sorriu despedindo-se.
- Claro querida. – disse permanecendo no mesmo lugar.
Anne correu para as escadas até o andar debaixo. A loja ainda estava cheia, porém não como antes.
Robert estava parada perto do caixa olhando impacientemente para a escada enquanto batia o pé segurando uma caixa nas mãos.
- ANNE. ALELUIA MENINA. – disse vendo Anne descer.
- Desculpa... É que... Eram tantos que fiquei em duvida. – se forçou a rir.
- Mulheres. – ele se virou para o atendente sorrindo. – Sempre demorando quando o assunto é roupas.
Anne entregou o biquíni que escolheu as pressas e parou ao lado de Robert.
- 35 dólares senhor. – disse o atendente.
Robert entregou o dinheiro e aguardou o troco.
- Vamos Anne... – e seguiu para a porta.
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Gostaram? *-*