Alguns minutos e o policial retorna a sala, e com um papel na mão, indica o lugar em que a moça possa assinar, eram as folhas de seu depoimento. A jovem assina e olhando para o policial espera que seja dita alguma coisa.

– Você, neste momento pode ir! – revela o policial – Aguarde o contato para o exame de sangue e não saia da cidade!

– Ok! Muito obrigada! – agradece Alyssa

A jovem segue da delegacia para o jornal. Em seu local de trabalho, o mesmo ritmo frenético de sempre. As pessoas andando de um lado para o outro resolvendo problemas e buscando informações para serem divulgadas nos noticiários.

E a moça, na frente do seu computador, imóvel olhando para a tela sem mexer nas teclas, seus pensamentos bem longe. E entre um suspiro e outro, seus pensamentos seguem outro rumo, seu ex-namorado.

Em minutos a mente da moça é povoada com uma enorme preocupação em relação a tudo que havia vivido nos últimos dias. Sem saber o que fazer sobre o assunto, a jovem resolve trabalhar um pouco, ocupar sua mente com as previsões do tempo.

Percebeu que em certa cidade viria uma tempestade, mas também em sua vida, uma tempestade com direito a raios e trovoes estariam se formando, não sabendo com tudo se seria para o bem ou para acabar com seus sonhos.

Algum tempo depois,

Alyssa continua no mesmo trabalho, a policia mantendo sobre sigilo a investigação do acidente de Alexandre, este continuava em coma no hospital, e nenhum sinal de Caleb.

Sua vida não tinha mudado em nada neste tempo, apenas o medo do ex namorado continuava, medo dele aparecer a qualquer momento e fazer algo grave.

Seu cotidiano é mudado com um telefonema, em uma segunda feira de muita chuva. Surpresa com o pedido de Amber, noiva de Alexandre, a jovem sai em disparada para o hospital.

No hospital, Alyssa é levada para o quarto em que o empresário se encontra, abre a porta e encontra ao lado de sua cama, sua jovem noiva, com aparência de poucos amigos.

– Oi! – cumprimenta a jovem um pouco sem graça

– Oi! – responde o rapaz fazendo sinal para a jovem se sentar

– Fico feliz que você esteja bem e eu... também queria muito te pedir desculpas – começa Alyssa sem ao menos respirar

– Você assumiu a culpa! – interrompe Alexandre

– Sim! Eu provoquei o acidente. Você não lembra? – pergunta a moça surpresa

– Eu também provoquei aquele acidente... – começa o rapaz

– Não! Eu puxei o volante! – responde Alyssa

– Se eu tivesse sido claro desde o início, você não teria ficado com raiva e o acidente não teria acontecido – esclarece o jovem – e é por isso que pedi para o delegado do caso, encerrá-lo.

– Como? O que você falou? – fica impressionada a moça

– Não vou repetir. Você escutou. – fala Alex

– Mas porque você me chamou aqui?... Não foi para dizer isso, foi? – interroga a jovem bastante intrigada

– Não! Eu também te devo desculpas e queria saber se poderia fazer algo por você! – responde o rapaz

– Cara! Você existe? – começa Alyssa sorrindo – eu quase te matei e você quer saber se pode fazer algo por mim?

– O Alex é uma pessoa como nenhuma outra! Ele pensa em todos... menos nele mesmo. – releva Amber que até o momento permanecia calada

– É! Eu estou vendo... Sim! Eu queria pedir desculpas a você também, Amber, pelo sofrimento que acabei te causando – fala a jovem

– Então! Posso fazer algo por você?... quem sabe um outro teste? – pergunta mais uma vez o rapaz

– Você poderia... arrumar um emprego para mim em outra cidade? – solta a bomba a moça – Sei que você conhece pessoas em várias cidades e até países.

– O que mudou? - quis saber Alexandre sem entender nada – Você queria ser cantora e tem futuro...

– Nada! Eu acho que não estou mais certa do que eu quero! – desabafa a jovem

– O que aconteceu? – insisti o rapaz olhando em seus olhos – Você está mentindo

– Eu... Olha! Desculpa! Desculpa ter pedido isso... eu tenho que ir... – fala Alyssa sem olhar para o casal e sai correndo