Wunsch escrita por Tsuki no Taiga, Alexia Jo


Capítulo 33
Fight!


Notas iniciais do capítulo

Esse é o penúltimo capítulo, gente! *choralitros*
Muito obrigada CHIBI HARU-CHAN por ter recomendado a fic.
Boa leitura, a gente se vê lá em baixo.



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Capítulo 33

Fight!

 

Budapeste, Hungria, 3 horas atrás...

 

Uma beldade de longos cabelos negros extra-lisos, olhos azuis, traços delicados, lábios finos e estatura mediana entrava em um lindo Audi Q7 preto, onde alguém já a esperava.

- Não sei por que eu não me surpreendi com o seu chamado – ela disse para o homem ao seu lado. Sua voz era doce e musical.

- Suponho, então, que saiba por que te chamei – disse o homem que uma voz sensualmente rouca.

- Sei, mas não faço por você, faço porque estou profundamente curiosa.

 

Cluj-Napoca, Romênia...

 

Dentro de seu castelo, Markus saboreava uma taça de vinho tinto e sangue sentado em uma confortável poltrona de couro vermelho, Jeanne estava de pé na sua frente e não gostava nada do que acontecia.

- Você não vai fazer nada? – Ela perguntou de repente.

- E o que você espera que eu faça? – ele perguntou sem desviar sua atenção da taça.

- Mate-os! – ela exigiu – Estou ansiosa por colocar as mãos no Puro!

- Eu tenho tantos direitos sobre o Puro quanto você – ele respondeu calmamente – Ou já se esqueceu do nosso acordo? Você só vai engravidar dele, mas ele vai ficar comigo.

- Eu não me esqueci, Markus, mas aquele moreno lá fora do lado do Vincent é o irmão do Puro! E Bill é...

-Ora, ora, ora... – O vampiro disse divertido ao ligar a TV – Vejo que seu advogado virou cinzas, minha cara.

Jeanne olhava para a tela do aparelho sem acreditar no que via. Na tarja vermelha estava escrito: “Advogado morre em incêndio”. E o repórter dava mais detalhes.

- Nesta tarde a casa do renomado advogado Klaus O’Connel foi incendiada, os empregados disseram que minutos antes a esposa de Klaus havia dispensado todos. Os bombeiros estão tentando apagar o fogo que se alastrou pela casa inteira e então tentarão encontrar o corpo do advogado. Ao que parece o incêndio não foi acidente e a principal suspeita é sua esposa, Madeleine que, se não foi queimada, fugiu. Fora ela também existe Alexia Ravenshelter, a qual Klaus enfrentaria em tribunal daqui a três dias, mas Alexia está fora de país há uma semana, o que lhe oferece um álibi...

- Eu não acredito... – ela murmurou.

- Não esquenta – disse Markus desligando a TV – Isso vai acabar logo, não tinha mesmo mais motivos pra esse tribunal.

O vampiro fez um sinal para um de seus seguranças e ele saiu imediatamente.

- O que você vai fazer? – Ela perguntou curiosa.

- Dar a eles o que eles querem.

 

No andar debaixo, Selene ergueu a cabeça.

- Eles chegaram – anunciou.

- Como sabe? Essa cela é a prova de som – Kirian disse assombrado.

- Mas não é a prova de cheiros. Bill está aqui e eu vou matar Vincent quando tudo isso terminar... Vamos sair daqui.

Eles estavam amarrados de costas um para o outro e algemados. Ao que parecia Markus não esperavam realmente que ele ficassem presos por muito tempo..

- Daria muita coisa para saber o que se passa na cabeça daquele maldito vampiro – disse Selene estourando a corrente das algemas – Juntos – disse referindo-se à corda – 1, 2. 3! – ambos abriram os braços para arrebentar a corda como se fosse um fio de cabelo.

Selene e Kirian não encontraram problemas em sair de sua “prisão”, a porta não estava trancada e não havia nenhum guarda para impedi-los.

- Se eu soubesse que Markus queria tanto que o matássemos, eu teria saído desse cubo antes – Sel resmungou enquanto subia as escadas.

- Eu sabia, afinal, Markus não quer nada conosco... Ou melhor, com você. – Kirian corrigiu-se – Para ele compensaria me matar antes que Amélia saiba o que ele planeja... Mas Markus se acha auto-suficiente para me matar junto com vocês... E eu não posso garantir que ele esteja errado.

- Sabe muito bem como ele pensa – Selene parou para encará-lo.

- Eu o vi nascer – ele disse balançando os ombros.

 

Na sala principal, os guardas de Markus forçaram os três rebeldes a se ajoelharem. Bill estava de óculos escuros para preservar sua identidade.

- Eu odiei esse plano do Bill – Alexia disse entredentes para somente Vincent ouvir.

- Eu estava aberto a sugestões – o vampiro rebateu.

- O que temos aqui! – a voz de Markus interrompeu a discussão dos dois – Alexandra! Está mais bela do que eu me lembrava.

- E você continua o mesmo lixo de sempre – a ruiva rebateu. Mentir era pecado, mas ela já estava no inferno mesmo!

- E continua com o vocabulário afiado! Gosto disso numa mulher – Dracul provocou – Mas Vincent... Eu estou desapontado, em vez de me trazer o Puro, você me traz o irmão humano dele!

Bill comemorou internamente. Ainda tinha o elemento surpresa a seu favor.

- Eu é que estou desapontado, Markus – Vince revidou a provocação – Um vampiro de sangue nobre como você... Um legítimo Dracul formando alianças com uma Van Helsing bastarda?  - o príncipe estalou a língua – Não merece o meu respeito, tampouco o Puro.

Jeanne ficou possessa. Como ele se atrevia a lhe chamar de bastarda? Ela avançou pronta para atacá-lo, Mas Markus a deteve.

- Deixe-me, Markus, deixe-me matá-lo – ela disse com uma voz cheia de ódio.

- Se eu deixasse, Amélia arrancaria a minha cabeça e a daria como comida aos porcos. Vincent Cosidini é um herdeiro, ele não pode ser tocado – Dracul respondeu.

- Deixe que ela venha – Vince disse libertando-se dos guardas que o imobilizavam e ficando de pé – Eu a matarei assim como fiz com Gabriel.

Aquilo pareceu ter despertado um demônio, Jeanne se debatia nos braços de Markus enquanto Vincent sorria debochadamente.

- Jeanne, não seja imbecil, ele acabaria com você em dois segundos – Dracul resmungou.

- Olha que se eu fosse você deixava Vincent matá-la – uma nova e doce voz soou. Bill levantou seu rosto e abriu seu sorriso mais encantador – Me diga, Markus, você gosta de ser enganado?

Sua voz saía calma, mas Bill tremia por dentro, era a primeira vez que enfrentava de frente um vampiro “mau”.

Markus o olhou com curiosidade. Até então não tinha dado importância àquela criaturinha bizarra que aparentemente estava ali de enfeite, mas naquele momento, essa criaturinha tinha lhe colocado uma pulga atrás da orelha.

Então, repentinamente sentiu-se impelido. Aqueles óculos escuros que o artista usava lhe incomodavam. Aproximou-se de Bill e puxou os óculos com uma delicadeza incomum.

Ao primeiro contato com a luz brilhante, Bill fechou os olhos por reflexo, mas foi abrindo aos poucos assim que se acostumava. Completamente abertos, levantou a cabeça para Markus.

A reação do vampiro foi de espanto. Sua reação ficou pesada e suas pupilas se dilataram. Então, lentamente a raiva foi subindo por seu corpo.

- Saiam – ele ordenou para os guardas, e foi prontamente atendido.

Em sua ira, assim que virou-se, Markus esbofeteou Jeanne e sua força foi tanta, que ela chocou-se contra uma parede.

- Sua vadia Van Helsing – ele disse raivoso – Pensava mesmo que eu não ia descobrir?

A modelo o olhava com um misto de dúvida e indignação. Não entendia o porque de estar sendo tratada tão mal, e então decidiu que estava na hora de acabar com aquele teatrinho. Daria um jeito de pôr as mãos em Tom, preferia agir sozinha do que com Markus.

Jeanne levantou-se e andou na direção de Markus com um olhar ameaçador.

- Não adianta você me olhar assim, eu vou te matar de qualquer jeito. Muito esperta me fazendo ir atrás do gêmeo errado, mas sua ceninha não durou muito.

Jeanne soltou um risinho irônico. Markus era uma bom ator, mas ela sabia que o traidor era ele. Ele queria fazê-la acreditar que Bill era Puro só para que ele [Markus] pudesse manipular Tom, mas não ia funcionar, ela tinha visto a marca em Tom.

- Eu já deveria ter feito isto ha muito tempo. – ela queixou-se olhando friamente para o vampiro. – Pena que eu demorei tanto para perceber o lixo que você sempre será, Markus Dracul. – o nome foi pronunciado de forma demorada, permitindo que as sílabas ressoassem pelo enorme salão de pedra, enquanto os pelos do pequeno publico ficavam arrepiados.

Foi uma questão de milésimos de segundos para que Jeanne mostrasse um brilho assassinos nos olhos, declarando assim, o inicio de um decisivo combate.

Por pouco os olhos de Bill, já melhorados pelas capacidades naturais de um Puro, não conseguiram acompanhar a velocidade implacável a que a caçadora se atirara ao poderoso vampiro e foi com um enorme assombro que observou que Markus, apesar da assombrosa força do ataque de Jeanne, era capaz de pará-la como se ela fosse de uma frágil criatura.

-  É assim que pretende me destruir? – ele deixou que as suas gargalhadas ressoassem por toda a divisão não poupando qualquer canto. – Meu amor, por todo o tempo que estivemos trabalhando juntos… - concentrou toda a sua força, alterando o tom da sua voz de um aveludado para um forçado -… julguei-a mal, pensei que fosse melhor do que isso - e atirou-a para longe de si com uma força que a fez se estatelar contra a parede do lado oposto do salão.

A pedra de mármore rachou ao receber Jeanne num abraço frio.

- Perdoem-me… - pediu virando-se para Vincent, Bill e Alexia. – Não é assim que costumo tratar os meus convidados, mas… Tenho alguns assuntos pendentes. Dêem-me só 15 minutos. – olhou para Jeanne que tentava se levantar com dificuldade. – Bom, devem ser apenas 5. – corrigiu-se fazendo de seguida uma reverência e precipitando-se para a modelo.

Jeanne sentiu o seu pescoço ser coberto por uma mão ainda mais fria do que o mármore e em seguida a sua cabeça sofreu outro impacto contra o chão.

- Vocês Van Helsing sempre me foram tão repugnantes. – Jeanne observava os lábios de Markus moverem-se com uma agressividade que desenhava por completo a sinceridade de tais palavras. – Vou ser sincero, Jeanne, foi muito difícil para mim trabalhar com alguém da sua raça, é que… - afrouxou o aperto. – Eu represento tudo o que é vivo numa escala. Vampiros em primeiro, animais, humanos, vermes e por fim Van Helsing. – deslocou-a do chão atirando-a para longe de si com a mesma facilidade  com que atirava um simples livro. - Nunca me agradaram: Leis idiotas, conhecimentos pequenos, ações impertinentes, razões fracas sem qualquer nexo e objetivos fixos, mas sem fundamento algum.

- Cale-se. – murmurou Jeanne sendo invadida por uma força que ha muito que não sentia.

- O que foi? A sua espécie não aguenta com a verdade? Também são fracos nisso?

- Cale-se… - insultada, traída, humilhada, enganada, espancada e quase destruída. Era o único membro do seu clã, a única carta para conseguir que o nome Van Helsing fosse de novo ouvido, aclamado e receado. Não iria permitir que algo destruísse sua chance.

- Gabriel deve estar se revirando em seu túmulo, sentindo-se completamente desiludido. Apesar de tudo eu gostava do caráter dele, do Gabriel. Ela era diferente e cheguei a ter o prazer de conhecê-lo pessoalmente... Ele era um guerreiro incrível, exterminou sozinho com toda a minha guarda pessoal. Ele teria se tornado um vampiro com habilidades surpreendentes. Mas você... Você é uma vergonha, Jeanne.

-  CHEGA! – com um poder rejuvenescido, Jeanne precipitou-se de novo contra o seu oponente e ao contrario de atacá-lo da mesma forma que antes, desviou-se do seu alvo num salto e, em pleno voo, enquanto Markus se virava para ver o que ela planejara, desferiu um enorme murro perto do olho direito.

Markus teve que reprimir um grito para ninguém o ouvir queixar-se. Não iria permitir que alguém o visse a ser derrotado por uma Van Helsing.

Ao ver o segundo soco a vir em sua direção, Markus abaixou-se conseguindo apanhá-la pela cintura, no entanto, não por muito tempo.

Jeanne com um movimento de pernas, facilmente conseguiu se libertar, golpeando o vampiro na nuca.

- Vai engolir tudo o que disse do meu Clã. – engoliu em seco ao sentir uma dor nas costas dilacerante - Vai se arrepender de ter me humilhado.

Markus olhou para a sua oponente enquanto ela corria para si com uma raiva tremenda estampada em cada um dos seus olhos. Facilmente apanhou os seus punhos e num impulso encostou o seu rosto próximo ao dela.

- Acho que se esqueceu da sua posição. – ele disse com ferocidade. – Não se esqueça de que apesar de ser treinada para nos capturar, não é muito diferente dos teus amiguinhos humanos, minha querida.

- Sou mais forte que eles… - sorriu maliciosamente. – E isso basta para me diferenciar deles.

- Não sonhe alto. – terminou atirando-a contra um enorme armário de vidro cheio de preciosidades de porcelana que ao menor impacto multiplicaram-se formando ótimas pontas afiadas que com todo o prazer deixaram a sua marca na quase inconsciente caçadora.

Apesar do estado da sua vitima já declarar que o combate tinha um vencedor, Markus ainda não estava satisfeito. Queria mais, muito mais. Sabia que ela conseguia ouvi-lo a aproximar-me, sentia o terror que ela tinha e ouvia o seu coração a bater, mas o mais delicioso era o medo da morte que ela não conseguia-lhe esconder.

- Jeanne, minha jovem ingênua. – cantarolou levantando-a do chão pelo pescoço. – O meu desejo de te matar é imenso… - começou, mas algo o fez concentrar no que se encontrava de fora das enormes quatro paredes. Ouviu a enorme porta adornada de ouro ser aberta cuidadosamente da forma mais inaudível possível. Inalou os novos aromas presentes no salão e um deles criou-lhe uma certa satisfação.

Tinha convidados. E apesar de conhecidos e inesperados. Ou melhor, sabia que eles se libertariam, mas pensava que demorariam um pouco mais para perceberem que nada os impedia de sair da prisão.

Mas apesar de tudo, aquilo seria divertido.

Voltou a focar a sua atenção na criatura que tinha na mão

- No entanto,  e infelizmente para você, é controlável. – inclinou a cabeça para o lado – Diga-me Jeanne, como é para uma caçadora, viver com algo que a impede de fazer aquilo pelo que nasceu? Tal como… O próprio corpo? – dito isto, só deu tempo para que os olhos da modelo se esbugalhem-se devido ao terror porque depois disso, com um movimento não muito utilizado devido à preferência pela morte, Markus acertou golpes certeiros no corpo da jovem deixando-a cair no chão com um som seco. Uma golfada de sangue saiu pelos lábios arrebentados antes que ela se deixasse escorregar para um sono pesado, até que acordasse e reparasse que o seu pior pesadelo tinha realmente acontecido de verdade.

Com um sorriso, Markus virou-se para os seus convidados com os olhos brilhando para os recém chegados.

- Selene, Kirian que bom que vieram. Sejam bem vindos! – Markus disse sorrindo – Lamento que tenham chegado justo na hora de presenciar essa cena horrorosa, mas enfim... Aceitam um pouco de sangue? – ofereceu enquanto enchia uma taça com um líquido vermelho e viscoso e, ao ver que os dois negaram, balançou os ombros – Azar o de vocês. Vamos, Vincent, experimente, é o sangue da minha melhor criada, realmente saboroso – disse entregando uma taça para o príncipe.

Vincent olhou para Alexia querendo a confirmação de algo, e assim que viu a expressão chocada dela, teve sua confirmação.

- Não estou com sede. – Cosidini disse tentando rejeitar a taça.

- Ora, vamos! Se alguém não beber comigo, eu não bebo, e eu estou sedento, derrotar caçadoras acaba com as energias! – Dracul disse com um tom jovial. – Beba!

 

Continua...


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Notas finais do capítulo

N/A: Gente, em primeiro lugar eu gostaria de me desculpar imensamente pela demora. Mas agra que os vestibulares acabaram, e a fic está na reta final, prometo que não vai demorar.

Não vou dar data de postagem, assim que o último cap ficar pronto, a Alexia posta.

Beijos!