Break Away escrita por kakaulitz


Capítulo 1
A separação




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-Fuja, Bill. Fuja.

-NÃO! Já disse que não. Não posso deixar você.

-Eles vão te pegar.

Bill chorava, gritava e se agarrava cada vez mais em minha blusa úmida. Seu rosto apoiado em meu ombro impedia-me de ver sua cara de desespero. Enrolados em um abraço, nos apertávamos naquele chão frio como a vida de um dependesse do outro. E aquela casa fria, sombria e velha onde estávamos, chegando até dar calafrios, apenas nos dava mais medo de que acontecesse o pior. 

Ele olhou para mim e pude ver seus olhos manchados de maquiagem preta através da luz da lua que vinha da janela quebrada ao nosso lado. Isso realçava suas olheiras. Tentei limpar suas lágrimas e o sangramento em sua testa com minhas roupas, mas isso o dava dores e ardências. Então tudo o que pude fazer foi acariciá-lo e dizer que ia ficar tudo bem, mesmo sabendo que não ia.

-Amanda, o que a gente vai fazer? – disse voltando a chorar em meus braços.

-Não sei.

-Me desculpe...

Seu beijo era como um anestésico para mim. Esqueci de tudo a minha volta assim que nossos lábios se tocaram. Senti-me a pessoa mais importante do mundo. Os crimes, a maldade, a polícia, as drogas, tudo perdeu o significado. Bill não teve culpa.

-Desculpe, desculpe... Me desculpe Amanda. Eu nunca quis fazer isso. Juro. Eles me ameaçaram. Ameaçaram tirar você de mim e machucar minha família.  

-Bill, vai ficar tudo bem. Fica calmo.

-Uma hora ou outra eles vão aparecer. Meus Deus... o que vai acontecer comigo?

-Vai ficar tudo bem, amor...

-Não vai! – gritou – Será que não entende? Vão me matar!

-Não se você fugir – insisti com a ideia de ele ir embora agora mesmo. Não ligava para as consequências que me afetariam desde que ele ficasse bem.

-Mas se eu fugir eles pegam você.

-Se eles me pegarem, vão investigar o caso e ver que não fui eu e vai ficar tudo bem.

-Não é tão simples assim. Não vou, não posso te deixar. Você é tudo pra mim.

Depois de suas palavras, tentei dizer algo mas não consegui pensar direito. Só consegui me concentrar nas batidas audíveis de meu coração e em seu beijo molhado que me completava como ser humano.

-Queria fazer uma coisa – disse ele após alguns minutos em silêncio.

-Diga.

-Posso fazer uma tatuagem em você? Meu pai era tatuador e ele me ensinou. Tendo tudo que preciso aqui.

Bill se levantou, e antes de fuçar em um armário, olhou discretamente pela janela a fim de ver se havia alguém nos espionando. Demorou um pouco para achar o que procurava devido a escuridão e voltou com alguns aparelhos em suas mãos.

-Como que você sabia que tudo isso estava aqui? – perguntei.

-Era aqui que eu... trazia as coisas roubadas ou contrabandeadas. Mas não quero que você pense nisso. Então, eu posso?

-Pode.

Enquanto ele puxava meu braço para um canto onde havia mais luz, fiquei pensando no que ele acabara de dizer. Era aqui que ele trazia tudo o que o irmão mandava. Ficava indignada com isso tudo. O irmão de Bill era o verdadeiro criminoso, o verdadeiro culpado, que o mandava fazer todo trabalho sujo por ele, e é Bill que fica prejudicado, é Bill que se ferra, é Bill que é o idiota.

Depois que terminou de preparar o aparelho, decidi perguntar:

-Você tem armas aqui?

Olhou-me desconfiado, confuso se me diria a verdade ou não. Voltou sua atenção para meu braço começando a fazer a tatuagem enquanto respondia;

-É claro que tenho.

-Me dá uma?

-Para que?

-Segurança.

-Não – retrucou.

-Por que não?

Não me respondeu. Assim que vi o desenho que se formava em minha pele, até me esqueci de perguntar novamente. Um lindo coração seguido de seu nome que estariam para sempre marcados em mim. Estava tão distraída que nem havia notado o ruído do aparelho nem a dor que sentia. Assim que terminou, decidiu quebrar o silêncio:

-Isso é para você jamais esquecer que existe alguém que vive apenas por você, e que sem você, esse alguém se sente simplesmente um nada, um ninguém.

Meus olhos ficaram encharcados de água, sugerindo que ia chorar a qualquer momento.

-Bill, me ajuda a fazer uma em você?

Ele sorriu, e estendeu seu braço. Nunca tatuei, por isso pedi ajuda. Com as nossas mãos unidas segurando o aparelho, fomos lentamente desenhando quase o mesmo que fez em mim; um coração e Amanda escrito ao lado. Ele não deve ter sentido as dores que senti, já que estava acostumado com tatuagens.

-Isso é para jamais esquecer que existe alguém que não vive sem você. E esse alguém vai fazer de tudo para que possamos ficar juntos pra sempre.

-Para todo sempre, amor.

Outro beijo caloroso aconteceu entre nós. Aproveitávamos o máximo, pois poderia ser o único durante anos. Como viverei sem esse garoto? Como viverei com ele sofrendo e sendo maltratado na prisão? Mas tudo que me dizia, que era para eu não me preocupar.

Bill colocou meus cabelos atrás da orelha, mantendo nossas testas coladas enquanto dizia;

-Amanda, eu prometo que...

-Bill Kaulitz, você está cercado! – ouvimos alguém dizer do lado de fora da porta dando forte batidas nela. Pela janela, agora víamos luzes vermelhas e azuis do lado de fora, indicando que fomos descobertos – Sabemos que está ai com Amanda Kinney. Tem dez segundos para sair com a refém ou entraremos a força. Dez, nove, oito...

-Bill o que a gente vai fazer?

-Apenas confie em mim – disse enquanto levantávamos do chão, nos preparando para encarar o que nos separaria.

-Mas que droga Bill – gritei – O que vai fazer?

-Confie em mim porr...

Um estrondo veio da porta que ao cair no chão, deu passagem para que os policiais entrassem na casa. Nesse momento, Bill me agarrou com brutalidade, deixando minhas costas em seu peito e com a mão direita, apontou uma arma em minha cabeça, dizendo:

-Mais um passo e ela morre.

Os policiais pararam, e lentamente foram para trás. Eu estava cada vez mais nervosa, como Bill poderia fazer isso comigo?

-Amor – disse ele baixinho em meu ouvido – confie em mim e me escuta. A arma nem está carregada, fica calma. Eu prometo que a gente vai se reencontrar, está bem? Jamais irei te esquecer.

Chorei. Chorei como nunca. Seu braço foi descendo até que nossas mãos de encontrassem, porém ainda havia uma arma apontada para mim.

Escutei um tiro e me assustei, achando que era o meu fim mesmo confiando nele, porém não fui eu que caí, foi Bill. Um dos policiais atirou nele e o fez cair no chão. Agachei desesperada. Um alívio correu em meu corpo ao ver que a bala apenas raspou em seu ombro. Senti alguém me puxando para longe dele. Policiais também estavam em volta de Bill, o levantando e colocando as algemas.

-Bill!

-Amanda!

Começamos a nos debater. Queríamos ficar juntos, apenas isso, mas todos em nossa volta nos impedia. Foi a pior coisa que me aconteceu. Senti-me como toda minha felicidade fosse tirada de mim, como se tirassem meu direito de viver sem nenhum motivo. Tentávamos nos soltar de todas as maneiras possíveis, mas nenhuma adiantava. Tudo o que fazíamos, era gritar.

-Bill! Não! Não machuquem ele.

-Me larguem. Ela não fez nada. Amanda! Não confie no Tom, não acredite em nada que ele disser.

-Bill!

-Eu te amo Amanda.

Uma fita prata foi colada na boca de Bill que já totalmente imóvel, foi levado até o carro da polícia. Assim que ele foi, fui solta e corri até ele, porém ele já estava dentro to carro. Pude vê-lo através do vidro. Estava nervoso. Fui até lá e bati no vidro para que ele me visse.

-Bill, eu também te amo.

Ele já estava sem a fita, e dizia algumas coisas do lado de dentro do carro, porém eu não compreendia.

Nem pude dizer adeus, que ele foi embora. Os policiais o levaram de mim, mas não de meu coração. Irei recuperá-lo, disto tenho certeza. Mas por enquanto, tudo que preciso fazer é pedir ajuda a Tom, seu irmão.


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Notas finais do capítulo

sinceramente, acho que está uma merda, mas... sei lá. Gostaram?



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