Thai's POV

Tédio. Tédio. Tédio. E mais tédio.Já tinha trancado a matrícula da Evelyn e arrumado a casa. Estava deitada na cama com o laptop no colo, fuçando o Facebook alheio, até que meu celular toca o clássico toque de sms. Corri pra pegá-lo, podia ser Evelyn me contando o dia de seu enterro e essas coisas.

"Quer sair pra almoçar? xx, Harry"

Ai, me decepcionei."Pode ser. Passa aqui daqui a 10 minutos."Agora eu termino com ele, pensei. Ia levantar pra me arrumar, mas o computador tocou a chamada de vídeo do Skype. Era Evelyn.

- Sis! - Gritei - Você está viva, graças a Deus.

- Deu tudo mais do que certo, mas só tem um porém.

- Fale. 

- Eu vou voltar pra Londres. O dr. André Marins me obrigou, conhece ele?

- CLARO PORRA, MEU SEGUNDO PAI! Mas porque ele fez isso? - Perguntei, virando o notebook na direção do armário e correndo pra lá.

- Porque ele disse que o Niall tem o direito de saber que é pai e essas coisas... O que você tá fazendo?

- Harry me chamou pra almoçar e eu vou aproveitar e terminar com ele. Mas, sis, como você vai morar aqui se eu já tranquei tua matrícula? Tipo, os meninos podem aparecer aqui a qualquer momento.

- Meu pai disse que conhece um cara que vende apartamentos mobiliados por aí. Ele vai ver um e vai comprar. 

- Nossa, eu amo seu pai. 

- Eu também. - Rimos. Peguei uma saia preta e uma blusa bege.- O que acha? 

- Com um All-Star vai ficar ótimo. 

- Também acho. - Disse e coloquei a roupa e o tênis.

- E o banho? 

- Acabei de sair de um, mamãe do ano.- Mandei língua pra ela.- Mas, me conta, como você fugiu das garras de Érica Vianna Marins, a perigosa da Barra? - Rimos.

- Parti pro barraco quando ela te chamou de projeto de piranha.

- Que vadia! Mete a porrada nela por mim, sis.

- Ela me botou pra fora de casa.

- Mas a casa é do tio André e ele já deixou isso bem claro. - Rimos. Tio André tinha dado uma festa na casa dele e bebeu todas, saiu gritando que a casa era dele e que quem pagava as contas era ele.

- "Essa porra é minha, caralho!" - Ela o imitou e nós rimos. Paramos quando a campainha tocou. 

- Eu vou lá. - Disse, terminando de passar o rímel. - Quando eu estiver na porta, eu vou gritar 'tchau' e você responde, como se estivesse aqui. Valeu? 

- Valeu. - Mandei beijos pra ela e saí do quarto. Abri a porta e fui surpreendida com o beijo repentino de Harry. 

- O que foi isso?

- Eu estava com saudades. Cadê a Evelyn? 

- Tá deitada. Vamos? - Ele assentiu. - Tchau, piranha.

- Tchau. 

- Thai, nós precisamos conversar. - Disse, depois que nós terminamos de comer.

- Verdade. - Ele colocou a mão na minha.

- Eu acho que estou gostando de verdade de você. - Arregalei os olhos.

- Não, você não acha. Eu não sirvo pra você, Harry, você merece uma pessoa melhor que eu pra engatar um namoro de verdade.

- Você é a pessoa certa, Thaianne. - Ele sorriu. 

- Eu não posso ser, Harry. O que eu fiz pra você gostar de mim? Me fala. Eu sempre fui a maior filha da puta de todas contigo, sempre te xinguei, te zoei...

- Mas você me beijou como nenhuma tinha beijado, me abraçou como nenhuma tinha abraçado.

- Era farsa! Harry, por favor, entenda. - Segurei seu rosto com as duas mãos. - Eu, Thaianne Alves, não nasci pra ser sua namorada. - Soltei-o.

- Por que não?

- Eu não faço o seu tipo, Haroldão.

- Claro que faz! Thaianne, eu te --

- Não termina. 

- Por que?

- Eu não posso dizer agora.

- Você nunca me diz nada. 

- Porque você pergunta as coisas na hora em que elas não devem ser respondidas, somente. - Cruzei os braços. - E vamos embora, eu tenho que fazer muita coisa.

- Tipo o quê?

- Minha mãe quer que eu veja algumas casas aqui porque ela vai mandar meu irmão pra cá. - Menti. 

- Ah tá. - Ele pediu a conta e nós fomos embora. Percebi que ele estava estranho e puxei assunto.

- Pensando bem, eu não quero ir embora.

- Hm.

- Eu quero passar um tempo com o meu namorado. - Abracei-o pela cintura. - O que você acha?

- Eu acho que você tá muito estranha.

- Eu não estou. - Disse, parando de andar e ficando na sua frente. - Você vai saber do que está acontecendo na hora certa. 

- Você tá grávida? - Ri, colocando a mão em seu pescoço.

- Não, bobinho. - Puxei-o para um beijo.

- Não quer que eu suba? - Harry perguntou. Já era noite. Depois do almoço, nos ocupamos muito na casa dele, se é que você me entende.

- Não precisa, eu sei o caminho. - Respondi, lhe dando um selinho. 

- Até amanhã, então.

- Até. - Entrei no prédio e subi. Entrei em casa e me joguei na cama.

- Merda! Esqueci de terminar com o Styles! - Disse, pegando o celular na bolsa.

- Oi, minha linda. - Nossa, velho, que voz derretida.

- Styles, está tudo acabado entre nós!

- Por que?

- Não me procure nunca mais!

- Thaianne, o que eu fiz? - Desliguei o telefone, com vontade de chorar.

- BURRA, POR QUE VOCÊ CAIU NESSA HISTÓRIA LOUCA? - Gritei, jogando a bolsa longe.

Evelyn's POV

(n.a: participação pequena pra não deixá-la fora do capítulo)

- Tchau pai. - Abracei-o 

- Tome cuidado, minha filha. - Assenti Me abraçou - Eu te amo.

- Eu que amo você, coroa. - Disse, fazendo-o rir.

Beijei sua bochecha e fui embora. Cinco minutos e eu já estava apertando os cintos da poltrona.As três semanas haviam se passado. Meu pai tinha comprado uma casa, num condomínio em Kensington. Thai já tinha me ligado, dizendo que só faltava levar as roupas pra casa. Estava tudo certo pro meu recomeço.