14 de março de 2012

Los Angeles, Troubadour. Dot Hacker estava fazendo um show nessa noite. Eles tinham lançado, no final de fevereiro, um EP com quatro músicas e logo lançariam o álbum inteiro, gravado ainda em 2009, no aniversário de Josh. E eu estava lá junto no show, é claro.

Parecia apenas ontem quando estava pela primeira vez num show deles, há mais de três anos. Não percebi antes, mas foi lá quando me apaixonei por Josh. Ou pelo menos, foi lá quando vi que ele tinha alguma coisa de diferente que mexia comigo.

Depois daquele dia no Central Park, eu e Josh raramente ficávamos mais de um mês sem nos vermos, apesar de ele ter voltado para casa. Lançou um cd com os Chili Peppers, o I’m With You. Entrou em turnê pelo mundo com eles. Mas sempre que dava ele vinha pra NY ou eu ia para onde ele estivesse. Está sendo uma loucura.

Eu os assistia tocar enquanto estava do lado do palco. Tirei uma folguinha de fotógrafa essa noite. Meu agora amigo Geoff Moore fotografava maravilhosamente, só pra variar um pouquinho. Meu outro amigo Jonathan Hischke só mostrava para aquelas pessoas o porquê de ele ser um dos meus baixistas preferidos. Meu outro amigo Clint Walsh tocava sua guitarra magnificamente, como sempre. Ainda meu outro amigo Eric Gardner fazia seu trabalho mais perfeitamente impossível. E, é claro, meu amigo e muito mais que isso Josh Klinghoffer me fazia derreter e morrer por dentro com aquela voz, aquele piano, aquele tudo.

Nesse momento eles começaram a tocar “Puncture”. Se eu já derretia e morria por dentro com as outras, com essa era mil vezes pior. Tinha uma conexão com ela, e não só eu; Josh também tinha. Era uma das suas preferidas. Também era das minhas, mas essa lista de músicas preferidas se estendia por todo o resto do catálogo de músicas deles. Era simplesmente impossível escolher uma que gostasse mais.

Minha blusa deixava meu braço visível, e a tinta que estava nele também. Nele estava escrito “You know I am unsure, but are we all?”. Letra de “Puncture”. Foi uma surpresa; não contei a Josh que ia fazer. Não soube dizer se ele queria chorar de emoção ou me amar até morrer quando a viu. Só sei que eu, sim, queria amá-lo até morrer, e por outros milhões de razões.

Eu percebi claramente quando ele, enquanto cantava aquela parte da música que estava tatuada em minha pele, olhou para mim. Seus olhos brilharam. Eu, como sempre ficava quando ouvia essa música – principalmente a execução dela ao vivo –, já estava com os olhos cheios de lágrimas. Ainda sim, sorri para ele.

Depois veio Rewire e Discotheque, que também era uma das preferidas de Josh. Aquela música e principalmente a bateria dela me deixava insana. Completamente louca. Se não tivesse tanta gente desconhecida seria muito pior.

Então o show acaba, sorrio e dou um abraço em cada um e obviamente um beijo em Josh.

“Eu te amo muito”, digo, olhando em seus olhos. Ele me beija novamente.

“If the Sun refused to shine, I would still be loving you...”, cantou baixinho para mim.

E completei:

“When mountains crumble to the sea, there’ll still be you and me.”