14 de janeiro de 2009

Apesar do acontecido de ontem, continuava sendo meu aniversário. Louise me levou num restaurante italiano pra comemorar. Chris foi junto; ele quase sempre ia. Nós três éramos O Trio da redação, por assim dizer.

Além de ter me enfeitado toda, Louise convenceu Chris a me deixar sair mais cedo pra que não me atrasasse. Se houver alguém que queria que eu ficasse com Josh mais do que eu, esse alguém era Louise, sem a menor sombra de dúvidas.

Então, às quatro horas eu estava chegando ao Central Park.

Meus olhos procuravam aquela figura conhecida. Não foi muito difícil de achar. Ele estava sentado em um banco, com um copo da Starbucks na mão. Caminhei até ele, sentido que meu coração estava prestes a sair pulando pelo meu peito.

“Oi, Josh”, disse timidamente enquanto sentava-me ao lado dele.

“Oi, Liz”, Liz. Liz. Senti falta da voz dele falando isso. “Toma, comprei um Frapuccino pra você”, disse me estendendo outro copo que estava ao seu lado.

“Ah, obrigada”, agradeci e peguei o copo, dando um gole. Fazia tempo que não tomava isso. Tinha gosto de... lembranças do Josh. “Então... A vida está boa, huh?”, insinuei, tentando começar uma conversa que arrumasse tudo.

“Profissionalmente, acredito que possa dizer que está boa para nós dois, não?”, concordei com um sorriso leve e nervoso, “Agora por outros lados... Pelo menos pra mim...”, ele desceu seus olhos até o copo e continuou olhando-o enquanto continuava. “Sinceramente... A vida não é boa sem você, Liz.”

“Digo o mesmo, Josh, a vida não é boa sem você”, quando percebi já tinha falado. Não sei se ficava mais surpresa pelo que saiu da minha boca ou pelo que saiu da dele.

Ele ergueu os olhos novamente e eles encontraram os meus.

“Desculpe pelo que disse aquele dia. Tudo que falei. Fiquei muito assustado com você indo embora e aí...”, suspirou e voltou a encarar o copo, ou o chão, ou suas mãos...

“Não, Josh, eu é que devo me desculpar. Me deixei levar pelo calor do momento e acabei falando de um jeito meio distorcido os medos que eu tinha... E além disso... Não devia ter deixado Louise atender o telefone daquela vez... Eu deveria tê-lo feito...”

“Elizabeth, é sério. Eu estava fora de mim quando disse aquelas coisas. Não precisa se preocupar com aquele telefonema, desde que você... Eu... Eu sei que se a gente quiser de verdade pode funcionar mesmo morando longe... E é claro que eu vou sair em turnê também... Mas...”

“Josh”, sorri, agora mais calma, “eu sei. Sempre tem as ligações, vídeo chats, e eu posso viajar pra lá nos finais de semana as vezes. A gente dá um jeito.”

Ele sorriu de volta e veio se inclinando em minha direção. Quando por fim beijou meus lábios, parecia que era nosso primeiro beijo novamente, mas melhor ainda. Fogos de artifício explodiam dentro de mim e uma parte meio idiota do meu cérebro ficou feliz em não ter que fotografá-los. Apenas me agarrei a isso, do mesmo modo como tinha me agarrado àquele sorriso ontem.

Lembra quando disse que só sinto falta das coisas quando as tenho de volta? Ainda continua sendo assim, mas eu senti tanta falta de Josh que antes mesmo de tê-lo de volta eu já sentia um vazio em mim. Sentia esse vazio desde o dia que mandei-o sair do apartamento de Megan, e isso foi aumentando cada vez mais e mais e mais. Agora que ele estava aqui de novo, que eu estava em seus braços novamente, isso tinha sumido; eu estava completa de novo.

Sim, ele era uma parte de mim. Eu era feita de vários pedacinhos de várias coisas, e ele tomava uma parte considerável neles.

Nossas mãos, momentos congelados. Queria que ele me segurasse perto, mais perto do que já estive antes. A questão é, estou realmente certa?

Eu não sei.