Irresistible escrita por Alissa Nayer


Capítulo 7
Cena Extra IV


Notas iniciais do capítulo

N/A: Demorei, mas voltei, com mais um extra lindo pra vocês. Nota da autora no final. Boa leitura! :D



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Outtake IV

– E... Corta!

Bella relaxou os ombros ao ouvir aquela palavra saída da boca de Alec, diretor de seu programa, e sorriu simpática para ele a para as outras pessoas da equipe que agradeciam por mais um trabalho cumprido e bem feito. Ela se sentou um pouco em uma das poltronas macias de seu cenário e recebeu agradecida um copo d’água que alguém lhe ofereceu.

A morena recebeu instruções de Alec para voltar no dia seguinte apenas à tarde para analisar o resultado e já combinar o próximo programa. Ela assentiu e levantou-se, seguindo para seu camarim, que estava vazio, onde se jogou na cadeira em frente ao espelho. Ela buscou sua bolsa sobre a bancada e tirou seu celular de dentro dela, vendo que já passava das sete da noite. Mandou uma mensagem para Edward, avisando que ele já poderia buscá-la como combinaram, uma vez que seu carro estava na oficina.

Após fazer isso, ela recostou-se na cadeira e fechou os olhos, respirando fundo, sentindo um grande alívio por saber que não precisaria acordar cedo demais no dia seguinte. Mal percebeu quando Riley, seu maquiador e amigo, passou pela porta.

– Bú! – exclamou ele, vendo pelo espelho que ela abriu os olhos de repente, sobressaltando-se na cadeira.

– Porra, Riley! Que susto! – reclamou, levando uma das mãos ao peito.

– Nossa, como você está sensível – debochou ele enquanto aproximava-se dela.

– Só estou cansada – justificou-se ela, retirando as presilhas do cabelo e desfazendo o coque que usara naquela gravação.

– Posso ver – disse o rapaz, ajudando-a a soltar o cabelo. – Noite mal dormida? – questionou, passando seus dedos por entre os fios dela a fim de desembaraçá-los um pouco.

– Não – respondeu, corando um pouco. – Andrew é um anjinho. Já dorme a noite toda – completou, sorrindo boba ao falar do filho, como sempre, que agora estava com dez meses de vida.

– Então, devo deduzir que seu marido bonitão tem algo a ver com seu cansaço? – quis saber, pegando um chumaço de algodão e molhando-o com loção demaquilante. Bella riu.

– Riley, isso não é da sua conta, sua bicha intrometida – disse ela, atingindo-o de leve com o cotovelo nas costelas.

– Ai! – reclamou. – Vou interpretar isso como um sim. Mas também pudera, não é, com um homem daqueles em casa só para você, aquele corpo maravilhoso... Nossa, ficou quente de repente aqui, não acha? – perguntou, abanando-se teatralmente.

– Exatamente. para mim – rebateu ela, dando ênfase às suas palavras. – Só você mesmo para dar em cima do meu marido na minha frente sem ele ao menos estar aqui – apontou ela enquanto ele retirava a maquiagem de seus olhos.

– Nossa, sua esquentadinha, eu estava só brincando. Além disso, você já deveria ter se acostumado. Nunca escondi de você que acho seu maridinho um pedaço de mau caminho. Aliás, um pedação – brincou mais uma vez e Bella balançou a cabeça.

– Já vi que estou ferrada. Ele está vindo para cá – informou, e o loiro ao seu lado quicou no lugar.

– O quê? Não! Sério?

– Sério! E também é sério quando digo que é melhor você manter suas mãos longe dele. Suas preferências sexuais não são compatíveis com as dele – avisou ela, mas ele sabia que ela estava entrando na brincadeira dele.

– Eu diria que posso fazê-lo mudar de ideia, mas realmente gosto da sua amizade – disse o loiro, passando um lenço umedecido no rosto dela para finalizar a limpeza.

– Continue pensando assim. Você não vai me querer como inimiga, querido amigo purpurinado – ela brincou, sabendo que ele detestava quando ela o chamava assim.

– Credo, não me chama assim! Me faz parecer um gay qualquer. Eu tenho classe, querida – disse ele todo cheio de si, apontando para si mesmo.

– Me desculpe – pediu ela, levantando as mãos em sinal de rendição, irônica.

Ele abaixou-se para abraçá-la por trás e deu um beijo estalado em sua bochecha, deixando-a um pouco dolorida tamanha foi a pressão de seus lábios. Bella gargalhou e pediu a ele que pegasse sua pequena mala que estava em um canto, contendo suas roupas normais. Assim que o loiro se virou para atender ao pedido da amiga, a porta se abriu, e Bella viu pelo espelho seu marido entrar, com seu filho nos braços.

– Olha quem veio buscar a mamãe! – disse Edward animado e Bella levantou-se num salto, indo até eles.

– Oi, meu amor! – disse para o bebê, que se agitou nos braços do pai ao vê-la. – Vem cá, vem! – bateu palminhas antes de pegá-lo em seus braços. – A mamãe já estava com saudades! Você estava com saudade da mamãe, huh? – ela conversava com o bebê, dando beijinhos leves em seu rostinho bochechudo e branquinho, e ele apenas a observava com seus olhos verdes e atentos e balbuciava, com os dedinhos gorduchos da mão enfiados na boca.

– Dispensei a babá mais cedo para trazê-lo comigo – disse Edward.

– Fez muito bem. – Ela sorriu, aproximando-se bem dele, que logo entendeu o recado e abaixou a cabeça para encontrar os lábios dela com os seus. Eles ouviram um pigarro nada discreto e Bella ergueu uma sobrancelha para seu amigo, que segurava sua bolsa e os observava. – Edward, esse é o Riley, meu maquiador – apresentou e Edward estendeu a mão educadamente.

– Acho que me lembro de você – disse ele, recordando vagamente daquela pessoa. Foram muito poucas as vezes em que Edward visitara Bella dentro do estúdio. Muitas vezes ele foi buscá-la, mas ela sempre já estava esperando do lado de fora. – Como vai? – perguntou educadamente, aperando a mão do loiro.

– Bem. Muito bem – respondeu, olhando para sua mão na dele, e depois olhando para Bella, que reprimia uma risada, e piscou para ela. Edward ficou um pouco sem jeito e puxou sua mão de volta.

– Ahm... Você já pode ir? – perguntou à Bella.

– Claro. Só preciso trocar de roupa – respondeu, dando mais um beijinho em seu filho antes de entregá-lo de volta a Edward. Ela foi até Riley e pegou sua mala da mão dele. – Ahm... Riley, tenho certeza de que estão precisando de você em outro camarim, você já fez o que tinha de fazer aqui – dispensou-o. Ela não queria admitir nem ao menos para si mesma que estava com ciúmes, então formulou em sua cabeça a desculpa de que Edward provavelmente ficaria desconfortável a sós com seu amigo.

– Ah, mas eu...

– Riley! – disse Bella entredentes. – Você não quer ouvir reclamações dos outros depois e ter seu emprego ameaçado, tenho certeza – argumentou, dizendo-lhe com o olhar que desse o fora dali.

– Tudo bem. Não quero mesmo ameaçar meu emprego – suspirou contrariado, dando um leve beliscão na cintura de Bella ao passar por ela, que fez careta. – Foi um prazer conhecer você, Edward. Apareça mais vezes – disse para o ruivo, dando uma piscadela descarada. Bella segurou a vontade de rir, assistindo seu amigo sair pela porta.

Edward olhou para Bella um pouco confuso, mas não comentou nada. Ele sentou-se com Andrew no colo e Bella entrou no pequeno vestiário para trocar de roupa. Assim que ela terminou, pendurou o figurino em um cabide e saiu com sua pequena mala quase vazia.

Ela ficou parada na porta por um instante após ver o quanto seu marido e seu filho estavam se divertindo um com o outro. Edward fazia caretas para o bebê, que fazia sons que já eram bem conhecidos por seus ouvidos e dava gargalhadas gostosas quando o pai o agitava em seus braços. A mulher sorriu involuntariamente, sem coragem de interromper aquilo. Mas Edward logo a avistou, e também sorriu ao vê-la sorrindo.

– Estou pronta – disse, aproximando-se. – Podemos ir agora. – Ela acariciou o cabelinho macio do filho, que tinha a tonalidade parecida com os fios de Edward. O homem levantou-se e fez um carinho no braço dela.

– Já disse que te amo hoje? – perguntou de repente, e Bella soltou um risinho.

– Hmm... – Ela fingiu pensar. – Na verdade, já. Mas, você sabe, eu não me importo se você quiser dizer de novo – falou, rindo e sendo acompanhada por seu marido.

– Só se eu quiser? Ah, que bom, porque eu acho que não estou muito a fim de dizer agora... – brincou ele, tentando soar indiferente. Bella o atingiu de leve no ombro.

– Idiota – resmungou, colocando sua mão na nuca dele e juntando suas bocas.

– Eu te amo – sussurrou ele contra os lábios dela. Ela estava prestes a responder quando ouviram uma batida na porta, cuja pessoa não esperou resposta e a abriu, colocando a cabeça para dentro.

– Bella! – Era Jessica Stanley, uma das assistentes de produção. – Oh... Desculpe – pediu envergonhada ao ver que Bella estava ocupada.

– O que você quer, Jessica? – perguntou um pouco impaciente.

– Alec mandou dizer que você não precisa vir amanhã de manhã, só à...

– Ele já me disse para vir só à tarde – disse a morena antes que Jessica terminasse.

– Ah... Desculpe, só vim fazer o que me mandaram – balbuciou, voltando seu olhar para Edward e Andrew. – É o seu bebê? – quis saber, apontando para seu filho.

– Sim – respondeu Bella simplesmente, virando-se para pegar sua bolsa e sair logo dali. Mas Jessica já entrava e tomava a liberdade de pedir a Edward para segurar o bebê.

– Awn, que coisinha mais fofa! – disse a moça, balançando Andrew em seus braços. Bella revirou os olhos. – Ele se parece muito com você – observou, falando para Edward. – Lindo do mesmo jeito – completou, a inocência em sua voz desaparecendo.

– Ahm... Obrigado? – Edward agradeceu, soando como uma pergunta, olhando para sua esposa em seguida.

Bella fechou as mãos em punhos. Será que todo mundo tirou o dia para dar em cima do meu marido? Que porra é essa?, pensou irritada.

– Ok, ok, você já fez o que tinha de fazer, muito obrigada. Agora me dá meu filho aqui que eu preciso ir embora – disse a morena, arrancando seu bebê dos braços de Jessica. – Até amanhã. Vamos, Edward – chamou, passando rapidamente pela porta.

Edward a acompanhou e eles entraram rapidamente no carro, evitando alguns paparazzi que se juntavam ali, principalmente por causa do bebê. Bella não gostava de expor seu filho.

– Acho que não é uma ideia muito boa você vir aqui – comentou Bella quando eles estavam seguindo para casa. Edward franziu a testa.

– Como assim? – questionou, mas já tinha uma leve desconfiança a respeito da resposta.

– E ainda pergunta? Não reparou que estavam todos praticamente babando em você? – perguntou, soando um pouco sarcástica, mesmo sem intenção. Edward soltou um risinho nervoso.

– E daí? Eu não estava nem ligando pra ninguém – disse ele, olhando para ela quando pararam em um sinal vermelho.

– Bom pra você mesmo – rebateu ela, e dessa vez ele riu de verdade, e ela acabou acompanhando-o.

Bella seguiu direto para o quarto de Andrew com ele no colo assim que entraram em casa, enquanto Edward ficou encarregado de ligar para pedir o jantar. A morena retirou seus sapatos e prendeu os cabelos antes de despir o bebê e lhe dar banho, atividade que resultou em uma Bella com a blusa encharcada. Depois que ela o vestiu novamente, seguiu com ele até à cozinha, onde Edward segurava uma tigela pequena com a papinha do filho. Andrew brincava com uma mecha do cabelo da mãe e balbuciava sem parar. Ela depositou um beijo leve e carinhoso na bochechinha gorducha dele antes de colocá-lo na cadeirinha para que Edward o alimentasse.

Bella ficou junto aos dois, adorando observar seu marido cuidar perfeitamente do filho, se divertindo quando Andrew batia palminhas desajeitadamente quando Edward fingia que a colher com papinha era um aviãozinho antes de colocar a comida na boca do bebê. Faltava pouco para terminar quando a campainha tocou e Bella foi receber o jantar que Edward havia pedido. Era comida chinesa.

Ela arrumou a comida sobre a bancada da cozinha enquanto Edward dava leves tapinhas nas costas de Andrew a fim de fazê-lo arrotar. Assim que conseguiu, Bella pegou seu filho dos braços dele e o colocou sentado no cercadinho na sala, deixando-o à vontade com seus brinquedos, enquanto ela e seu marido jantavam , vigiando o bebê de onde estavam.

Depois que eles terminaram, Edward se encarregou de lavar a pouca louça enquanto Bella pegava seu filho já sonolento nos braços e subia as escadas para colocá-lo para dormir. Assim que o bebê pegou no sono e Bella o colocou no berço, ligando a babá eletrônica, Edward surgiu na porta do quarto, entrando para dar uma última olhadinha no filho antes de puxar sua esposa para que seguissem para seu quarto.

O homem a envolveu em seus braços, escovando seus lábios na mandíbula dela enquanto perguntava se ela o acompanharia no banho. Ela já havia respondido que sim quando o telefone tocou. A morena exalou forte e saiu dos braços do marido, atendendo ao telefone e engatando uma conversa animada com sua mãe. Edward acabou desistindo e moveu os lábios na direção de Bella para dizer-lhe que estava indo tomar banho, pegando o rosto dela entre as mãos e dando-lhe um beijo estalado, sem se importar com o fato de que sua sogra provavelmente ouviu.

Ele riu do rosto vermelho de Bella e seguiu para o banheiro. Assim que Bella desligou o telefone, já devia fazer uns cinco minutos que ele estava lá, e ela aproveitou para apressar-se e juntar-se a ele. Mas quando ela levantou da cama, o celular de Edward tocou sobre o criado-mudo.

– Edward, seu celular está tocando – avisou ela, aproximando-se para ver um número piscar na tela.

– Atende pra mim? – pediu ele, e Bella não achou estranho, não era a primeira vez que ela fazia aquilo. Mas ela nunca o fazia sem antes perguntar, é claro.

– Alô?

Err... Oi. Esse não é o celular do Edward? – quis saber uma voz feminina. Bella entrou em alerta no mesmo instante.

– Sim. Aqui quem fala é a mulher dele. Quem é?

Ahm... Sou Lauren, o Edward e eu estudamos juntos – explicou a moça do outro lado da linha. Bella continuou escutando. – Eu só liguei para dizer que ele esqueceu uma das apostilas dele aqui em casa hoje. Na verdade... Ele levou a minha por engano – continuou, com uma risada sem graça. Bella pôde perceber que a moça estava nervosa.

– Na sua casa? – A morena quis saber. Seu coração começou a bater rapidamente.

Bom... É. Você poderia dar esse recado a ele, por favor? Obrigada. – A moça desligou na cara de Bella, sem mais explicações.

A morena respirou fundo, não querendo pensar no pior. Assim que ela pôs o aparelho de volta no criado-mudo e sentou-se na cama, Edward saiu do banheiro, com uma toalha enrolada na cintura.

– Quem era? – perguntou ele. Bella direcionou seu olhar para ele lentamente.

– Uma tal de... Lauren – respondeu, seu tom um pouco ácido. – Disse que você esqueceu uma apostila na casa dela – explicou, dando ênfase às suas últimas palavras. Edward ficou um pouco confuso com o fato de a garota ter ligado.

– Ah. Ela nem precisava ter ligado. Era só levar amanhã pra faculdade – disse ele como se fosse óbvio. E realmente era.

– Talvez fosse uma desculpa para falar com você – sugeriu Bella, segurando-se para não explodir.

– Por que você acha que seria isso?

– Por que você estava na casa dela?

– Você não respondeu a minha pergunta.

– Não importa.

– Trabalho em grupo. – respondeu ele simplesmente.

– Você nunca me contou isso – apontou ela.

– Porque esse trabalho foi passado hoje. Ela ofereceu a casa dela depois que assistimos às aulas pela manhã, porque fica mais próxima da faculdade. Aliás, havia mais três pessoas além de mim – explicou ele, indo para o closet.

– Ela parecia bem nervosa no telefone – comentou ela, levantando-se e seguindo-o.

– Talvez porque foi você quem atendeu. Ela deve ter presumido que você poderia ficar assim por ter uma mulher ligando para o seu marido – disse enquanto vestia uma cueca.

– Assim como?

– Cheia de ciúmes.

– Eu não estou com ciúmes! – argumentou ela.

– Ah, não? E por que você está toda desconfiada? – quis saber ele assim que vestiu sua calça de pijama.

– Eu... Ahm... Eu só queria saber, droga! Você quer que eu pense o quê quando atendo seu celular e tem uma garota imbecil dizendo que você estava na casa dela? – ela explodiu.

– Qualquer coisa, menos que eu estava fazendo algo errado. Eu já expliquei o que estava fazendo lá, mas o seu ciúme idiota não quer deixar você acreditar – disse ele, mas ainda em tom de voz normal, voltando para o quarto, sendo acompanhado por ela.

– Ah, então agora eu sou idiota? – questionou indignada.

– Eu não disse isso, Bella – rebateu ele.

– Mas quis dizer.

– Claro que não! Dá pra você parar com essa paranoia toda?

– Ótimo, agora sou idiota e louca. – Ela jogou suas mãos para cima, exasperada, seguindo a passos firmes para o banheiro.

– Bella...

– Cala a boca!

Ela bateu a porta do banheiro com força e a trancou. Edward ainda bateu na porta e chamou por ela, mas ela não respondeu. Uma lágrima escorreu por seu rosto e ela rapidamente a limpou. Ela sentiu o tom nervoso da garota no telefone, e imediatamente pensou que havia algo errado. Ela acreditava em Edward, mas não suportou vê-lo defendendo a tal Lauren e dizendo que ela era idiota por ter ciúmes dele. Por mais que os anos passassem e eles se amassem cada vez mais, Bella não conseguia abandonar sua insegurança completamente.

Ela retirou suas roupas e entrou no chuveiro, tomando um bom banho, evitando molhar o cabelo. Ela ficou enrolando por alguns minutos, pensando se falaria alguma coisa a Edward. Ela secou-se com uma toalha e enrolou-se nela, decidindo não falar com ele. Preferiu esperar até o dia seguinte, talvez ela estivesse com a cabeça menos quente. Mesmo que uma vozinha dentro dela ficasse insistindo que ela estava sendo boba.

Ela saiu do banheiro e foi direto para seu closet escolher uma camisola. Somente ao voltar para o quarto ela reparou em Edward sentado na cama, no lado em que ele dormia, observando-a se mover por ali. Ele parecia querer dizer algo, mas ela apressou-se em apagar a luz e ocupar seu lugar na cama, deitando-se de costas para ele.

Ele ainda tentou dizer alguma coisa, mas ela não parecia querer conversa. O homem exalou com força e deitou-se também, sentindo um pouco de raiva. Raiva porque Bella parecia não confiar nele. A morena estava de olhos bem abertos, literalmente, e sabia que não conseguiria dormir naquela noite, assim como Edward, pois eles estavam acostumados a dormir agarrados.

Após alguns minutos de silêncio. Edward começou a se remexer na cama, virando de um lado a outro sem parar, procurando a melhor posição para dormir, sem encontrar nenhuma. Bella perdeu a conta de quantas vezes revirou os olhos com aquilo, perdendo a paciência.

– Merda, Edward! Será que dá pra você ficar quieto? Parece que eu estou dormindo com um peixe! – reclamou ela, sem virar para olhá-lo.

Ele sobressaltou-se com a irritação dela, mas continuou calado. Ele bufou e ficou de barriga para cima, encarando o teto.

Mais alguns minutos se passaram, e Edward não aguentava mais a distância entre os dois. Ele notou que a respiração de Bella estava calma e deduziu que ela havia dormido. Agindo com cuidado, ele aproximou seu corpo do dela, abraçando-a e passando sua perna por cima das dela, e agradeceu mentalmente por ela não ter se mexido ou acordado para enxotá-lo. Ele enterrou o nariz na curva do pescoço dela, sentindo o cheiro que ele adorava, e escovou seus lábios por ali carinhosamente.

– Quando você vai se convencer de que é a única para mim? – sussurrou contra a pele dela. – A única que eu amo... – continuou, já se sentindo melhor só de tê-la próximo a si.

Ela virou-se devagar, assustando Edward. Ele não havia percebido, mas ela não havia dormido. Bella ergueu uma das mãos e passou pelo rosto dele, sentindo sua barba rala arranhar de leve seus dedos. Ela exalou e mexeu-se para sentar-se na cama. Edward a acompanhou, depositando um beijo leve no ombro descoberto dela.

– Por que você está duvidando de mim? – ele questionou baixinho, com a voz triste. Bella virou a cabeça para olhá-lo.

– Eu não duvido de você. Eu só... Não sei, é que... – Ela não conseguia concluir suas frases, sabendo que realmente soaria idiota se fizesse isso.

– Bella, vem cá – chamou Edward, puxando-a para que ela sentasse em seu colo, com suas pernas ao redor da cintura dele, o que ela fez sem hesitar.

Ele ficou passando suas mãos pelas costas e pela cintura dela, olhando em seus olhos, enquanto ela o abraçava pelo pescoço.

– Eu te amo – declarou ele, do modo mais convincente que pôde. – Você é a mulher da minha vida. Eu nunca trairia você. E não tem um dia que eu não te diga ou tente te mostrar isso. Por que você não acredita em mim? – ele quis saber. Bella se sentiu mal por sua bobagem.

– Eu acredito em você. E eu também te amo – respondeu. – Argh, atender essa ligação meio que me fez ter aqueles pensamentos de “não sou boa pra você”, mesmo eu tendo a consciência de que faço de tudo para ser tudo o que você quer. Às vezes eu ainda tenho a impressão de que você pode se cansar de mim, sei lá, e quando aquela garota disse que você esteve na casa dela eu não pensei, não raciocinei direito. Eu sei que eu estou sendo idiota, e que talvez eu esteja te sufocando, mas eu sou egoísta demais pra suportar perder você – desabafou, sentindo seus olhos marejarem.

– Meu amor, não faz sentido você acreditar em mim, mas não acreditar em você. Não há motivo para eu me cansar de você. Você é tudo o que eu quero, tudo o que eu preciso... Por que eu procuraria em outro lugar? – perguntou Edward, mas Bella ficou calada.

Apenas ponderando aquilo que ele havia acabado de dizer e conseguindo enxergar sinceridade nos olhos dele. Eles poderiam ter passado segundos, minutos ou até mesmo horas se encarando, Bella não sabia dizer, mas uma risada baixa e repentina dele a despertou.

– O que foi? – ela quis saber. Ele a apertou um pouco mais em seus braços.

– Sabe... Às vezes eu também acho que não sou bom o suficiente para você. Você merece o melhor sempre, e por isso eu tento ser o melhor que eu posso, pra te fazer feliz e você não se cansar de mim nunca – explicou ele, e ele pôde ver algumas de suas palavras anteriores refletidas nas dele.

– E do que você está rindo?

– Da conclusão que tirei. Somos dois imbecis – disse ele, rindo novamente, e ela também sentiu vontade. – Imbecis por não conseguirmos afastar certas inseguranças quando estamos fazendo a mesma coisa um pelo outro. O que, por sinal, está funcionando, porque a cada dia que passa, eu te amo mais – explicou, fazendo Bella ficar muda.

Ao invés de falar, ela o beijou, com muita vontade. A força com que ela agarrou os cabelos dele chegaram a fazê-lo sentir dor, mas ele não ligou. Apenas a beijou de volta, apertando-a em seus braços também.

– Me desculpa – pediu ela quando eles separaram suas bocas por um momento. – Eu não deveria ter duvidado de você. Você é maravilhoso, é mais do que eu poderia pedir. Me desculpa, eu te amo, me desculpa – ela dizia, voltando a atacar os lábios dele.

Os dois se beijaram apaixonadamente, enfatizando com aquele gesto o que foi dito anteriormente. Assim que precisaram respirar, Edward afastou sua boca da dela apenas para passar a beijar e chupar seu pescoço, e em seguida mordiscar sua orelha. Bella apertou seus dedos nos ombros dele, impulsionando seu quadril contra o dele involuntariamente, sentindo que ele estava tão excitado quanto ela.

– Só você me deixa louco... – sussurrou ele contra a pele dela, migrando suas mãos até às coxas da mulher e deleitando-se com aquela pele macia sob seu tato. – Só você faz isso comigo... – Dessa vez ele que impulsionou o quadril para frente, para que ela sentisse sua ereção mais uma vez, gesto esse que arrancou um gemido da morena.

Edward apressou-se em tirar a camisola do corpo dela, jogando-a em um canto qualquer em seguida, para voltar a mergulhar sua língua na boca de sua esposa, sentindo o sabor delicioso que tanto adorava. Bella estava com os dedos afundados nos fios revoltos dele, acariciando e puxando, enquanto seu corpo ondulava contra o dele. Quando ele voltou a beijar seu pescoço e seu colo, ela desceu uma de suas mãos, passando-a pelo peito e barriga dele, até chegar a seu membro excitado, acariciando-o por cima da calça de pijama. Edward soltou um gemido mais forte em resposta, e ela o acompanhou ao sentir as mãos dele migrando para seus seios expostos.

Ela não havia retirado sua mão de onde estava quando Edward passou a apreciar seus mamilos sensíveis com a boca. A morena jogou a cabeça para trás, e ao voltar, ela o empurrou, de modo que ele caísse de costas na cama, ela por cima dele. Logo eles estavam se beijando famintos novamente, e Bella continuava a mover os quadris de encontro aos dele. Dessa vez ela desgrudou sua boca da dele para beijar e chupar seu pescoço e dar leves mordidas pela mandíbula e no queixo dele, recebendo pequenas espetadas em sua língua devido a pouca barba que crescia ali. Ela desceu suas mãos até à calça dele de novo, mas dessa vez ela puxou para baixo, levando a cueca junto, e ele terminou de tirar as peças de roupa.

Edward firmou seu aperto na cintura dela e inverteu as posições, ficando sobre ela, deixando um beijo suave em seus lábios antes de descer pelo corpo dela até chegar ao seu quadril, onde ele prendeu os dedos no elástico da calcinha dela e a deslizou por suas pernas, até que estavam os dois completamente nus.

Quando Bella pensou que finalmente o teria dentro dela, Edward começou a distribuir beijos molhados pelo interior de suas coxas, até que passou a língua vagarosamente por toda a extensão de seu sexo molhado, fazendo-a praticamente gritar. Ele espalmou as duas mãos na bunda dela, erguendo um pouco seus quadris, e correndo sua língua por entre seus lábios, alternando com chupadas em seu clitóris.

Bella agarrou os lençóis com força, impulsionando sua pélvis de encontro à boca dele, que sempre fazia estragos com ela, como naquele momento. Depois de tanto tempo, ele sabia exatamente onde e como tocar para deixá-la louca, e adorava ouvi-la gemer e pedir por mais. Adorava saber que era o único que sabia como dar-lhe prazer. Cada som que irrompia pelos lábios dela fazia seu pau estremecer, e ele queria muito estar dentro dela. Então, quando ele percebeu que ela estava prestes a gozar, ele retirou a boca de seu sexo de repente.

Bella ergueu a cabeça, soltando um resmungo e lançando um olhar mortal a seu marido. Mas antes que ela pudesse abrir a boca para mandá-lo continuar, ele já pairava sobre o corpo dela, penetrando-a de uma só vez. Forte.

Edward abafou o grito de sua mulher com um beijo um pouco desajeitado, movimentando-se contra ela, rápido e firme. Bella agarrou-o pelos ombros e ergueu uma das pernas, passando-a pela cintura dele, incentivando-o a ir mais fundo, enquanto a outra permanecia dobrada, seu pé bem apoiado no colchão, ajudando-a a impulsionar sua pélvis contra a dele.

Eles fitaram um ao outro, gemidos incontroláveis ecoavam pelo quarto, além do som de seus quadris se chocando. Palavras desconexas escapavam quando o ápice foi atingido pelos dois, enquanto tudo explodia ao redor, restando apenas eles, satisfeitos em todos os sentidos.

Edward escondeu seu rosto no pescoço de Bella, sussurrando o quanto a amava, e ela retribuía. De repente, sentiu-se a tola das mais tolas por ter surtado mais cedo. Ela conhecia Edward. Ela sabia o tipo de homem que ele era. Carinhoso, dedicado, lindo e de caráter incomparável. Mais importante, ele era o homem de sua vida, com quem tinha um filho lindo, com quem estava construindo sua família. Ficou envergonhada por ter duvidado dele.

– Desculpa. – Antes mesmo que seu cérebro registrasse, o pedido saltou de sua boca.

Edward saiu de dentro dela e rolou um pouco para o lado, seu tórax ainda pairando sobre ela. Ele a olhou, e ela pôde ver que seus olhos estavam divertidos.

– Desculpar o quê?

– Por ter sido idiota e ter duvidado de você – explicou ela. Ele franziu a testa, olhando um pouco para os lados.

– Não me lembro disso – soltou, e Bella não pôde evitar a gargalhada.

– Eu te amo tanto, Edward... – ela declarou, abraçando-o pelo pescoço.

– Também te amo. E você sabe disso – apontou ele.

– Agora mais do que nunca. E isso me faz te amar muito mais.

Ele levou sua boca à dela mais uma vez, e quando eles estavam se animando mais uma vez, um chorinho fino ecoou, vindo da babá eletrônica que estava em algum lugar no quarto. Edward começou a rir.

– Você vai ou eu vou? – perguntou ele. Bella deu mais um selinho nele antes de responder.

Nós vamos.


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Notas finais do capítulo

N/A: Vou confessar que me deu vontade de dar na cara da Bella em alguns momentos, mas não consegui evitar rs. O que importa é que acabou tudo bem, não é? LOL Então, esse é o penúltimo extra (coro de "aaahhh"), e o próximo virá só no ano que vem (tentativa frustrada de fazer piada, desculpem hahaha). E vocês já sabem, comentem bastante! Me contem se quiseram dar um sacode na Bella também, se seus ovários explodiram com o Edward babando no baby, se morreram de fofura com a reconciliação, o que quiserem. O próximo extra virá logo, logo! ;D
E um feliz ano novo, gente! Muita felicidade, energia e esperanças renovadas para 2013! Beijo, até breve! ;*



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