Undertaker [Hiato] escrita por biazacha


Capítulo 32
Manhã apática


Notas iniciais do capítulo

Oi gente!

Nossa, esse feriado veio como uma benção, sinceramente! Finalmente estou colocando as coisas em dia e os professores malditos começam a passar os trabalhos pro fim do bimestre, mereço isso viu... (u.u)'

Ok que gastei um tempo precioso vendo o Oscar e outro precioso compartilhando tirinhas bestas sobre o Oscar (gente aquela selfie e a pizza renderam viu...), mas é só um detalhe.

Vocês ficaram sabendo das provocações que algumas autoras andam fazendo?
Uma delas escrevia uma Original com pouquíssimos comentários então copiou a história, trocou os nomes por personagens de Crepúsculo e começou a postar numa conta anônima: a fic bombou horrores.
Outra fez um perfil fake e começou a história com um hentai bem porco (eu li, o treco era ridiculamente tosco); lotou o primeiro e o segundo cap de sexo, e no terceiro começou a desenvolver os personagens sem colocar nem um beijo... preciso dizer que os dois primeiros tiveram tipo cinco vezes mais reviews cada que o terceiro?

Os autores andam rindo horrores com essas piadas, mas eu sinceramente acho bem triste: estou no Nyah! há anos e conheci muitas amigas aqui... sou da época que o povo queria ler histórias e não apenas satisfazer fantasias, mas enfim né... o que vocês acham disso?

Voltando a Under, eu juro que tentei fazer um cap menor porque ele tem bastante parte em itálico e não sei se alguém tem dificuldade em ler... mas acabou ficando com mais de mil palavras, qualquer coisa podem me avisar por review ou MP que mando uma versão normalzinha pra ler. XD


Sem mais amores, boa leitura!



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Estava chovendo. Algo meio estranho para o outono e ainda mais estranho para a ocasião: era como se, ironicamente, o mundo chorasse pela morte de Ramona Foster – algo que Raven tinha certeza que a garota aprovaria.

Reunidos sob guarda-chuvas negros, diversos estudantes estavam reunidos apaticamente, num silêncio respeitoso com um quê de choque. Naquele momento não havia questões como popularidade, inimizade ou egoísmo, pois até os mais cretinos concordavam: ela havia ido cedo demais e de uma forma cruel demais.

Como Raven não tinha conseguido ir ao velório de Gabe, achava no mínimo curioso e surreal ela comparecer: num acordo não-verbal, todas pessoas que estavam naquela fatídica aula compareceram.

Dispensando o ficante, Susan se reuniu a ela e Becky na segurança dos pingos gélidos da chuva fina, fato que aqueceu a menina de gratidão, por mais mexida com ambas que estivesse. Da mesma forma que ocorreu com seu amigo, ela se sentia estranhamente responsável por aquilo; não só pelo fato óbvio de que Ramona estava no galpão por culpa de sua criancisse, mas porque... algo dentro de si se movia, ela se sentia retorcer por dentro como se uma animal adormecido estivesse ameaçando um despertar.

E não gostava da sensação.

A morte de Gabe a deixara num estado muito semelhante e garota facilmente atribuiu aquilo ao estresse do acidente; mas agora sabia que tinha algo errado – algo tão errado quanto seus sonhos, as coisas que andava vendo, seu corpo cada vez mais estranho. Foi com um considerável trabalho que ela convenceu a mãe de que não precisava de ajuda para trocar o curativo da mão; como explicaria para uma médica que em poucos dias ele já não existia mais?

Infelizmente, não é como se as coisas andassem fazendo sentido... pelo contrário, ela se arrepiava de lembrar do dia em que Ramona morreu.

Todos estavam conversando, as vozes agudas das garotas se avolumavam, cada uma querendo que sua histeria qualquer fosse mais importante que a da outra. Irritado, o Treinador Boston mandou que fossem ajudar a Foster.

Estavam todas comentando maldosamente como Raven havia feito ela de besta com facilidade quando os gritos começaram; como se funcionassem como um ser só, todas as garotas levantaram ao mesmo tempo e correram em direção ao som.

Os meninos já tinham chego da quadra onde estavam e se amontoavam em silêncio na porta do galpão; sem paciência o Treinador fez com que abrissem caminho e foi aí que o resto das garotas viu a mancha escarlate que saia da construção velha e malcheirosa.

–Alguém chame o Diretor. – disse, sua voz no geral áspera com os alunos soando fraca, sua pele vários tons abaixo do normal e com a náusea estampada em seu semblante.

Depois disso tudo se tornou um caos. Pessoas gritavam, choravam, desmaiavam; alunos ligavam para os pais, para a polícia ou para os bombeiros. Raven sentou no chão e abraçou os próprios joelhos, enterrando a cabeça neles e se escondendo do mundo; podia sentir vagamente a presença de Becky e Susan ao seu lado por seus perfumes já característicos, mas não conseguiria falar com elas – estava sem ar, sua garganta se fechando com o horror que a consumia.

“Novamente não” – pensava ela – “mais alguém não.”

Graças à ação descontrolada em pouco tempo a entrada do colégio estava cheia de policiais, bombeiros, repórteres e os já comuns curiosos – pessoas minimamente desprezíveis o suficiente para aguardar notícias sobre uma desgraça como abutres esperam a vítima estar completamente morta para atacar sua carniça.

Para evitar perguntas desnecessárias, todos os alunos começaram a migrar para dentro do colégio, onde em grupos se reuniam embaixo de escadas, dentro de salas vazias, no silêncio reconfortante da biblioteca.

Uma vozinha insistente no fundo de sua mente, que parecia e muito e da menininha azul lhe lembrava que era inútil se enfiar em um canto pois sem dúvidas os policiais iriam dar uma atenção especial para seu depoimento; ignorando o fato completamente, ela juntamente com Becky, Susan e mais algumas garotas se enfiaram no banheiro do terceiro andar, onde apenas professores, coordenadores e similares iam.

Se ela tivesse sido mais esperta naquele momento, isso lhe evitaria muito dor de cabeça futura.

Algo próximo há umas duas horas se passou enquanto todas ficavam lá dentro sentadas no chão próximas umas as outras; a maioria chorava em silêncio, mas Becky e Susan conversavam com as cabeças juntas, tão baixinho que nem mesmo quem estava ao lado entendia – eram sussurros apressados, claramente tingidos pelo pânico.

Raven por sua vez estava com a mente em branco. Sentia vontade de se enfiar embaixo das cobertas e esperar que Samantha, Jared e Vlad a mimassem como sempre; mas a primeira mal telefonava para ela desde a morte de Gabe, o clima ainda estava meio estranho com o segundo desde a infeliz tempestade de beijos e o terceiro... esse “pertencia” a Becky agora.

Era possível ouvir a gritaria e as sirenes lá embaixo – sem dúvidas todas as salas haviam sido liberadas e, num esboço prévio dos curiosos carniceiros que se amontoavam na entrada, muito dos alunos também não iam embora, talvez esperando tirarem o corpo após analisarem a cena do crime, ou levarem alguém preso. Raven tinha certeza de que na última hipótese as apostas para ela e o Treinador Boston deviam ser altas.

Quando foram encontradas e identificadas como garotas que estavam naquela aula, foram encaminhadas de forma gentil, porém ágil por uma funcionária da secretaria que tagarelou o caminho todo, provavelmente achando que isso tornaria a vida das meninas de alguma forma mais fácil:

–Uma fatalidade sabem – dizia ela – há eras o Treinador reclamava a respeito da falta de espaço para guardar os equipamentos da aula, isso pode dar até processo... coitadinha da garota, como se chamava mesmo? Bianca? Britney? Algo assim não é?

–Ramona – murmurou Raven sem emoção, assustando todas as outras meninas que fingiam que o falatório da mulher não existia.

–Ah claro, R-a-m-o-n-a – murmurou a mulher, saboreando cada letra provavelmente para se gabar para cima de outras funcionárias depois: “O nome dela era Ramona sabe, menina adorável, sempre conversava com ela... um absurdo quem fica chamando a pobrezinha de Bianca por aí, mal a conheciam e querem dizer alguma coisa.”... era fácil de imaginar e por essa razão ainda mais deprimente - Bom, os policiais só querem fazer algumas perguntas sim? Coisa de praxe, não se preocupem.

Foram guiadas direto ao auditório, onde reconheceram não só os alunos que estavam na aula, como a costumeira turminha de babacas esnobes e populares com a qual Ramona circulava – todos estavam com seus pais e homens com um ar estressado que provavelmente eram advogados.

Raven foi praticamente esmagada quando sua mãe a sufocou num abraço para mamãe ursa alguma colocar defeito.

–Julia, deixe-a respirar. – murmurou seu pai com um ar cansado, embora Raven não conseguisse ver nada além dos cabelos da mãe para atestar se era só a sua voz.

–Estávamos tão preocupados com você! – disse a mulher em tom choroso, finalmente libertando a filha – viemos o mais rápido possível e John também está caminho.

–John?! – perguntou ela um pouco alto demais; algumas cabeças ao redor se viraram para olhar – Ele não pode largar a faculdade cada vez que alguma coisinha acontece comigo, porque foram avisar ele...

–Ninguém avisou ele. – disse uma voz atrás de si.

Ela se virou e encontrou Keane; depois de tudo que passou pela manhã, dar de cara com ele tão perto dela era como levar na cara um balde de água fria: subitamente seu corpo estava todo tenso e em alerta. O garoto carregava quatro cafés na mão e parecia meio abarrotado, como se tivesse precisado se espremer para chegar ali – o que ela não duvidava com a zona que estava nas saídas do colégio, mas ainda assim era um tanto injusto o fato de ele continuar charmoso em qualquer circunstância.

–Ah obrigada Keane querido. – murmurou sua mãe, pegando um café; seu pai fez o mesmo e só então ela se deu conta que um deles era pra ela. Agradecendo com um aceno, ela começou a se servir em silêncio, realmente grata pelo líquido quente e revigorante enquanto ele descia goela abaixo.

–Como Keane dizia, ninguém ligou para seu irmão – continuou seu pai, ele estava sério e ela se intimidou um pouco com isso... no geral sempre fora um homem amável – ele simplesmente ligou perguntando se tudo estava bem, era quase como se tivesse sentido alguma coisa.

–Faz sentido, vocês dois sempre foram tão unidos... mas agora está tudo bem, temos que ligar e tentar convencê-lo a ficar lá, embora eu ache que não vá fazer diferença. – ela acariciou delicadamente a bochecha da filha, que forçou um sorriso para a mulher se sentir melhor.

–Suas coisas estão no meu carro, não sabia se alguém vinha então guardei – disse o garoto tranquilamente, como se ficar no auditório com a família de sua vizinha no dia em que uma colega de escola morreu fosse um fato recorrente em seu cotidiano – pelo que ela conhecia de Keane, ele certamente conhecia situações mais tensas, como a aparição do cachorro monstruosamente grande.

Por fim mais da metade incluindo ela foram liberados sem prestar depoimento com a promessa de que seriam contados nos próximos dias; ignorando todo e qualquer bom senso que mandava deixar sua filha dormir depois de passar por um estresse tão grande, Julia insistiu que ela deveria comparecer a terapia marcada, pois isso sem dúvidas ajudaria a garota.

Raven olhava a família Foster através dos pingos de chuva: seu pai, um homem alto e um tanto quanto corpulento era um figurão do ramo imobiliário, conhecido por todos na região e provavelmente com tanto dinheiro que mal sabia o que fazer com ele; sua mãe havia sido Miss e modelo e atualmente era conhecida pelo trabalho social com crianças carentes em lugares como África ou Oceania; sua irmã mais velha era uma renomada bailarina que havia se aposentado precocemente por conta de uma lesão e agora causava furor em Hollywood com seus roteiros inovadores, tendo participado ativamente de criação de dois seriados de sucesso e uma porção de filmes.

Era uma família prodígio, assim como os Castle; e da mesma forma que Raven, Ramona provavelmente tinha sérios problemas para lidar com a pressão invisível de ser tão boa ou melhor do que eles – embora nunca fosse ver sentido nas ações da garota, pelo menos entendia em partes o que a levava a querer ser a mais atlética, mais bonita, mais conhecida.

Com uma pontada na boca do estômago, ela passou a olhar para o que até então vinha ignorando: as diversas silhuetas translúcidas que pairavam acima das lápides vizinhas, fitando a cena com uma constrangedora curiosidade.

Se sua mãe soubesse como sua vida tinha quintuplicado no quesito problemas depois da tarde em que Ramona morreu, provavelmente a teria deixado em casa dormindo no lugar de insistir que fosse até a nova terapeuta.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Ah e antes que eu me esqueça; entrei em uma coletânea de dramas na guerra, é bem diferente do que vocês estão acostumadas a ler aqui, mas vou deixar o link do meu conto, tem pouco mais de 3 mil palavras: http://fanfiction.com.br/historia/476171/Simbolo_de_Esperanca/capitulo/2/

Podem me dizer sinceramente o que acham do meu drama ok?
Beijos!! (*--*)//



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