Ele abriu a porta do quarto devagar e se postou em frente à cama. Ela não estava em casa ? Nem mal chegou e já havia saído ?

Sara ia saindo do banheiro e parou na porta em silêncio apenas para observá -lo.

Ele abriu os botões da camisa, um a um e suspirou.

Onde ela estaria ?

Em cima da cama dobrado delicadamente, havia um conjunto de lingerie azul com pequenos detalhes em branco, ele deu um passo a frente e forçou seus olhos, se aproximando mais.

Eram borboletas ?

Miúdas e delicadas desenhadas com perfeição, no centro entre os bojos havia um aplique exatamente igual.

Ele capturou a peça, inclinando a cabeça de lado, analisando como se fazia com uma evidência importante.

O toque era macio, o tecido passeava entre seus dedos como se gostasse da carícia.

Ela cruzou os braços e continuou ali, sorrindo.

Outro suspiro, desta vez não era de cansaço, havia algo diferente nele.

Homens gostavam mesmo daquelas peças que viviam mais ás escondidas, era tão impressionante o fascínio deles.

Grissom não era um homem qualquer, ele era diferente, ás vezes cético, ás vezes tão calado que ela ficava longos minutos tentando decifrar sua mente, seus sentimentos.

Ela aprendera ler em seus olhos e em seus gestos o que lhe ia por dentro.

E ficava impressionada com a intensidade que ele parecia sempre querer dissimular. Talvez ele precisasse de tempo para ser forte o bastante para mostrar sua fraqueza.

Na verdade ele era fascinante !

Por vezes infinitas custava acreditar que o tinha em seus braços, que o conhecia em sua plenitude, sua maneira de entrar e sair de dentro dela, sua maneira incrível de lhe dar o melhor sexo de sua vida !

As palavras tinham uma linguagem diferente. Era um dialeto, na verdade, composto de suspiros e gemidos.

Profundos e agudos. Longos, curtos, altos, baixos. Uma infinidade de palavras não ditas, apenas sentidas.

Ele se doava, mas não parecia querer admitir com as letras do alfabeto, ou talvez não soubesse.

Em sua fantasia ele era um prisioneiro habituado a sentir prazer em silêncio.

Ele dobrou as pequenas peças da mesma maneira em que encontrou e depositou também exatamente no mesmo lugar, tirou a camisa, depois abriu seu cinto, se sentou na cama, tirou os sapatos e meias e aí sim se levantou para despir suas calças, ficando apenas com sua peça íntima.

Ela analisou suas costas, desceu seus olhos para baixo, na forma arredondada e perfeita de seus glúteos, as coxas firmes.

Foi a vez dela suspirar bem baixinho.

Depois ele acariciou de novo a lingerie, sem tirá – la do lugar, como se estivesse se lembrando dela.

Ele olhou para o relógio e procurou o telefone dentro do bolso das calças e discou um número.

Ele se virou e ela se escondeu mais para dentro.

_Caixa postal !

O telefone dela estava sem bateria, ia providenciar uma nova carga assim que terminasse seu banho, logo mais, mas aí ele chegou e ela resolveu ser a expectadora exclusiva do homem que roubara seu coração.

Ele empurrou a porta do banheiro e seus corpos se chocaram, ele a segurou com firmeza quando ela quase perdeu o equilíbrio.

_Ei … cuidado !

Ela levou as mãos em seus ombros nus, depois as desceu pelo peito e parou em sua cintura larga.

_Estava ligando para você.

Ela sorriu, e ele devolveu.

_Eu vi ! E então gostou ?

Ele mais uma vez inclinou ligeiramente a cabeça e arqueou apenas uma sobrancelha em dúvida.

_A lingerie !

_Oh sim … muito ! Hei … desde quando está me observando ?

_Tempo suficiente para saber que … sentiu minha falta.

Ele corou.

Era inacreditável como ele poderia liderar uma plateia inteira com tanta facilidade e corar diante de coisas tão simples, como ser ser pego de surpresa.

_Senti. - Ele admitiu. _Como foi a sua viagem ?

Ainda abraçados dentro do banheiro, eles pareciam não querer se afastar.

_Bem … mas interminável.

Seu curso de atualização começou a ficar cansativo a partir do terceiro dia, colaborando com sua ideia de que não havia necessidade de ser tão longo. Uma semana era tempo demais para assuntos iguais e … tempo demais para ficar longe dele.

Grissom fixou os olhos em seus lábios. De repente uma vontade enorme de beijar sua boca se apossou dele, e ele se rendeu.

Gostosamente íntimo, as coisas pareciam voltar ao seu lugar.

Ele sentiu o cheiro dela e quis ouvir ela gemer seu nome, uma duas … três, tantas vezes até que se rendesse ao êxtase.

Suas bocas se separaram e ele podia sentir seus corações em descompasso.

_Estou aceitando companhia para o chuveiro.

_É ? - Ele sorriu de lado sedutoramente.

_E … tenho um convite vip ! Está sobrando !

_Acho que vou aceitar !

“Do jeito que você quiser eu vou te amar, só me deixe entrar, estou pedindo amor, estou te dando amor.”

FIM ! Ou quem sabe … apenas alguns começos …